José Vieira Silva Nunes

BRADEN, Nathaniel. Auto-estima e os seus seis pilares, São Paulo: Saraiva, 2000.

Auto-estima: Apreço ou valorização que uma pessoa confere a si própria, permitindo-lhe ter confiança nos próprios atos e pensamentos.

Partindo de um princípio de que a criança vem de um lar muitas vezes conturbado e incompreensível, a escola representa pra ela muitas vezes um tipo de refúgio onde se procura uma melhor visão de vida que nem sempre pode encontrar em casa. Já para outras, a escola representa um lugar de humilhação e baixa estima. É dever da escola na pessoa do professor e toda equipe envolvida no processo educacional oferecer pra essa criança a educação bem como a dignidade e o apoio necessários para que ela possa desenvolver sua auto-estima e assim se tornar um ser capaz de ser reconhecido na sociedade como alguém que não vai a escola só pra suprir os dados previstos pelas metas do Ministério da Educação ou para que seus pais possam receber algum tipo de benefício do governo.

O  professor torna-se o agente que poderá ou não atender essa criança e ajudar no processo de aprendizagem reforçando, estimulando a auto-estima dessa criança através do respeito e da confiança na capacidade dela. A escola não é o lugar onde se deve pregar a superioridade ou inferioridade de um aluno em detrimento de outrem, más o lugar onde não importando quais sejam, o aluno possa ser ajudado. A auto-estima possui um peso essencial no processo de aprendizagem pois quando o professor mostra-se confiante na capacidade que cada aluno possui, ele reforça, nutre a auto-estima da criança. As pesquisas têm apontado o fato de que quando a criança acredita em si mesma e possui professores que acreditam em seu potencial vão melhor nos estudos. O problema está no fato de que muitas vezes a criança encontra na escola professores carentes de auto-estima que acabam “descarregando” suas frustrações em seus alunos. A auto-estima do professor interfere diretamente no exercício de sua função. As ferramentas que muitas vezes são oferecidas aos professores constituem muitas vezes coisas que estão fora da realidade do aluno. O fato de se “premiar” o aluno por tudo que ele faz de positivo acaba por criar a ideia de uma auto-estima vinculada a “qualificações” independente do comportamento e do caráter. É fato que a escola não irá ter todas as respostas para “tornar” o aluno um ser com elevada auto-estima, porém ela pode contribuir de forma positiva para ajudar no processo de aprendizagem.