Esse ano foi muito fácil de observar que a sociedade está retomando a iniciativa social de ir para a rua e cobrar o que lhe é assegurado pela Constituição de seu país. O povo está manifestando com mais garra seus direitos sociais. Hoje, na era tecnológica, a participação social foi democratizada. A informação chega a todos com a mesma velocidade. O desenvolvimento social da atualidade está interligado principalmente a saber ler e entender aquilo que leu, ou seja, ser alfabetizado. Sim, um indivíduo só necessita ser alfabetizado para viver na sociedade tecnológica. O papel da escola de transmitir a cultura da humanidade divide espaço com o Google. É só perguntar ao Google, da mesma forma que perguntaria a um mestre, e a resposta é dada em questões de segundos. Nas décadas anteriores a carga cultural era disponibilizada exclusivamente pelo meio físico de enciclopédias e as mesmas apresentavam-se em linguagem rebuscada e fracionada, separada por capítulos. Eram vários capítulos. Além de ser difícil achar as informações naqueles inúmeros capítulos era necessário um intermediador, o professor, para decifrar a linguagem do autor. Entende, tudo era muito fragmentado! Para uma pessoa se especializar em determinado assunto ele deveria primeiramente “digerir” todo um processo fragmentado. Atualmente a informação é democratizada e disponibilizada a qualquer momento da aprendizagem. Prova disso é que hoje temos crianças de escola regular que desenvolvem sistemas para aplicativos que naquela época somente seria possível aos adolescentes cursando a faculdade. Entramos aqui em questionamentos permite-nos refletir como os direitos sociais estão diretamente relacionados com o a democratização do sistema educacional: Porque crianças com autismo ou qualquer outra necessidade especial durante séculos foram cruelmente segregados da participação social? Primeiramente vamos atribuir essa discriminação ao sistema educacional. Formar cidadão para saber ler, escrever e criticar é função da escola e a mesma durante anos trabalhou conforme os interesses da burguesia. No sistema burguês a "educação" só é objeto dos meios de produção, ou seja, somente é necessário aprender a ler e escrever para poder aprender uma profissão que futuramente será uma mão de obra. Enquanto isso para que pensar nos direitos sociais, para que pensar em "educação para fins de participação social?. Responder integralmente porque a diversidade social foi durante anos classificada em "incluídos e excluídos, ou capazes e incapazes" levaria bem mais que um dia, mas a chave principal é: o sistema educacional não trabalhou para a sociedade mas sim para o sistema social burguês, e isso se dá à nível mundial! Daí para encobrir esse déficit pedagógico do sistema se dizia que as crianças não possuíam discernimento suficiente para aprender! De fato, era uma forma de não se aceitar que na verdade o sistema de ensino era que necessitava de manutenção! A neurociência evoluiu e hoje dá conta de explicar que todos indivíduos possuem capacidade suficiente para serem alfabetizados. Com um pouquinho de esforço já temos hoje crianças com déficit mental alfabetizadas e jovens em vários espectros do autismo já estão cursando o mestrado, como a Temple Grandin, famosa nos Estados Unidos. Enfim é necessário que haja uma linha de manutenção no sistema educacional. Professores, escolas e sociedade não sejam hipócritas! Crianças com necessidades especiais são comprovadamente capazes! A sociedade brasileira tem que encarar sua incapacidade histórica de se recriar e de propor pedagogias que atenda democraticamente a diversidade! As escolas que hoje rejeitam qualquer criança estão comprovando que não acreditam na capacidade de sua equipe pedagógica. Proponho que a entidade “escola” alie-se à sociedade atuando de forma democrática e formando indivíduos críticos e atuantes. Escolas, vamos fazer mais do que transmitir, uma vez que a internet já está dando conta disso. A entidade deve significar nesse momento como forte entidade que se alia à sociedades para lutar a favor dos nossos direitos. Vamos nos unir e dizer “NÃO” à segregação e “SIM” à diversidade que é isso que nos faz crescer como seres sociais atuantes.