AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE DE COMPOSTOS QUÍMICOS UTILIZADOS EM ALISANTES CAPILARES NA CIDADE DE ITUMBIARA-GO

André Luiz Marques1, José Lucas Pascoal de Faria2, Karoline Alves de Carvalho2, Priscila Marques Pereira2.

1 Professor e orientador do curso Ciências Licenciatura Plena em Química. 2 Alunos do curso Licenciatura em Química. Departamento de Química. Instituto Luterano de Ensino Superior/ULBRA. Av. Beira Rio 1001, Bairro Nova Aurora, Itumbiara-GO.

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Resumo: O reconhecimento de que a pele humana não é uma barreira impermeável para algumas substancias aplicada topicamente deu início às investigações sobre a penetração percutânea e tóxica potencial de alisantes capilares, além de serem constituídos por componentes químicos altamente tóxicos. Visando uma melhor clareza no que diz respeito a estes produtos e técnicas utilizadas pelos cabeleireiros foram realizados questionários e comparativos com um índice de 40% dos estabelecimentos autorizados que não possuem condições totalmente seguras de aplicações e estudo da toxicidade e reações que pode ocasionar o alisamento. Devido a resultados obtidos pretende-se uma conscientização dos profissionais e consumidores para uma precaução de alergia ou sintomas mais graves ao couro cabeludo e até mesmo ao próprio sistema imunológico humano.

Palavras-Chaves: Mulheres. Alisantes. Precauções.


Introdução

Por terem diferentes tipos de cabelo é que mulheres adotam certo modismo. Os tratamentos mais solicitados nos salões de beleza são os de relaxamento e alisamento, a base dos produtos destinados a realizá-

los, atua quebrando as ligações das moléculas capilares, deixando-as em uma nova posição, modificando o formato dos cabelos (GUERREIRO, 2001). Os produtos utilizados nos alisamentos capilares são formulados a partir de substâncias alcalinas como Hidróxido de Sódio e Tiogliconato de Amônio, ou por Formol, que tem sua ação rápida e com maior poder de alisamento e durabilidade, mas é muito agressivo.

O processo do alisamento depende de como é feito, podendo ser mais danoso ao cabelo devido às ligações que mantêm a integridade do fio que são rompidas por forças médias (ligações iônicas) e as fortes (ligações com pontes de cistina).

A avaliação de segurança é baseada numa situação virtual de risco zero, que raramente existe para a exposição humana a qualquer substância natural ou sintética (GUTERRES, 2005).

Visando à clareza no que diz respeito ao produto, técnicas e equipamentos de proteção, traça-se um panorama de conscientização do perigo visto pela aplicação do conteúdo.

Procedimentos Metodológicos

O presente trabalho foi elaborado tendo como viés principal o uso e a precaução para com os produtos de alisamentos capilares nos salões de Itumbiara-GO. Por se tratar de um conjunto de responsabilidades objetivas e cuidados que se estabelece pelo profissional liberal bem como pelo consumidor no que tange a utilização do alisante.

A pesquisa foi desenvolvida nos salões de beleza da cidade, em vários bairros com classe sociais diferentes traçando um panorama com questionários sobre o uso de alisantes capilares, produtos químicos, técnicas e equipamentos de proteção, bem como conhecimento sobre os perigos e toxicidade dos mesmos.

De acordo com as entrevistas e avaliações adquiridas foi feito um comparativo com pesquisas já divulgadas em internet, livros, jornais e revistas onde traziam depoimentos de profissionais e consumidores dos produtos em análise.

Os resultados obtidos foram importantes, pois se localizou salões que não possuem o cuidado necessário para com o consumidor. Um dos cabeleireiros não possui curso de aplicação do produto, outro nem conhece sua fórmula, não sabendo dizer qual reação poderia ocorrer no couro cabeludo não conhecendo as reações alérgicas ocasionada pelo mau uso. No entanto, há salões que se mostram responsáveis e conscientes para com o produto que utilizam, com freqüência pesquisam no ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) os produtos utilizados e analisam a quantidade permitida de cada composto para melhor informação e atendimento ao cliente.

Resultados e Discussões

Em desenvolvimento do projeto teve-se a seguinte constatação:

Gráfico1: Compostos utilizados

Compostos encontrados em pesquisa:

A-13, 9% de Tiogliconato de Amônio

B -33,4% de Hidróxido de Sódio

C - 52,7% de Formol

 

Em principio foi observado nos salões, que os compostos dos alisantes químicos não se encontram regulares com as normas do ANVISA (Agencia Nacional de Vigilância Sanitária). Há uma adulteração na quantidade autorizada como é o caso do formol, sendo ele o mais utilizado e mais agressivo. O alisamento segue um padrão onde a mulher lava o cabelo com xampu até que ele fique limpo o bastante para aplicação do produto, após a aplicação é passando no cabelo uma chapa quente onde alisa os fios.

O produto tem um cheiro forte e permanece no cabelo por um período de 3 a 5 dias. Durante esse período a passagem da chapa é contínua, no entanto, o produto e a chapa não atingem o couro cabeludo, isso em 85% dos salões que tem experiência, outros não fazem testes e nem usam equipamentos de proteção que são: capa plástica, luvas e máscara. Alergias e problemas respiratórios podem ser ocasionados na aplicação do produto, tendo que haver um cuidado com pessoas de menor idade e de uma idade avançada.

Normalmente a durabilidade do produto é de 6 meses, mas há variação pelo tipo de cabelo e a proteína contida nele. Observou se também a falta de informação do consumidor para com o produto ao ser questionado sobre a composição do produto utilizado. Já 73% dos profissionais possuem cursos de especialização e são informados sobre o composto.

Gráfico2: Profissionais que mostram conhecimento e condições adequadas para a aplicação do produto:

26% Estabelecimentos não apropriados estruturalmente e profissionalmente.

32% Estabelecimentos que possuem condições favoráveis para uma aplicação.

42% Estabelecimentos que possuem uma avançada tecnologia e profissionais qualificados.

Dada a classe química dos alisantes capilares e o tamanho da população exposta. Essa classe de cosméticos tem sido extensivamente estudada e regulada, inclusive, o principal desafio para a regulamentação da segurança desses produtos é a conciliação da exposição humana a qualquer substancia natural ou sintética e o desejável, mas inatingível, ideal de risco zero.

Referências Bibliográficas

GUERREIRO, Lílian. Alisante capilar. Disponível em: <http://www.sbrt.ibict.br/ >Acesso em: 11 set 2008.

GUTERRES, Silvia S. Tinturas capilares: existe risco de câncer relacionado à utilização desses produtos? Disponível em: <http://www.cff.org.br/> Acesso em: 30 ago 2008.

TREVISAN, Carlos Alberto. Escova progressiva, alisantes e formol. Disponível em:<http://www.anvisa.gov.br/cosmeticos/alisantes-formolhtml/> Acesso em: 02 set 2008.

CONN, Eric E. Introdução à bioquímica. 3ed. São Paulo: Edgard Blucher Ltda., 1985 p. 57ª 65.