Existem algumas razões importantes para estudarmos os fatos históricos. Primeiro, porque a história explica a origem das lutas e dos conflitos e isso é útil, pois nos ajuda a compreender o mundo em que vivemos. Segundo, porque nos dá idéia clara da solidariedade humana ao longo dos tempos. Em terceiro lugar, e bastante fundamental, nos ensina a respeitar as opiniões e as crenças tão diversas e tantas vezes defendidas de forma surpreendente. E finalmente, podemos afirmar que a história, como ciência, tem o dever de buscar a verdade. Além de tudo isso, ela é um grande romance, escrito por homens e mulheres de personalidades diferentes, que contribuíram para um mundo cheio de aventuras e encanto.

E na história encontramos exemplos de vários líderes, cada um com o seu estilo de comandar e portadores de uma grande obra administrativa. Algumas dessas gestões foram fundamentadas em valores humanitários; outras em censura intelectual e negação de princípios democráticos. Hitler, como exemplo, foi um líder que exerceu grande influência nas massas, pois era um grande orador e deixou uma frase que cabe uma profunda reflexão: "o mundo só pode ser governado pela exploração do medo".

É inegável que muitos, pela enorme habilidade de trabalhar em equipe ou pela extraordinária capacidade de negociação, foram capazes de resolver conflitos e trazer resultados significativos para a humanidade. E outros, pela total inabilidade de diálogo e de deficiências administrativas provocaram conseqüências das quais ainda hoje sofremos.

E nesse ponto perguntamos: será que dentro das organizações não encontramos estilos de gestão que mais oprimem do que realmente contribuem para o desenvolvimento? Ainda que velado?

É impressionante como em pleno século XXI, era da globalização e do conhecimento, ainda vemos algumas formas de gerenciar baseadas no autoritarismo e no medo, chegando a nos lembrar o que disse Hitler.

Liderar não é dominar. No mundo corporativo ainda há gestores que não possuem as aptidões necessárias para persuadir e motivar as pessoas e com isso perdem produtividade e, em vão, a procuram em locais totalmente adversos. Esquecem-se de que ao dar voz aos seus colaboradores estão proporcionando maior satisfação no trabalho; e conseqüentemente maiores e melhores resultados.

O que se espera, então, do gestor do século XXI? Muitas características comportamentais e técnicas podem ser citadas, mas é fundamental que ele entenda de gente.

"Existem três tipos de pessoas: as que deixam acontecer, as que fazem acontecer e as que perguntam o que aconteceu". Para aqueles que querem fazer acontecer um bom caminho inicial é pensar nos pontos a seguir:

* Quebrar velhos paradigmas

Organizações inteligentes e responsáveis estão em contínua transformação, assim sendo, aquelas empresas que mantêm uma administração baseada em idéias de controle, autoritarismo e outras práticas arcaicas, estão fadadas ao fracasso.
A gestão departamental, resistente, focada nas tarefas e padronizada deve dar lugar a uma gerência por processos, mutante, focada em resultados e flexível.
Nesse ponto, cabe salientar que os frutos só aparecem quando as pessoas sabem claramente os objetivos da empresa, seus planos, números, estratégias e metas, e isso só se consegue através de canais de comunicação abertos e transparentes.

* Provocar as mudanças necessárias

Heráclito disse: "a única coisa permanente é a mudança". Um dirigente competente não deve apenas conduzir as mudanças, mas principalmente, saber provocá-las. A insegurança e o medo comuns a esse processo devem ser substituídos por um olhar observador capaz de diagnosticar o seu meio ambiente e desenvolver estratégias para planejar, dirigir e controlar as mudanças.

Valorizar, reter e formar talentos humanos

Na Era da Informação e do Conhecimento, o recurso mais importante é, indubitavelmente, o capital intelectual. As grandes organizações estão investindo pesadamente nas pessoas e com isso aumentando sua vantagem competitiva.
Investir no capital intelectual é aumentar seu valor de mercado e as empresas da Nova Economia são um claro exemplo disso.
Talvez o mais importante nesse ponto, não seja enumerar os benefícios de uma companhia que valoriza, retém e forma talentos, mas perguntar: quanto custa para a organização sua incapacidade de formar líderes? Em alguns casos, custou sua própria sobrevivência.

* Humanizar a empresa

Espiritualidade corporativa, responsabilidade social, qualidade de vida no trabalho, ética..., enfim, todas estas iniciativas não podem e não devem ser vistas como ações puramente políticas, na verdade, qualquer um desses movimentos está ligado a uma empresa de consciência humanitária.
Quando buscamos uma dimensão humana nas atividades diárias estamos cumprindo a real missão de uma empresa de ponta: desenvolver nos colaboradores a autoconsciência e um humanismo responsável, fazendo com que toda a corporação engaje-se em estratégias inovadoras, competitividade e produtividade, numa relação de parceria e efeitos que possam causar impactos além de seus muros.
Trabalhar com esse propósito é encontrar nos ativos intangíveis os verdadeiros e os melhores indicadores de crescimento, renovação, eficiência e estabilidade.

Resumindo, precisamos adotar uma gestão audaciosa, inteligente e responsável, que abandone antigas idéias de controle e que busque uma relação com os trabalhadores de comprometimento com os resultados organizacionais, sem perder, repetindo, a dimensão humana. Para os que possuem dificuldade de pensar e agir dessa forma, talvez seja um grande desafio, tal qual os enfrentados por tantos líderes ao longo da história.

Quando deixamos de resistir e mudamos nossos comportamentos os resultados aparecem, mas precisamos de empenho e disciplina para romper nossos próprios limites. Como sabiamente disse o filósofo Confúcio : "eu vejo e lembro, eu ouço e esqueço, eu faço e compreendo". Não terá sido à toa que Confúcio foi chamado de "o mestre e modelo das dez mil gerações".