ADAMS, Regina Vanessa[1]

JACOMINI, Eliane Aparecida[2]

WALENDORFF, Jehmy Katianne[3] 

ASPECTOS SOBRE O GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS PROVENIENTES DE EQUIPAMENTOS DE INFORMÁTICA – UM ESTUDO DE CASO EM USINA DE TRIAGEM EM NOVO HAMBURGO, RS.

RESUMO: O objetivo deste trabalho é alertar a sociedade a respeito dos resíduos eletrônicos que são gerados em grande número pela população brasileira. Apontando assim maiores informações sobre o tema, para que haja uma conscientização do país, e consiga se manifestar a necessidade de mudança, onde fique claro que o problema do resíduo eletrônico causa danos tanto a pessoas quanto ao meio ambiente. Ressaltando igualmente a necessidade de mais informações sobre este problema, para que se possa fazer uma união de todos em busca de novos métodos para a reutilização ou armazenamento correto do resíduo eletrônico. Incentiva-se ao longo do trabalho a implantação de projetos sociais e de lei que auxiliem a redução deste material descartado de forma incorreta.

PALAVRAS-CHAVE: Resíduo eletrônico, Meio Ambiente e Saúde Humana.

INTRODUÇÃO

A humanidade vem mostrando a grande capacidade de transformação tecnológica facilitando o dia-dia da sociedade. Nesse desenvolvimento das indústrias muitas tecnologias são incorporadas no cotidiano tornando-se indispensável para a vida.

Em plena era da informação, a população está cada vez mais conectada em aparatos eletrônicos que facilitam a vida e integram pessoas as redes sociais. (BEIRIZ, pg 14, 2005)

Esclarece-se neste artigo algumas dúvidas, enaltece soluções e apresenta empresas que tem a preocupação de dar a destinação correta para resíduos eletrônicos.

Nos últimos anos, grande número de publicações referentes à necessidade da proteção ambiental tem surgido no âmbito nacional. “Publicações destinadas ao público em geral, despertou, durante os últimos anos, a consciência para os perigos de substancias estranhas que estão sobrecarregando nosso ambiente. Desde então não param de surgir novas e sinceras iniciativas, isoladas ou de grupo para encontrar soluções para o problema.” (Fellemberg, 1980).

Deixando claro, a preocupação recorrente com a sociedade no quesito resíduos eletrônicos, principalmente dando uma destinação correta evitando contaminações ambientais e problemas de saúde.

Para OIKOS (2008), pensar o meio ambiente não é inocente ou ingênuo, tem uma intencionalidade. A realidade não só tem uma materialidade física (o ambiente), mas se constrói e se modela a partir do modo como historicamente os indivíduos produzem a vida.

Busca-se melhorar as destinações dos eletrônicos descartados, muitas empresas possuem dentro de sua organização campanhas para arrecadação desses materiais que descartados de forma correta não causam grandes impactos na natureza auxiliando assim na boa manutenção da geração futura.

Mesmo assim, o índice de recolhimento ainda está longe do satisfatório, mesmo com a ampliação de postos de coletas em bancos ou supermercados não é suficiente para atender a demanda deste material que esta sendo descarto em grande escala, porém com a lenta conscientização da população.

De acordo com Beiriz, a grande questão não é impedir o desenvolvimento tecnológico, mas utilizá-lo adequadamente, conciliando a defesa da natureza com recursos que ela oferece. Assim, além dela reduzir os impactos, e até porque não deixar de impactar, o avanço tecnológico pode contribuir na recuperação do que já foi destruído.

Para tanto algumas empresas se estabelecem com o objetivo de dar um destino correto e seguro para os resíduos eletrônicos, neste artigo trabalhamos com este objetivo, analisando algumas atitudes de reciclagem e serviços gerados em função destas empresas.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Aspectos Gerais sobre o Meio Ambiente

No novo mundo que surge, a tecnologia é só um instrumento. Hoje, informação é o centro de qualquer negociação. Atualmente, saber usá-la é a sobrevivência para qualquer empresa, mas quem quiser além de sobreviver, vencer no mundo competitivo dos negócios, tem que saber usar a informação e a qualidade como armas estratégicas na batalha da competitividade. (Resende, 2010).

De acordo com Bonassina, Kowalski e Lopes, podemos imaginar onde estarão os computadores, máquinas digitais, aparelhos eletrônicos de som e imagem que hoje são modernos, mas que estarão obsoletos daqui a alguns anos. Pode-se ir mais longe e tentar fazer um paralelo com o super aquecimento do planeta, por exemplo, que foi previsto a cerca de duas décadas, pareciam uma possibilidade tão remota que foi ignorada, em favor do desenvolvimento a qualquer preço. Hoje podemos ver e sentir os efeitos desse fenômeno, confirmando o que os cientistas profetizaram naquela época.

Ocorre que, além disso, surgiu o consumismo, que trouxe um grave problema, o excesso de dejetos resultantes do consumo desenfreado. Em outras palavras, “LIXO”! Por “falta de tempo”, pois se trabalha muito para manter seus padrões de consumo, o individuo não pensa na melhor forma de cuidar dos materiais que não lhe interessam mais, depositando-os de forma inadequada no meio ambiente e causando graves danos à natureza! Danos estes que retornam ao ser humano em forma de desequilíbrio. (Barbosa, 2009).

Sendo assim, um dos grandes problemas da atualidade é o lixo. Essa preocupação com o meio ambiente data-se desde o início do século XIX aqui no Brasil, com o sancionamento de uma lei, em 1861 pelo imperador D. Pedro II para proteger a Floresta da Tijuca que se encontrava totalmente degradada. (Lima, 2007)

Na História da humanidade nunca houve tanta produção e consumo, apesar de tudo, muito tem feito para preservar o meio ambiente. Organizações, governos e indivíduos vêm realizando um trabalho de mobilização procurando conscientizar a todos sobre a importância de cuidar melhor da natureza.

Campanhas educativas são feitas pela mídia e nas escolas, governos incentivam procedimentos ecológicos, utilizando o lixo como moeda de troca para outros bens de consumo, a separação e a reciclagem aos poucos, vão se transformando em hábitos. (Bonassina, Kowalski e Lopes)

Desde os primórdios da história formaram-se, pela ação do homem, produtos de desejo e resíduos vários que, levados aos rios ou ao ar atmosférico, mostraram-se tóxicos, ou pelo menos incômodos (Fellemberg, 1980, p 2).

No decorrer dos anos se estabeleceu a relação entre os CFCs (clorofluorcarbonos) e a destruição da camada de ozônio, o Protocolo de Montreal, em 1987, para a proteção da camada de ozônio, através da eliminação da fabricação dos CFCs. (Lima, 2007).

A “Era da Informática” entrou com tudo na atualidade, o produto que no passado era artigo de luxo hoje é necessidade para a maioria das famílias brasileiras. (Pinheiro Junior; Teixeira; Aleixo, 2009).

Em uma rápida passada em aterros sanitários podemos constatar que os resíduos alimentares são os de maior volume, no entanto, é fato que a partir do século passado aumentamos substancialmente a concentração de lixo no aterro com uma nova categoria: o Lixo Eletrônico (pilhas, baterias, computadores, aparelhos celulares, televisores e muitos outros eletrônicos que são substituídos por objetos similares e com maior número de recursos). (Bonassina, Kowalski e Lopes)

Para Bill Gates, “o futuro pertence às sociedades que não se contentam em promover o atendimento horizontal e vertical dos anseios do homem, mas que se espera em também criar necessidades desnecessárias que se tornam absolutamente imprescindíveis a partir do lançamento de cada uma delas” (Pinheiro Junior; Teixeira; Aleixo 2009). apud (Trigueiro, 2005, p 153).

Percebe-se que a revolução tecnológica é algo incrível, pois novos produtos são criados a todo o tempo tornando assim menor o ciclo de vida dos outros e conseqüentemente aumentando o número de produtos descartados, ou seja, o lixo eletrônico. Junior; Teixeira; Aleixo (2009).

Segundo Pinheiro Junior; Teixeira; Aleixo (2009), no lançamento desses produtos nem a população nem as empresas tinham idéia ou preocupação dos impactos ambientais que tanto lixo causaria, no entanto agora nos vemos comprometidos em encontrar soluções ou alternativas que nos mostrem o destino certo para descartar esse material por processos de reciclagem e posteriormente reutilização dessa matéria-prima como plástico, metal e vidro.

A maior preocupação das empresas em primeiro lugar era que se pensar em preservar o meio ambiente não obtém lucro, porém essa questão já tomou outros rumos nos dias atuais, empresas já se conscientizaram que meio ambiente e crescimento econômico andam juntos uma vez que são bem vistas pelo mercado, se tornam mais confiáveis diante dos investidores, e se tornam mais econômicas. (DONAIRE, 1999).

Como os retornos nos investimentos com o meio ambiente não podem ser previstos, pois a casos em que esses retornos demoram mais a acontecer, tem-se a necessidade de buscar capitais próprios ou de terceiros para integrar nessa luta a favor do meio ambiente, porém existe ainda a possibilidade das empresas negociarem com os órgãos governamentais e a partir de então viabilizar projetos com objetivos mais difíceis de serem alcançados em curto prazo. (DONAIRE, 1999, 56).

Segundo Donaire (1999) “algumas empresas, porém, têm demonstrado que é possível ganhar dinheiro e proteger o meio ambiente mesmo não sendo uma organização que atua no chamado “mercado verde”, desde que as empresas possuam certa dose de criatividade e condições internas que possam transformar as restrições e ameaças em oportunidades de negócios”.

Pode-se observar que não houve somente um crescimento na área de eletrônicos, mas também na mente de consumidores e empresários, que passaram de desperdiçadores compulsivos a compradores e gerentes conscientes. Com esta união, torna-se possível fornecer um destino adequado ao lixo eletrônico, podendo este ser reciclado ou reutilizado.

Legislação

            Conforme Pinto a empresa precisa ter procedimentos que permitam modificar, conhecer, administrar e controlar os residuos gerados durante o processamento e uso de seus produtos, com relação a: emissões atmosfericas, efluentes liquidos e residuos solidos.

            A organização deverá dezenvolver uma sistemática para obter acesso as exigências legais que dizem respeito a sua atividade. Essas exigências devem ser claras para direção da empresa. Os funcionários devem conhecer as exigências e quais são as documentações necessarias para seu cumprimento.

Segundo Beiriz, a reciclagem de computadores não é algo fácil. É uma tarefa que deve ser realizada de maneira apropriada. Não existe no mundo um número muito grande de empresas aptas a fazer a reciclagem dos materiais presentes no computador. Existem algumas poucas organizações a fazer esta reciclagem corretamente.

Para lidar com o problema do e-lixo existem apenas duas soluções armazena-los corretamente ou reciclá-los.

Internacionalmente, a Convenção da Basiléia de 1989 é o documento que mais chega perto de regulamentar o lixo eletrônico, ao estabelecer um regime internacional de controle e cooperação, cujo objetivo é minimizar a geração de resíduos perigosos, através das mudanças nos processos produtivos e reduzir também o movimento transfonteiriço desses resíduos. A convenção aparece como único tratado internacional que pretende monitorar o impacto ambiental das operações de deposito, recuperação e recilagem de reiduos.

No Brasil, a resolução nº 257 do CONAMA - Conselho Nacional do Meio ambiente, de 1999 (complementada pela resolução nº 263 do mesmo ano), que versa sobre a destinação de pilhas e baterias usadas, atruibui aos fabricantes ou importadores a responsabilidade pelo gerenciamento desses produtos técnologicos, que necessitam de disposição final especifica, isso é em função do período e níveis de metais tóxicos que apresentam sob pena de causar danos ao meio ambiente e a saúde pública.

Deste modo, a legislação deverá ser aprimorada de modo a incentivar a implementação de redes com penetração para a coleta de lixo eletronico acarretando assim o estimulo ao surgimento de industrias de reprocessamento e reciclagem.

Uma Legislação mais rigorosa foi préviamente adotada pelo Estado do Paraná. Com a Lei nº 12.493 de 1999 definiu principios e regras rigidas aplicadas a geração, acondicionamentos, armazenamento, coleta, transporte, tratamento e destinação final dos residuos sólidos. (Beiriz, 2005)

Dados  Estimados sobre Gerenciamento de Resíduo Eletrônico

 

De acordo com o website (lixoeletronico.org) estima-se que cada brasileiro descarta, por ano,0,5 kgde lixo eletrônico. Atualmente vivemos em uma sociedade com ritmo acelerado  no desenvolvimento de novas tecnologias e elevado índice de consumo. Com isso, o volume de lixo gerado aumenta esponencialmente, trazendo impactos para o planeta. Além do lixo comum, a sociedade tem produzido uma grande quantidade de lixo eletrônico.

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), o Brasil é o país que mais produz lixo eletrônico, por habitante, entre os países emergentes.

O relatório da ONU estima que no Brasil, por ano, são descartadas:

                             Quadro 01- Descartes de Lixo Eletrônico no Brasil

96,8 mil

Toneladas de computadores

115 mil

Toneladas de geladeiras

17,2 mil

Toneladas de impressoras

2,2 mil

Toneladas de celulares

0,7 quilo

 Por pessoa, ao ano, de aparelhos de TV

                              Fonte: Lixoeletronico.org

            Conforme Silva, Martins e Oliveira (2008) no caso das Indústrias de eletroeletrônicos, os resíduos podem causar danos ainda mais sérios a saúde da população, e grave impacto ao meio ambiente. Computadores se tornam obsoletos dentro da lógica comercial a cada dois anos, máquina são trocadas, baterias de celulares, equipamentos de impressão e conexão, cabos, infra-estruturas de rede, entre outros materiais, são descartadas.

            São muitos os efeitos gerados pelo contato direto ou indireto com os metais pesados, que podem causar danos a toda e qualquer atividade biológica. Algumas respostas são predominantes, às vezes agudas outras crônicas. Muitas vezes as respostas são tardias, o que dificulta o diagnóstico da patogênese por perder a relação direta. (Moreira, Moreira. 2004).

No quadro 02 é apresentada a relação de alguns metais pesados e os principais danos causados a saúde humana.

    Quadro 02- Metais pesados e os principais danos causados a saúde humana

Metal Pesado

Principais danos causados a Saúde do Homem

 

 

 

Alumínio

Solos ricos em alumínio são ácidos e as plantas adaptadas nestes solos armazenam certa quantidade deste metal, no ecossistema do cerrado. Alguns autores sugerem existir relação da contaminação crônica do alumínio como um dos fatores da ocorrência do mal de Alzheimer.

 

 

Arsênio

Pode ser acumulados no fígado, rins, trato gastrointestinal, baço, pulmões, ossos, unhas; dentre os efeitos crônicos: câncer de pele e dos pulmões, anormalidades cromossômicas e efeitos teratogênicos.

 

 

 

Cádmio

Acumula-se nos rins, fígado, pulmões, pâncreas, testículos e coração; possui meia-vida de 30 anos nos rins; em intoxicação crônica pode gerar descalcificação óssea, lesão renal enfisema pulmonar, além de efeitos teratogênicos e carcinogênicos (câncer).

 

Bário

Não possui efeito cumulativo, provocam efeitos no coração, contrição dos vasos sanguíneos, elevação da pressão arterial e efeitos no sistema nervoso central.

Cobre

Intoxicação como lesões no fígado.

 

 

 

Chumbo

É o mais tóxico dos elementos acumulam-se nos ossos, cabelos, unhas, cérebro, fígado e rins, em baixas concentrações causa dores de cabeça e anemia. Exerce ação tóxica na biossíntese do sangue, no sistema nervoso, no sistema renal e no fígado, constitui-se veneno cumulativo de intoxicação crônica que provocam alterações gastrointestinais, neuromusculares, hematológicas podendo levar à morte.

 

 

 

Mercúrio

Atravessa facilmente as membranas celulares, sendo frontalmente absorvido pelos pulmões, possui propriedades de precipitação de proteínas sendo grave suficiente para causar um colapso circulatório no paciente, levando a morte. É altamente tóxico ao homem, sendo que doses de 3g a 30g são fatais, apresentando efeitos acumulativos e provocando lesões cerebrais, além de efeitos de envenenamento no sistema nervoso central e teratogênico.

Cromo

Armazena-se nos pulmões, pele, músculos e tecido adiposo, podem provocar anemia, alterações hepáticas e renais, além de câncer do pulmão.

Níquel

Carcinogênico (atua diretamente na mutação genética)

 

Zinco

Efeitos mais tóxicos são sobre aos peixes e algas (conhecido); experiências com outros organismos são escassas.

Prata

 

10g como Nitrato de Prata é letal ao homem.

    Fonte: Ambiente Brasil, 2007, Greenpeace, 2007

            Abaixo segue a relação dos materiais tóxicos encontradosem computadores. Estesmateriais também são encontrados em outros eletroeletrônicos em diferentes proporções e associações.

   Quadro 03 – Relação de Materiais tóxicos encontrados em Computadores.

Metal Pesado

Parte do computador onde é encontrado

Porcentagem no Computador

Porcentagem Reciclável

Alumínio

Estrutura, conexões

14,1723 %

80,0000 %

Bário

Válvula eletrônica

0,0315  %

0,00000 %

Berílio

Condutivo térmico, conectores

0,0157 %

0,0000 %

Cádmio

Bateria, chip, semicondutor, estabilizadores

0,0094 %

0,0000 %

Chumbo

Circuito integrado, soldas, bateria

6,2988 %

5,0000 %

Cobalto

Estrutura

0,0157 %

85,0000 %

Cobre

Condutivo

6,9287 %

90,0000 %

Cromo

Decoração, proteção contra corrosão

0,0063 %

0,0000 %

Estanho

Circuito integrado

1,0078 %

70,0000 %

Ferro

Estruturas, encaixe

20,471 2 %

80,0000 %

Gálio

Semicondutor

0,0013 %

0,0000 %

Germânio

Semicondutor

0,0016 %

60,0000 %

Índio

Transistor, retificador

0,0016 %

60,0000 %

Manganês

Estrutura, encaixes

0,0315 %

0,0000 %

Mercúrio

Bateria, ligamentos, termostatos, sensores

0,0022 %

0,0000 %

Níquel

Estrutura, encaixes

0,8503 %

80,0000 %

Ouro

Conexão, condutivo

0,0016 %

99,0000 %

Prata

Condutivo

0,0189 %

98,0000 %

Sílica

Vidro

24,8803 %

0,0000 %

Tântalo

Condensador

0,0157 %

0,0000 %

Titânio

Pigmentos

0,0157 %

0,0000 %

Vanádio

Emissor de fósforo vermelho

0,0002 %

0,0000 %

Zinco

Bateria

2,2046 %

60,0000 %

    Fonte: MCC (Microeletrnics and computer Tecnology Corporation), 2007.

            Os metais pesados estão presentes naturalmente no ambiente e são necessários em quantidades mínimas para a manutenção da vida, mas em grandes concentrações podem causar efeitos deletérios. Por esse motivo, o lixo eletrônico é considerado um dos maiores problemas ambientais e sociais dos grandes centros urbanos do Brasil e do mundo.

 Conforme Mariana Viveiros na ultima década, elas ganharam destaque na mídia pelo envolvimento em grandes casos de contaminação e poluição. Mas Rhodia, Solvay, Petrobras, Shell e Carbocloro (três indústrias químicas e duas petrolíferas) querem superar a imagem de vilão, para isso, contam com investimento em projetos ambientais e na “política da boa vizinhança” que giram em torno de 1% de seu faturamento anual, ou seja, cerca de 1,2 bilhão – 50% mais que o total gasto no ano passado pelo Ministério do Meio Ambiente.

 

 Procedimentos Metodológicos

 

A presente pesquisa foi realizada no período de agosto a novembro de 2011, em uma empresa de coletas de resíduos eletrônicos, no Município de Novo Hamburgo, Estado do Rio Grande do Sul, Brasil.

Para a construção do trabalho, foram realizadas pesquisas bibliográficas, com objetivo de fundamentar o capítulo teórico deste trabalho, que permitiram a discussão sobre o processo que permeiam a reutilização dos resíduos eletrônicos.

O estudo delineou-se principalmente por pesquisas bibliográficas e contato por meio eletrônico com a Empresa situada no Rio Grande do Sul, para coleta e posterior análise de dados.

Os dados foram coletados a partir de entrevista com o proprietário, que posteriormente, serviram de argumentos para discussão.

Resultados e Discussões

 

A presente pesquisa foi realizadaem uma Empresaque faz o processo de reciclagem de resíduos eletrônicos no Brasil, levando em consideração que poucas empresas fazem este trabalho.

Sabe-se que metais contidos nestes resíduos fazem mal a saúde. Por conseqüência nota-se a importância de conter este tipo de material embutido nas peças e dar uma destinação correta a estes objetos.

 

 OTSER: Um Estudo de Caso

 

A Empresa pesquisada foi de rigorosa seleção, por ser de relevante importância para o Brasil em questões de recolhimento de resíduos eletrônicos, situadaem Novo Hamburgo- RS, a Otser Comércio de Resíduos e Sucatas LTDA, surgiu em 2008 com a finalidade de ser uma opção para a comunidade, tanto empresas como pessoas físicas, no tratamento adequado para os resíduos eletrônico, possibilitando assim uma diminuição no desperdício dos mesmos e providenciando uma destinação adequada, sem prejudicar o meio ambiente e a saúde humana.

            Inclui-se em seus serviços a Coleta de material nas empresas ou casas, pesagem, descaracterização de equipamentos, emissão de certificados de destinação final e laudo com todos os itens especificados, rastreabilidade dos lotes, tendo também o respeito à legislação ambiental vigente.

            A Otser, desde sua criação, buscou sempre estar presente em campanhas de cunho ambiental e social. Alguns projetos e empresas que já utilizam os serviços da OTSER seguem no quadro 01:

            Quadro 01: Projetos e Empresas parceiras da OTSER.

    Fonte: OTSER, 2011.

            Esta organização faz o recolhimento de eletrônicos por todo o Brasil, mas o foco ainda é o Rio Grande do Sul, por estar localizada mais ao Sul do Brasil. Abaixo segue a relação de materiais coletados pela OTSER.

       Quadro 04 - Relação de Materiais Recolhidos e comercializados pela OTSER.

ADSL

APARELHOS DE DVD

BATERIAS DE NO-BREACK / AUTOMOTIVAS

CAIXAS DE SOM DE MICRO

CALCULADORAS

CELULARES / CARREGADORES

CENTRAL TELEFONICA

COPIADORAS

CPU´S

ESTABILIZADORES

FAXES

FIOS/CABOS

FONTES DE MICRO

HD’S

IMPRESSORAS

MODEN

MONITORES

MOUSES

NO BRAKES

NOTEBOOKS

PLACAS DIVERSAS

ROTEADORES

SCANNERS

SERVIDORES

TECLADOS

TELEFONES ANTIGOS/NOVOS

UNIDADES DE CD / DVD

UNIDADES DE DISQUETES

VIDEO CASSETE

                             Fonte: OTSER, 2011

Os monitores, devido sua descontaminação, é o único item que se têm uma cobrança de R$0,80 kg.

A Empresa aceita mouses, teclados e caixas de som, porém estes itens não são pagos. No restante do peso dos outros materiais, a OTSER paga R$0,15 kg. Depois de segregados os itens, tudo é enviado à reciclagem fina, ferro vai para sucatas Picoli LTDA (agente Gerdau), plástico vira salto e vareta destinado ao mercado calçadista, placas em geral, HD’s unidades de CD’s/DVD/Disquete vão para Reciclo Metais Com Res. Sólidos LTDA de São Paulo, metais nobres são vendidos direto ao mercado de reciclagem local, Monitores são enviados a Ativa Reciclagem LTDA de São Paulo para descontaminação do vidro.

Por mês a OTSER recebe cerca de 40 Toneladas de materiais para descaracterização e encaminhamento para destinação correta.

            Estes itens são recolhidos principalmente no Rio Grande do Sul, tendo em vista que a maioria é descartada pelo surgimento de novas tecnologias, que por conseqüências, passam a ocupar o lugar de antigos equipamentos, que são simplesmente descartados pelos usuários em sua maioria em locais inadequados como no lixo domiciliar ou industrial.

            Devido à necessidade de implantação de mais empresas desta natureza, é de suma importância que outras organizações se preocupem com o futuro do planeta em relação ao grande nível de contaminação contida no Meio Ambiente.

              Assim a empresa OTSER não comporta todo o material demandado, reenviando o material a outras empresas que processam dando um novo destino as peças. Demonstrando sua preocupação com a natureza e buscando maneiras de diminuir o impacto gerado pela modernização contida no descarte dos resíduos eletrônicos.

Considerações finais 

Atualmente na nossa sociedade com as inovações tecnológicas, surgem todos os dias modernos aparelhos eletrônicos. Do qual a tendência do ser humano é descartar o seu antigo aparelho e adaptar-se rapidamente ao novo sem se preocupar com a destinação dada ao antigo.             O resíduo eletrônico é ultimamente o grande vilão do Meio Ambiente, pois causa graves danos a saúde humana, contudo sobre a fauna e flora.

As organizações estão se adequando lentamente nas normas ambientais para o recolhimento deste tipo de material contaminante dos solos e da água.

Verificamos assim que empresas consideradas “verdes” fazem o recolhimento e a reciclagem deste resíduo, diminuindo assim o impacto por esses causados, ocasionando um novo nicho de mercado.

Pode-se perceber com este estudo que mudar os padrões de consumo e combater o desperdício de materiais deveria ser dever de todo cidadão para zelar por um ambiente mais saudável.

            Através dos estudos realizados sobre o tema Resíduos Eletrônicos, observa-se que há pouco material e empresas capacitadas a receber este tipo de e-lixo.

            A empresa OTSER pesquisada durante a elaboração deste trabalho é uma das poucas  que faz a destinação correta do resíduo eletrônico que chegam até a mesma, através de envios feitos por toda a parte do Brasil, inclusive e especialmente do Sul, onde a mesma encontra-se localizada.

            Esta organização serve de exemplo para outras instituições organizacionais e inclusive para a própria população que ao redor dela encontra-se, assim como no território nacional servindo como modelo de empresa no ramo de “mercado verde”.

Concorda-se com Pinheiro Junior, Teixeira e Aleixo no quesito onde não existe uma grande preocupação por parte da sociedade em relação ao problema denominado e-waste, pois      o consumindo leva a pessoa a não refletir sobre os danos causados no amanha.

Para haver a conscientização da população, seria interessante a criação de um projeto social e de Lei para a redução dos impactos causados por esta geração que refletirá e comprometerá o futuro.

 Sendo que a coleta de dados sobre o gerenciamento de resíduos ficou dificultada por haver poucos dados a respeito deste tema, e pouco referencial teórico sobre resíduos eletrônicos, o qual se instiga a novos acadêmicos a prorrogar esta pesquisa para chegar a outras conclusões.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Flavio Nakamura Pinto. 2009, São Paulo. TI Verde: A Tecnologia sendo influenciada pelo Meio Ambiente. 



[1] Bacharel em Administração pela Faculdade Luterana Rui Barbosa, Marechal Cândido Rondon, PR.

[2] Bacharel em Administração pela Faculdade Luterana Rui Barbosa, Marechal Cândido Rondon, PR.

[3] Graduada em História pela UNIOESTE de Marechal Cândido Rondon-PR e Bacharel em Administração pela Faculdade Luterana Rui Barbosa, Marechal Cândido Rondon, PR.