Considerando que as questões sociais são determinantes para o direcionamento das políticas sociais, é fundamental pensar as várias formas de atuação do profissional do serviço social na direção da garantia dos direitos e conquistas sociais por parte da classe trabalhadora. Tal intervenção não será libertadora se a atuação do profissional ainda for pautada nos paradigmas tradicionais do olhar burguês de família.

É preciso considerar, evidenciar, legitimar e valorizar a inserção da mulher na pauta pública com seus avanços, dentro dos processos sócio-econômicos, políticos e até mesmo familiar.

No âmbito da atuação do profissional do Serviço Social, é importante potencializar questões que garantam a continuidade do fortalecimento de espaços para mulheres no mercado de trabalho, na vida política e em todos espaços de poder que influenciam nos destinos da sociedade atual.

Cabe assim, ao profissional que lida com as questões sociais, apontar direitos que primem por levar às mulheres à conquista de igualdade de direitos em todos os níveis da sociedade, independente da sua situação ou histórico de família; seja ela monoparental ou tradicional, promovendo reparações de um passado recente, que marca as contradições e a desigualdade social, o que passa necessariamente pela intervenção comprometida do profissional do Serviço Social.

Outro aspecto à pontuar, é que o não entendimento por parte do profissional que atua diretamente nas manifestações da Questão Social, da sua importância na luta de classe, o faz reproduzir comportamentos que insistem em valorizar de forma acentuada e indevida, o modelo do núcleo familiar tradicional, conservador, religioso e elitista, segundo Engels, o casamento burguês. Paradigma esse, que enaltece o homem como “cabeça” das relações e detentor da “melhores” decisões. Portanto ainda hoje, assim como na história, se reproduz o conflito e a exploração dos menos favorecidos socialmente, vitimizando mulheres e tutelando os que vivem à margem do sistema “legalizador” de normas, usos e costumes da moral que tem apenas um lado.

Os avanços obtidos com: LOAS (Lei Orgânica de Assistência Social), a PNAS (Política Nacional de Assistência Social) e o SUAS (Sistema Único de Assistência Social), só serão materializados e consolidados, se à mediação dos profissionais do Sistema que ampara à luta pela diminuição das desigualdades sociais, estiverem fundamentadas no entendimento de que a intervenção profissional pode contribuir para as mudanças necessárias ao comportamento das relações sociais, na pactuação da autonomia das classes subalternas para uma sonhada igualdade nos usos e frutos dos direitos e conquistas como objeto do processo de luta.