O objetivo dessa dissertação é apresentar uma visão geral do conhecimento do homem enquanto animal racional, discutindo sobre origem do conhecimento, se existe ou não ha possibilidade de se conhecer qual a relação objeto-sujeito a essência do conhecimento, os tipos de conhecimento, sendo procurando mostrar uma visão e sua contradição segundo outra determinada corrente filosófica.

1. A origem do conhecimento

Segundo Hessen (2000) o homem é um ser espiritual e sensível. Pois conseguimos distinguir correspondentemente um conhecimento espiritual e um conhecimento sensível. A fonte do primeiro é a razão; a do segundo, a experiência. Pergunta-se, então, qual é a principal fonte em que a consciência cognoscente vai buscar seus conteúdos? A fonte e o fundamento do conhecimento humano é a razão ou a experiência?

1.1 Dogmatismo

Dogmatismo não vê que o conhecimento é, essencialmente, uma relação entre sujeito e objeto. Ao contrário, acredita que os objetos de conhecimento nos são dados como tais, e não pela função mediadora do conhecimento. Ele desconsidera esta última. Segundo a concepção do dogmatismo, os objetos da percepção nos seriam dados diretamente, corporalmente, e assim também os objetos do pensamento. Num caso desconsidera-se a percepção, por meio da quais determinados objetos nos são dados; no outro, desconsidera-se a função pensante. O mesmo ocorre quanto ao conhecimento dos valores. Também os valores estão, para o dogmático, pura e simplesmente ai. O fato de pressuporem uma consciência valorativa permanece, para ele, tão oculto quanto o fato de todos os objetos de conhecimento exigir uma consciência cognoscente. Aqui como lá, ele desconsidera o sujeito e sua função.

1.2 Ceticismo

Ceticismo enquanto o dogmático encara a possibilidade de contato entre sujeito e objeto como auto evidente, o cético a contesta. Para o ceticismo, o sujeito não seria capaz de apreender o objeto. O conhecimento como apreensão efetiva do objeto seria, segundo ele, impossível. Enquanto o dogmatismo de certo modo desconsidera o sujeito, o ceticismo não enxerga o objeto. Seu olhar está colado de modo tão unilateral ao sujeito, à função cognoscente, que desconhece por completo a referência ao objeto. Enquanto o dogmatismo enche o pensador e o pesquisador de exagerada confiança, o ceticismo mantém desperto o sentimento do problema.

1.3 Subjetivismo e Relativismo

Subjetivismo restringe a validade da verdade ao sujeito que conhece e que julga. Este pode ser tanto o sujeito individual ou indivíduo humano quanto o sujeito genérico ou o gênero humano.

Relativismo – Também para ele, não há qualquer validade geral, nenhuma verdade absoluta. Toda verdade é relativa, tem validade restrita. Mas enquanto o subjetivismo faz o conhecimento humano depender de fatores que residem no sujeito cognoscente, o relativismo enfatiza mais a dependência que o conhecimento humano tem de fatores externos. Como fatores externos considera, sobretudo, a influência do meio ambiente e do espírito da época, bem como a pertinência a um determinado círculo cultural e os fatores determinantes nele contidos. O subjetivismo e o relativismo afirmam que não há nenhuma verdade universalmente válida. Mas há, também aqui, uma contradição, pois é contrassenso falar de uma verdade que não seja universalmente válida. No fundo subjetivismo e relativismo são ceticismos, pois também negam a verdade, não diretamente, mas indiretamente, na medida em que contestam sua validade universal.

1.4 Pragmatismo

Pragmatismo como o ceticismo, ele também abandona o conceito de verdade como concordância entre pensamento e ser. Entretanto, não se detém nessa negação, mas põe outro conceito de verdade no lugar do que foi abandonado. Verdadeiro, segundo essa concepção, significa o mesmo que útil, valioso, promotor da vida. Para ele, o homem é, antes de tudo, um ser prático, dotado de vontade, ativo, e não um ser pensante, teórico. Seu intelecto está totalmente a serviço de seu querer e de seu agir. O intelecto não foi dado ao homem para investigar e conhecer, mas para que possa orientar-se na realidade.  O que há de bom e valioso no pragmatismo é justamente a referência constante que faz a essa conexão. Essa relação estreita entre conhecimento e vida. No fundo subjetivismo, relativismo e pragmatismo são ceticismos.

1.5 Criticismo

Criticismo, Ele compartilha com o dogmatismo uma confiança axiomática na razão humana; está convencido de que o conhecimento é possível e de que a verdade existe. Enquanto, porém, essa confiança induz o dogmatismo a aceitar de modo, por assim dizer, inconsciente toda afirmação da razão humana de conhecimento, o criticismo, aproximando-se do ceticismo, junta à confiança no conhecimento humano em geral uma desconfiança com relação a qualquer conhecimento determinado. Ele põe à prova toda afirmação da razão humana e nada aceita inconscientemente. Por toda parte pergunta sobre os fundamentos, e reclama da razão humana uma prestação de contas. Seu comportamento não é cético nem dogmático, mas criticamente inquisidor – um meio termo entre a temeridade dogmática e o desespero cético.

2. Origem do conhecimento

2.1 Racionalismo

Racionalismo, Ponto de vista epistemológico que enxerga no pensamento, na razão, a principal fonte de conhecimento humano. Segundo o racionalismo, um conhecimento só merece realmente esse nome se for necessário e tiver validade universal, esses juízos, portanto, possuem necessidade lógica e validade universal, esse juízo não está baseado, portanto, numa experiência qualquer, mas no pensamento. Daí resulta que os juízos baseados no pensamento, provindos da razão, possuem necessidade lógica e validade universal; os outros não. Assim, prossegue o racionalista, todo conhecimento genuíno depende do pensamento. É o pensamento, portanto, a verdadeira fonte e fundamento do conhecimento humano. O mundo da experiência está em permanente mudança e modificação. Consequentemente, é incapaz de nos transmitir qualquer saber genuíno.

2.2 Empirismo

Empirismo Contrapõe ao racionalismo dizendo que a única fonte do conhecimento humano é a experiência. Segundo o empirismo, a razão não possui nenhum patrimônio apriorístico. A consciência cognoscente não retira conteúdos da razão, mas exclusivamente das experiências e o racionalismo deixava-se conduzir por uma ideia determinada, por um ideal de conhecimento, o empirismo parte de fatos concretos.

2.3 Intelectualismo

Intelectualismo uma tentativa de mediação entre racionalismo e empirismo é encontrada na orientação epistemológica que podemos chamar de intelectualismo. Se para o racionalismo o pensamento é a fonte e o fundamento do conhecimento, e para o empirismo essa fonte e fundamento é a experiência, o intelectualismo considera que ambas participam na formação do conhecimento. Como o racionalismo, ele sustenta a existência de juízos necessários ao pensamento e com validade universais concernentes não apenas aos objetos ideais, mas também aos objetos reais. Mas enquanto o racionalismo considera os elementos desses juízos, os conceitos como um patrimônio a priori de nossa razão, o intelectualismo deriva esses elementos da experiência segundo o intelectualismo, à consciência cognoscente lê a experiência, retira seus conceitos da experiência. No empirismo entende-se que no pensamento, não está contido nada de novo, nada que seja diferente dos dados da experiência. O intelectualismo afirma exatamente o oposto. Para ele, além das representações intuitivas sensíveis, existem também conceitos, Assim experiência e pensamento constituem conjuntamente o fundamento do conhecimento humano.

2.4 Apriorismo

O apriorismo também considera tanto a experiência quanto o pensamento como fontes do conhecimento. Apesar disso, a determinação das relações entre experiência e pensamento toma, aqui, uma direção diametralmente oposto à do intelectualismo. Segundo o apriorismo, nosso conhecimento apresenta como o nome dessa tendência já diz elementos que são a priori, independentes da experiência. Essa também era decerto a opinião do racionalismo. Enquanto este, porém, considerava os fatores a priori como conteúdos, como conceitos completos, esses fatores são, para o apriorismo, de natureza formal. Eles não são conteúdos do conhecimento, mas formas do conhecimento. Essas formas recebem seu conteúdo da experiência aqui, o apriorismo separa-se do racionalismo e aproxima-se do empirismo.

3. Essência do conhecimento

Essência do conhecimento, O conhecimento quer dizer uma relação entre sujeito e objeto. O verdadeiro problema do conhecimento, portanto, coincide com a questão sobre a relação entre sujeito e objeto.

3.1 As soluções pre-metafisicas do problema

a)      Objetivismo, O objeto determina o sujeito. Este deve ajustar-se àquele. O sujeito de certo modo, incorpora, copia as determinações do objeto. Isso pressupõe que o objeto se coloque diante da consciência cognoscente como algo pronto, em si mesmo determinado. Para ele, os objetos são algo dado, apresentando uma estrutura totalmente definida que será, por assim dizer, reconstruída pela consciência cognoscente.

b)      Subjetivismo para o objetivismo, o centro de gravidade do conhecimento está no objeto. O reino objetivo das ideais ou essencialidades é, por assim dizer, o fundamento sobre o qual se assenta o edifício do conhecimento. O subjetivismo, ao contrário, tenta ancorar o conhecimento humano no sujeito. Desloca o mundo das ideais, essa encarnação dos princípios do conhecimento, para o sujeito.

3.2 Soluções metafisicas do problema

a)      Realismo, por realismo entendeu o ponto de vista epistemológico segundo o qual existem coisas reais independentes da consciência. Esse ponto de vista é suscetível de diversas variações: realismo ingênuo; realismo natural; realismo crítico; realismo volitivo. Todas elas têm por base a mesma tese: há objetos reais, independentes da consciência.

b)      Idealismo, concepção de que a realidade está baseada em forças espirituais, em poderes ideais. Aqui, naturalmente, trataremos apenas do idealismo epistemológico. Este equivale à concepção de que não há coisas reais, independentes da consciência. Como, após a supressão das coisas reais, só restam dois tipos de objeto, a saber, os existentes na consciência (representações, sentimentos) e os ideais (objetos da lógica e da matemática), o idealismo deve necessariamente considerar os pretensos objetos reais quer como objetos existentes na consciência, quer como objetos ideais. Daí resulta em dois tipos de idealismo: subjetivo ou psicológico e o objetivo ou lógico.

c)       Fenomenalismo, assim como o racionalismo e empirismo estão flagrantemente contrapostos quanto à origem do conhecimento, o realismo contrapõe-se ao idealismo na questão sobre a essência do conhecimento. Nesta, também foram feitas tentativas de reconciliar os dois oponentes. A mais importante teve novamente em Kant seu autor. Da mesma forma como havia feito com relação ao realismo e o idealismo. Sua filosofia, que do ponto de vista da primeira oposição se apresenta como apriorismo ou transcendentalismo, na perspectiva da segunda aparece como fenomenalismo. é a teoria segundo a qual não conhecemos as coisas como são, mas como nos aparecem. Certamente existem coisas reais, mas não somos capazes de conhecer sua essência. Só podemos conhecer o “quê” das coisas, mas não o seu “o quê”. O fenomenalismo, portanto, acompanha o realismo na suposição de coisas reais, mas acompanha o idealismo na limitação do conhecimento à realidade dada na consciência, ao mundo das aparências, do que resulta a cognoscibilidade das coisas.

d)      Posicionamento critico; Agora temos como nos posicionar criticamente em relação ao debate realismo e idealismo. O idealismo não consegue mostrar que o realismo e contraditório, por outro lado o realismo passa pela mesma dificuldade, não conseguir derrotar seu arque rival definitivamente. Não se pode provar que prevaleça razões logicamente necessárias, mas apenas prováveis.  Como parece o confronto entre realismo e idealismo não se pode assim tão fácil resolver. Nem o realismo e nem o idealismo se deixam- se refutar por meios puramente racionais, nesse caso só é possível por meios irracionais. Contudo o realismo é superado pelo realismo na pratica, tendo em vista que o homem não se satisfaz apenas como um ser lógico, mas e sim em ser para ação volitiva.

3.3 Soluções teológicas do problema

a)      Monista-Panteísta – Sujeito e objeto, pensamento e ser, consciência e objeto são apenas aparentemente uma dualidade; efetivamente eles são uma unidade, apenas os dois lados de uma mesma e única realidade.

b)      Dualista-Teísta – Segundo a visão dualista-teísta do universo, o dualismo empírico envolvendo sujeito e objeto está assentado num dualismo metafísico. Essa concepção de mundo sustenta a diferença metafísica essencial entre sujeito e objeto, pensamento e ser. É certo que ela também não considera essa duplicidade como última É esse o ponto de vista do teísmo cristão.

4. Tipos de conhecimento

Para essa corrente conhecer significa apreender espiritualmente um objeto. Essa apreensão, via de regra, não é uma tão simples, mas consiste numa multiplicidade de atos. A consciência cognoscente deve, por assim dizer, rondar seu objeto a fim de realmente apreendê-lo. Ela relaciona seu objeto a outros, compara-o com outros, tira conclusões e assim por diante.

4.1 O problema da intuição e sua historia

Pergunta-se agora além do conhecimento mediato, há um imediato, se além do intuitivo há um intuitivo. Um conhecimento intuitivo é um conhecimento como o nome já diz, pelo olhar.

Sua característica consiste que, nele, o objeto é imediatamente apreendido, como ocorre principalmente na visão. Não há duvida que exista esse conhecimento. Tudo o que nos é dado na experiência externa e interna é imediatamente apreendido por nós.

O vermelho ou verde que vejo a dor ou a alegria que vivencio são percebidos imediatamente por mim. Quando se fala, porém, em intuição, não se pensa em intuições desse tipo, mais numa intuição não sensível espiritual.

Tão pouca esta pode ser negação principio da contradição, por exemplo, afirma que entre o ser e o não ser existe uma relação de mutua exclusão, que é vista como espiritualmente por nós. Todo objeto possui três aspectos ou elementos: o ser-assim, o ser-aí e o ter-valor.

4.2 O correto e o incorreto no intuicionismo

Reconhecer ou não a validade de um conhecimento intuitivo ao lado do racional e discursivo é algo que depende sobre tudo como se pensa a respeito da essência do homem. Quem vê o homem como um ser exclusivo e predominantemente teórico, cuja função é pensar, também irá reconhecer apenas o conhecimento racional como valido.

4.3 O critério da verdade

Não basta nosso juízo seja verdadeiro. Devemos também alcançar a certeza que ele seja verdadeiro.

A verdade do conhecimento consiste na concordância do conteúdo do pensamento com o objeto. Chamamos esse conceito de transcendência da verdade. Mas ela contrapõe outra chamada de conceito imanente de verdade, segundo o qual a essência da verdade não reside numa relação do conteúdo do pensamento com algo contraposto, transcendente, mas sim no interior do próprio pensamento. A verdade é a concordância do pensamento consigo mesmo.

Um juízo é verdadeiro quando construído segundo as leis e normas do pensamento. De acordo com essa concepção a verdade é puramente formal.

Conclusão

O objetivo dessa dissertação foi esquadrilhar e fundamentar o conhecimento humano. Nisso nós vimos que existem vários meios fenomênicos ou puramente intelectuais de como se pode chegar ao conhecimento. Desde a origem o homem sempre teve essa relação estrita com o saber, ele sempre o procura.

Não há duvidas que o ser humano sempre esta em busca verdade do conhecimento independente do tempo, mesmo quando se chegou ao ponto de negar qualquer tipo de possibilidade de se conhecer como assim o fez o ceticismo e de forma mascarada fez o relativismo e o pragmatismo, eles querendo ou não eles estão a afirmar um tipo de conhecimento, ou seja, negam e sem perceber mostram uma possibilidade ou no mínimo que seu raciocínio também esta incorreto.

Isso é mais ou menos uma pequena discussão que como é difícil essa problemática que ainda hoje é fonte de discussão filosófica viva e que muitas vezes deixamos de lado e não procuramos ao menos nos contextualizar para sabermos dá uma opinião concisa em discussões de epistemologia contemporânea e muito importante saber o cerne a raiz de onde se surgiu a discussão para depois nos adentrarmos nos litígios hodiernos e não proferirmos falácias por muitas vezes nem sabermos o que na verdade está se discutindo.

Referencias

HESSEN, Johannes. Teoria do Conhecimento. São Paulo. Martin fontes, 2003.

ARISTOTELES. Metafisica. V. I-III.  Ensaio introdutorio, texto grego com tradução e comentario de G>Reale, tradução de Marcelo Perine.S.Paulo. Loyola,2001-2002.

____.Obras.Madri: Aguilar,1973.

DE BONI, Luiz Alberto (org.). A ciencia e a organização dos saberes na idade média.col.filos.112.Porto Alegre.EDIPUCRS,2002.

FREGE,G.Investigações logicas.Porto Alegre. EDIPUCRS.2002.