RESUMO

O presente artigo tem o objetivo de fomentar uma reflexão/análise dos processos de avaliação da aprendizagem vivenciados no ensino fundamental I (séries iniciais) utilizados pelos professores, sobre a concepção e métodos de avaliação da aprendizagem, questionando e debatendo diretamente com os autores sobre como a forma de avaliar influencia diretamente na aprendizagem e vida escolar do aluno. O texto abordará às concepções e processos da avaliação, e como a escola do século XXI pratica a avaliação, tendo como base trará a pesquisa bibliográfica pautada em discursos sobre autores que pesquisaram e pesquisam sobre essa temática. 

INTRODUÇÃO

Este artigo originou-se da análise bibliográfica dos métodos avaliativos utilizados pelos professores no ensino fundamental I e como estes podem gerar aprisionamento 1Graduada em Pedagogia na UNEB campus XIII, estudante do curso de pós graduação de Docência do Ensino pelo Instituto Luiz Mascarenhas e Discente do curso Superior Serviço Social na Unopar Ead / Itaberaba-Ba/ [email protected] 2 ou libertação do conhecimento adquirido pelo aluno, durante seu processo de aprendizagem. A análise será feita a partir do olhar questionador da autora para compreender e descrever como a avaliação é vista pelos diferentes autores: Cipriano Luckesi, Jussara Hoffmann, José Romão e outros. Investigarei também, sobre o papel que o professor exerce em sua prática a favor ou contrária a teoria e como isso pode refletir diretamente no desenvolvimento do aluno. A avaliação serve para identificar as dificuldades e os conhecimentos prévios do aluno durante sua construção do conhecimento. A proposta desse artigo visa apresentar a avaliação como ela realmente deve ser; um instrumento investigativo e não de constatação numérica do grau de conhecimento que o aluno adquire em uma prova / teste. Sendo assim, descreverei em capítulos distribuídos de seguinte forma: Pressupostos metodológicos; Avaliação; Avaliação Formativa; Concepções de erro e suas “consequências”; Avaliar ou examinar; A avaliação utilizada como processo de inclusão e as considerações finais.

PRESSUPOSTOS METODOLÓGICOS

A década de 70, ainda sob a ditadura militar o Brasil passava por ações de movimentação em seu processo de alfabetização e a avaliação por ainda ser rusticamente estabelecida servia para julgar o comportamento do aluno e para controlar o planejamento do professor. Para a época este modelo de avaliação se tornou um marco muito forte e nesta mesma década os testes ali inseridos no ambiente escolar serviam para medir e mensurar todo conhecimento do aluno, transformando assim a avaliação em um processo objetivo de seleção. Por isso, através de intimas inquietações das quais fui e ainda sinto fazer parte deste contexto histórico, o presente artigo foi construído através de um sistema previamente estruturado como: a) formulação do problema e hipótese que no mesmo seria: como a avaliação influencia diretamente na vida escolar e social do aluno e como ela pode ser realmente inclusiva, pois para se avaliar tem que se permitir conhecer aqueles que estão inseridos neste processo, sempre levando em conta tudo aquilo que o aluno ainda não sabe e que virar, a saber, tendo como objetivo principal que me 3 levou a dar rumo a esta pesquisa foi a preocupação da aprendizagem destes indivíduos, pois, se o objetivo primordial do processo de ensino do professor não tiver voltado à aprendizagem de seus alunos, e principalmente daqueles que possuem suas limitações, como poderia esta avaliação ser de fato inclusiva e justa? Por isso, se fez necessário sair dessas hipóteses para caminhar em direção ao próximo passo que foi; b) a coleta de dados, que pode me ajudar a sustentar teoricamente todos os fatos supostos acima, me colocando em posição de chegar as; c) análises dos dados necessários que puderam me proporcionar à construção deste artigo, contendo todas as minhas inquietações perante o que se foi pesquisado, permitindo assim que pudesse chegar as conclusões e generalizações necessárias para apresentar na redação logo abaixo, tudo que foi construído a partir de pesquisas teóricas e metodológicas, cujo sua natureza é de trabalho científico original, contendo apenas alguns resumos de ideias dos grandes autores escolhidos para compor o mesmo. Seus objetivos foram construídos por base de pesquisa exploratória à cerca do assunto abordado, pois como já havia citado acima seu procedimento de construção utilizei pesquisas em laboratório (sites de pesquisas e sites específicos) e bibliográfica (livros de metodologia, e o tema) que pode me auxiliar a ampliar meus conhecimentos adquiridos durante minha caminhada acadêmica, comtemplando também tudo aquilo que de fato eu vivi no ensino fundamental não somente como aluna, mais como professora, pois, acredito que apesar da avaliação ter seus 25 anos de discursão a mesma ainda possui muita coisa a ser tirada dos papéis já escritos e aprimorada em novas discussões conforme for à necessidade da demanda apresentada pela sociedade que se encontra em ativa transformação.

AVALIAÇÃO

Quando falamos em avaliação, não podemos deixar de falar um pouco sobre a história da didática moderna, que nasceu nos séculos XVI e XVII tendo como fundador, considerado o pai da mesma, o bispo, educador, cientista e escritor checo Amos Comenio, mais conhecido como Comênio, que propôs um sistema de educação novo na prática do ensino, com o principal objetivo de dar a todos direitos iguais perante o saber. Em uma de suas maiores obras, fruto de muita pesquisa, chamada de didática 4 magna presente no livro “Tratado da Arte Universal de Ensinar Tudo a Todos” em 1649, traz importante contribuição para este artigo que é a descrição sobre o ensino unificado, que é posto em prática nas ações diretas de cada professor e, principalmente, nos métodos avaliativos. Comênio, nesta mesma obra traz suposições de leis para uma boa interação na escola com base na Ratio Studiorum, sistematização da pedagogia jesuítica em forma de documento cheio de capítulos e regras que cobrem todas as atividades ligadas diretamente ao ensino, que recomendava ao professor que nunca se afastasse do estilo filosófico de Aristóteles e da teologia de Santo Tomás de Aquino tendo como base de modelo avaliativo o exame. Este modelo educacional defendia a necessidade de se examinar o conhecimento do aluno a todo minuto, toda hora, todo dia, toda semana e assim por seguinte, e para garantir que esse conhecimento não diminuísse o nível existia o escolarca que tinha o poder nas escolas e a obrigação de elaborar uma prova para saber o nível de cada aluno. As escolas, no atual sistema, faz esse tipo de prova, a exemplo das bancas de faculdade, vestibulares, concursos, entre outros.

Muita discussão se tem feito nos últimos anos, especialmente no século XXI sobre avaliação da aprendizagem. As avaliações hoje provém de perspectivas positivistas que com o passar do século foi evoluindo e passando para uma perspectiva mais ampla de natureza tanto dialógica quanto dialética, voltada para uma transformação que abrangesse o plano pessoal, social e escolar. Luckesi2 afirma que a avaliação que tem como ponto de partida o ensino e a aprendizagem, possibilita o professor construir um diagnóstico que relate como está ocorrendo a aprendizagem, as experiências, os elementos e recursos utilizados para efetivar sua aprendizagem. 2 Atualmente professor Pós-aposentado do Programa de Pós graduação da Faculdade de Educação ACED, Universidade Federal da Bahia (UFBA) e autor do livro Avaliação da aprendizagem escolar(2011) 5 Para Romão3 os avaliadores tendem a trazer a avaliação para uma concepção dialética do conhecimento que ao mesmo tempo passa por uma falsa visão educacional, que se preocupa com criação de teorias e métodos alternativos que auxiliem nessa busca pela transformação. Porém as concepções mais simples e objetivas que o autor traz são: antagônicas em que a epistemologia positiva a qual julga os erros e acertos dos alunos tendo como sistema educacional as verdades absolutas de formas rigorosamente estruturadas (que já está ultrapassada e não é recomendado ser usada nos dias atuais) e a dialética como foi citada acima como a prática mais adotada pelos profissionais da educação que traz o conhecimento com a ideia de potencialização do conhecimento do individuo avaliando assim com seu desempenho em situações especificas, cada um conforme suas limitações de aprendizagem. Já Hoffmann4 concebe avaliação como um ato pedagógico que ocorre no interior da escola, que acaba por atender a demandas sociais diversificadas, sendo as práticas avaliativas realizadas através de uma observação desta mesma avaliação, podendo assumir função classificatória ou diagnóstica, de acordo com a postura do professor que se utilizam dos termos, prova, nota, boletim, recuperação e o mais temido de todos que é a reprovação, a famosa trajetória que os alunos passam como prova de seu conhecimento concreto. Podemos então perceber que a escola tem como opção de pratica avaliativa várias ferramentas: provas, trabalhos, seminários, aulas de recuperação e conselho de classe que podem ser consideradas como prioridade para se obter uma nota e, uma investigação, sob um olhar mais cuidadoso e crítico para que possa então ir além de discussões sobre os métodos. É fundamental compreender que: “Avaliar é julgar ou fazer a apreciação de alguém ou alguma coisa, tendo como base uma escala de valores [ou] interpretar dados quantitativos e qualitativos para obter um parecer ou julgamento de valor, tendo por base padrões ou critérios” (Haydt,1988:10).

[...]