AUGUSTO CONT: O MÉTODO POSITIVISMO E SUA VISÃO DE SOCIEDADE.
Publicado em 19 de agosto de 2014 por Paulo Marcos Ferreira Andrade
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
INSTITUTO DE LINGUAGENS
DEPARTAMENTO DE LETRAS
CURSO DE LETRAS/ESPANHOL
PAULO MARCOS FERREIRA ANDRADE
INTRODUÇÃO A SOCIOLOGIA
ATIVIDADE II - 1ª SEMANA
AUGUSTO CONT: O MÉTODO POSITIVISMO E SUA VISÃO DE SOCIEDADE.
Cuiabá, MT
2014
AUGUSTO CONT: O POSITIVISMO E A VISÃO DE SOCIEDADE.
“Amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim...” Conte
Augusto Comte foi um pensador francês que além de fundar o positivismo, ficou conhecido como o sistematizador da sociologia. Sua filosofia visava reorganizar o conhecimento humano e se embasava a priori em três pilares fundamentais: o critério da verdade, as experiências e os fatos positivos. No pensamento de Cont a família e a propriedade eram núcleos permanentes que deveriam promover o progresso, onde todos eram dependentes uns dos outros e houvesse individualismo.
O positivismo foi a primeira corrente teórica a pensar as questões sociais, dando origem aos estudos especializados da sociedade que conhecemos hoje por Sociologia. Esta corrente teórica vislumbrava resolver os conflitos sociais por meio da exaltação a coesão, a harmonia natural entre os indivíduos, ao bem-estar do todo social.
É no cientificismo que temos a origem do Positivismo, ou seja, na crença no poder exclusivo e absoluto da razão humana em conhecer a realidade. Pode-se dizer que positivismo brotou aqui e ali. Centelhas isoladas, perdidas no fumaça medieval, alçam-se e se unem até formar uma nuvem que é um completo sistema de ideias. O espírito positivo de Comte é um produto genuíno do ambiente científico que despertou sua inteligência. O método científico é o único válido para se chegar ao conhecimento.
Comte afirmava que apenas uma elite teria capacidade de desenvolver a parte frontal do cérebro, onde se localiza e desenvolve a faculdade superior, e com isso dizia que os demais seres humanos que não tinha esta capacidade deveriam ser dirigidos como garantia impreterível da ordem e do progresso. Ele afirmava que: “Nenhum grande progresso pode efetivamente se realizar se não tende finalmente para a evidente consolidação da ordem”.
Conte apud de Chauí (1998) mostra características fundamentais que distinguem o positivismo das demais filosofias:
Realidade – pesquisa de fatos concretos, acessíveis à nossa inteligência, deixando de lado a preocupação com mistérios impenetráveis, referentes às causas primeiras e últimas dos seres. Utilidade – busca de conhecimentos destinados ao aperfeiçoamento individual e coletivo do homem, desprezando as especulações ociosas, vazias e estéreis; Certeza – obtenção de conhecimentos capazes de estabelecer a harmonia lógica na mente do próprio indivíduo e a comunhão em toda a espécie humana, abandonando as dúvidas indefinidas e os intermináveis debates metafísicos; Precisão – estabelecimento de conhecimentos que se opõem ao vago, baseados em enunciados rigorosos, sem ambiguidades; Organização – tendência a organizar, construir metodicamente, sistematizar o conhecimento humano; Relatividade – aceitação de conhecimentos científicos relativos. Se não fosse relativos, não poderia ser admitida a continuidade de novas pesquisas, capazes de trazer teorias com teses opostas ao conhecimento estabelecido. Assim, a ciência positiva é relativa porque admite o aperfeiçoamento e a ampliação dos conhecimentos humanos.
Neste sentido Conte desenvolve uma sociologia que girava em torno de algumas constates, a saber: a família, o trabalho, a pátria, a religião. A teoria comteana culmina com a concepção da religião positiva, atribui-se isto à deterioração da sua saúde mental.
Na teoria comteana a sociedade deveria funcionar de formar a promover o bem estar dos indivíduos, esta como uma organização sociopolítica firmava pilares em uma nova ordem espiritual baseada na hierarquia e na Igreja Católica. Essa doutrina baseava-se no materialismo científico e achava que a humanidade deveria ser venerada. Esta era uma grande e única entidade, denominada o Grande Ser.
Assim a organização da sociedade passava pela Lei dos três estados a saber, estado teológico, estado metafísico e o estado positivo ou científico. Esta lei se fundamentava nas observações feitas por Comte em relação à evolução das concepções intelectuais da humanidade. Conte as definia da seguinte forma:
- Estado Teológico ou Fictício: Sociedade embasada numa estrutura militar que, por sua vez, é fundamentada na propriedade e exploração do solo;
- Estado Metafísico ou Abstrato: É considerado um estado intermediário, onde ocorreu uma leve expansão da indústria. Este evidencia a predominância das ideias naturais, com um pouco de influência ainda daquelas baseadas no sobrenatural;
- Estado Científico ou Positivo: Ápice do desenvolvimento intelectual humano onde os fatos explicados por leis inteiramente positivas e a razão opera somente através de fatos concretos, de experiências e fenômenos observáveis
Como se pode perceber a sociedade brasileira foi a que se mostrou mais influenciada pela teoria de Conte, isto fica muito evidente em um dos principais símbolos nacionais é de Comte a ideia de “Ordem e Progresso” expressa na Bandeira Brasileira. Os seguidores mais importantes da teoria comteana no Brasil são Miguel Lemos, Raymundo Teixeira Mendes e Benjamin Constant.