ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À PACIENTES PORTADORES DE IST`S: CLAMÍDIA, GARDENERELLA E TRICHONOMA.

ANDRÉ LUIS
DÉBORA FIGUEIRA SILVA
LIANE MAGALHÃES
PATRÍCIA SILVA CARNEIRO4
MARIA APARECIDA MONTEIRO5
LUCIANA ÂNGELO6
RESUMO

Nas últimas décadas, o número de pessoas portadoras de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST`s) tem aumentado significativamente, pois é uma doença adquirida através do contato sexual com uma pessoa infectada. Ela está vinculada a falta de responsabilidade sexual, sendo que a maior incidência está entre a faixa etária de adolescentes. Com isso ela está entre as principais causas que leva o infectado a procurar o sistema de saúde, sendo assim considerada endêmica em muitas regiões do mundo. Para compreender melhor esta questão, iniciamos uma pesquisa que tem como proposta a analisar a assistência de enfermagem ao portador de (IST`s). Trata-se de um estudo de caráter bibliográfico, cujas fontes tem origem em livros e artigos científicos da área técnica. O objeto constitui-se em analisar a postura do profissional de saúde na assistência ao portador de IST`s. Além disso, propõe-se a investigar o desdobramento dessa questão em objetivos específicos que consistem em analisar a conduta do enfermeiro, identificar as técnicas empregadas, e conhecer a prevenção, transmissão, sintomas e tratamento das IST`s abordadas.
PALAVRA-CHAVE: Infecção; prevenção em saúde; educação em saúde.
Abstract

1 INTRODUÇÃO
A Clamídia, a Gardenerella e o Trichonoma fazem parte do quadro das doenças infecciosas sexualmente transmissíveis (ISTs), sendo um problema de saúde pública. Essas doenças se encontram em ascensão entre os adolescentes e jovens.
Diante disso, levantou-se a problemática de qual a assistência de enfermagem à pacientes portadores de ISTs, partindo do pressuposto de que se o enfermeiro é habilitado no decorrer de sua graduação, então exercerá uma assistência de forma efetiva a esses pacientes. Assim sendo, esse artigo tem como objetivo geral analisar a postura do profissional de saúde na assistência ao portador de IST`s. Além disso, propõe-se a investigar o desdobramento dessa questão em objetivos específicos que consistem em analisar a conduta do enfermeiro, identificar as técnicas empregadas, e conhecer a prevenção, transmissão, sintomas e tratamento das IST`s abordadas.
Nessa perspectiva o presente trabalho se justifica, uma vez que essa doença contribui para um alto índice de contaminação, principalmente, entre adolescentes e jovens. Por isso, esse estudo apresenta um caráter de relevância social e profissional.
Assim sendo, construir conhecimento dar a entender em uma ação partilhada, uma vez que por meio do outro as relações entre sujeito e objeto do conhecimento se fundam. Isso remete à reflexão de que o indivíduo não se restringe a si mesmo, nem aos seus interesses, mas na interação com o outro para o processo de construção gradual. Assim, a aprendizagem acontece com a participação ativa em situações interativas.
Parta tanto, fez-se necessário a utilização de uma metodologia, já que esta se configura como um conjunto de métodos ou caminhos que serão percorridos na busca de conhecimento. As idéias aqui apresentadas contam com os pressupostos de estudiosos que abordam a temática que foram extraídas por meio de livros, portanto, a característica que predomina é a bibliográfica. O material utilizado refere-se ao período de 1996 a 2009, disponível na biblioteca Antônio Balbino de Carvalho da Faculdade São Francisco de Barreiras - FASB.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Trichomonas vaginalis

De acordo com Neves (2005), o Trichomonas vaginalis é um protozoário da família trichomonadidae, subfamília trichomonadinae, ordem trichomonadida, da classe zoomastigophorea, e do filo sarcomastigophora. Ele não possui forma cística, somente a trofozoíta que é a forma infectante.
Esse Trichomonas é um parasito que se manifesta no trato urogenital de homens e mulheres, no entanto, não vive fora do seu habitat, segundo esse mesmo autor: "O T.vaginalis apresenta alta especificidade de localização, sendo capaz de produzir infecção somente no trato urogenital humano, pois não se instala na cavidade bucal ou intestino"(NEVES, 2005, p.117).
Assim como todos tricomonadídios, após se instalar no trato urogenital ocorre o processo de divisão binária, que resulta na multiplicação intensa do parasita gerando o processo infeccioso favorecido pelas alterações no pH vaginal.
A transmissão ocorre por meio da relação sexual entre os seres humanos, em que após o coito o Trichomonas pode sobreviver no prepúcio peniano por mais de uma semana. Nesse processo, o homem se torna um grande disseminador, visto que, na maioria dos casos ele não apresenta sintomas dessa infecção.
A aderência e a citoxicidade exercidas pelo parasita na vagina sobre as células do hospedeiro podem ser ditadas pelo fator de virulência, adesinas cisteina-proteinases, integrinas, cell-detachingfactor (CDF) e glicosidades (NEVES, 2005, p.117). Os sintomas característicos dessa patologia nas mulheres variam do estágio em que se encontra a disseminação do protozoário, podendo ser assintomático ou não, havendo variação no período de incubação entre três e 20 dias.
Segundo Neves (2005):
O T. Vaginalis infecta principalmente o epitélio do trato genital. Nas mulheres adultas, a exocérvice é suscetível ao ataque do protozoário, mas raramente os organismos são encontrados na endocérvice. Esse flagelo não causa corrimento endocervical purulento. Poderá ser observada uma secreção cervical mucopurulenta em infecções genitais associadas à Neisseria gononorrhoeae, chlamydia trachomatis ou herpes simples (p.117).

A vaginite, que tem como característica principal um corrimento amarelo-esverdeado, bolhoso, de odor fétido é muito comum, sendo mais perceptível após o período menstrual. Além disso, vem acompanhado de prurido ou irritação vulvovaginal de grau variável e dores no baixe ventre. O incomôdo ao urinar e ao manter relação sexual, na mulher é característico de um desconforto nos órgãos genitais.
No homem, por sua vez, os sintomas não ocorrem com tanta intensidade. Pode ser observada uma uretrite com fluxo leitoso e uma moderada sensação de prurido na uretra. Os sintomas são mais evidentes pela manhã antes de ocorrer à primeira micção do dia. Apresenta um corrimento de aspecto claro, viscoso e não tão abundante com desconforto ao urinar e também hiperemia do meato urinário.
No homem assintomático há relatos desse parasita permanecer na uretra ou talvez na próstata, causando uma prostatiti. Na bexiga e vesícula seminal ele pode se também encontrado.
O diagnostico pode ocorrer de duas maneiras: o clínico e o laboratorial. Ressalta-se que o diagnóstico clínico necessita de confirmação por meio de análise laboratorial, devido aos sintomas serem semelhantes com outras doenças. A conservação do material colhido necessita de cuidados precisos para que não aconteçam alterações na amostra, resultando, assim, um diagnóstico falso positivo.
A coleta do material a ser examinado, deve seguir alguns critérios para um melhor diagnóstico, por exemplo, o homem deve comparecer ao centro de coleta pela manhã antes de realizar a primeira micção do dia e as mulheres, se possível, não realizar a higiene íntima antes da coleta.
A profilaxia se dá com práticas do sexo seguro, com o uso de preservativos, evitando o contato sexual com pessoas contaminadas, além do tratamento tanto casos de portadores sintomáticos como os assintomáticos, diminuindo complicações mais graves.

2.2 Chlamydia Trachomatis
É uma infecção do trato urinário, sendo encontrado principalmente em adultos jovens do sexo masculino, mas pode ser encontrada também em mulheres. Essa infecção se dá por meio do ato sexual, causando linfogranuloma venera. Essa bactéria possui parasitismo intracelular e ciclo evolutivo obrigatório. O corpúsculo contém a forma infectante que ao se romper nas células do hospedeiro ocorre disseminação para outros tecidos, de acordo com Murray (2004)
O mecanismo de ação dos sorotipos L da Chlamydia acontece por possuir características linfotrópica. Após a instalação da bactéria na pele, por um período de 7 a 21 dias, começam a surgir as manifestações clínicas que se caracterizam por lesões: erosão, pápula ou ulceração que se evidenciam no local da penetração da bactéria. Essa bactéria tem o poder de se multiplicar impedindo a fusão do fagossomo com os lisossomos celulares. Os efeitos patológicos, devido à infecções repetidas, podem causar o tracoma (Murray (2004, p.391).
Normalmente quando a lesão no homem é de caráter externo pode ser visível e sua localização é mais comum na região balanoprepucial e no frêmulo. Nas mulheres observam-se lesões nas formações labiais e na fúrcula.
A cicatrização das lesões no estágio primário acontece de maneira espontânea em torno de duas semanas. O aparecimento de linfogranuloma venéreo é diagnosticado no estagio secundário devido o surgimento do bubão inguinal.
A esse respeito Lemos (2005, p.303) afirma que:
O conjunto de gânglios na região inguinal, com intenso processo, altamente doloroso á palpação, é mais freqüente no sexo masculino. Na mulher a bactéria pode ter porta de entrada nos genitais internos e o comprometimento ganglionar ocorre na cadeia linfática sacral ou pré- aórtica. Não havendo tratamento no loção do bubão, há formação de abscesso com drenagem espontânea pra vários orifícios; o estágio terciário LGV, na verdade corresponde às seqüelas da doença.

O diagnóstico pode ser feito clinicamente quando as lesões são visíveis a olho nu, porém deve se feito um diagnóstico diferencial em todos os estágios para que sejam descartadas outras doenças. No diagnóstico laboratorial usa- se fazer cultura do tecido afetado obtido da lesão inicial ou bubão. Podem ser realizadas técnicas imunológicas como ELISA, Imunoflorescência direta, o teste sorológico PCR. Entretanto, necessita ficar atento, para reações cruzadas com outras espécies de Chlamydia.

A forma de prevenir a infecção por Chlamydia consiste em se evitar números elevados de parceiros, em práticas de sexo seguro, assim como outras infecções.


2.3 Gardnerella vaginalis
É uma bactéria que está presente no trato urogenital de muitas mulheres, que em condições normais do estado imunológico não causa dano. Contudo, quando há alterações no PH ou na microbiota normal da mulher, a Gardnerella pode se manifestar provocando vaginose que tem como característica principal a produção de um escorrimento esbranquiçado de odor fétido. Nessa infecção aumenta o número de bactéria Gardnerella na microbiota normal e o número de anaeróbios.
O diagnóstico é realizado por meio do exame papanicolau. Para tanto, se faz a coleta da secreção, para ser examinada pelo método de GRAM. Em relação aos mecanismos de transmissão ainda não estão totalmente esclarecidos. Porém há indícios de que mulheres infectadas por Gardnerella podem transmitir para o homem por meio da relação sexual e assim ocorrendo a disseminação. Neste sentido a profilaxia para evitar a contaminação por Gardnerella se dá da mesma forma que as outras infecções anteriormente assinaladas.


3 TRATAMENTO FARMACOLÓGICO

3.1 Trichomonas
A principal espécie Trichomonas vaginalis é o que afeta os seres humanos, essas cepas podem ocasionar inflamação da vagina e, algumas vezes, da uretra nos homens. O fármaco de escolha no tratamento dessas vaginites é o Metronidazol, apesar de haver resistência ao uso deste fármaco. (RANG e DALE, 2007).
É importante considerar a afirmação de NEVES (2005, p.120):
"O Trichomonas vaginalis não é sensível aos antibióticos e atualmente existe uma emergente ameaça de cepas resistentes ao Metronidazol. Os fármacos usados são o Metronidazol (Flagyl), Tinidazol (Fasigyn), Ornidazol (tiberal), Nimorazol (Nagoxin), Carnidazol e Secnidazol. Em gestantes esses medicamentos não devem ser usados via oral, somente pela aplicação local de cremes, geléias ou óvulos".


O Metronidazol não deve ser usado no primeiro trimestre da gravidez e nutrizes, já no segundo e terceiro trimestres, deve ter seu uso limitado a casos não-responsivos a agentes alternativos. Seu uso para nutrizes é conta-indicada, pois é excretado no leite materno. A amamentação deve ser interrompida durante administração e por 2 dias após o final da terapia. Durante o tratamento, devem-se suspender as relações sexuais.

3.2 Chlamydia
Oportuno registrar que as Tretaciclinas de acordo com Rand e Dale (2007) são antibióticos de largo espectros. Este grupo inclui a Tretaciclinas, a Oxitetraciclina, a Demeclociclina, a Limeciclina, a Doxiciclina e a Minociclina.
Nesta direção, Fuchs, Wannmacher e Ferreira (2004) relatam alguns efeitos adversos mais comuns deste fármaco que são os distúrbios gastrintestinais causados inicialmente por irritação direta e mais tardiamente por modificação da flora intestinal. Pode ocorrer deficiência de vitaminas do complexo B, bem como super infecção. Como elas quelam o cálcio, as Tetraciclinas são depositadas nos ossos e nos dentes em crescimento, causando manchas, às vezes, hipoplásica dentária e deformidades ósseas. Elas, portanto, não devem ser administradas em crianças, mulheres grávidas ou mães em período de amamentação. Outro risco para as mulheres grávidas é a hepatotoxicidade como se verifica o esquema do quadro
A SESAB (2005) informa que durante a gestação ou amamentação deve ser utilizada a Amoxiclina ou Eritromicina (estearato) e Azitromicina
3.3 Gardnerella vaginalis
De acordo com BRASIL (1999), a vaginose bacteriana é caracterizada por um desequilíbrio da flora vaginal normal, devido ao aumento exagerado de bactérias, em especial as anaeróbias (Gardnerella vaginalis, Bacteroide sp, Mobiluncus sp, Micoplasmas, Peptoestreptococos). Esse aumento é associado a uma ausência ou diminuição acentuada dos lactobacilos acidófilos (que normalmente são os agentes predominantes na vagina normal). O principal objetivo do tratamento é aliviar os sinais e sintomas da paciente, não sendo necessário o tratamento de pacientes assintomáticas.
Segundo Ministério da Saúde (1999, p.75) destaca um esquema mais utilizado para tratar as vaginoses bacterianas, de acordo com o quadro 03:
Quadro 03: Esquema terapêutico
Metronidazol 500mg, VO, de 12/12 horas, por 7 dias; ou
Metronidazol 2g, VO, dose única; ou
Tinidazol 2g, VO, dose única; ou
Tianfenicol 2,5g/ dia, VO, por 2 dias; ou
Secnidazol 2g, VO, dose única; ou
Metronidazol Gel 0,75%, 1 aplicador vaginal (5g), 2 vezes ao dia, por 5 dias; ou
Clindamicina 300mg, VO, de 12/12 horas, por 7 dias; ou
Clindamicina creme 2%, 1 aplicador à noite, por 7 dias (contra-indicado em gestantes).
Gestantes:
? Metronidazol 250 mg, VO, de 8/8 horas, por 7 dias (somente após completado o 1º trimestre);
ou
? Metronidazol 2 g, VO, dose única (somente depois de completado o primeiro trimestre);
ou
? Clindamicina 300 mg, VO, de 12/12 horas por 7 dias;
ou
? Metronidazol Gel 0,75%, 1 aplicador vaginal (5g), 2 vezes ao dia, por 5 dias (uso limitado em gestantes, tendo em vista insuficiência de dados quanto ao seu uso nesta população).
Parceiros: Não precisam ser tratados. Alguns autores recomendam tratamento de parceiros apenas para os casos recidivantes.

Fonte: Ministério da Saúde (1999).
Vale ressaltar que, durante o tratamento com qualquer dos medicamentos sugeridos acima, deve-se evitar a ingestão de álcool (efeito antabuse, que é o quadro conseqüente à interação de derivados Imidazólicos com álcool, e se caracteriza por mal-estar, náuseas, tonturas, "gosto metálico na boca"). Tratamento tópico é indicado nos casos de alcoólatra. Para reforçarmos nossos pensamentos Freitas (2006) afirma que o tratamento de escolha na vaginose bacteriana é o Metronidazol via oral.

4 ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM

Sabemos que a Chlamydia, Gardnerella, e trichomonas são classificadas como doenças sexualmente transmissíveis (ISTs), sendo estas infecções transmitidas pelo contato sexual com outra pessoa infectada. Para reforçar nosso pensamento recorremos a Bruner (2005, P.2255):
Em junho de 2001, o U.S Surgeon General Satecher publicou um documento intitulado The Surdeon General?s Call to Action no Promote Sexual Mealth and Responsible Sexual Beharrior. Esse documento discute o impacto das doenças sexualmente transmissíveis e outros problemas associados a falta de responsabilidade sexual sobre saúde pública.
Esse documento preconiza ações educativas desenvolvidas por profissionais de saúde embasadas em conhecimentos técnicos científicos com objetivo de orientar sobre os riscos de comportamentos sexualmente inadequados e garantir serviços especializados para a comunidade.
Neste sentido Brêtas e Gamba (2006), assinalam que as atuações educativas se processam a nível individual ou coletivo, desenvolvidas em ambientes tais como ambulatórias, unidades básicas de saúde, escolas ou na comunidade organizada. Com isso, essas ações deve esta correlacionadas com a prevenção primária, como também o aconselhamento dos pacientes infectados com IST´s, juntamente com seus parceiros assim evita-se novas contaminações.
Segundo Brasil (1999), o cuidado de enfermagem frente ao paciente portador das ISTs, faz-se necessário um diagnostico clínico e uma abordagem sindrômica que tem como metas identificar uma ou mais síndromes rapidamente com o intuito de reduzir a evolução das doenças e assim evitar complicações graves. Vale ressaltar que os enfermeiros podem prescrever e aplicar medicamentos conforme o protocolo do Ministério da saúde, de acordo com a Lei do Exercício Profissional n. 7.498/86, de 25 de junho de 1986, regulamentada pelo Decreto n. 94.406, de 8 de junho de 1987.
Sabe-se que a abordagem sindrômica segue um fluxograma instituído pelo MS e para maior fundamentação dessa nossa abordagem SESAB (2005,p.23) assevera que:
Tais fluxogramas consideram as possibilidades etiológicas em cada situação e propõem uma intervenção imediata, dispensando na consulta inicial, e/ou interpretação de exames laboratoriais complexos e demorados. Estes fluxogramas são bastante sensíveis e acompanham as tendências epidemiológicas, podendo ser aplicadas através dos recursos existentes. Alem disso, são apropriados aos problemas locais aos pacientes e aos profissionais, apresentam bons resultados a baixo custo e, sobretudo, facilitam e agilizam o atendimento.
Para tratar a Chlamydia o profissional de enfermagem segue o fluxograma sindrômica de corrimento uretral (anexo).E no que diz respeito ao tratamento da Gardnerella e trichomonas segue o fluxograma de corrimentos vaginais (anexo).
Nesse enfoque, o processo de enfermagem ao paciente acometido com essas doenças anteriormente citadas, se faz, inicialmente, um apanhado histórico dos sinais e sintomas da doença, solicitam-se informações de parceiros sexuais. Nesse sentido, respeitando as diferenças culturais e crenças relativas à sexualidade como também o sigilo.
Em tais condições torna-se mister o exame físico (anexo) para detectar erupções, lesões, edemas, drenagem e presença de secreções. Ressaltamos, contudo, que na mulher avalia-se a hipersensibilidade abdominal e uterina. Observa-se também se há inflamação ou exsudato na região faríngea e bucal. Com isso, posteriormente, faz-se o exame da genitália ou retal.
Nesse contexto, o diagnóstico de enfermagem pode conter a falta de conhecimento da doença, sua transmissibilidade e a reinfecção, o medo do prognóstico e potenciais complicações bem como a não continuidade do tratamento terapêutico. Diante disso, a prescrição de enfermagem, faz-se necessária para sanar os déficits assinalado acima. E assim, a evolução de enfermagem que tem-se os resultados esperados do paciente portador de Chlamydia, Gardnerella, e Trichomonas (ISTs).
Portanto, o profissional de enfermagem utiliza de estratégias para detectar e evitar doenças tais como Chlamydia, Gardnerella, e Trichomonas promovendo práticas e comportamentos responsáveis relacionados a sexualidade.
As ISTs (Chlamydia, Gardnerella e Trichomonas), podem vim a provocar distúrbios psicológicos, conflitos emocionais de relacionamento, medos, preconceitos entre outros. Nesse sentido, o enfermeiro promove a saúde psicológica embasado em conhecimentos técnicos científicos, em que é necessário planejar para intervir em conjunto com a equipe multidisciplinar de enfermagem objetivando a provação de saúde desses pacientes.
Mister se faz essa intervenção para não afetar o sistema imunológico, pois quando este se torna comprometido vem agravar o quadro clinico do paciente. Assim sendo é imprescindível que essa assistência de enfermagem se dê de forma eficaz para que seja reduzido as complicações como também a transmissão dessas doenças sexualmente transmissíveis (ISTs).

CONSIDERAÇÕES FINAIS


As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST`s) está entre as cinco principais doenças que leva o portador a procurar o sistema de saúde e a sua cadeia de transmissibilidade ocorre principalmente entre jovens e adultos devido a promiscuidade de padrões de comportamento sexual e da falta de conhecimento, nesse sentido ela se configura como um problema de saúde pública.

Ao término desse estudo, é plausível considerar que o profissional de enfermagem deverá voltar seu olhar para esse panorama no sentido de oferecer orientações quanto às formas de prevenção e promoção dessas afecções.

Faz-se necessário a implantação dessas medidas educativas reinteirando a importância da sua execução, como por exemplo, em ações educativas no âmbito individual ou coletivo em ambiente como posto de saúde, escolas e sedes comunitárias.


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