O regime de ciclos de forma humana (CFH) rompeu com a escola pautada pela repetência, caso o aluno não alcançasse a média no final do ano, este repetia novamente a mesma série e, este novo método, gerou e ainda gera muitas discussões e rejeições por parte dos professores, da própria gestão, dos alunos e  dos pais.  Dos professores, alguns, por falta de conhecimento, culpa o sistema de CFH pela não repetência dos alunos que chegam ao final do ano e não alcançam o esperado, da gestão que muitas vezes também não conhece o método a fundo, e, não sabe lidar com professores e alunos nas suas angustias. A maioria dos alunos dizem que não  reprovam mais, por isso não precisam estudar,e, os pais muitas vezes não sabem mais em que ano ou série o filho está. Toda esta problemática se dá pelo falta de conhecimento e estudo por parte dos professores e gestão.

            Fazendo um breve histórico da escola seriada observamos que o primeiro grupo escolar foi construído em São Paulo em 1893, conforme o modelo criado na Inglaterra em 1870. Ele institui a idéia de série e a classificação das turmas, a autoridade saia do professor para a escola, surgia a figura do diretor e o trabalho docente passava a ser fiscalizado e sistematizado, a transmissão de conhecimento se fazia por meio da memorização e dos castigos. Já em 1957 Anísio Teixeira afirma:

“ As inteligências que se ajustam ao ensino formal são as do tipo médio, excessivamente plástico e passivo. Os verdadeiramente capazes são desencorajados”. Como solução ele propõe “suspender-se o regime de reprovações”.

 

          Depois de mais de uma década que foi implantada o sistema no sistema educacional do estado de Mato Grosso, ainda existe muitas dúvidas e problemas em volta do tema, muitas escolas ainda continuam trabalhando mesmo que na escola de CFH, usando metodologias do sistema seriado como: planejamentos anuais, avaliações bimestrais, muitas vezes camufladas, pois o professor ainda não tem o hábito de avaliar seu aluno diariamente, gradativamente, no final do bimestre realiza a avaliação da mesma maneira da escola seriada.

          No sistema de ciclos o processo classificatório é eliminado, avalia-se o aluno progressivamente, o professor tem ao longo de quatro anos tempo suficiente para que este saia, da sua fase, apto a desenvolver as habilidades e competências. A falta de conhecimento é um grande fator que emperra a evolução e real aproveitamento deste sistema.  Lauro de Oliveira Lima afirma: “Queiramos ou não, a reprovação é sinal de ineficiência  do sistema escolar e de incapacidade do Magistério, salvo se estivermos nos limites da anormalidade”.

          Notamos que é uma problemática antiga, cultural, enraizada na nossa educação a reprovação e o CFH chega para mudar esta trajetória, com alguns problemas, mas com mais soluções, o que se objetiva ao final é que alunos, professores, gestão, comunidade escolar, trabalhem em conjunto para uma melhor e real educação e para que se chegue a este objetivo, todos os envolvidos tem que estar empenhados em ler e estudar sobre a proposta da escola  em ciclo de formação humana.

Referências Bibliográficas

Nova Escola, Ciclo de aprendizagem culpado ou inocente?, Edição160,  Ed. Abril, São Paulo,. Março/2003.