Avaliar para incluir e produzir conhecimentos
Avaliar nesse novo paradigma exige confiar e acreditar na capacidade que o aluno tem para aprender, da voz a eles, para que sintam-se inseridos no seu contexto e incluídos no processo de aprendizagem . Assim como, exige a reorientação das práticas pedagógicas.
Nesta concepção de avaliar, o professor é como um parceiro mais experiente que tem como papel facilitar o acesso dos alunos ao conhecimento e os alunos devem mediar todo esse processo.
"A avaliação deve ser entendida como mediadora entre a ação educativa e as aprendizagens e o desenvolvimento das crianças."
Deve-se utilizar a mediação para acompanhar as conquistas e os avanços das crianças em diferentes situações, registrar e refletir sobre os acontecimentos, o que deu certo ou não, o que foi pensado, mas que agora pode ser melhorado.
Em todo processo, observar registrar como o aluno está aprendendo o conhecimento, seus avanços, as dificuldades que elas enfrentam, que curiosidades elas têm, quais são seus interesses e que reformulações, que intervenções, em sua prática de ensino devem ser feitas.
O erro do aluno é visto numa perspectiva dialógica e construtivista, fecundo e positivo, um elemento fundamental à produção de conhecimento. Reflete a respeito da produção de conhecimento do aluno para encaminhá-lo à superação, ao enriquecimento do saber.
Ou seja, o acompanhamento do processo de construção do conhecimento implica em favorecer o desenvolvimento do aluno, orienta-o nas tarefas, oferecer-lhe novas leituras ou explicações, sugerir-lhe investigações, proporcionar-lhe vivências enriquecedoras e favorecedoras à ampliação do saber que o aluno já tem do mundo e dele mesmo.
Observa-se como o grupo se envolve nas propostas e quais caminhos a própria participação e fala das crianças trazem como possibilidades de desenvolvimento de nossas ideias e projetos, bem como para nossa atitude frente à participação das crianças e o desenvolvimento das propostas e de nossa formação.
Contudo a avaliação passa a ser um instrumento de regulação da aprendizagem. Avalia-se o que se ensina para conhecer melhor o aluno e ensinar melhor. Fundamenta-se nos processos de aprendizagem, em seus aspectos cognitivos, afetivos e relacionais; em aprendizagens significativas e funcionais que se aplicam em diversos contextos e se atualizam o quanto for preciso para que se continue a aprender.
Portanto, faz-se necessário e consta inclusive em lei a indicação do acompanhamento e registro da observação constante do desenvolvimento dos alunos na Educação Infantil.
Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB ? Lei 9394/96) , em seu artigo 31 encontramos a avaliação na Educação Infantil: "... far-se-á mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao Ensino fundamenta."
"Art.24. V ? A verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios: a) Avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais "
" A avaliação deve ser entendida como uma prática investigativa e não sentenciva, mediadora e não constativa. Não são os julgamentos que justificam a avaliação, as afirmações inquestionáveis sobre o que a criança é ou não é capaz de fazer" (HOFFMANN, 2000: 15)
Segundo Hoffmann (2000), avaliar nesse novo paradigma é dinamizar oportunidades de ação-reflexão, num acompanhamento permanente do professor e este deve propriciar ao aluno em seu processo de aprendência, reflexões acerca do mundo, formando seres críticos libertários e participativos no construção de verdades formuladas e reformuladas.