Uma porta aberta

 Liberdade, liberdade...

Quem não sairia para encontrar a liberdade?

Por que muitos insistem permanecer no cárcere?

 Há três posições que o homem se encontra.

  1. O homem natural

Pensa que é livre, mas é escravo do pecado. Ele só faz o que o pecado manda.

Quando diz: "Vamo vê essa parada aí, mano...", ou "Vô cherá todas, veio...", ou "Nói vamo te furá, cara...", ou qualquer coisa parecida, ele está fazendo a vontade de quem?

Se tu não consegue largar esta vida – mesmo que queira, então é prova de que tu é escravo dela.

  1. O homem sob a Lei

Coloca-se voluntariamente sob o julgo da Lei. Não dá um passo, move uma palha sem antes consultar a Lei, para saber o que ela diz.

Muitos buscam na religião a libertação para esta vida de crime.

"Vou tentar fazer tudo direitinho para agradar a Deus", diz com sinceridade. Então procura cumprir uma série de regras e estatutos como uma forma de comprar o favor de Deus. Coloca-se como escravo da lei, para fazer tudo o que a lei manda.

  1. O homem com Cristo

É o único verdadeiramente livre. Cristo pagou todos os nossos pecados, libertando-nos dele. Também cumpriu toda a exigência da Lei, fazendo-se maldição em nosso lugar, livrando-nos também dela.

Achava que dentro de uma penitenciária encontraria homens ávidos por receber graça e perdão. Mas por conta de outros que pregam o cárcere mental como única forma de se redimir dos seus pecados e merecer o favor de Deus, muitos destes homens que aqui se encontram continuam a torturar-se inconscientemente.

Pena que poucos compreendem o significado desta liberdade: em Cristo, somos completamente livres, não para fazermos o que a nossa carne quer, mas livres para amar o próximo, para servir a Deus e para ser feliz.

Vou ilustrar com a seguinte situação. Imagine que todos fomos condenados e estamos presos. Um dia, alguém paga a nossa fiança, traz as chaves da nossa prisão e abre todas as portas, oferecendo-nos liberdade plena (não fuga, liberdade). Qual seria a sua reação?

  – Já sei: Sair correndo o mais rápido possível...

Mas em algum momento não nos perguntaríamos: Quem fez isto por mim? Como? Por que?

Alguém, movido por amor, pagou todas as fianças...

Quero analisar pelo menos três reações e suas implicações:

 1. Hahaha... algum otário pagou o que eu devia, agora que estou livre, vou fazer tudo o que tenho vontade, e ainda acertar as contas com aquele desgraçado que me deve...

 2. Não aceito que alguém pague minha pena, portanto manterei minha cela fechada até que eu pague o que devo e aí sim me sentirei digno desta liberdade e poderei ser aceito pelo meu resgatador.

 3. Aceito e quero conhecer esta pessoa, agradece-la pessoalmente e em reconhecimento de gratidão, quero saber como posso retribuir: trabalhar com ele,  dedicar minha vida se for preciso.

 O caso Barrabás  

Barrabás estava preso. Já havia sido julgado e sua condenação lavrada: pena de morte. Qual seria o método usado? A cruz.

Os romanos aprenderam esta "arte" de crucificar com os fenícios, um povo antigo e extremamente cruel.

A cruz era reservada para os crimes mais hediondos e para os inimigos políticos do estado. Os romanos aplicavam constantemente esta punição para aterrorizar e subjugar os seus subordinados, como uma forma de intimidar qualquer indício de crime ou rebelião.

Barrabás era um cabra perigoso e sabia que suas horas estavam contadas.

Você conseguiria dormir se soubesse que amanhã seria executado? Eu não sei se dormiria. Barrabás aguardava a qualquer momento o carcereiro vir buscá-lo.

A prisão era um calabouço. Não havia banheiro, e todas as necessidades eram feitas nalgum canto. Também não havia janelas, e nenhum tipo de iluminação entrava nas celas. Perdia-se a noção das horas nos incontáveis dias de espera naquele cárcere escuro, úmido e frio. A única coisa que se ouvia eram os constantes gritos, gemidos e súplicas de misericórdia dos outros prisioneiros.

Já bastante debilitado, enfraquecido pela falta de alimentação e ausência de água, com o corpo dolorido de dormir no chão duro e gelado (alguns encarcerados permaneciam o tempo todo nus), Barrabás ouve a porta de sua cadeia se abrir.

Três homens grandes trazem algemas e uma tocha para iluminar o interior daquele corró desgraçado. A claridade dói em seus olhos e logo o acorrentam-no com violência. Seu coração dispara e sua mente entra em parafuso: vou morrer, ele pensa, vou morrer.

Mas parece que seus executores  estão muito satisfeitos, mostrando aquela alegria escarnecedora como de costume.  Normalmente eles se divertem com o réu pelo curto percurso da cela até o pátio externo. Pelo curto espaço de tempo que ainda lhe sobra entre a vida e a morte – sua última viagem.

São sarcásticos e impiedosos. Batem sem dó, descontam toda a raiva que sentem da vida e do mundo nos poucos golpes que tem o prazer de desferir em quem não pode se defender.

Alguns companheiros destes soldados tiveram o prazer de aplicar uma punição bastante dolorosa em um outro condenado a poucos minutos atrás, com igual ou maior violência.

Barrabás chega ao lado externo. Estava começando a amanhecer. Havia semanas que ele não via a luz do dia. Pedem para esperar. Ele não consegue compreender o que está acontecendo. Seus outros dois companheiros condenados não estão presentes e ele ouve uma multidão agitada bem perto dali gritando o seu nome.

Será que me entregarão para a multidão? Ele pensa. Será que serei linchado?

Em poucos instantes, o próprio comandante chefe vem buscá-lo pessoalmente. O que ele quer? 

Mais uma surpresa: ele é levado diante do governador romano – Pôncio Pilatos, em pessoa. A multidão agita-se mais ainda quando o vêem. A pulsação vai a mil...

Mas ao lado do governador há um homem bastante ferido. Seu rosto está completamente desfigurado, quase irreconhecível. Quem era aquele homem? Barrabás tenta reconhece-lo, mas não parece ninguém que ele tenha visto antes.

Pôncio Pilatos aponta para os dois e pergunta para a multidão quem ele deveria libertar.

- Barrabás, liberte Barrabás, a multidão responde.

Contrariado o comandante abre suas algemas e ordena com raiva:

- Vá embora... Suma da minha frente, desgraçado!

Sem entender e nem acreditar, Barrabás acata imediatamente a ordem do comandante.

A princípio a euforia toma conta de Barrabás, mas não demora muito, procura entender o que aconteceu.

Provavelmente ele ouviu muitas histórias a respeito daquele homem que morreu no seu lugar. Um justo, ele pensava, morreu pelas minhas injustiças.

Barrabás representa o ser humano. Sou eu e é você. Sua sentença representa a nossa condenação: morte por nossos delitos e pecados. Deus não classifica pecados: pecado é pecado. Uma mentirinha ou um assassinato.

Nós deveríamos estar pendurados naquela cruz para pagarmos os nossos pecados.

Mas Deus nos amou de tal maneira, que deu o Seu Filho único para morrer em nosso lugar. E todo aquele que nEle crê, não morrerá, mas terá a vida eterna.

Somos justificados, feitos justos diante de Deus, somente pela fé em Jesus.

Você crê?