Introdução

Pensar em impactos e repercussões da Justiça Restaurativa na comunidade após um ano de execução do Projeto Justiça Juvenil Restaurativa na Comunidade, primeiramente nos faz refletir, enquanto enfoque de supervisão deste, se alcançamos nossos objetivos iniciais como, tornar as comunidades autônomas na resolução pacífica de seus conflitos.

Nossa trajetória nas comunidades da Cruzeiro do Sul e Restinga se deu de forma diferente do que se tinha pensado, entretanto, conseguimos obter diversos resultados satisfatórios, conforme relatamos no decorrer deste artigo. Inclusive a mudança de atitudes nas resoluções de conflitos que algumas instituições realizaram, pois primeiramente é necessário que as pessoas envolvidas num conflito tenham clareza de que “precisamos da pessoa em função da qual o Círculo foi formado tanto quanto essa pessoa precisa de nós” (PRANIS, 2010, p.41). Com esta definição em mente, torna-se possível a realização de um círculo restaurativo.

A Justiça Restaurativa se baseia no princípio da física quântica (PRANIS, 2010) onde diz que tudo está em conexão, que são interdependentes e que tudo no Universo está ligado. Desta forma, mesmo que o conflito ocorra entre pessoas que até então não se conheciam, a partir daquele momento, uma faz parte da história de vida do outro. Percebemos que o Projeto aconteceu de forma intensa para alguns, lento para outros, mas impactante para quem viveu intensamente esta nova forma de viver e de ver a vida.