Logo após a eleição presidencial ocorrida em outubro passado, a nova equipe econômica escalada pelo governo federal, resolveu mostrar a que veio e começou a ditar os rumos da economia do novo governo Dilma Rousseff.

A nomeação do novo ministro da fazenda Joaquim Levy, pareceu num primeiro momento ter agradado os investidores que demonstraram entusiasmo nas negociações na BM&Fbovespa que voltava a operar em alta após ter sofrido com a desvalorização ocorrida pela reeleição da presidente Dilma. Juntando a isso tudo o banco central  brasileiro confirma o fim do programa de swaps cambiais, política muito usada nos últimos anos para controlar a desvalorização do real em relação ao dólar mas que hoje já não estava surtindo os efeitos pretendidos.

 As ultimas reuniões do COPOM ocorreram em um tom mais acentuado, o presidente Alexandre Tombini resolve apertar os cintos e aumentar a taxa Selic que estava parada nos 11% a.a, e essas altas não param por ai, em entrevista ao jornal Valor Econômico, o presidente do banco central disse não ter limites para aumento dos juros, e que o objetivo é levar a inflação ao centro da meta.

No congresso nacional os deputados começam a discussão a respeito das medidas provisórias enviadas pela presidente Dilma e assinada pelo ministro Levy. Para colocar a economia novamente nos trilhos, o governo federal pretende com essas medidas economizar durante o ano o equivalente a R$ 100 Bilhões de reais.

No cenário internacional, o Fed banco central americano, sinalizou para uma possível elevação da taxa de juros, e uma projeção de melhora nos dados de emprego, embora esse último não tenha se concretizado.

No mercado interno as noticias de corrupção na maior estatal brasileira, geraram um certo desconforto do investidor, que já não estava mais tão otimista com o Brasil, provocando em um determinado momento a saída de dólares de circulação no país.

Tudo isso junto, gerou uma forte apreciação da moeda norte americana em relação ao real brasileiro. Mas a grande questão é: Essa desvalorização do real pode ser vista como positiva na atual conjuntura econômica?

A resposta é sim, quando se tem uma moeda mais fraca e um mercado interno desaquecido a primeira solução lógica é apostar no mercado internacional.

Essa desvalorização do real poderá ajudar de duas maneira:

Primeiro, as empresas brasileiras que não estão conseguindo vender no mercado interno por conta do crédito cada vez mais escasso, vão conseguir alavancar suas vendas e se beneficiar da variação cambial.

Em segundo lugar, o governo federal que majorou no mês passado as alíquotas de PIS e Cofins importação, vai se beneficiar com uma balança comercial positiva, tendo em vista uma maior entrada de recursos no país, proveniente das exportações, e redução das importações que já não ficam tão atraentes por conta apreciação do dólar e aumento dos impostos.

Em contrapartida esses benefícios para o governo pode custar muito caro quando submetidos a um longo período de tempo. Com o mercado interno desaquecido e essa forte apreciação do dólar, pode levar o empresariado brasileiro a perceber que não compensa mais produzir para vender internamente, o que vai gerar escassez de alguns produtos e consequentemente o que mais o governo tenta combater, a inflação.

O grande desafio da nova equipe econômica é alinhar controle da inflação por meio da taxa Selic e crescimento econômico, porém das duas uma, ou crescemos ou controlamos a inflação, me parece que o governo já escolheu qual opção seguir.