Os pulmões estão situados dentro da cavidade torácica, com um pulmão de cada lado do esterno. Cada pulmão é dividido em uma ápice, que é ligeiramente pontiagudo e eleva-se acima da primeira costela; uma base, que é larga e côncava e passa sobre o diafragma em forma de cúpula; e um corpo, que é dividido em lobos. O pulmão direito tem três lobos: o superior, o médio e o inferior. O pulmão esquerdo tem apenas dois lobos, o superior e o inferior, devido ao espaço ocupado pelo coração. 

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AUSCULTA:

Os sons respiratórios são mais bem ouvidos se a criança inspirar profundamente. Nos pulmões, os sons respiratórios são classificados como vesiculares, broncovesiculares ou brônquicos.

Ruídos respiratórios vesiculares: ouvidos sobre toda a superficie pulmonar com exceção da área sob o manúbrio.

Ruídos respiratórios broncovesiculares: ouvidos sobre o manúbrio e nas regiões intra-escapulares superiores, onde a traquéia e os brônquios bifurcam-se. A inspiração é mais intensa e mais aguda que na respiração vesicular.

Ruídos respiratórios brônquicos: ouvidos apenas sobre a traquéia, próximo á incisura supra-esternal. A fase inspiratória é curta, e a fase expiratória é longa.

A ausência ou diminuição dos sons respiratórios é sempre um achado anormal que denuncia a necessidade de investigação. A presença de líquido, ar ou massa sólidas no espaço pleural interfer com a condução dos sons respiratórios. 

SONS ADVENTICIOS: 

Som:crepitações (estertores)- que resultam da passagem de ar através de liquido ou umidade.

Finas:

Características: sons de estalidos intermitentes, agudos e suaves auscultados ao final da inspiração indicam líquido nos alvéolos.

Causa: pneumonia, insuficiência cardíaca congestiva, tuberculose.

TUBERCULOSE (TB) 

A TB é causada por Mycobacterium tuberculosis. Embora o agente causal seja o bacilo da tuberculose, outros fatores influenciam o grau em que o microrganismo é capaz de produzir um estado alterado no hospedeiro, incluindo a hereditariedade ( a resistência á infecção pode ser geneticamente transmitida), o sexo ( maior nas meninas adolescentes), a idade ( resistência menor em lactentes, incidência mais elevada durante a adolescência), o estresse ( emocional ou físico), o estado nutricional e a infecção intercorrente ( especialmente sarampo e coqueluche). Atualmente, a infecção por HIV é o fator de risco mais importante para que a infecção por TB progrida para doença ativa.

A origem da infecção em crianças é, em geral, um adulto ou adolescente infectado, tipicamente um membro de grupo familiar. O pulmão é a porta de entrada usual nos seres humanos; os microrganismos entram menos amiúde por ingestão. Nos pulmões, uma proliferação das células epiteliais circunda e encapsula os bacilos em multiplicação, na tentativa de aprisionar os agentes invasores, formando, assim, o tubérculo típico. A extensão da lesão primária no sítio original causa a destruição tecidual progressiva à medida que ela se dissemina para dentro do pulmão, libera material de focos para outras áreas dos pulmões (p.ex: brônquios ou pleural) ou produz pneumonia. A erosão dos vasos sanguíneos pela lesão primária pode provocar ampla disseminação do bacilo da tuberculose para sítios próximos e distantes ( TB miliar). As áreas que são frequentemente afetadas incluem linfonodos, meninges e osso. 

AVALIAÇÃO DIAGNOSTICA 

O diagnostico baseia-se na informação derivada do exame físico, da história, da reação aos testes tuberculínicos, dos exames radiográficos e das culturas de microrganismo. Além disso, deve-se determinar se a lesão está ativa ou não, quiescente ou em estágio curado.

O teste tuberculínico é o mais importante teste para detectar se uma criança foi infectada pelo bacilo da tuberculose. 

CONDUTA TERAPÊUTICA 

O controle clínico das lesões por TB em crianças consiste em nutrição adequada, quimioterapia, medidas de suporte geral, prevenção da exposição desnecessária a outras infecções que comprometam adicionalmente corporais, prevenção da reinfecção e,por vezes, procedimentos cirúrgicos. 

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA TB 

Extremamente variáveis. Pode ser assintomática ou produzir uma vasta gama de sintomas: febre, indisposição, anorexia, perda de peso, a tosse pode ou não estar presente ( progride lentamente durante semanas a meses), dor contusa e aperto no tórax, hemoptise rara.

Com progressão: a freqüência respiratória aumenta, expansão pulmonar deficitária no lado afetado, sons respiratórios diminuídos e estertores, maciez á percussão, a febre persiste, manifestam-se sintomas generalizados, desenvolve palidez, anemia, fraqueza e perda de peso. 

CONSIDERAÇÕES DE ENFERMAGEM: 

A maioria das crianças com TB pulmonar quase tem a doença não-infecciosa; portanto, elas raramente precisam ser isoladas. Existem poucos bacilos no escarro, a quantidade de escarro produzida é bastante pequena, e o escarro é deglutido, em vez de expectorado. A hospitalização raramente é exigida, exceto para os exames diagnósticos necessários; a maior parte das crianças é controlada satisfatoriamente em casa. 

PREVENÇÃO: 

O único meio certo para prevenir a TB é evitar o contato com o bacilo da tuberculose. 

INSUFICIÊNCIA CARDIACA CONGESTIVA( ICC) 

A ICC é a incapacidade do coração de bombear uma quantidade adequada de sangue para a circulação sistêmica para preencher as necessidades metabólicas do corpo. Nas crianças, a ICC mais frequentemente ocorre secundariamente a anormalidades estruturais que resultam em aumento de volume e pressão do sangue. A ICC é mais comum nos lactentes.

A insuficiência cardíaca muitas vezes é dividida em duas categorias, insuficiência do lado direito e do lado esquerdo. Na insuficiência do lado direito, o ventrículo direito não consegue bombear sangue eficazmente para a artéria pulmonar, resultando num aumento da pressão no átrio direito e na circulação venosa sistêmica. A hipertensão venosa sistêmica causa hepatoesplenomegalia e, ocasionalmente, edema. Na insuficiência do lado esquerdo, o ventrículo esquerdo não consegue bombear o sangue para a circulação sistêmica, resultando em aumento da pressão no átrio esquerdo e nas veias pulmonares. Os pulmões se tornam congestionados com sangue, causando elevação das pressões pulmonares e edema pulmonar.

Cada tipo de insuficiência cardíaca produz sinais e sintomas diferentes, cada lado do coração depende de uma função adequada do outro lado, a insuficiência de uma cavidade causa uma alteração recíproca na cavidade oposta.

Se as anormalidades deflagradoras da ICC não forem corrigidas, o músculo cardíaco fica lesado.

Os sinais e sintomas da ICC podem ser divididos em três grupos: 1-distúrbio da função miocárdica; 2- congestão pulmonar; e 3-congestão venosa sistêmica. 

1-      Distúrbio da função miocárdica

  • Taquicardia
  • Sudorese excessiva
  • Diminuição da debito urinário
  • Fadiga
  • Fraqueza
  • Inquietação
  • Anorexia
  • Extremidades pálidas e frias
  • Pulsos periféricos fracos
  • Diminuição da pressão sanguínea
  • Ritmo de galope
  • Cardiomegalia 

2-      Congestão pulmonar 

  • Taquipnéia
  • Dispnéia
  • Retrações (recém-nascidos)
  • Batimento das asas das narinas
  • Intolerância ao exercício físico
  • Ortopnéia
  • Tosse, rouquidão
  • Cianose
  • Sibilos
  • Roncos 

3-congestão venosa sistêmica.

  • Ganho de peso
  • Hepatomegalia
  • Edema periférico, especialmente periorbital
  • Ascite
  • Distensão das veias do pescoço (crianças) 

AVALIAÇÃO DIAGNOSTICA 

O diagnóstico da ICC é feito através das manifestações clinicas. Raios X de tórax revelam cardiomegalia e aumento das marcas vasculares pulmonares causadas pelo aumento do fluxo sanguíneo pulmonar. A hipertrofia ventricular aparece no eletrocardiograma (ECG).

CONDUTA TERAPÊUTICA

As metas do tratamento são 1- melhorar a função cardíaca, 2-remover líquidos e sódio acumulados, 3-diminuir as necessidades cardíacas e 4-melhorar a oxigenação tecidual e diminuir o consumo de oxigênio. 

CONSIDERAÇÕES DE ENFERMAGEM

A criança deve ser posicionada de modo a ter uma ventilação ideal e receber oxigênio pelo meio mais eficaz. É estabelecido um acesso IV, e as funções cardíacas e respiratórias devem ser monitorizadas continuamente, usando-se um motivo cardíaco e oxímetro de pulso para monitorar a saturação de oxigênio. O débito urinário e os eletrólitos séricos devem ser calculados frequentemente.

SINAIS INICIAIS DE ICC SÃO OS SEGUINTES: 

·        Taquicardia, especialmente durante o repouso e com leve atividade fisica;

·        Taquipnéia

·        Intensa sudorese no couro cabeludo, especialmente em lactentes;

·        Fadiga e irritabilidade;

·        Ganho repentino de peso;

·        Angústia respiratória; 

PNEUMONIA

A pneumonia, inflamação do parênquima pulmonar, é comum durante toda a infância, mas ocorre com maior freqüência no período da lactância e no início da infância. A pneumonia pode acontecer como uma doença primária ou como uma complicação de alguma outra doença. A pneumonia é reconhecida da seguinte forma:

PNEUMONIA LOBAR- totalidade ou grande parte de um ou mais dos lobos pulmonares é atingida. Quando ambos os pulmões são afetados, isto é conhecido como pneumonia bilateral ou dupla.

BRONCOPNEUMONIA- começa nos bronquíolos terminais, que se tornam obstruídos por exsudato mucopurulento, de modo a formar placas consolidadas nos lóbulos próximos; denominada pneumonia lobular.

PNEUMONIA INTERSTICIAL- o processo inflamatório fica mais ou menos confinado dentro das paredes alveolares ( interstício) e dos tecidos peribrônquicos e interlobulares.

A pneumonite é uma inflamação aguda localizada do pulmão sem a toxemia associada á pneumonia lobar.

A pneumonia é classificada, de acordo com a morfologia, forma clínica e o agente etiológico: viral, atípica (por micoplasma), bacteriana ou por aspiração de substâncias estranhas. O agente causal é identificado, em grande parte, a partir da história clínica, da idade da criança, da história geral de saúde, do exame físico, da radiografia e do exame laboratorial.

PNEUMONIA VIRAL

As pneumonias virais ocorrem mais comumente do que as pneumonias bacterianas e são observadas em crianças de todos os grupos etários.

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