Luiz Carlos Arrais1

RESUMO

Este artigo tem como meta principal confirmar a importância do associativismo nas atividades agrícolas e na agropecuária. Atividades fundamentais para o desenvolvimento econômico do país e no mundo. Valorizando o cooperativismo e associativismo como elementos fundamentais para o fortalecimento da economia.
Inicia-se com o surgimento e o desenvolvimento da sociedade no mundo desde a Antiguidade e o aparecimento das primeiras atividades econômicas no país. Analisando posteriormente o movimento do Associativismo e o seu surgimento no Brasil e no mundo. Movimento que fortalece os pequenos produtores agropecuários em busca de uma meta comum.Fator imprescindível para a sobrevivência numa sociedade que está em constantes transformações sociais, políticas e econômicas.

Palavras-chave: Associativismo, agricultura, sociedade, Brasil.

INTRODUÇÃO

No início, a espécie humana sempre procurou agrupar-se em pequenas tribos.As tarefas de coleta e de caça foram realizadas em grupos. Para garantir sua sobrevivência, o homem paleolítico teve que aprender a cooperar e a se organizar socialmente.A união de esforços contribuiu para a formação da sociedade. E posteriormente, surgiram sociedades mais complexas como as cidades e depois as grandes civilizações como as do Egito, da Grécia e do Oriente Médio. Porém nas sociedades civilizadas, a maioria desenvolveu a competição social, gerando o acúmulo desigual de bens materiais pelos indivíduos.
Hoje, a população estimada no mundo se aproxima dos sete bilhões de habitantes.Há a necessidade cada vez maior do homem viver coletivamente e também de produzir mais alimentos para atender a procura. Para isso ocorrer é necessária a participação das pessoas.A organização e a união de pessoas é relevante para a sobrevivência e aumento da rentabilidade no processo produtivo. O movimento do Associativismo e do Cooperativismo são uma opção de transformação da sociedade de forma igualitária e democrática..

O ASSOCIATIVISMO

Segundo o Ministério da Agricultura e do Abastecimento (1998). "A associação é uma sociedade civil sem fins lucrativos, onde vários indivíduos se organizam de forma democrática em defesa de seus interesses. Pode existir em vários campos da atividade humana e sua criação deriva de motivos sociais, filantrópicos, científicos, econômicos e culturais".
O cooperativismo surgiu como uma necessidade de alguns tecelões em Manchester (Inglaterra) em 1844. O seu objetivo era aumentar a rentabilidade através da cooperação formal entre os sócios, incrementando a produção e a comercialização de bens e serviços. Atualmente, o cooperativismo evoluiu e conquistou um espaço próprio, definido por uma nova forma de pensar o homem, o trabalho e o desenvolvimento social.Os valores são os mesmos em todo o mundo: a ajuda mútua e a igualdade de direitos.Os princípios do cooperativismo envolvem vários itens como a adesão voluntária e livre, a gestão democrática, a participação econômica dos membros, a autonomia e independência, a educação, formação e informação etc.
Hoje, o cooperativismo está presente em variados campos de atividades, além da agropecuária, cooperativas de abastecimento e consumo, de crédito e de serviços são exemplos da variedade desses campos.

AGRICULTURA NO BRASIL

A atividade agrícola é marcada por sucessivos ciclos de produção em diversos momentos. A história do Brasil foi assinalada pelos ciclos econômicos de extrativismo e da agricultura. Sucessão de ciclos que modificaram o espaço geográfico e a sociedade do país.
A extração do pau-brasil foi atividade pioneira como atividade econômica, que passou a utilizar mão de obra nativa, para levar riquezas para a Coroa Portuguesa. A cultura da cana passou a ser desenvolvida depois com o declínio do extrativismo. Portugal precisa de uma outra opção econômica. Com a introdução da cultura da cana na nova colônia, surgiu o desenvolvimento dos primeiros engenhos e a vinda da mão escrava africana. O cultivo do café foi introduzido no século XVIII no Brasil, como uma nova opção econômica. O seu cultivo se expandiu para vários os estados da região sudeste, trazendo desenvolvimento econômico e o emprego da mão de obra européia. A crise de 1929 abalou o preço do café no Brasil, provocando a falência de cafeicultores e o desemprego de milhares trabalhadores no campo.
Segundo Cotrim (1997), durante o período getulista, buscou diversificar a produção agrícola com o cultivo de outros gêneros agrícolas como o algodão, a cana de açúcar, óleos vegetais e frutas tropicais.
A capitalização da agricultura, que vem ocorrendo na Europa e nos estados Unidos desde a metade do século XIX dominada pelo impulso produtivo, procura maximizar os lucros do capital independente do impacto negativo sobre o meio ambiente. Segundo Graziano (1982), "O processo de transformação capitalista da agricultura, que estamos chamando de modernização, agravou consideravelmente a dependência histórica do setor agrícola ao industrial".
Conforme Silveira, M.A., Vilela, S.L. de O. (1998). A agricultura brasileira está sendo afetada por quatro grandes mudanças. Mudanças que influenciarão o estado da agricultura brasileira no início do século, a globalização, a formação de blocos, o ambientalismo e as condições cambiantes do mercado interno.
Nesse mundo marcado pelas novas tecnologias e transformações sociais, o desenvolvimento da consciência para criar soluções nacionais e internacionais em torno das questões econômicas, ambientais e sociais, se faz necessário. A união de esforços para o bem comum é essencial para a busca da igualdade social e da sobrevivência econômica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL, Associativismo, Ministério da Agricultura e do Abastecimento - MA. Brasília- DF. 1998.

COTRIM, GILBERTO, História Global e Brasil Geral. Editora
MACHADO, Sídio. Biologia: volume único. São Paulo. Ed Scipione, 2003.

GRAZIANO, FRANCISCO, Questão Agrária e ecologia - Crítica da Moderna Agricultura. São Paulo. Editora Brasiliense ? São Paulo ? SP.1982.

SILVEIRA, M.A. da; VILELA, S.L. de O., ed.Globalização e sustentabilidade da agricultura. Jaguariúna: EMBRAPA-CNPMA, 1998. 156p. (EMBRAPA-CNPMA. Documentos 15).