RESUMO

Atenção Farmacêutica - Teoria e Prática: um Diálogo Possível?

A atenção Farmacêutica vem sendo introduzida no Brasil com diferentes vertentes e compreensões, muitas vezes sem diretrizes técnicas sistematizadas e sem levar em conta todo o conteúdo filosófico preconizado pelos seus idealizadores onde a atenção farmacêutica é responsabilidade essencial do farmacêutico e este visa garantir toda a terapia medicamentosa do paciente. Hoje, com uma atuação fragmentada, o farmacêutico distanciou-se dos demais integrantes da assim chamada equipe de saúde e dos usuários de medicamentos. Alguns afirmam que o ambiente tipicamente comercial da farmácia impede que o farmacêutico se integre e seja reconhecido pela equipe de profissionais provedores de atenção primária à saúde; outros acreditam que esta é uma questão muito mais teórica do que prática. Atenção farmacêutica é o componente da prática farmacêutica que envolve o cuidado direto ao paciente e passou a ser considerada como uma "atitude profissional" que todo farmacêutico deve adotar em sua prática diária. Geralmente o farmacêutico é, ou deveria ser, o último profissional da saúde a entrar em contato com o paciente antes que este utilize um medicamento. O farmacêutico tem à sua disposição um método que lhe permite padronizar sua atuação clínica e realizar intervenções baseadas em um processo racional de tomada de decisões.
Observa-se que a sociedade atual deposita uma crença ingênua e excessiva no poder dos produtos farmacêuticos, transformando-os em bens de consumo e afastando-os cada vez mais da sua finalidade original na prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças. Com isso a automedicação firmou-se como prática corriqueira e, é exercida de maneira inapropriada, o que contribui para o agravamento deste quadro. Um outro fator importante são os atuais sistemas de cobertura de saúde, tanto no plano público quanto no privado, estão contribuindo para a deterioração da relação médico-paciente. Não há tempo para se criar um laço afetivo, as consultas são cada vez mais breves e impessoais, o que reduz ou mesmo elimina a comunicação a respeito de problemas potenciais com os medicamentos. A dispensação farmacêutica não é percebida como uma atividade importante pela população e, geralmente, os pacientes/ clientes nem sequer esperam o contato com o farmacêutico . De maneira geral, as pessoas procuram a farmácia com o intuito de comprar um produto e não de obter um serviço profissional qualificado, provedor de informações específicas sobre medicamentos. A preocupação do farmacêutico com o paciente e o interesse pela experiência pessoal desse ser humano com os medicamentos e com a doença podem diferenciar esse profissional dos demais e fazer com que ele assuma um papel mais humano no processo de atenção à saúde.



Referências Bibliográficas

FREITAS, E. L.; OLIVEIRA, D. R. de; RERINI, E. Atenção Farmacêutica ? Teoria e prática: um diálogo possível. Acta Bonaerense, [S.l.], v. 25, n. 3, 2006.