Assistência de Enfermagem ao Idoso com Incontinência Urinária
Publicado em 12 de agosto de 2009 por Érica Aline do Amaral
Elbeti Cristian Neris da Silva1
Mirtes Catarina Guilleminot Alves de Udaeta1
Érica Aline do Amaral1
RESUMO: A incontinência urinária no idoso vem sendo cada vez mais comum, sobretudo, pelo envelhecimento populacional que acaba por acarretar um aumento significativo das patologias crônico-degenerativas. Preocupadas com a referida questão as enfermeiras têm buscado aplicar o conhecimento na prática, de modo a contribuir para a qualidade de vida do idoso. Utilizamos como caminho metodológico um levantamento bibliográfico, objetivando conhecer quais os cuidados de enfermagem devem ser implementados aos idosos com incontinência urinária.
PALAVRAS – CHAVE: Incontinência urinária; Idoso; Assistência de Enfermagem.
ABSTRACT: Urinary incontinence in
the elderly has been increasingly common, especially for an aging population
that ultimately cause a significant increase in chronic-degenerative diseases.
Preoccupied with that issue the nurses have sought to apply the knowledge
practically, to contribute to the quality of life of the elderly. Used as a
reference survey methodological way, to know which nursing care should be
implemented for the elderly with urinary incontinence.
WORDS - KEY: Urinary incontinence; Aged;
nursing care.
1Acadêmicas do 6º semestre do Curso de Enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB
INTRODUÇÃO
A incontinência urinária no idoso é um problema de saúde de múltiplas causas, prevalente, de alta morbimortalidade e de alto custo financeiro, erroneamente considerado por muitos como um evento normal do envelhecimento. Atribuir esse problema ao envelhecimento é um equivoco que pode condenar o indivíduo a perda da convivência social e muitas vezes a internação em asilos
Frequentemente a incontinência urinaria é encarada como conseqüência direta do processo de envelhecimento. Salienta-se, contudo, que o envelhecimento afeta de certo modo o trato urinário, mas a incontinência urinária não é uma conseqüência direta, nem sequer normal, do envelhecimento. O que acontece é haver coexistência de fatores exteriores ao trato urinário, que afetam a continência e que são mais freqüentes nos idosos.
Preocupadas com a referida questão, as enfermeiras têm buscado aprimorar seu conhecimento térnico-cientifico a desenvolve estratégias de aplicação desse conhecimento na prática, visando contribuir de forma mais efetiva para a qualidade de vida do idoso e, consequentemente, redução de morbidade.
Diante do exposto, justifica-se necessidade de levantamento bibliográfico que objetivo conhecer quais os cuidados de enfermagem devem ser implementados ao idoso com incontinência urinária.
DESENVOLVIMENTO
A incontinência urinária no idoso vem sendo cada vez mais comum, sobretudo, pelo envelhecimento populacional que acaba por acarretar um aumento significativo das patologias crônico-degenerativas. Se bem que a idade per si não possa ser considerada como um fator predisponente ao aparecimento dessa anomalia, sabe-se que fatores como a imobilidade, sexo feminino e alterações cognitivas exercem importante papel na incidência da incontinência, sendo referido em algumas estatísticas que 75% dos pacientes com incontinência urinária têm alguma forma de alteração cognitiva (POTTER; PERRY, 2004).
Costa (2003, p.231), conceitua a incontinência urinária como "perda involuntária de urina que pode ocorrer durante a noite ou em estado de vigília, podendo ser transitória ou permanente".
Possui como agente causal e fatores de risco a incompetência do esfíncter urinário; insuficiência uretral intrínseca; demência; doenças neurodegenerativa; diabetes (bexiga neurogênica); hiperplasia prostática; consumo excessivo de álcool entre outros. Manifesta-se pela incapacidade de conter naturalmente a urina na bexiga após esforços físicos, tosse, espiro ou risada. Muitos idosos portadores de incontinência urinária necessitarão apenas de uma avaliação básica que inclui: história, exame físico, analise da urina e medida do volume residual pós-miccional, outros necessitarão de exames complementares subseqüentes (PORTO, 2005).
A cerca do tratamento da incontinência urinária, um conceito importante em enfermagem é que o objetivo do tratamento pode não ser a cura da patologia, mas sim o de melhorá-la, prevenir suas complicações e, consequentemente, fornecer conforto e melhora da qualidade de vida ao paciente. Visto, que a incontinência urinaria é um sintoma e não uma doença. (CRAVEN; HIRNLE, 2006).
As intervenções de enfermagem devem incidir nos aspectos preventivos, atuando a nível da educação para saúde e na saúde ocupacional (ensinando hábitos de vida saudáveis). Mas a enfermagem, para além das intervenções preventivas, deve participar quando o problema já intalou-se. Tomando como primeiro passo a identificação e o levantamento histórico de todos os dados do paciente, aos quais fornecerão subsídio para a posterior abordagem (NETTINA, 2003).
Não existe uma fórmula secreta que sirva para todos que sofrem do problema de incontinência. Prestar assistência de enfermagem a idosos com essa ou outras problemáticas, é uma habilidade complexa que requer o uso de capacidades, competências e atitudes, adaptadas a cada pessoa. Se é verdade que as ações de enfermagem visam preparar as pessoas para a resolução de problemas, é igualmente verdade que aquilo que melhor funcionar, é o mais adequado para aquela pessoa (NETTO; FILHO, 2006).
A incontinência urinária pode destruir rapidamente a confiança e o respeito que o indivíduo tem por si. Portanto, um aspecto essencial das intervenções em enfermagem, é ajudar o paciente a recuperar a confiança e o respeito necessários, sem os quais não se consegue a reestruturação da sua dignidade (KAUFFMAN, 2001).
Nas perdas de etiologia neurodegenerativas, intelectuais e motoras. A enfermeira no momento da identificação do problema deve ter a percepção que ele envolve múltiplos fatores associados e que a sua atuação deverá estar direcionada a várias vertentes. Assim, é fundamental concentrar esforços, pondo em execução intervenções que busquem o bem estar e o respeito ao idoso (GUIMARÃES, 2004).
Para Smeltzer e Bare (2004), a enfermeira por atuar na equipe multidisciplinar, promove a articulação entre os profissionais, família e rede de suporte, devendo seguir uma visão holística de modo que aborde o paciente como um todo. Atuando segundo os aspectos abaixo:
Social: Encorajar o paciente a participar de atividades e evitar o isolamento; sensibilizar a família, elogiando o papel dos cuidadores; trabalhar a rede de suporte, promovendo contatos graduais de convívio; estimular a pessoa a vestir-se com roupa agradável, que não só lhe melhore a imagem, como demonstre positividade aos que observam, causando benefícios a nível da auto-estima.
Psicológicos: Aceitar o idoso como uma pessoa com dignidade em interação permanente com ele próprio, tendendo para o equilíbrio, com direito ao respeito e a fazer as suas próprias escolhas.
Físicos: Atuar a nível da proteção da pele, sensibilizando o próprio, a família/cuidador, a rede social e de apoio para a necessidade de manter o idoso limpo, seco e confortável, mantendo a integridade da sua pele, evitando macerações e prevenindo futuras complicações.
Ambientais: Levar em conta os aspectos sociais, econômicos, capacidade dos serviços de saúde e instituições e os recursos na comunidade. É papel da enfermeira adequar o ambiente as necessidades do paciente, direcionando esforços e emitindo pareceres.
A assistência de enfermagem é capaz de transcender as atividades de higiene e conforto, já que com orientações simples, com baixo custo, sem efeitos adversos, a enfermeira em conjunto com a equipe interdisciplinar e com o apoio familiar, consegue minimizar ou até mesmo cessar as perdas urinárias (FREITAS et al, 2006).
CONCLUSÃO
Envelhecer em um país com tantos problemas sociais, econômicos e estruturais a resolver constitui-se um grande desafios para os indivíduos, para o conjunto da sociedade e para o governo, no sentido de oferecer condições qualificadas para o prolongamento da vida.
Observa-se também um maior espaço na mídia destinado aos assuntos relativos aos idosos brasileiros, sensibilizando a sociedade em geral para as questões do envelhecimento individual e populacional. No entanto, ainda há muito a fazer, especialmente na implementação e implantação de novas alternativas de atendimento, inclusive de seviços especializados para os idosos portadores de patologias, que necessitam de tratamentos especiais.
Contudo, pretende-se com o levantamento bibliográfico conhecer os cuidados de enfermagem aplicáveis aos idosos com incontinência e contribuir de forma mais efetiva para a qualidade da assistência, que se dará através da sistematização de enfermagem, concretizando-se por meio do processo de enfermagem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COSTA, Francisco. Grande Dicionário de Enfermagem Atual. 3 ed. Rio de Janeiro: Revic. 2003.p. 456.
CRAVEN, R. F; HIRNLE, C. J. Fundamentos de Enfermagem: Saúde e função humanas. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S. A. 2006. p.1492.
FREITAS, Elizabete V. et al. Trato de Geriatria e Gerontologia. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara koogan. 2006. p.1573.
GUIMARÃES. Renato M; CUNHA. Ulisses G. V. Sinais e sintomas em geriatria. 2 ed. São Paulo: Atheneu. 2004.p. 312.
KAUFFMAN. Timothy. L. Manual de reabilitação geriátrica. 1 ed. Rio de Janeiro: Guanabara koogan 2001.p. 389.
NETO, M. P. FILHO, E. T. C. Geriatria – fundamentos, clínica e terapêutica. 2 ed. São Paulo: Atheneu. 2006.p. 788.
NETTINA. Sandra M. Prática de enfermagem. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara koogan. 2003.p. 1694.
PORTO Celmo C. Vademecum de clinica médica. 1 ed. Rio de Janeiro: Guanabara koogan. 2005.p. 1033.
POTTER, P. A; PERRY, G. A. Fundamentos de enfermagem. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S. A. 2004.p. 1509.
SMELTZER, Suzanne C.; BARE, Brenda G. Tratado de enfermagem médico-cirúgica. 10 ed. Rio de Janeiro. Guanabara koogan. 2004.p. 2419.