AVALIAR A APRENDIZAGEM
O artigo elaborado destaca a importância, tipos e desenvolvimento das avaliações da aprendizagem, que em meu entendimento tem maior importância no cenário educacional atual.
Muito se tem discutido sobre o cenário da avaliação da aprendizagem, métodos de avaliação, avaliação por competências nestes últimos anos, e isso vem atralado com um alto indíce de evasão de alunos das instituições. Avaliar é um ato que deve ser feito com responsabilidade, ética e moral. A avaliação fundamentada em pressupostos tradicionais e apenas quantitativos ainda é uma abordagem usual, contudo devemos refletir sobre este cenário tendo em vista as novas demandas sociais. Ainda neste contexto, vale pontuar que avaliar não deve ser somente medir, mas perceber uma concepção filosófica política que este universo nos remete. Qual a melhor forma de avaliar nossos alunos, o que e como cobrar, como medir o conhecimento adquirido pelos alunos no período que estes passam na escola. Necessitaríamos repensar os métodos utilizados de avaliação, para que estes tenham seus limites ultrapassados tendo em vista a introdução de novas tecnologias que estão sendo inseridas no processo de aprendizagem e acompanhamento educacional.
Refletir sobre o contexto da avaliação no campo do desempenho escolar assim como o cenário da educação na formação do aluno como um indivíduo, que possue valores e crenças distintas dos demais, voltado para a cidadania, trata-se de uma necessidade fundamental para uma prática educativa mais justa e social. Acredito que o processo ensino e aprendizagem devam estar pautado, no respeito ao aluno, considerando como pressuposto suas aptidões físicas, condições sociais e econômicas, não podendo sofrer qualquer espécie de discriminação uma vez que no momento em que o aluno é valorizado em sua plenitude, poderá se efetivar a formação de cidadãos críticos e ativos no contexto social. Contudo, vale ainda apontar que a avaliação não é somente uma questão relacionada aos professores, mas à instituição em sí.
Com base dessas observações, destacamos que a prática educacional brasileira atua na quase totalidade das vezes como verificação e não como processo de avalição real do desempenho dos alunos. Neste processo avaliativo, deixa-se de lado o foco humanitário, emocional, o conhecimento prévio do aluno sendo considerados apenas certos os conteúdos e respostas que previamente satisfazem os padrões preestabelecidos pelo sistema em vigor. Estas características necessitam ser redimensionadas já que não mais podemos compactuar com processos educacionais que somente se pautem em reproduções conceituais. Seria importante pensar na avaliação para o crescimento do aluno, assim como para construção de sua cidadania e de sua autonomia.
Entende-se que, neste processo avaliação ? ensino - aprendizagem, todos os educadores devem ter em mente o que é avaliar e o quanto uma avaliação pode mexer com a autoestima de um aluno, se usada de forma incorreta. Avaliar não deve ter como base a exclusão e sim a inclusão do educando, sempre pensando naquele ser humano como um grande potencial de grandes feitos futuros. Transformar valores e arraigar conceitos deveria ser o principal objetivo da avaliação.
Em síntese, não podemos avaliar de forma qualitativa os saberes de cada aluno nas escolas, sem se dar conta do papel do educador; do pedagogo frente à avaliação. Uma vez que realizada de forma errada "agressiva" acaba desmotivando o aluno em sí e também os demais da sala, aumentando assim o índice de evasão escolar. Enfatizar o papel do educador perante o sistema avaliativo é importante, pois entendemos que tratamos com pessoas e esperamos que estas, possam contribuir para uma redefinição desta sociedade vigente. A exclusão social se dá na maioria das vezes por conta de processos avaliativos que somente mensuram conhecimentos pré-estabelecidos sem se dar conta do complexo cenário que este assunto nos remete.
As questões avaliativas envolvem reflexões atuais tendo em vista que já não podemos consagrar modelos tradicionais a uma questão tão importante como esta, sendo assim, a compreensão do processo avaliativo no cotidiano escolar é merecedor de grande reflexão, ultrapassando a medida em seu significado.
A partir do inicio do século XX, a avaliação vem atravessando pelo menos quatro gerações, conforme Guba e Lincoln, apud Firme (1994). São elas:
? Mensuração, que consistia em apenas dar uma nota;
? Descritiva, avaliava como foi resolvido o exame;
? Julgamento, questionava os testes padronizados e o reducionismo da noção simplista de avaliação como sinônimo de medida; tinha como preocupação maior o julgamento;
? Negociação, nesta geração, a avaliação é um processo interativo, negociado, que se fundamenta num paradigma construtivista. Para Guba e Lincoln apud Firme (1994) é uma forma responsiva de enfocar e um modo construtivista de fazer.
Atualmente podemos dizer que o conceito de avaliação está apresentando mais uma evolução: a de se apropriar, que está fazendo da avaliação uma apropriação com aquilo que o aluno desenvolveu durante suas tarefas, no seu cotidiano, utlizando assim um tipo de avaliação reguladora, que trata de como cada sujeito aprende ao longo do processo de ensino-aprendizagem a se adaptar às novas necessidades que lhe são apresentadas.
A avaliação é a parte mais importante de todo o processo de ensino-aprendizagem.
avaliar é mediar o processo ensino/aprendizagem, é oferecer recuperação imediata, é promover cada ser humano, é vibrar junto a cada aluno em seus lentos ou rápidos progressos. (Bevenutti 2002)

Acreditamos que o grande desafio para construir novos caminhos é uma avaliação com critérios de entendimento reflexivo, conectado, compartilhado e autonomizador no processo ensino/aprendizagem. Desta forma, estaremos formando cidadãos conscientes, críticos, criativos, solidários e autônomos.
Devemos mudar hábitos e vícios para conseguir avaliar a aprendizagem de forma coerente e clara, que nos "prove" que o aluno desenvolveu-se durante as aulas.