REFERENCIAL TEÓRICO

 

 

 

Nosso estudo está embasado na temática sobre o gerenciamento como suporte para entender nosso objeto de pesquisa em relação ao processo de gerenciamento do Assistente social no CRAS Betânia, zona sul de Manaus. Desta forma, vamos fazer uma breve contextualização sobre o gerenciamento como base de analise para pesquisa.

 O gerenciamento disponibiliza uma série de recursos que dão suporte ao processo de aprendizagem, permitindo seu planejamento, monitoramento e avaliação. A estratégia em uma gestão visa mediar uma resolutividade no sistema organizacional, através do conhecimento, da discussão, da reflexão e de tomada de decisões.

A Gestão do Conhecimento é um processo estratégico contínuo e dinâmico que visa gerar o capital intangível da empresa e todos os pontos estratégicos a ele relacionados e estimular a conversão do conhecimento. Deste modo deve fazer parte da estratégia organizacional e ter sua implantação garantida e patrocinada pela alta gerência, a quem deve estar subordinado todo o processo de Gestão do Conhecimento. (ROSSATO, 2006, p.10)

              A ação organizacional tem suas origens na prospecção do ambiente organizacional interno e externo em busca de informações relevantes para a compreensão dos negócios, cliente, demandas e demais atores ambientais. Segundo CHOO, tais organizações tornam-se capazes de adaptação às mudanças do ambiente no momento adequado e de maneira eficaz, hábeis na oferta de respostas rápidas em ambientes dinâmicos, mutáveis e imprevisíveis. (2003, p.50).

            O processo de gerenciamento dentro de uma organização visa atingir a eficiência máxima sob um olhar técnico e econômico, isto é, a síntese dos diferentes órgãos que compõem uma estrutura organizacional, funções, relações e recursos para estabelecer um bom gerenciamento, estabelecendo mecanismo de comando e controle. E para trabalhar estes mecanismos são necessários os valores relativos para embasar uma unidade de organização  que devem possuir práticas sociais vigentes que criam constante ascensão cidadã no contexto organizacional como aponta Vasconcelos: “A flexibilidade é o sinal positivo de uma gestão participativa, que visa estimular a opinião dos colaboradores inseridos na organização”(1995,p.9).

           A gestão caracteriza-se pelo ato de gerir, administrar, e para isso supõe a interpretação de objetivos tais como, delimitar as atividades necessárias para um bom gerenciamento, agrupar as atividades em uma estrutura lógica, designar atividades as pessoas especificas e organizar para a interdisciplinaridade.

Maximiano (2000, p. 225) assegura que: As estratégias são implementadas para atingir objetivos estratégicos, sejam eles recuperar uma empresa em má situação, manter um bom desempenho, alcançar um novo patamar de resultados, crescer ou manter-se no mercado. Com este enfoque a gestão estratégia é de fundamental importância na organização, pois ela propicia que atividades sejam realizadas, planejadas, organizadas e estruturadas para que diante disso haja uma análise tanto no ambiente interno e externo, verificando-se desta forma as vantagens competitivas, proporcionada por ela.

  Não basta, porém, agir impulsionado por tais valores, é necessário uma ação firme e enérgica, pois do contrário não se consegue atingir os objetivos da gestão, quais sejam: a defesa dos direitos previstos na Constituição Federal (art. 5º, 6ºe 7ºda CF/88).

             Para Carvalho, a gestão social é, em realidade, a gestão das demandas e necessidades dos cidadãos. A política social, os programas sociais, os projetos são canais a estas respostas a estas necessidades e demandas. (1999, p.19)

            A gestão social não é apenas mais uma inovação com novas tecnologias de gestão, mas sim, uma gestão democrática que seja capaz de construir uma nova cultura política, organizacional e gerencial. Esta nova forma de gestão envolve componente como a participação, liberdade, controle, composição de interesses, poder compartilhados, sujeitos autônomos, eficiência, eficácia e efetividade. Trata-se de uma gestão que combina o institucional com o compromisso da iniciativa do gestor.

            A gestão requer do profissional um planejamento social, efetuando respostas sustentáveis, através de programas,, projetos, serviços, gestão coletiva, objetivo claro, direção social e sujeitos com conhecimento de direitos.

Segundo Chiavenato (2000, p. 447)  “A gestão é a informação estruturada que tem valor ou agrega valor para uma organização. O conhecimento conduz a novas formas de trabalho e de comunicação, a novas estruturas e tecnologias e as novas formas de interação humana’’. 

            Assim, entendemos que o gerenciamento é fundamental na qualidade de serviços prestados, com eficiência, eficácia e efetividade voltada para as transformações de determinadas realidades sociais de uma organização.

             Através do conhecimento e aprendizado sobre gerenciamento vamos contextualizar o CRA(Centro de Referência da Assistência Social) para aprimorar saberes em relação a sua gestão.

              O CRAS é a unidade pública municipal de base territorial, localizada em áreas com maiores incidências de vulnerabilidade social, articulada aos serviços socioassistenciais de proteção básica de serviços, programas e projetos de proteção social às famílias ( artigo 6°, inciso I, Lei 12.435, 2011). Complementando o que diz o artigo 6°a proteção básica visa prevenir situações de riscos sociais por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições do fortalecimento de vinculo familiar e comunitário.

Para Menicucci, a proposta de planejamento e intervenções intersetoriais envolve mudanças nas instituições sociais e suas práticas. Significa alterar a forma de articulação da proteção básica no processo de trabalho, além de implicar mudanças na cultura e nos valores da rede socioassistenciais, das organizações gestoras das políticas sociais e das instâncias de participação.(2002,p.51)

              Os serviços socioassistenciais ofertados pelo CRAS têm como base: Serviços de atendimento Integral a Família, serviço de convivência e fortalecimento de vinculo, serviço de proteção social a domicilio.

  • Serviço de Atendimento integral a família: Tem por finalidade uma função protetiva da família, assim como a prevenção da ruptura dos vínculos familiares e a promoção do acesso aos direitos (PAIF,PBF,BPC,PETI)são programas do bolsa família, benefício de prestação continuada, programa de erradicação do trabalho infantil.
  • Serviço de convivência e Fortalecimento de vinculo: Visa estimular e orientar os usuários na troca de vivência e cultura, incentivando a socialização comunitária.
  • Serviço de proteção básica domiciliar: Atender qualificadamente pessoas com deficiência, ou idoso, com dificuldades de locomoção, visando à prevenção de agravos que possam provocar o rompimento de vínculos familiares e sociais, bem como, a exclusão social e familiar, contribuindo para o desenvolvimento da autonomia dos usuários, das pessoas idosas e deficientes. O CRAS apresenta-se da seguinte forma:

O ambiente deve ser acolhedor para facilitar a expressão de necessidades e opiniões, como espaço para atendimento individual que garanta privacidade e preserve a integridade e a dignidade das famílias, seus membros e indivíduos ( BRASIL, 2006-p.)15

           Com base no contexto percebemos que o CRAS é a porta de entrada na rede de proteção básica do SUAS( Sistema Único de Assistência Social), onde procura-se atuar  na defesa de seus interesses, de forma individual e coletiva, por meio de oficinas de convivência, cursos de capacitação em controle social e liderança comunitária.

         Com base na NOB/SUAS “a proteção social no âmbito da Assistência social tem por direção o desenvolvimento humano, social e os direitos de cidadania, além de seus serviços, programas, projetos articulados as políticas sociais” (2005 p.90:93).

          No entanto, para que as atividades desenvolvidas no CRAS sejam efetivadas é necessário uma equipe de profissionais qualificados para dar suporte no atendimento aos usuários. Está é composta por Assistentes Sociais, Psicólogos e técnicos administrativos. Estes devem contar sempre com um coordenador com nível superior, experiência no trabalho com a comunidade e gestão de programas, projetos, serviços e benefícios sociais.

A trajetória da política de assistência social brasileira passou por momentos delicados de avanços e retrocessos. Dentre os avanços consideramos significativo a aprovação da Política Nacional de Assistência Social – PNAS em 2004, que dispõe para a construção de um Sistema Único de Assistência Social- SUAS, configurando- o como uma estratégia de construção de um sistema de proteção social.  Yasbek (2004) ressalta como um dos aspectos positivos desse sistema, a incorporação das demandas da sociedade na área da assistência social, a noção de território e a centralidade da família e de sua proteção integral.

O SUAS, cujo modelo de gestão é descentralizado e participativo, constituise na regulação e organização em todo o território nacional das ações socioassistenciais. Os serviços, programas, projetos e benefícios têm como 3 foco prioritário a atenção às famílias, seus membros e indivíduos e o território como base de organização, que passam a ser definidos pelas funções que desempenham, pelo número de pessoas que deles necessitam

e pela sua complexidade. Pressupõe, ainda, gestão compartilhada, cofinanciamento da política pelas três esferas de governo e definição clara das competências técnico-políticas da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com a participação e mobilização da sociedade civil e estes têm o papel efetivo na sua implantação e implementação. (PNAS, 2004, p. 32-33)

           É através dessa premissa que o CRAS é um instrumento fundamental para o aprimoramento continuado dos padrões de atendimento dos serviços socioassistenciais.

            Como vimos é de suma importância à equipe de profissionais que compõe o CRAS, vamos então conhecer como funciona o trabalho desses profissionais que dão suporte nos serviços e atendimentos sociais:

  • Os agentes administrativos apoiam o trabalho dos Assistentes sociais e psicólogos, participam de reuniões sistemáticas de planejamento de atividades e de avaliação do processo de trabalho com a equipe do CRAS. Além de ofertar informações às famílias que participam de algum programa ou beneficio.
  • Os Assistentes sociais e Psicólogos trabalham acolhida, planejamento e implementação de programas de integração as famílias, realiza visitas domiciliares, desenvolvem atividades coletivas e comunitárias, realização de encaminhamentos, com acompanhamento para a rede socioassistencial, mediação de grupos nas famílias e principalmente coordenar a execução e o monitoramento dos serviços, registros de informações e avaliação das ações, programas, projetos, serviços e benefícios.

            Conhecemos a respeito do gerenciamento como base para entender o CRAS e seu funcionamento, os grupos que este atende, bem como, o corpo de profissionais que dão suporte para realização de suas atividades e seu gerenciamento.

            A proteção social especial pode ser de média complexidade ou alta complexidade, é destinada as famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal e social, por ocorrência de abandono, maus tratos físicos e/ou psíquicos, abuso e exploração sexual, situação de rua, trabalho infantil, uso de substancias psicoativas, cumprimento de medidas socioeducativas, enfim indivíduos e famílias com direitos violados, e tem por objetivo prover serviços de atenção a esses indivíduos.

A proteção social de Assistência Social consiste no conjunto de ações, cuidados, atenções, benefícios e auxílios ofertados pelo SUAS para redução e prevenção do impacto das vicissitudes sociais e naturais ao ciclo de vida, à dignidade humana e à família como núcleo básico de sustentação afetiva, biológica e relacional. (NOB-SUAS 2005, pg. 19)

           Desta forma, chegamos ao ponto principal de nossa pesquisa em relação à prática de gerenciamento desenvolvido pelo Assistente social no CRAS da Betânia, zona Sul de Manaus, tendo em vista, o embasamento teórico sobre o gerenciamento e o Centro de Referencia da Assistência Social.

           O CRAS Betânia trabalha com serviços assistências para a comunidade, porém atende um grupo específico a “família” através do PAIF- Programa de Atendimento Integral a Família, que trabalha a acolhida, oficinas com as famílias, ações comunitárias, ações particulares e encaminhamentos de caráter individual ou coletivo, dependendo de suas particularidades, para oferecer estes serviços o CRAS da Betânia se organiza pelo espaço físico através da recepção que tem como atividade a transição, espera, acolhimento e atendimento inicial as famílias e indivíduos, bem como a sala de atendimento onde são realizadas entrevistas com famílias e usuários, a sala de multiuso onde são trabalhados os grupos socioassistenciais, oficinas de reflexão e convivências, palestras e reuniões. Segundo as Orientações Técnicas do Centro de Referência de Assistência Social- CRAS(p.29), a busca ativa refere-se:

“(...) à procura intencional, realizada pela equipe de referência do CRAS, das ocorrências que influenciam o modo de vida da população em determinado território. Tem como objetivo identificar as situações de vulnerabilidade e risco social, ampliar o conhecimento e a compreensão da realidade social, para além dos estudos e estatísticas. Contribuir para o conhecimento da dinâmica do cotidiano das populações(a realidade vivida pela família, sua cultura e valores, as relações que estabelece no território e fora dele); os apoios e recursos existentes, seus  vínculos sociais”. (CRAS,P.29)

            No CRAS Betânia também se organizam pela sala de coordenação, onde são trabalhadas atividades administrativas, registros de informações, produção de dados, arquivos de documentos, alimentação de sistema de informação e reuniões técnicas.

            Numa abordagem observadora identificamos que o gerenciamento do trabalho social com as famílias, é um passo estratégico na execução de suas atividades com as mesmas, pois integra e qualifica as ações previstas e necessárias ao atendimento e acompanhamento familiar por parte da equipe técnica como forma de resolutividade diante de riscos sociais. Além de obtermos através das visitas informações alinhando conhecimento sobre a prática gerencial do Assistente social no CRAS Betânia, enfatizando a família como principal instrumento para o rol de suas atividades de caráter estratégicos, que visam subsidiar a direção, planejamento, organização, monitoramento e avaliação necessários para o cumprimento do objetivo do serviço.

            O processo gerencial do CRAS Betânia segue o seguinte organograma:

 
   

 

 


            A função de organização gerencial do CRAS é de responsabilidade do coordenador, que tem como atribuição desenvolver e coordenar as atividades de gerenciamento do trabalho social com as famílias e comunidades, por meio da elaboração e execução dos processos de direção, planejamento, avaliação prevista com toda a equipe de referência, bem como a participação das famílias.

            Com base na organização gerencial do CRAS Betânia, procuramos coletar dados como forma de entender o funcionamento por  intermédio do Assistente Social responsável, o coordenador. Visando a prática profissional no Centro de referência da Assistência da Betânia.

             A coleta será feita por meio de entrevista com um agente administrativo, o coordenador Assistente social e um Psicólogo. Através desses profissionais vamos compreender como se articulam enquanto equipe para atender em média 60 usuários e famílias diariamente, sendo que estes fazem parte dos serviços e programas oferecidos pelo CRAS da Betânia. Cabe ressaltar a importância do coordenador como mediador nos atendimento e serviços. Suas atribuições estão focadas em: Coordenar a execução das ações de forma a manter o diálogo e a participação dos profissionais e das famílias inseridas nos serviços ofertados, bem como definir com a equipe técnica os meios e as ferramentas metodológicas  e os serviços socioeducativos de convívio. O coordenador ainda trabalha com a equipe o plano mensal e anual de suas atividades desenvolvidas no CRAS e direcionadas a secretaria de Assistência social SEMASDHI, como forma de controle em seus centros de referências. 

           Percebemos que o trabalho do coordenador é vasto, sendo este um profissional polivalente, em meio às dificuldades encontradas no CRAS Betânia. Com base na entrevista realizada com a coordenadora, está nos passou que a maior dificuldade enfrentada está na questão da falta de recursos materiais para trabalhar com os grupos, pois nem sempre a secretaria tem os materiais necessários para encaminhar aos centros de referência de Manaus. Assim, a própria equipe se organiza para suprir a falta desses materiais e desempenhar suas atividades, e o coordenador se organiza para traçar planejar uma forma de suprir a falta desses recursos.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

 

 

          A pesquisa desenvolvida foi do tipo exploratória e descritiva, de natureza qualitativa, pois se propôs a trabalhar a prática de gerenciamento desenvolvida pelo Assistente social no CRAS Betânia, zona sul de Manaus. A temática está focada no âmbito da gestão organizacional pública de serviços sociais.

           Para o adensamento do estudo se utilizou da pesquisa documental, realizada a partir da leitura de documentos institucionais impressos, especialmente a proposta técnica dos serviços aos quais estavam vinculados ao profissional de Serviço social.

            A coleta das informações ocorrerá através de visitas à instituição, entrevistas semi-estruturadas, por meio da elaboração de um roteiro norteador, com questões estabelecidas nos objetivos da pesquisa. Foram entrevistados três profissionais: Um técnico social ( Assistente social), um psicólogo e o coordenador chefe do CRAS Betânia. Os participantes do estudo representam um censo à totalidade de profissionais de Serviço social, principalmente no que tange a coordenação.

            As entrevistas serão agendadas por contato telefônico prévio, tendo em vista a disponibilidade de cada profissional, e gravada  em meio digital, com a finalidade de agilizar o processo de transcrição das falas.

            A analise das informações ocorreu através da sistematização e agrupamento das questões que compuseram o roteiro da entrevista. A discurssão apresenta os principais resultados do estudo, na perspectiva de indicar a intervenção profissional no âmbito da gestão e planejamento de serviços sociais que fazem parte da prática do Assistente social em seu desenvolvimento gerencial do CRAS Betânia.

  CRONOGRAMA

 ITEM

ATIVIDADES    

 

MESES DE 2013

JULHO

AGOSTO

SETEMBRO

OUTUBRO

NOVEMBRO

DEZEMBRO

1

Levantamento Bibliográfico

 

 

 

 

 

 

2

Elaboração do Instrumental Técnico

 

 

 

 

 

 

3

Apresentação do Projeto para Instituição

 

 

 

 

 

 

4

Realização da Pesquisa de Campo

 

 

 

 

 

 

5

Elaboração do Resultado Final

 

 

 

 

 

 


         7. RESULTADOS

            A realização deste estudo está voltada para uma dimensão técnica-operativa a respeito da prática de gerenciamento desenvolvido pelo Assistente social no CRAS da Betânia, zonal sul de Manaus. Com base no conhecimento teórico, como forma de interação a respeito da temática, buscamos compreender a questão da prática do Assistente social na gestão organizacional pública, alinhada na assistência do atendimento e serviços destinada as famílias e usuários do CRAS da Betânia.

            Como foi dito nos procedimentos metodológicos, a coleta de dados foi realizada através de visitas na instituição, bem como entrevistas semi-estruturadas, onde através das visitas percebeu-se que o CRAS tem uma grande demanda, que atende em média 60 famílias e usuários diariamente, sendo este o público alvo da instituição, conforme o PAIF, Programa de Atenção Integral da Família, embasado no sistema único da assistência social (SUAS) sendo visto como um “conjunto de intervenções desenvolvidas em serviços continuados, com objetivos estabelecidos em atender aqueles em estado de vulnerabilidade social”. Através das visitas e entrevistas, conseguimos entender alguns questionamentos esboçados no projeto, no que tange as questões norteadoras.

             Segundo a coordenadora responsável pelo CRAS da Betânia, nos informa que o mesmo tem uma estrutura hierárquica que vai desde a secretaria da Assistência social- SEMASDHI, onde são formadas as equipes para administrar um CRAS, bem como, recursos matérias destinados ao mesmo, desta forma, seguem o seguinte organograma: Um coordenador Assistente social, três técnicos sociais, que também são assistentes sociais, um psicólogo e dois agentes administrativos, são estes os grupos que formam a equipe de atendimento do CRAS Betânia, toda a equipe passa por treinamentos e oficinas por meio da secretaria SEMASDHI, visando novos conhecimentos e principalmente buscando melhorias no atendimento as famílias e a comunidade.

            Os instrumentais utilizados pelos profissionais funcionam da seguinte forma: No primeiro momento realizam-se visitas, como primeiro contato com as famílias, em seguida são encaminhadas para o CRAS para fazer uma triagem, bem como, um questionário socioeconômico, visando uma analise da situação familiar, como forma de inseri-las em programas e projetos sociais, além de um acompanhamento trimestral das famílias, é através dos acompanhamentos que são desenvolvidas diversas atividades como forma de inserção social, além de cursos e encaminhamentos para emprego, visando auxiliar as famílias, jovens e comunidades como um todo. Além dessas informações, a coordenadora complementa que são feitos relatórios mensais e anuais das atividades desenvolvidas no CRAS, como forma de controle da instituição e da secretaria.

            Porém, não é fácil administrar um centro de referência, como vimos, o Assistente social tem que ser um profissional polivalente, na realização de seu trabalho, principalmente quando se coordena uma instituição, onde requer basicamente resultados, por isso, é necessário traçar planos, metas, ter estratégias para administrar uma gestão seja de cunho público ou privado. À coordenadora ressalta ainda a grande responsabilidade, não só pelo local mais pelos profissionais que trabalham no centro e principalmente pelas famílias e grupos que são atendidos no CRAS. Todavia, na prática é bem diferente, como aponta os profissionais: Em virtude da grande demanda de atendimento, faltam mais profissionais qualificados para dar suporte nos serviços, além da falta de material necessário para desenvolver as atividades.

            No entanto o foco é o Assistente social coordenador que também, teve o mesmo ponto de vista dos demais profissionais, mais como entrave maior, aponta os recursos materiais, como maior dificuldade para trabalhar suas atividades no CRAS juntamente com profissionais e principalmente no trabalho com as famílias que são atendidas.

            Contudo a gestão organizacional no âmbito do desenvolvimento e gerenciamento da prática do Assistente social é vasta, em relação ao eixo da intervenção de processos, de planejamento e gestão das políticas sociais, como percebemos na pesquisa de campo, ao conhecer o CRAS, seus serviços, atendimentos, a equipe que compõe o centro e principalmente a prática de intervenção do coordenador, sendo de suma importância no funcionamento da gestão da Assistência social no CRAS da Betânia.

            Portanto, a pesquisa tem como relevância o aprimoramento profissional junto à prática do Assistente social na área da gestão pública, como suporte avaliativo desempenhada em suas atividades. Contudo, o estudo proposto buscou refletir de forma mais amplas, o desenvolvimento da prática do Assistente social no gerenciamento do CRAS Betânia, como forma de aprendizado em torno da gestão organizacional, além de socializar conhecimentos e fortalecer a prática do Assistente social no desenvolvimento em torno da gerência do CRAS Betânia.

 

 REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 1988. 41. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2008.

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

CARVALHO, G. M. R. de; TAVARES, M. da S. Informação e conhecimento: uma

abordagem organizacional. Rio de Janeiro, 2001.

CHOO, Chun W. A organização do conhecimento: como as organizações usam a informação para criar significados, construir conhecimento e tomar decisões. São Paulo: SENAC, 2003.

MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Introdução à administração. São Paulo: Atlas, 2000.

NOB/SUAS. Norma operacional básica do Sistema Único de Assistência Social. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome. Brasília, 2005.

ROSSETTI, A.M.:MORALES, A. B. O papel da tecnologia da Informação na gestão do conhecimento, 2006.

VASCONCELOS, A. M. Prática Reflexiva e Serviço Social em Pauta. Rio de Janeiro: UERJ/FSS, , 1995.

YASBEK, M.C. Sistema Único de Assistência Social e a Política de Assistência Social no governo Lula Edição de 24 de dezembro de 2004. Caderno Especial nº 5. Disponível em: <http://www.assistentesocial.com.br/cadespecial34.pdf> Acesso

em: 21.06. 2013.