Elbeti Cristian Neris da Silva1

Mirtes Catarina Guilleminot Alves de Udaeta1

Érica Aline do Amaral1

RESUMO: A incontinência urinária no idoso vem sendo cada vez mais comum, sobretudo, pelo envelhecimento populacional que acaba por acarretar um aumento significativo das patologias crônico-degenerativas. Preocupadas com a referida questão as enfermeiras têm buscado aplicar o conhecimento na prática, de modo a contribuir para a qualidade de vida do idoso. Utilizamos como caminho metodológico um levantamento bibliográfico, objetivando conhecer quais os cuidados de enfermagem devem ser implementados aos idosos com incontinência urinária.

PALAVRAS – CHAVE: Incontinência urinária; Idoso; Assistência de Enfermagem.

ABSTRACT: Urinary incontinence in the elderly has been increasingly common, especially for an aging population that ultimately cause a significant increase in chronic-degenerative diseases. Preoccupied with that issue the nurses have sought to apply the knowledge practically, to contribute to the quality of life of the elderly. Used as a reference survey methodological way, to know which nursing care should be implemented for the elderly with urinary incontinence.
WORDS - KEY: Urinary incontinence; Aged; nursing care.

1Acadêmicas do 6º semestre do Curso de Enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB

INTRODUÇÃO

A incontinência urinária no idoso é um problema de saúde de múltiplas causas, prevalente, de alta morbimortalidade e de alto custo financeiro, erroneamente considerado por muitos como um evento normal do envelhecimento. Atribuir esse problema ao envelhecimento é um equivoco que pode condenar o indivíduo a perda da convivência social e muitas vezes a internação em asilos

Frequentemente a incontinência urinaria é encarada como conseqüência direta do processo de envelhecimento. Salienta-se, contudo, que o envelhecimento afeta de certo modo o trato urinário, mas a incontinência urinária não é uma conseqüência direta, nem sequer normal, do envelhecimento. O que acontece é haver coexistência de fatores exteriores ao trato urinário, que afetam a continência e que são mais freqüentes nos idosos.

Preocupadas com a referida questão, as enfermeiras têm buscado aprimorar seu conhecimento térnico-cientifico a desenvolve estratégias de aplicação desse conhecimento na prática, visando contribuir de forma mais efetiva para a qualidade de vida do idoso e, consequentemente, redução de morbidade.

Diante do exposto, justifica-se necessidade de levantamento bibliográfico que objetivo conhecer quais os cuidados de enfermagem devem ser implementados ao idoso com incontinência urinária.

DESENVOLVIMENTO

A incontinência urinária no idoso vem sendo cada vez mais comum, sobretudo, pelo envelhecimento populacional que acaba por acarretar um aumento significativo das patologias crônico-degenerativas. Se bem que a idade per si não possa ser considerada como um fator predisponente ao aparecimento dessa anomalia, sabe-se que fatores como a imobilidade, sexo feminino e alterações cognitivas exercem importante papel na incidência da incontinência, sendo referido em algumas estatísticas que 75% dos pacientes com incontinência urinária têm alguma forma de alteração cognitiva (POTTER; PERRY, 2004).

Costa (2003, p.231), conceitua a incontinência urinária como "perda involuntária de urina que pode ocorrer durante a noite ou em estado de vigília, podendo ser transitória ou permanente".

Possui como agente causal e fatores de risco a incompetência do esfíncter urinário; insuficiência uretral intrínseca; demência; doenças neurodegenerativa; diabetes (bexiga neurogênica); hiperplasia prostática; consumo excessivo de álcool entre outros. Manifesta-se pela incapacidade de conter naturalmente a urina na bexiga após esforços físicos, tosse, espiro ou risada. Muitos idosos portadores de incontinência urinária necessitarão apenas de uma avaliação básica que inclui: história, exame físico, analise da urina e medida do volume residual pós-miccional, outros necessitarão de exames complementares subseqüentes (PORTO, 2005).

A cerca do tratamento da incontinência urinária, um conceito importante em enfermagem é que o objetivo do tratamento pode não ser a cura da patologia, mas sim o de melhorá-la, prevenir suas complicações e, consequentemente, fornecer conforto e melhora da qualidade de vida ao paciente. Visto, que a incontinência urinaria é um sintoma e não uma doença. (CRAVEN; HIRNLE, 2006).

As intervenções de enfermagem devem incidir nos aspectos preventivos, atuando a nível da educação para saúde e na saúde ocupacional (ensinando hábitos de vida saudáveis). Mas a enfermagem, para além das intervenções preventivas, deve participar quando o problema já intalou-se. Tomando como primeiro passo a identificação e o levantamento histórico de todos os dados do paciente, aos quais fornecerão subsídio para a posterior abordagem (NETTINA, 2003).

Não existe uma fórmula secreta que sirva para todos que sofrem do problema de incontinência. Prestar assistência de enfermagem a idosos com essa ou outras problemáticas, é uma habilidade complexa que requer o uso de capacidades, competências e atitudes, adaptadas a cada pessoa. Se é verdade que as ações de enfermagem visam preparar as pessoas para a resolução de problemas, é igualmente verdade que aquilo que melhor funcionar, é o mais adequado para aquela pessoa (NETTO; FILHO, 2006).

A incontinência urinária pode destruir rapidamente a confiança e o respeito que o indivíduo tem por si. Portanto, um aspecto essencial das intervenções em enfermagem, é ajudar o paciente a recuperar a confiança e o respeito necessários, sem os quais não se consegue a reestruturação da sua dignidade (KAUFFMAN, 2001).

Nas perdas de etiologia neurodegenerativas, intelectuais e motoras. A enfermeira no momento da identificação do problema deve ter a percepção que ele envolve múltiplos fatores associados e que a sua atuação deverá estar direcionada a várias vertentes. Assim, é fundamental concentrar esforços, pondo em execução intervenções que busquem o bem estar e o respeito ao idoso (GUIMARÃES, 2004).

Para Smeltzer e Bare (2004), a enfermeira por atuar na equipe multidisciplinar, promove a articulação entre os profissionais, família e rede de suporte, devendo seguir uma visão holística de modo que aborde o paciente como um todo. Atuando segundo os aspectos abaixo:

Social: Encorajar o paciente a participar de atividades e evitar o isolamento; sensibilizar a família, elogiando o papel dos cuidadores; trabalhar a rede de suporte, promovendo contatos graduais de convívio; estimular a pessoa a vestir-se com roupa agradável, que não só lhe melhore a imagem, como demonstre positividade aos que observam, causando benefícios a nível da auto-estima.

Psicológicos: Aceitar o idoso como uma pessoa com dignidade em interação permanente com ele próprio, tendendo para o equilíbrio, com direito ao respeito e a fazer as suas próprias escolhas.

Físicos: Atuar a nível da proteção da pele, sensibilizando o próprio, a família/cuidador, a rede social e de apoio para a necessidade de manter o idoso limpo, seco e confortável, mantendo a integridade da sua pele, evitando macerações e prevenindo futuras complicações.

Ambientais: Levar em conta os aspectos sociais, econômicos, capacidade dos serviços de saúde e instituições e os recursos na comunidade. É papel da enfermeira adequar o ambiente as necessidades do paciente, direcionando esforços e emitindo pareceres.

A assistência de enfermagem é capaz de transcender as atividades de higiene e conforto, já que com orientações simples, com baixo custo, sem efeitos adversos, a enfermeira em conjunto com a equipe interdisciplinar e com o apoio familiar, consegue minimizar ou até mesmo cessar as perdas urinárias (FREITAS et al, 2006).

CONCLUSÃO

Envelhecer em um país com tantos problemas sociais, econômicos e estruturais a resolver constitui-se um grande desafios para os indivíduos, para o conjunto da sociedade e para o governo, no sentido de oferecer condições qualificadas para o prolongamento da vida.

Observa-se também um maior espaço na mídia destinado aos assuntos relativos aos idosos brasileiros, sensibilizando a sociedade em geral para as questões do envelhecimento individual e populacional. No entanto, ainda há muito a fazer, especialmente na implementação e implantação de novas alternativas de atendimento, inclusive de seviços especializados para os idosos portadores de patologias, que necessitam de tratamentos especiais.

Contudo, pretende-se com o levantamento bibliográfico conhecer os cuidados de enfermagem aplicáveis aos idosos com incontinência e contribuir de forma mais efetiva para a qualidade da assistência, que se dará através da sistematização de enfermagem, concretizando-se por meio do processo de enfermagem.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COSTA, Francisco. Grande Dicionário de Enfermagem Atual. 3 ed. Rio de Janeiro: Revic. 2003.p. 456.

CRAVEN, R. F; HIRNLE, C. J. Fundamentos de Enfermagem: Saúde e função humanas. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S. A. 2006. p.1492.

FREITAS, Elizabete V. et al. Trato de Geriatria e Gerontologia. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara koogan. 2006. p.1573.

GUIMARÃES. Renato M; CUNHA. Ulisses G. V. Sinais e sintomas em geriatria. 2 ed. São Paulo: Atheneu. 2004.p. 312.

KAUFFMAN. Timothy. L. Manual de reabilitação geriátrica. 1 ed. Rio de Janeiro: Guanabara koogan 2001.p. 389.

NETO, M. P. FILHO, E. T. C. Geriatria – fundamentos, clínica e terapêutica. 2 ed. São Paulo: Atheneu. 2006.p. 788.

NETTINA. Sandra M. Prática de enfermagem. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara koogan. 2003.p. 1694.

PORTO Celmo C. Vademecum de clinica médica. 1 ed. Rio de Janeiro: Guanabara koogan. 2005.p. 1033.

POTTER, P. A; PERRY, G. A. Fundamentos de enfermagem. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S. A. 2004.p. 1509.

SMELTZER, Suzanne C.; BARE, Brenda G. Tratado de enfermagem médico-cirúgica. 10 ed. Rio de Janeiro. Guanabara koogan. 2004.p. 2419.