FUNDAÇÃO FRANCISCO MASCARENHAS
FACULDADES INTEGRADAS DE PATOS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO (LATO SENSU)
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA







CÍCERA CRUZ LEITE PEREIRA





AVALIAÇÃO ESCOLAR NO ENSINO FUNDAMENTAL I











Serrita - PE
2010
CÍCERA CRUZ LEITE PEREIRA








AVALIAÇÃO ESCOLAR NO ENSINO FUNDAMENTAL I





Trabalho de Conclusão de Curso ? Artigo Científico ? apresentado à Coordenação do Curso de Especialização em Psicopedagogia ministrado pelas Faculdades Integradas de Patos, em cumprimento às exigências para a obtenção do título de Especialista.

Professora: MS. Mônica Maria Feitosa Braga Gentil



Serrita ? PE
2010
CÍCERA CRUZ LEITE PEREIRA





AVALIAÇÃO ESCOLAR NO ENSINO FUNDAMENTAL I






Trabalho aprovado em _____________/_________________/_______________


Nota:____________________________________________________________


Professor(a):______________________________________________________





SERRITA - PE
2010

AVALIAÇÃO ESCOLAR NO ENSINO FUNDAMENTAL I


Cícera Cruz Leite Pereira



R E S U M O:
Este artigo visa investigar a Avaliação Escolar no Ensino Fundamental I.
Concebe a avaliação escolar como um mecanismo que orienta e acompanha o processo educativo tornando-se inevitável a reflexão sobre a ação que o educador deve ter frente ao ato avaliativo, observando todas as etapas que serão desenvolvidas. Portanto, a partir dessa compreensão escolher-se-á o tema: Avaliação Escolar no Ensino Fundamental I. A opção por esse tema deu-se por sentir a necessidade de buscar e questionar sobre a prática avaliativa nas séries iniciais do Ensino Fundamental e consequentemente auxiliar o educador nesse processo, tendo em vista a sua responsabilidade quanto o desenvolvimento cognitivo de cada educando.


Palavras ? Chave: avaliação ? educação ? método.










Cícera Cruz Leite Pereira

* Licenciatura em Pedagogia ? Coordenadora Pedagógica da Escola Municipal Menino Jesus ? Séries Iniciais do Ensino Fundamental. Pós ? graduada em Psicopedagogia pelas Faculdades Integradas de Patos ? FIP.

A B S T R A C T

This article aims to investigate the School Assessment in the Elementary School I.
Conceives the school evaluation as a mechanism that guides and monitors the educational process became inevitable reflection about the action that the educator should act against the evaluation, noting that all steps will be developed. Therefore, from this understanding will choose the theme: School Assessment in Elementary School I. The choice of this theme was made by a need to seek and question on the evaluation practice in the early grades of elementary school and thus assist the educator in this process, in view of its responsibility as the cognitive development of each student.



Keywords: assessment ? education ? method.









Cícera Cruz Leite Pereira



* Degree in Pedagogy - Pedagogical Coordinator of the School Child Jesus - early grades of elementary school. Post - Graduate Educational Psychology in the Faculties of integrated Ducks - FIP.








1. I N T R O D U Ç Ã O

Este trabalho trata-se de uma investigação, sobre a qualidade da Avaliação Escolar no Ensino Fundamental I e os métodos empregados como uma forma de inclusão na educação observando todo o processo na construção dos conhecimentos dos educandos.

A avaliação escolar é uma ferramenta primordial no processo educativo que merece atenção especial por definir o resultado final desse processo. Portanto é imprescindível que a mesma seja contínua e processual.

Para obter resultados, é necessário a análise dos métodos utilizados na avaliação, através de identificação das falhas do processo avaliativo, a verificação das causas que impedem a avaliação contínua e processual e a determinação dos fatores que auxiliam nesse processo.

Essa pesquisa foi elaborada a partir de análise de textos e bibliografias consultadas em sites, livros, revistas, apostilas e outros, com o objetivo de demonstrar um melhor entendimento sobre o assunto, tendo como área de estudo a Escola Municipal Menino Jesus, localizada à Praça Cel Chico Romão S/N, Centro, Serrita ? PE; onde oportunamente foi analisado o processo avaliativo da escola, os métodos utilizados e a atuação dos professores.

A partir dessa pesquisa pode-se chegar à conclusão de que contribuirá para a melhoria do processo educativo.

Diante do exposto ressaltamos que estamos abertos à crítica e sugestões que o trabalho possa suscitar.





2. Avaliação Escolar no Ensino Fundamental I

A compreensão da concepção da avaliação escolar torna-se possível quando há um entendimento da importância e os significados dos eixos que norteiam o processo de formação, tomando como princípio a proposta pedagógica da escola e a organização dos trabalhos a ser executado por toda equipe administrativa e pedagógica.

Sabe-se que para avaliar, é preciso estabelecer critérios como: o que avaliar? Para que? Quem? Quando? Como? E em seguida a escolha de procedimentos comparados com o contexto e a forma em que foram produzidos com o objetivo de adquirir o produto final.

Para isso é necessário o uso de instrumentos e procedimentos adequados da avaliação. (Libâneo, 1994 p.204).

Avalia-se não para seguir normas, mas sim para formar o educando, visando o ensino-aprendizagem, atentando para a superação das dificuldades, estimulando os alunos a continuar os estudos, e observando o nível de qualidade em que os objetivos estão sendo atingidos, tendo em vista que o processo avaliativo inclui instrumentos e procedimentos diversificados que servirão de bússola para o professor. Portanto os métodos dos quais o mesmo se apropria influencia no desenvolvimento do aluno, por isso é imprescindível a autoanálise do trabalho docente da escola quanto à prática pedagógica, antes de definir qual tipo de avaliação a ser aplicada já que cada sala de aula é portadora de realidades distintas.

A avaliação é concebida como uma das mais complexas atividades do educador já que a mesma desempenha diversas funções atuando de forma diagnóstica, continua e processual.

Uma Instituição de Ensino deve planejar seus trabalhos, priorizando a realidade dos seus educandos, tendo como peça chave o olhar clínico para que ocorra a identificação dos problemas, avanços e a continuidade do processo educativo. No entanto, a avaliação é um instrumento investigador e formativo contínuo pelo qual a participação ativa dos pais, professores e alunos é de suma importância para que haja a valorização dos aspectos globais do ensino aprendizagem contribuindo para a formação das identidades e dos valores pessoais.

A avaliação é um exercício mental que permite a análise do conhecimento, através de diagnóstico e o julgamento, permitindo o autoconhecimento.

A educação é concebida como um direito à escola, portanto não cabe a escola o papel de classificar, excluir ou sentenciar os alunos, evitando assim "rótulos" que comprometam o processo educativo.

Quando o avaliar estar apenas associado a fazer prova, fazer exame, atribuir notas, aprovar ou reprovar, a educação resulta-se em apenas em mera transmissão de conhecimentos e memorizações de informações prontas, tornando o educando um ser passivo e receptivo, moldado pelo tradicionalismo.

De acordo com a educação, a avaliação tem uma visão ampla em que oportuniza - se a construção de conhecimentos, a partir do desenvolvimento cognitivo, motor, objetivo e social, associado a experiências vividas, tornando seres ativo e dinâmico. E para auxiliar o aluno a avançar na aprendizagem e na construção do saber a avaliação atua na verificação do grau de conhecimento.

Acreditar que a atribuição de notas ou conceitos podem isoladamente explicar o rendimento do aluno, torna-se um procedimento reduzido impossibilitando o educador e educando desenvolverem habilidades e construção de competências.

A função nuclear da avaliação é ajudar o aluno a aprender e o professor a ensinar. (Perrenoud, 1999, p 167)

Ressalta-se sobre a importância dos critérios da avaliação, pois o professor educador não trabalha baseado em dados inventados, mas de acordo com a necessidade do educando.

"O importante não é fazer como se cada um houvesse aprendido, mas permitir a cada um a aprender".
( Perrenoud, 1999, p165.)

O ato avaliativo é um momento marcante, que busca trazer novas oportunidades, não tem um fim em si mesmo por ser um instrumento de aprendizagem em que estar focalizado no desenvolvimento de competências através das ações do professor, baseado em observação, questionamento, registro e feedback, tendo alguns indicadores como parâmetros para todo o processo.

A prática avaliativa baseia-se na realidade do aluno ao observar as competências desenvolvidas, portanto é preciso um verdadeiro diagnóstico da construção dos conhecimentos e não apenas somas de registro de prescrição das atividades realizadas, para que a mesma seja real com o intuito de formar cidadãos conscientes, críticos, criativos, solidários e autônomos.

O grande desafio para construir novos caminhos, é uma avaliação com critérios de entendimento reflexivo, conectado, compartilhado e autonomizado no processo ensino- aprendizagem.


2.1- Tipos de Avaliações Educacionais

A avaliação é uma prática onde a maioria das escolas se detém ao tradicionalismo, mesmo existindo diferentes formas de averiguar o aprendizado do aluno, a prática pedagógica deixa muito a desejar.

No processo avaliativo é indispensável a definição de habilidades a serem desenvolvidas que contemplarão as competências esperadas, tendo em vista que as avaliações precisam ser portadoras de determinadas características, como: os objetivos, os conteúdos e os métodos que serão trabalhados e avaliados na unidade, que tenha como meta a revisão do plano de ensino, que irá desenvolver as capacidades físicas e intelectuais dos alunos, garantindo e comprovando os conhecimentos assimilados, em que irá promover a auto-percepção do professor quanto ao desempenho dos alunos na construção de suas habilidades, tendo como base conteúdos significativos, métodos apropriados e acompanhamento adequado, pois a orientação no processo avaliativo é de suma importância já que permite conhecer os ritmos do progresso de cada aluno e detectar as dificuldades dos mesmos. Portanto, os resultados obtidos pela avaliação devem ser utilizados para adequar o método de ensino de forma eficaz.
Os métodos avaliativos ocupam espaço relevantes na prática pedagógica, portanto, avaliar, é um instrumento que verifica o aprendizado e os avanços adquiridos pelos alunos, onde ao mesmo tempo fornece subsídios para o trabalho docente, fortalecendo o processo de ensino-aprendizagem, já que a mesma descreve o progresso, o conhecimento e as dificuldades presentes, proporcionando apoio para o planejamento de novas ações didáticas e propostas avaliativas.

A ação avaliativa sofreu diversas mudanças para se adequar a realidade do educando atendendo as suas necessidades. Vejamos algumas fases evolutivas:

a) Fase da mensuração: a avaliação era aplicada através de testes e exames para classificar os alunos e determinar o progresso.

b) Fase descritiva: obtinha ? se dados de objetos atingidos pelos alunos, descrevendo o que seria sucesso ou dificuldade. Nessa fase surgiu o termo "avaliação educacional".

c) Fase do julgamento: era preciso julgar sobre o conjunto de todas as dimensões do objeto, inclusive sobre os próprios objetivos.

d) Fase de negociação: processo interativo, negociação, com fundamentação construtivista. Instrumento de referencia e de apoio a natureza pedagógica, administrativa e estrutural que se concretiza mediante a partilha de ações e cooperativismo.

Sabe ? se que a educação é um direito, portanto, não é correto avaliar para classificar, sentenciar, aprovar ou reprovar. A avaliação tem que incidir sobre os aspectos gerais do processo, inserido ao Projeto Político Pedagógico da instituição de ensino, partindo do pressuposto de que tanto o aluno quanto a Instituição ambos são avaliados. Portanto avalia-se para identificar os problemas, avanços e redimensionar a ação educativa, por isso a avaliação possui diversas funções, como:

? Função diagnóstica: proporciona informações acerca das capacidades do aluno antes de iniciar o processo de ensino aprendizagem, que deve ser utilizada como consulta, registro e interpretação da história escolar do aluno.

? Função formativa: permite constatar o que estão sendo construído pelos alunos e o que estão em vias de construção. Identificar dificuldades e programar atividades diversificadas para não acumular dificuldades. Representa o principal meio pelo qual o aluno passa a conhecer seus erros e acertos, assim, há um maior estimulo para um estudo sistemático dos conteúdos. É através dela que os professores realizam projetos e definem as competências a serem priorizadas no mesmo.

? Função somática ou final ? serve para ter um diagnóstico global do processo vivido, que servirá para a organização do trabalho pedagógico.

Para uma avaliação continua do processo de ensino/aprendizagem é preciso criar instrumentos que possibilitem os alunos e professores acompanharem o processo de forma eficaz.
A observação é um instrumento que permite ao professor obter informações sobre as habilidades cognitivas, atitudinais e procedimentais dos alunos, através do acompanhamento de registro e anotações baseados em critérios definidos e objetos propostos.

O registro tem a função de acompanhar o processo educativo, propiciando a análise critica e reflexiva.

Provas e testes são instrumentos que oportunizam a percepção dos avanços ou dificuldades dos alunos em relação ao tema em questão, onde sua formulação deve fundamentar-se em questões de compreensão e raciocínio e não em memorização mecânica.

Debates - proporciona momentos de interação com outros conhecimentos.

Auto-avaliação - análise dos resultados obtidos pelos alunos, evidencias do que conseguiu aprender, evidencias das dificuldades que ainda enfrentam e o reconhecimento das superações que precisam ser conquistadas.

Ficha avaliativa ? instrumento que demonstra o desenvolvimento do aluno referente às competências, habilidades e análise dos aspectos afetivos, sociais, etc.

Os instrumentos de avaliação devem refletir a pedagogia baseada em diálogos e busca coletiva de soluções.

Representa o principal meio pelo qual o aluno passa a conhecer seus erros e acertos, assim, há um maior estímulo para um estudo sistemático dos conteúdos. É através dela que os professore realizam projetos e definem as competências a serem priorizadas no mesmo.

É necessário a conscientização de todos os segmentos onde a avaliação deve ser repensada para que a qualidade do ensino não fique comprometida, sendo cuidadosos com o histórico dos educandos para que não ocorra o autoritarismo e a arbitrariedade.

O ato de avaliar tem basicamente, três passos: conhecer o nível de desempenho do aluno em forma de constatação da realidade. Comparar essa informação com aquilo que é considerado importante no processo educativo (qualificação). Tomar as decisões que possibilitem atingir os resultados esperados. (Luckesi p.148, 1995).

A avaliação é uma apreciação qualitativa sobre dados relevantes de ensino e aprendizagem que auxilia o professor a tomar decisões sobre sua prática pedagógica. Portanto, é essencial que sejam definidos os critérios, em que o professor fará a listagem de itens relevantes para desenvolver uma avaliação contínua e provocar o desenvolvimento dos alunos.

A avaliação qualitativa deve estar alicerçada na qualidade do ensino e pode ser feita para avaliar o aluno como um todo, observando a capacidade e o ritmo de cada um. O professor precisa estar atento as evoluções individuais dos alunos e as suas inteligências múltiplas, para não fazer julgamentos precoces. Respeitar o tempo de desempenho é uma tarefa difícil que requer paciência e dinamismo. É nesse contexto que a autoavaliação contribui para o professor rever suas metodologias utilizadas na sua pratica pedagógica, podendo utilizar instrumentos avaliativos vinculados a necessidade de dinamizar, problematizar e refletir sobre a ação educativa / avaliativa, que envolve diversos aspectos necessitados de observações, para que o professor possa transformar sua prática atendendo todo o publico, principalmente as deficiências de aprendizagem, com também os oriundos de distúrbios mentais ou sensoriais. É sabido que o sistema nervoso comanda todos os outros sistemas do nosso corpo e interfere nas atividades humanas, inclusive a aprendizagem. Diversos distúrbios são os causadores de problemas na aprendizagem e a escola tem um papel de fundamental importância para apoiar e compreender o grande leque de variados problemas em que os alunos trazem consigo e se manifestam na maioria das vezes na sala de aula, conduzindo muitos professores a avaliar como agressivo, aluno problema, hiperativo, discriminando a sua capacidade de desenvolver algo que precisa ser estimulado.

Quando há uma interação entre professor e aluno, o ambiente escolar torna-se prazeroso e capaz de perseguir objetivos impossíveis aos nossos olhos, algo que se conquista através da autoavaliação do professor e sua dedicação a desempenhar métodos avaliativos adequados, objetivado a instigar a potencialidade de cada aluno de acordo com a capacidade de cada um, já que todos são portadores de potenciais prontos a ser expandido, induzido por motivações ao interesse de aprender, que por sua vez serão avaliados continuamente para que possam atingir o nível esperado de aprendizagem.

2.2 - Sugestões de Métodos Avaliativos

Os métodos avaliativos são relevantes no processo educacional, já que consiste em princípio no diagnóstico da situação em que os alunos se encontram. Após obtenção dos resultados, torna-se o guia para o planejamento das ações que serão desempenhadas na prática pedagógica para a melhora do ensino.

Avaliar exige antes de tudo a definição de critérios e posteriormente a escolha dos procedimentos a serem aplicados para o alcance das metas desejadas, sendo também imprescindível a definição dos fins, portanto, é preciso conhecer o aluno sua competência curricular, seu estilo de aprendizagem, interesses e técnicas de trabalho, em seguida, deve constatar o que está sendo aprendido, através de recolhimento de informações de forma contínua e utilizando diversos procedimentos metodológicos, em grupo e individual, adequando o processo de ensino, tendo em vista os objetivos propostos e fazer uma analise e reflexão sobre o alcance dos mesmos com o intuito de determinar a posição do aluno ao longo da sua jornada educativa, identificando as dificuldades e demonstrando as soluções. No entanto a liderança do educador é de suma importância já que o foco é a aprendizagem do educando. Se não houver liderança, não haverá competência nem alinhamento no processo.

Quando o ato de avaliar estar associado à construção de habilidades torna - se um auxilio para saber quais objetivos foram atingidos, quais ainda faltam e quais as interferências do professor para ajudar o aluno, já que o desenvolvimento das competências / habilidades devem ser a meta de cada educador.

O processo de avaliação deve ser motivador e integrador, e permitir, além de diagnosticar o "erro", ajudar o aluno a reformular suas hipóteses e seus saberes. O aluno que "erra" está testando hipóteses não adequadas, mas nem por isso deixa de participar da construção do conhecimento.

Dentro da visão da avaliação formativa, devem ser considerados os procedimentos e as estratégias dos alunos, os resultados finais, os avanços, as conquistas que os alunos apresentam, as necessidades de aprendizagem que ainda existem, enfocando cada vez mais o aspecto qualitativo de processo de aprendizado.

O primeiro ponto que deve ser compreendido, quanto ao processo de avaliação, é que o ato de avaliar não deve ser apenas o de julgar os erros e os acertos, devem servir como um modo de fazer os alunos amadurecerem, construírem novos conhecimentos e evoluírem. A avaliação contribui para promover aprendizagens significativas.

Ao avaliar o aluno, avalia - se a atuação do professor, portanto, deve-se criar estratégias interativas e diversificadas que visem o desenvolvimento de todos.

Através da avaliação o educando deve compreender quais objetivos conseguiu alcançar e quais ainda necessitam ser alcançados. Para isso, é necessário que o professor seja mediador desse processo e percorra o caminho da aprendizagem junto com o aluno, refletindo e buscando o melhor junto com ele. Por isso, é importante que ela seja um processo contínuo, que busque a melhoria do aprendizado e que tenha os critérios bem definidos para o processo. Considerando que os alunos possuem ritmos de aprendizagem diferentes, os instrumentos utilizados para avaliá-los devem ser diversificados de maneira a contemplar a heterogeneidade.

O quadro a seguir apresenta sugestões de avaliação que podem ser praticadas em sala de aula.
QUADRO DE AVALIAÇÃO
Tipo/definição Função Vantagens Atenção
Prova objetiva
Lista de perguntas em que o aluno deve indicar a única resposta correta
Calcular quantas informações específicas do conteúdo o aluno conseguiu assimilar. É possível abranger grande parte do conteúdo, é fácil de preparar e os alunos estão familiarizados. Não permite avaliar o quanto o aluno aprendeu e pode ser respondida sem reflexão, de memória.
Prova dissertativa
Lista de perguntas que explora habilidades como leitura, interpretação, análise e síntese. Analisar a capacidade dos alunos em utilizar essas habilidades, formular ideias e expressar por escrito. Permite avaliar o raciocínio dos alunos, além da capacidade de organização e expressão de suas idéias. Envolve menos conteúdo.
Trabalho em grupo
Atividades diversificadas realizadas coletivamente. Contribui para o desenvolvimento da socialização e de atitudes cooperativas entre outros. Favorece o trabalho com vários conteúdos em tempo menor e o trabalho organizado em classes numerosas. Não deve ser a única forma de avaliação em detrimento das atividades individuais, e exige que o professor pesquise informações para orientar as equipes.
Debate
Troca de ideias entre os alunos acerca de um assunto polêmico. Defender as próprias opiniões, por meio da argumentação baseada na analise e na reflexão critica. Contribui para o desenvolvimento da oralidade e de atitudes de respeito pela diversidade. O professor deve atuar como mediador, priorizando o fluxo de informações, sem indicar "vencedores".
Relatório Individual
Texto produzido pelo aluno depois de alguma atividade prática ou projeto. Verificar se houve aprendizagem e se os alunos são capazes de expressá-la em forma de texto Favorece a identificação do real nível de aprendizagem do conteúdo. O professor deve evitar julgar a opinião do aluno.
Observação
Análise do desempenho dos alunos na realização de atividades cotidianas ou em situações planejadas. Acompanhar o desenvolvimento do aluno de maneira mais abrangente. Permite acompanhar as etapas de desenvolvimento do processo de construção do conhecimento dos alunos. Deve-se estar atento para que não sejam feitas generalizações e julgamento subjetivos. Por isso, exige anotações pontuais e constantes.
Fonte: Nova Escola. São Paulo, Fundação Victor Civita, ano XVI, nº 147, Nov/2001.

Além da avaliação feita pelo professor, pode - se orientar os alunos a realizarem uma autoavaliação de seus trabalhos.

No momento de análise de desenvolvimento do aluno é preciso considerar as dúvidas que consegue explicitar, as tentativas que faz para realizar as atividades propostas, as interações que ocorrem com os parceiros, à conscientização dos progressos que realiza e do que precisa rever para ser aprendido.

Para a avaliação da aprendizagem dos alunos, é necessário a organização de situações no inicio do processo com a finalidade de mapear os conhecimentos que os alunos tem referente ao assunto. Essa investigação, permite saber de onde parte a aprendizagem que se pretende, verificando como a aprendizagem está progredindo, considerando as diferenças individuais. Embora ensino e aprendizagem sejam processos articulados, são diferentes e, portanto, é preciso observá-los separadamente.

Em relação à avaliação do ensino é preciso analisar se os agrupamentos favorecem a realização das atividades e o avanço dos alunos, se a organização do espaço e a organização dos materiais favorecem o desenvolvimento das atividades, se os conhecimentos prévios dos alunos foram considerados na resolução dos problemas colocados, se os questionamentos, informações e intervenções, em geral, favorecem a aprendizagem, já que as ações dos alunos deverão ser avaliadas cotidianamente, em que serão promovidas intervenções pelos educadores, caso necessário. Os instrumentos avaliativos subsidiam a compreensão dos conteúdos e as habilidades que deverão ser desenvolvidas, verificando os objetivos que foram atingidos e aqueles que precisam ser revistos e replanejados.

Os métodos avaliativos estão relacionados aos objetivos do educador. Se na realização de uma atividade o objetivo for a aprendizagem, os alunos podem trocar informações entre si e recorrer a diferentes formas de consulta. Mas, se o objetivo é descobrir o que cada aluno sabe individualmente, essas estratégias sofrem alterações.

A avaliação, portanto, é parte da ação pedagógica, que auxilia na reflexão sobre o processo de aprendizagem e o redimensionamento do planejamento. Por isso, a avaliação é um processo continuo e deve se converter em atividade rotineira, motivando o aluno a tornar-se sujeito de sua própria aprendizagem.

Quando a avaliação ocorre de forma processual comparam-se os resultados e registram-se os avanços e os problemas que necessitam de superação, a partir daí a avaliação torna algo vivo e dinâmico.

É indispensável pensar na finalidade da avaliação, pois a mesma não é apenas uma forma de verificar os conhecimentos, mas uma oportunidade de com base em informações coletadas em vários momentos do processo de trabalho, fazer novas e diferenciadas intervenções, ajustes ou modificações de nossos planos. De fato, a avaliação é uma fonte de informação não só para o professor, mas também para os alunos, que precisam ser informados/orientados quanto a seu próprio processo de aprendizagem.

Isso significa que a avaliação não deve se resumir a apenas um instrumento, como uma prova, mas que deve ser feita em vários momentos e contar com variados instrumentos que permitam um melhor acompanhamento do processo ensino-aprendizagem.

Outro aspecto fundamental refere-se à definição de critérios de avaliação, que servirão como referencia para a preparação de instrumentos adequados aos objetivos e a observação diária dos alunos que devem ser coerentes com objetivos colocados e com todo o trabalho realizado no dia-a-dia escolar. Assim, os diversos conteúdos trabalhados podem servir de base para a definição de critérios e para a escolha de instrumentos de avaliação diversificados.































3. CONCLUSÃO

A concepção de avaliação está relacionada à idéia de mudanças do comportamento humano, tendo como alvo à classificação do aluno. No entanto é necessário que seja redirecionada, pois a competência ou a incompetência do aluno não resulta apenas da escola ou do professor, e sim de todos aqueles que participam do contexto escolar e social do educando.

A avaliação deve contemplar diversos aspectos que envolvem política, postura, crenças, valores, entre outros.

Os instrumentos avaliativos são determinados através da realidade em que o profissional atua e que serve como um meio de controle, feito através de atribuição de notas, para que os alunos realizem as tarefas e tenham comportamentos esperados pelo professor e a escola, onde na maioria das vezes não se importam com o tipo de conhecimento que o aluno adquiriu. A nota, portanto passa a representar um objetivo diferente do rendimento do aluno.

O educando precisa aprender, saber pensar, ser crítico, criativo. E é dentro dessa perspectiva que a avaliação necessita ser trabalhada, portanto, deve ser colocada a serviço da aprendizagem como um instrumento que vise a evolução do conhecimento do educando.

É preciso refletir sobre a relação existente entre as propostas didáticas planejadas e as aprendizagens conquistadas pelos alunos.

Espera-se que as escolas revejam seus conceitos e filosofias para conseguir minimizar a exclusão dos alunos da escola e conseqüentemente da sociedade.






REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS


HADJI, C. Avaliação desmistificada. Porto Alegre: Artes Médicas, 2001.

LIBÂNEO, J.C. Didática. 15 ed. São Paulo: Cortez, 1999.

LUCKESI. C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. 9. ed. São Paulo: Cortez, 1999.

PERRENOUD, P. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens. Porto Alegre:Artmed, 1999.

PERRENOUD, P. Não mexam na minha avaliação! Para uma abordagem sistêmica da mudança pedagógica. In: NOVOA, A. Avaliação em educação: novas perspectivas. Porto, Portugal: Porto Editora, 1993.

Publicação: Artigo da Publicação Raízes e Asas n. 8. São Paulo: CENPEC, 1995. Página: 23.

RAMOS, P. Os pilares para educação e avaliação. Blumenau ? SC: Acadêmica, 2001.