INTRODUÇÃO

Este documento trata-se de um relatório referente a uma pesquisa de campo solicitado pelo docente Aroldo Barbosa da Faculdade Dom Pedro II, que ministra a disciplina Avaliação educacional e Institucional. Neste relato tratarei das experiências vivenciadas no estágio com um olhar reflexivo sobre o tema avaliação, no intuito de agregar conhecimentos, conhecer mais de perto como se dá esse processo nas instituições e relacionar com as teorias adquiridas na vida acadêmica, profissional e pessoal.
Abordarei no decorrer dos capítulos seguintes sobre a postura do professor diante da avaliação e como problematização irei questionar sobre: a utilização da prova como ameaça pode contribuir para o aprendizado do aluno? A escolha do tema se deu a partir das inquietações que foram surgindo durante experiências vividas na área educacional e as teorias estudadas no curso de pedagogia.
Os objetivos da investigação são: analisar os instrumentos utilizados pelo professor na avaliação, identificar na prática avaliativa da instituição e refletir sobre os resultados obtidos como prática avaliativa. Com posse dos resultados alcançados no objetivo, irei analisar e trazer propostas que possam contribuir significativamente para uma avaliação continua, onde os conhecimentos prévios dos educandos sejam valorizados e a aprendizagem esteja constantemente envolvida na arte da ação-reflexão-ação.
Os instrumentos utilizados para a concretização do trabalho foram a observação,, entrevista e pesquisa documental. Nas páginas subsequentes serão abordados o capítulo I que traz a fundamentação teórica, o capítulo II ? o processo de avaliação na unidade escolar e em seguida as conclusões, referências e anexos.



CAPÍTULO I ? FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A avaliação é uma ato de ação-reflexão-ação, onde o docente precisa está atento para acompanhar e reorientar a aprendizagem de seu educando. Ao avaliar seu aluno o professor estará avaliando também o seu trabalho e analisando as possíveis mudanças visando o melhor desenvolvimento profissional e do seu educando. É de fundamental importância ter a consciência de criar um instrumento de avaliação que seja reflexiva e formativa onde a prática não seja lançada como instrumento de punição ou reprovação dos alunos. Para Luckesi:
a avaliação, diferentemente da verificação envolve um ato que ultrapassa a obtenção da configuração do objeto, exigindo a decisão do que fazer ante ou com ele. A verificação é uma ação que congela o objeto; a avaliação, por sua vez, direciona o objeto numa trilha dinâmica de ação. (Luckesi, 2009)
Com essa definição percebemos que a escola opera com verificação e não com avaliação da aprendizagem, pois gestores, professores, pais e alunos estão preocupados com conteúdos e a verificação sem se importar com a aprendizagem dos alunos.
Para Luckesi (2009) "na pratica da aferição do aproveitamento escolar os professores realizam basicamente três procedimentos: medida do aproveitamento escolar, transformação da medida em nota e utilização dos resultados identificados". Os dois primeiros procedimentos são os mais comuns encontrados nas instituições de ensino, onde a medida utilizada são os acertos que serão transformados em pontos e esses transformados em nota. Referente a utilização dos resultados, o professor tem amplas possibilidades para utilizá-lo, e a atitude mais recomendada seria atentar para as dificuldades e trabalhar para que de fato obtenha um resultado significativo. Infelizmente essa é a posição muito pouco adotada pelas escola.
Para Jussara Hoffmann (2008), é preciso "salientar a importância do papel do professor no sentido de observar o aluno para mediar, ou seja, para refletir sobre as melhores estratégias pedagógicas possíveis no sentido de promover sua aprendizagem".
Contrário a essa questão alguns docentes, não adotam essa prática, utilizando a nota como arma contra o aluno, com poderes de aprovar, reprovar e punir, reproduzindo na escola a exclusão da sociedade e julgando de acordo com as notas ou conceitos os menos capazes e os mais capazes. Dessa forma, atribui-se um valor significativo às notas e médias onde por muitas vezes são colocadas em vertentes diferentes da aprendizagem.
O contexto social, político e econômico está interligado com a avaliação, pois o resultado das mudanças sucedidas na educação é uma grande diversidade nas salas de aula. O aumento do número de alunos nas escolas, a aprovação automática, os baixos salários dos professores, as dificuldades financeiras da famílias são fatores que exige um vasto investimento de verbas publicas no educação. Hoffmann afirma que:
Fala-se apenas que os professores não ensinam bem, por inúmeros fatores. Ninguém percebe toda infra- estrutura necessária à escola do nosso tempo, a questão referente à vida e as famílias de crianças e jovens de hoje, as questões socioeconômicas e culturais que interferem violentamente na educação. (Hoffmann, 20008)

O Projeto Político Pedagógico é a identidade de uma escola e nele é de suma importância que entre outras especificidades esteja explicito detalhadamente sobre as concepções de aprendizagem e avaliação que norteará os caminhos e ações. O docente precisa está ciente da abordagem proposta pela escola, para conduzir de forma favorável o processo de ensino e aprendizagem.








CAPÍTULO II ? O PROCESSO DE AVALIAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR

O Colégio Estadual Conselheiro Vicente Pacheco de Oliveira situa-se na rua das Paulinas, s/n, bairro Dom Avelar. Criada no ano de 1982, oferece ensino fundamental II e ensino médio nos 3 turnos sendo o matutino com 325 alunos, vespertino com 268 e noturno com 368 sendo oferecido aos alunos da noite o ensino regular e a Educação de Jovens e Adultos.
Suas instalações físicas possuem 22 salas distribuídas em 10 salas de aula, 1 sala de direção, 1 biblioteca, 4 sanitários, 1 secretaria, 1 cozinha, 1 laboratório de informática, 1 sala de professores, 1 refeitório e 1 sala de vídeo. Possui também área de lazer e salas espaçosas, com janelas, ventilador e boa iluminação. Dentre os recursos tecnológicos a escola dispõe de aparelhos de DVD, retro projetor e 1 televisão em cada sala de aula.
Com um número significativo de professores para todas as disciplinas, alguns cursando e outros com ensino superior completo, a escola possui 20 professores no turno matutino, 19 no vespertino e 17 no noturno.
Com relação aos documentos segundo a secretária, a escola possui Regimento Escolar, Plano de Desenvolvimento Educacional (PDE) e Projeto Político Pedagógico (PPP, em construção a 2 anos) porém a mesma não disponibilizou os mesmo para que pudessem ser analisados por nós. Informou-nos também que a gestão anterior havia comprado e plagiado o Projeto Político Pedagógico sendo este recusado pelos professores e pela secretaria de educação onde o mesmo chegou com o nome da escola onde foi plagiado. A elaboração do documento atual está sendo realizado pela diretora, vice-diretora, secretária e alguns professores.
Ao realizar a entrevista com a gestora, a mesma relatou que a avaliação aplicada na escola é processual, utilizando como instrumentos atividades de casa, classe, pesquisas, testes, trabalhos em grupo e uma semana de prova ao final de cada bimestre. Durante a semana de provas a rotina da escola sofre alterações, sendo os alunos liberados após concluir a atividade avaliativa. Com o resultado dessas atividades que são utilizadas como auxilio para verificação da aprendizagem dos alunos, os docentes selecionam os conteúdos em que a turma apresentou maior dificuldade explica novamente o assunto e realiza a recuperação paralela com a mesma atividade avaliativa ou elabora outra com o mesmo conteúdo.
Segundo a gestora, a instituição realiza avaliações com intuito de preparar seus educandos para concorrer a vestibulares e Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), e promove para os alunos do ensino médio palestras e testes vocacionais com a finalidade de motivar e ajudá-los a discernir sobre seu futuro profissional. Ao ser questionada sobre a concepção de avaliação e concepção de aprendizagem a gestora confessou ser essa uma questão bastante complexa para responder e como não tivemos acesso ao projeto político pedagógico que está em construção, essas questões não poderiam ser relatadas.















CONCLUSÕES

A necessidade da discussão sobre o tema avaliação, acaba trazendo informações distorcidas sobre modelos de avaliações que conhecemos durante toda trajetória escolar. É preciso ter em mente que os métodos tradicionais podem ser utilizados, porém não devem ser o único meio de avaliar o educando. A avaliação deve ser considerada um processo contínuo e de suma importância para o desenvolvimento cognitivo do aluno.
Outro fator importante é a postura do professor diante da avaliação. Manter um diálogo aberto e esclarecedor, ajuda os educando a encarar os instrumentos com tranqüilidade e não como punição. Agir dessa forma colabora para o sucesso no ensino e aprendizagem.
Recomendamos que a semana de avaliação adotada pela instituição ao final de cada bimestre seja extinta, para evitar possíveis constrangimentos ansiedades e nervosismo e que os professores possam estar conscientes para conscientizar seus alunos sobre o conceito de avaliação.










REFERÊNCIAS

HOFFMANN, Jussara Maria Lerch. Avaliar: respeitar primeiro, educar depois. Porto Alegre: Mediação,2008.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem Escolar: estudos e proposições. São Paulo. Cortez,2009.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Verificação ou Avaliação: o que pratica a escola? IN: Avaliação da Aprendizagem Escolar:estudos e proposições. São Paulo. Cortez, 2009.