Venice Maria Bione de Araujo¹

Telma Maria dos Santos Oliveira²

 

RESUMO: O objetivo desse estudo foi descrever as intervenções desenvolvidas pelos enfermeiros na atenção básica durante o atendimento aos pacientes com diabetes de mellitus. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, na qual foram utilizados artigos pesquisados nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde). Foi utilizado também o Caderno da Atenção Básica do Ministério da Saúde e dois protocolos:  Cuidados de enfermagem no Diabetes de Mellitus e Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes. A busca foi feita no período de maio de 2015 à setembro de 2015 e foi encontrado 9 artigos e 3 manuais . O enfermeiro que atua nas unidades de atendimentos de saúde básica realiza suas atividades diretamente com os pacientes através da consulta de enfermagem promovendo a aproximação dos pacientes atuando na prevenção e no diagnóstico precoce do Diabetes.  O rastreamento de pacientes de risco e o contato mais próximo através da visita ao ambiente familiar, facilita o conhecimento da realidade biopsicossocial destes possibilitando assim a criação de um plano de cuidado voltado para as necessidades reais do paciente diabético. A educação e acompanhamento dos enfermeiros promovem a conscientização sobre mudanças de hábitos de vida que possam ajudar os pacientes com diabetes a alcançarem o controle das complicações e uma melhor qualidade de vida.

Descritores: Diabetes de Mellitus; Consulta de enfermagem e Assistência de enfermagem

 

 

¹ Graduada em Enfermagem do Centro universitário FACEX – UNIFACEX., Pós Graduanda em               UTI- FAMEC E- mail:[email protected]

       ² Graduada em enfermagem 2016– UNIFACEX., Pós graduada em UTI- FAMEC E-MAIL:              [email protected]

 

1 INTRODUÇÃO

 

O diabetes mellitus (DM), configura-se hoje uma epidemia mundial, pois a cada ano que passa o índice se multiplica e com ele seus agravantes, acarretando muito prejuízo pessoal, familiar e governamental. Por tratar-se de uma doença com alto índice de internação hospitalar, é um grande desafio para o sistema de saúde, o envelhecimento da população, a urbanização crescente e a adoção de estilos de vida pouco saudáveis como: sedentarismo, dietas inadequadas e obesidade são grandes responsáveis pelo aumento da incidência e prevalência da diabetes em todo mundo.

 Segundo Brasil (2006), estimativas da organização mundial de saúde, mostram que o número de pessoas com essa doença em todo o mundo era de 177 milhões em 2000, com expectativa de alcançar 350 milhões de pessoas em 2025 e 4 milhões de mortes por ano relativas ao diabetes e suas complicações. Um indicador a ser considerado importante é que o diabetes cresce rapidamente em todos os países em desenvolvimento, a expectativa de vida é reduzida em 15 anos para diabetes tipo 1 e em 5 à 7anos para diabetes tipo 2. No Brasil os diabetes junto com a hipertensão arterial são responsáveis pela primeira causa de mortalidade e de hospitalização.

O diabetes de mellitus pode ser definido como um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia, resultante de defeitos na secreção e ou ação da insulina. Sua classificação assim como seus critérios diagnósticos vem sofrendo modificações nos últimos anos acompanhando a evolução dos conhecimentos sobre sua fisiopatologia e epidemiologia (GROSSI; PASCALI, 2009).

É classificado segundo o Ministério de Saúde em Diabetes tipo 1 (DM1) e o tipo 2 (DM2).  O Diabetes tipo1 uma forma mais agressiva, afeta principalmente as crianças e nos adolescentes, representa 5% a 10% dos casos e o resultado da destruição das células beta pancreáticas com consequente deficiência de insulina, essa destruição é ocasionada por autoimunidade, porém existem casos em que não há evidências de que o indivíduo com essa forma de DM possa desenvolver cetoacidose, sendo assim necessitando da aplicação de insulina exógena para sua sobrevivência (DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2013-2014).

 A diabetes tipo 2 representa 90% a 95% dos casos e caracteriza-se por defeitos na ação e ou secreção da insulina e pode se desenvolver em qualquer idade mas geralmente após os 40 anos. Diferente da DM1 não há indicadores específicos e não o depende de insulina exógena para sobreviver, ainda segundo Brasil (2006), os sinais e sintomas clássico da diabetes são: poliúria, polidipsia, perda de peso, polifagia e visão turva.

Os indivíduos quando são comunicados da existência da doença em seu organismo apresentam reações diferenciadas, necessitando assim, da atenção dos profissionais de saúde no que se refere a orientação quanto as transformações necessárias em sua vida (BRASIL, 2006).

     É reconhecido que é necessário que o indivíduo com diabetes adote habilidades de autocuidado que lhe permita controlar sua doença, quanto maior o acesso à informação e ao conhecimento sobre sua co-morbidade, maior será sua capacidade aprendida de realizar uma ação de maneira competente, intensificando medidas que lhe permitam a adoção de uma nutricional saudável e a prática de atividade física diária, que irá refletir diretamente na melhoria de sua qualidade de vida (BRASIL, 2006).

 O enfermeiro como parte fundamental de uma equipe multiprofissional assume o papel de educador em saúde, com vistas à implementação de intervenções que possam retardar ou impedir a manifestação da doença e reduzir os gastos na saúde pública (MIRANZI, 2008).

 O enfermeiro que atua nas unidades de atendimentos de saúde básica é profissional que realizam suas atividades diretamente com os pacientes, sendo suas funções consideradas de grande importância por promover a aproximação, a conquista da confiança dos pacientes com os profissionais de saúde.  Portanto, discutir sobre a importância e a complexidade das intervenções de enfermagem nas ações de detecção precoce, reabilitação e prevenção de complicações, é de suma importância para trazer contribuições que possam beneficiar e proporcionar educação a uma assistência de qualidade a população.

A justificativa pelo o tema abordado baseou-se pela preocupação com o aumento de número de pacientes com diabetes de mellitus, que vem sendo apontada como responsável pelo aumento da ocupação de leitos hospitalares além da percepção das dificuldades apontadas pelos pacientes sobre um esclarecimento mais adequado sobre o que é a doença, seu tratamento e suas complicações e o que me motivou a realiza esse trabalho foi casocom o meu familiar (mãe e tio) serem portadores dessa patologia.

Diante desse contexto, surgiram a seguinte questões de pesquisa: quais as intervenções desenvolvidas pelos os enfermeiros na atenção básica durante o atendimento aos pacientes com diabetes de mellitus; e os quais os achados sobre diabetes mellitus produzidos pelas pesquisas de enfermagem descritos na literatura.

Os objetivos dessa pesquisa é descrever as intervenções desenvolvidas pelos os enfermeiros na atenção básica durante o atendimento aos pacientes com diabetes de mellitus; e os achados de enfermagem sobre diabetes mellitus produzidos pela pesquisa.

Pretende-se contribuir com esse estudo alertando o enfermeiro a refletir e analisar a importância do cuidar, do orientar, educar e monitorar as possíveis complicações do DM, contribuindo para uma maior orientação e consequentemente para a prevenção da doença. Acredita-se que a enfermagem, por ter um contato maior com os pacientes com essa enfermidade, poderá intensificar as orientações acerca dessa afecção, com olhar mais crítico e elaborando ações, deste modo contribuindo para melhorar a qualidade de vida da população.