A Comunidade Chico Mendes localizada no Bairro Jorge Teixeira, surgiu de uma invasão de madeireiras clandestinas que atuavam na área onde hoje é a Reserva Ducke, que pertence ao Instituto Nacional de Pesquisa (INPA), desde 1972.
No início da década de 50 foram feitas as primeiras coletas botânicas no local dando origem a reserva anos depois, em 1972 a área foi destinada a experimentos silvicultores e foram realizados plantios de espécies com importância econômica, ocupando menos de 2% da área total.
Deste modo, a área foi declarada Reserva biológica e a cobertura vegetal mantida intacta ate então, despertando assim, atenção de madeireiras clandestinas que passaram a atuar na área por um caminho chamado Sortidinho de propriedade do Sargento Divino, deixando mais tarde um grande capoeirão, em virtude da retirada clandestina de madeireiras.
Já a descoberta da retirada de madeira do local, passou a ser de posse do Sr. Raimundo Socorro, que veio então a dividir o terreno em lotes, vendendo de forma ilegal parte da Reserva Ducke, juntamente com outros moradores que passaram a residir no local.
Segundo a Sra. Luisa , "aqui era uma capoeira e as casas eram cobertas por palhas e as paredes de varas e barro com o chão batido. Não havia tinha luz e água, só haviam os igarapés usados para lavar roupa e carregar muita água na cabeça".Moradora da Colônia Chico Mendes há quinze anos.
No dia 14 de agosto de 1990, a comunidade que já contava com vários moradores e várias casa em construção, passaram a exigir um trabalho redobrado por parte da associação.
Assim, surgiu a associação de moradores da comunidade liderada por um grupo pequeno que vieram a fundar a Colônia Chico Mendes, liderado pelo Sr. Manoel e Sra. Sueli, um dos primeiros moradores. Logo em seguida, veio a família da Sra. Glorinha, da Sra. Alda e do Sr. Valentire, juntos se reunirão e organizaram a primeira eleição desta comunidade, sendo eleito o Capitão Evanildo, que trouxe várias inovações para comunidade, como a implantação de um clube de mães e uma creche que atendia boa parte dos famílias, sendo a luta maior seria a construção de uma escola.
Atualmente a comunidade está sem presidente, só contando apenas com o presidente do conselho comunitário que é o Sr. Juarez onde busca desenvolver reuniões comunitárias, o bairro hoje tem 18 anos de fundação pela associação de moradores.
A população isolou-se do ponto de vista social, pois a infra-estrutura urbana ainda é precária, não atendendo toda a comunidade.
A Reserva Ducke mantém estreita relação com a comunidade, pois dali se retiram frutos, remédios e madeira, além da caça e da pesca.
A Colônia Chico Mendes, por está um pouco afastada da área urbana funciona como um ponto estratégico para a circulação industrial, passa a direcionar suas atividade a o extrativismo, cultivo de agriculturas baseada em propriedades de valores agregados na sua produção.
Desponta, também, como uma comunidade agrícola em espaço urbano aberto dentro da cidade de Manaus, que segundo SOARES2 "a agricultura urbana vem se constituindo como uma preocupação urbana mundial, o resultado disso, só poderia ser a relação que a ocupação de tipos informais e a produção de um espaço agrícola o contexto urbano tem com seus custos e inter-relações com os problemas ambientais urbanos".
A horticultura realizada na comunidade compreende os espaços abertos praticada no perímetro urbano, tendo como objetivo divulgar a atividade desenvolvida pelos agricultores da área em ambientes propícios a vida urbana, como a venda dos produtos a custo mais baixo e alimento para a própria comunidade.
A representação do espaço não são fenômenos isolados, nem tampouco aspectos imaginários nas cidades, mas sim, uma representação relativa ao espaço geofísico que se em volvem em relações sociais, tudo isso significa que por se tratar os resultados ambientais do lugar ambiente de pouca infra-estrutura urbana, mas contudo, de grande valor sentimental.
Os quintais são bem arborizados, a casa costuma ter sempre plantas tanto frutíferas quanto arvores nativas do lugar, os terrenos são amplos e distantes uns dos outros, casas de madeiras e aqui ainda vemos fogão a lenha e pássaros cantando por todo lado. Os moradores ainda criam galinhas, porcos, patos, boi, carneiro, papagaio, cutia, paca, cavalo e etc.
A comunidade conta ainda com a Escola Municipal Profª Aribaldina de Lima Brito, localizada na Rua Sumaré, s\nº. ? Colônia Chico Mendes, Jorge Teixeira, zona Leste, sua inaugurarão foi no dia 15 de setembro de 2005, a partir de então vem servindo a comunidade escolar.
A escola atende hoje cerca de 1.060 alunos regularmente matriculados nos turnos, matutino, vespertino e noturno, nas modalidades de Ensino Fundamental, Aceleração de Aprendizagem e Educação de Jovens e Adultos (EJA).
A escola está construída numa área de 800m² e conta com 12 salas de aulas climatizadas, sala de professores, sala de informática, banheiro feminino e masculino e para deficientes, secretaria, diretoria, laboratório de informática com capacidade para 12 computadores, TV escola, cozinha, biblioteca, área de serviço, estacionamento, depósito exclusivos para merenda e material didático. A escola ainda tem refeitório, área para recreação, poço artesiano e subestação de eletricidade.
O nome da escola é uma homenagem à professora Aribaldina de Lima Brito, que nasceu na cidade de Manicoré, interior do Amazonas. Tinha formação em Magistério e trabalhou como professora durante muitos anos na escola Municipal Antônia Alexandrina. Além de trabalhar em sala de aula, Aribaldina ainda era secretária e agente de saúde.
Atuação escolar da Escola Municipal Profª Aribaldina de Lima Brito, conta com Associação de Pais e Mestres tendo como presidência, conselho e diretores associados composto por pais e mestres, sendo que sua implantação esta em andamento devido à escola está em processo de formação do seu quadro funcional.
Características ambientais
O relevo é marcado por uma topografia colinosa, onde predominam o platô, caracterizado por terrenos elevados e planos; a vertente, caracterizada por terrenos moderadamente inclinados; o baixio, marcado por terrenos de baixa altitude, situados ao longo dos igarapés de terra firme.
Os tipos de solos seguem a topografia do terreno. No platô, predomina o latossolo amarelo de textura argilosa. Na vertente, os solos predominantes são o podzólico de textura arenosa e as areias quartzosas. No baixio predomina o podzol hidromórfico de textura arenosa.
A vegetação adjacente é caracterizada pela diversidade de florestas representativas da Amazônia e que se estendem pelo relevo colinoso. A mata de platô é caracterizada por uma vegetação multiestratificada, com árvores de grande porte.
A mata de vertente é marcada por uma vegetação de transição, em que se encontram espécies tanto de campinarana quanto de platô, apresenta uma grande biomassa. A campinarana é caracterizada por uma biomassa mediana, árvores raquíticas e alta densidade de epífitas. A mata de baixio situa-se sobre solo encharcado, em sua paisagem dominam as palmeiras arbóreas. Nos terrenos abandonados predominam a vegetação secundária conhecida como capoeiras, caracterizada pelo predomínio de árvores de pequeno porte, arbustos e ervas ruderais.
A fauna silvestre local é caracterizada pela presença da macrofauna, representada por diversas aves, mamíferos, répteis, anfíbios e, a microfauna composta por insetos, aracnídeos, moluscos, etc.
Com relação à hidrografia, a área é banhada pela bacia do Puraquequara. Parte de seus cursos d?água nasce na Reserva Florestal Ducke, apresentando água limpa, negra ou clara. Para leste, drena o igarapé Ipiranga, que é afluente do igarapé do Puraquequara. Este é afluente direto do rio Amazonas.
O clima predominante é o Equatorial Quente-Úmido, com uma temperatura média anual em torno de 26° C. A distribuição das chuvas é bastante homogênea durante o ano, apresentando uma altura pluviométrica superior a 2 000 mm. A umidade relativa do ar é sempre superior a 80%.
Conforme o Plano Diretor de Manaus, a Colônia Chico Mendes localiza-se na Área de Transição, ou seja, na faixa do território municipal que contorna os limites da Área Urbana, incluindo a Reserva Florestal Adolpho Ducke. Na comunidade, são desenvolvidos os seguintes usos: residencial de baixa densidade (construção de prédios de até três pavimentos), agrícola, serviços, comércio e lazer.