Atividades Sociais e a Condição Pós-Método: aliados interessantes para o processo- ensino e aprendizagem de uma língua estrangeira (LE)

 

Salete Marli Carvalho da Cruz[1]

 

O desenvolvimento de atividades dinâmicas e de atividades sociais são importantes aliados para qualquer professor de língua estrangeira (LE) que tem o desafio de prender a atenção e manter o interesse do aprendiz. Por isso, o desenvolvimento de atividades que envolvam o grupo e que possibilita aprender de maneira descontraída e lúdica pode contribuir para a aprendizagem. Com isso, o desenvolvimento de atividades que fazem parte do cotidiano do aluno podem ser facilitadores do processo ensino e aprendizagem da língua alvo, considerando que atividade social é toda atividade que faz parte do contexto social, como sugere Fernanda Coelho Liberali (2012): “as atividades sociais são atividades em que os sujeitos estão em interação com outros em contextos culturais determinados e historicamente dependentes à ‘Vida que se vive’” (MARX, ENGELS, 2006, p. 26 apud LIBERALI, 2012, p. 23). Diante disso, o professor tem a liberdade para ensinar de modo que o aluno tenha motivação para aprender.

         O professor poderá beneficiar-se de estratégias que buscam trabalhar as destrezas comunicativas por meio de metodologias que despertam o interesse do aluno e o colocam diante de situações reais de uso da língua, não se atendo a um método específico, mas tendo a possibilidade de criar seus próprios métodos de ensino. Em relação a isso, Gisvaldo Araújo Silva (2008) propõe o ‘benefício’ do Pós-Método abordado por Kumaravadivelu B (1994) em um artigo publicado no periódico TESOL Quarterly no qual menciona as implicações da Condição Pós-Método como norteadoras para o processo do ensino e aprendizagem:

                              [...] em termos práticos, a condição pós-método cria a necessidade de um modelo coerente e em construção baseado em insights teóricos vigentes, empíricos e pedagógicos que ativem e desenvolvam o sentido de plausibilidade dos professores e criem um sentido de envolvimento" (KUMARAVADIVELU, 1994, p.94 apud SILVA, 2008, p.9).

         A partir disso, o professor tem autonomia para beneficiar-se de metodologias que contribuam para a aprendizagem e que instigam o aluno a aprender da forma que melhor lhe convém e a ter consciência de sua autonomia enquanto aprendiz e cidadão pensante e capaz de refletir sobre o contexto social.    

Por isso, trabalhar as unidades de ensino que estão no plano de curso de qualquer idioma, pode ser realizado de maneira prática, pois o professor poderá utilizar-se de atividades que exigem o entendimento e o uso imediato da língua, propondo o desenvolvimento de dinâmicas, individualmente ou em grupos, para trabalhar qualquer unidade de ensino ou temática. Poderá também beneficiar-se de atividades em que o discente esteja em contato com situações reais, não ficando restritas ao ambiente escolar, e possibilitar a saída da sala de aula para realizarem atividades práticas em estabelecimentos adequados e compatíveis ao conteúdo ou à temática em questão.

Como exemplo disso, ao trabalhar os alimentos, o vestuário, as formas de pagamentos, a reserva de quarto de hotel, entre tantas unidades de ensino e temáticas, podem ser desenvolvidas atividades em ambientes reais, o que favorece o entendimento, a compreensão, e, consequentemente, a comunicação no idioma estudado. Com o auxílio de alternativas atrativas e proveitosas, o aluno, independentemente da idade, poderá aprender de maneira descontraída e perceber, na prática, a utilidade daquilo que está aprendendo. Sendo assim, a tríade: trabalho com atividades dinâmicas e diversificadas, o embasamento na Teoria da Atividade Social em consonância com o Pós-Método podem converter-se em instrumentos indispensáveis para o processo ensino e aprendizagem de uma LE.

Referências

LIBERALI, Fernanda Coelho, Coleção: A reflexão e a prática no ensino – volume 2  INGLÊS. Editora Edgard Blücher Ltda. 2012.

SILVA, Gisvaldo Araújo. A era Pós-Método; o professor como um intelectual. Disponível em: http://coral.ufsm.br/lec/02_04/Gisvaldo.htm. Acesso em 09 de janeiro de 2016..



[1] Formada em Letras Português e Espanhol - Licenciatura pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) Campus Cerro Largo RS. Monitora do Curso de Língua Espanhola do Senac/RS.