AS NOVAS PERSPECTIVAS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NA ESCOLA


RESUMO

A preocupação com as diferenças individuais tem ganhado um maior destaque na sociedade pluralista em que vivemos. Numa abordagem de atenção à diversidade e à inclusão social, a educação apresenta-se como um fator importante de transformação social, em que novas propostas estão sendo desenvolvidas em torno de um ensino que atenda a todas as crianças e a suas diferentes necessidades educacionais.
Palavras-chave: Educação. Inclusão. Necessidades. Diversidade.

ABSTRACT

The concern with individual differences has gained greater prominence in pluralistic society in which we live. An approach to focus on diversity and social inclusion, education is an important factor of social transformation, in which new proposals are being developed around an education that meets all children and their different educational needs.
Keywords: Education. Inclusion. Needs. Diversity.

1 INTRODUÇÃO
O processo inclusivo perpassa, pela superação e apropriação dos paradigmas do capitalismo moderno impregnado e dominante na sociedade atual, marcado pelo desenvolvimento tecnológico e pela globalização da economia, comunicação e informação. Sistemas que tem buscado um entrecruzamento das forças políticas, sociais e econômicas reveladoras de um grau de consciência e organização tendentes a uma visão holística do ser humano e da erradicação de todas as formas de exclusão.
A legislação Brasileira deu um salto quando a LDB 9.394/96(Lei de Diretrizes e Bases da Educação), de 20/12/1996, deixou explicito que a educação especial no Brasil está sintonizada as novas tendências mundiais, oferecendo aos portadores de necessidades especiais na rede regular de ensino.
A Constituição Federal em seu Art.205, afirma que a educação é "direito de todos e dever do Estado e da Família", corroborada pelo Art.3°, inciso IV, que revela entre os objetivos fundamentais da Nação o de "promover o bem estar de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação."
Independente das adversidades e contradições inerentes ao tema em foco é perceptível que a sociedade brasileira passa por um momento de transição, nas instituições políticas, cientificas, sociais, culturais, econômicas e educacionais. Vivemos em um tempo de profunda individualidade, construção e valorização dos interesses próprios em detrimento dos coletivos. A luta por uma sociedade inclusiva começou a ser construída na década de 1980 a partir de experiências de inserção social de pessoas com deficiência. Em varias partes do mundo, as modificações foram feitas em escolas, empresas e espaços urbanos para viabilizar a participação plena de pessoas deficientes na vida social e educacional, possibilitando igualdade de oportunidade, a ONU (Organização das Nações Unidas) por meio da Resolução 45/91, processo de construção de uma sociedade para todos.
Segundo estudiosos, a inclusão é um caminho sem volta, mas não sem duvidas e desafios. A educação implanta mudanças necessárias ao processo de erradicação de exclusão socioeducacional de pessoas com deficiência.

2 Inclusão Na Diversidade: Um Grande Desafio Para Escola E Educadores

A inclusão favorece a todos, acesso ao meio comum dando a todos o direito de exercer a cidadania, independente de raça e sexo. Os importantes avanços produzidos pela democratização da sociedade, alavancada pelos movimentos de direitos humanos, apontam a emergência da construção de espaços sociais menos excludentes e de alternativas para o convívio na diversidade e a escola deve ser um dos espaços em que uma política inclusiva contribua na construção de uma de uma sociedade mais justa.
No Brasil, o processo de inclusão, enfrenta sérios obstáculos, através do medo e do preconceito que são as principais barreiras a serem transpostas. A escola nova vem substitui velhos paradigmas, junto com todos os alunos através da maneira de pensar e de viver a educação. Construir uma sociedade inclusiva é conseguir educação para todos. Os estudantes com necessidades educacionais especiais desenvolvem a apreciação pela diversidade individual, adquirirem experiência direta com a variação natural das capacidades humanas. Demonstram crescente responsabilidade, além de promover uma melhor forma de aprendizagem através da inserção do ensino entre os alunos. Assim sendo, que todos os sujeitos possam aprender a fazer parte da construção do conhecimento, independente de serem ou não pessoas com necessidades especiais. Na escola inclusiva todos os professores devem ser especializados para lidar com alunos que possua algum tipo de deficiência, porque não existe curso de capacitação para todos os tipos de deficiências. Além disso, a família deve ser o grande pilar, pela estimulação e reivindicação das mudanças essenciais para construção de uma sociedade inclusiva, cobrar mais do governo, elaboração e aprovação de leis que favoreçam uma escola de qualidade para todos com ou sem deficiência.
A inclusão venha ser um processo amplo que enfrenta preconceitos dentro e fora da escola, ou seja, movimento social que envolve comprometimento e participação coletiva da sociedade a partir da política governamental nas esferas administrativas (municipal estadual e federal). A emancipação dos direitos humanos, expressos através das desigualdades sociais, da oportunidade a todos os cidadãos de participarem do processo produtivo da sociedade e dos rompimentos com os preconceitos, estéreos típicos e estigmas construídos historicamente e arraigados no imaginário social.
O panaroma histórico, social e político do Brasil (1999) acreditam que a educação inclusiva não se efetuará por decreto, será necessário avaliar as reais condições que possibilitem a inclusão continua sistemática e planejada. Há 15 anos com a promulgação da Constituição Federal do Brasil de 1988, prevê o atendimento aos portadores de deficiência na rede regular de ensino.
A escola inclusiva parte do pressuposto da heterogeneidade e leva em consideração as capacidades, aquisições e modalidalidades de aprendizagem dos estudantes de grupos diferentes. A pessoa deficiente é qualquer pessoa incapaz de assegurar por si mesma, total ou parcialmente, as necessidades de uma vida individual ou social normal, em decorrência de uma deficiência congênita ou não, em sua capacidade física ou mental. A escola inclusiva envolve um processo de reestruturação, com destaque a acessibilidade arquitetônica e curricular, com garantia da democratização substantiva e irrestrita a todos os cidadãos das inúmeras oportunidades educacionais e sociais. Alguns dos estudos da inclusão saírem dos muros da escola e alcançaram às famílias e comunidades externas, os desafios da gestão nas escolas, inclusivos são novos os paradigmas educacionais, em concepções diferenciadas de ensino e aprendizagem, em valores humanos e educacionais, políticos de financiamentos, em projetos políticos pedagógicos em capacitação docente.
Embora a escola integrativa tente acolher a diferença, está longe dos valores e práticas que protagonizam a inclusão. A escola para todos passa a ser para todos "e"para cada um. Sua meta é o oferecimento de uma educação de alta qualidade, que garanta o sucesso da totalidade dos alunos e que seja adequada. A educação não é linear e dicotômica, produto de um investimento, um processo construído durante a vida toda e de responsabilidade partilhada entre escola, família e a sociedade. Sendo padrão ético de conduta e de relacionamento, com base no dialogo e na busca da compreensão entre as pessoas.
Confrontada com populações diversas e diferentes, a escola passou a não ser mais capaz de cumprir com a sua função de garantia da aprendizagem para todos os alunos, uma vez que não está preparada para responder a heterogeneidade. Além de precisa de recursos maiores para poder dentro de si todos os alunos que tem, direito de lá está, sem qualquer discriminação, e livres de barreiras a participação. É preciso melhorar as políticas internacionais, nacionais e regionais de financiamento para o apoio a educação especial. Que assegure as prioridades nacionais e políticas que objetivem atingir a educação. O bom gestor é um empreendedor social, capaz de motivar os docentes, a família e a comunidade, estabelecendo parceria.
Educação para todos, mais flexível, produtiva e, voltada para justiça social. Desde a antiguidade, descreve-se a ocorrência de alterações e anormalidades nas pessoas, que eram chamadas de erros, de nascença, denominadas de genéticas, as decorrentes ou produzidas no parto e aquelas que vão acontecendo durante toda vida do sujeito.

2.2 Processo Histórico da Inclusão Social

Na Idade Média, mantinham-se padrões sentido ético, moral e intelectual, acrescidos da idéia imposta pela igreja, de punições ou condenação para os que não possuíam padrões. Ter um filho com necessidades especiais na Idade Média era maldição diabólica, a mesma coisa das pessoas canhotas. Eram executadas ou eram queimadas vivas no período da inquisição. No século XVIII, Jean Itard pode ser considerado o pai da Educação Especial, pois teria sido o professor de um menino portador de uma lesão mental profunda, era chamado de menino lobo, devido a seu comportamento, FONSECA(1995);CORREIA(1995)
Os tratamentos ou atendimentos educacionais pedagógicos surgiram no século XIX, denominados como mestres, os docentes, começaram a entender e atender os deficientes. Os principais objetivos da pratica educativa é o desenvolvimento social e afetivo, não pode ser conseguido sem a aprendizagem social que consegue num meio normalizante, tanto no âmbito familiar como no social escolar.
O principio da inclusão consiste no reconhecimento da necessidade de se caminhar rumo à escola que corresponde as necessidades individuais, de cada criança com qualidade e que possa obter uma vida produtiva, como membros plenos da sociedade contemporânea. As diferenças entre os seres humanos, no decorrer da existência das civilizações, os diferentes foram tratados de forma agressiva e confusa, rotuladas, segregados, discriminados e excluídos como autopunição, o isolamento e a agressividade.
Os obstáculos que uma criança com necessidades educativas especiais encontra no momento da inclusão de respeito ao fato dos currículos escolares serem organizados em acordo com as faixas etárias. Os programas são estratificados em função de uma seqüência gradativa de dificuldade, como se todas as crianças de uma mesma faixa de idade aprendessem no mesmo tempo que as demais que pertencem ao seu grupo.
A avaliação na escola inclusiva prioriza o saber as habilidades e as competências dos alunos. Podendo ser diagnostica e continuada são formas de acesso ao conhecimento do aluno.
Sassaki destaca (1997, p17) a polêmica, que a sociedade, em todas as culturas, atravessou diversas fases no que se refere às praticas sociais. A exclusão social passou pelo atendimento se agregando dentro de instituições sociais. A inclusão social iniciou ,em 1985,nos países mais desenvolvidos, com mais impulso em 1990, prevê que ela vai desenvolver até 2020, em todo mundo. Processo que se adapta para poder incluir seus sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades especiais e, simultaneamente, estas se preparam para assumir seus papeis na sociedade. Ela constitui um processo bilateral no qual as pessoas, ainda excluídos e a sociedade buscam em parceria, equacionar problemas, decidir sobre soluções e efetivar e equiparação de oportunidade para todos. Alguns países já são pioneiros na fase de Inclusão como: Estados Unidos, Canadá, Itália e Espanha, implantaram as classes e escolas inclusivas desde os fins da década de 80 ate hoje. Compartilham as estratégias cientificas como superar as diferenças contextuais quanto o preconceito contra as diferenças dos indivíduos e suas necessidades especiais.
Os paradigmas da integração e da inclusão é formar alunos, tornando-os iguais em conhecimentos adquiridos e excluindo aqueles que não forem capazes de adquiri-los. Ajudar cada aluno a desenvolver-se em sua singularidade, respeitando o seu aprender. A inovação educacional, ao romper os paradigmas que sustentam a maneira excludente de ensinar e ao propor a emancipação do processo educacional.
Vygostsk, afirma que "a educação é para todos, do jeito que seja melhor para cada um. Educação Inclusiva na sociedade como um todo, não apenas na escola."
Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo as escolas organizarem-se para o atendimento aos educando com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos (MEC/SEE/SP. 2001)
A convenção da Guatemala que ocorreu em 1999, promulgada no Brasil pelo Decreto n°3956/2001, afirma que todos tem os mesmos direitos, independente de qualquer necessidade especial. O objetivo das políticas educacionais é implementar desafios de atender as necessidades educacionais de todos os alunos.O principio constitucional prevê a igualdade de condições para o acesso e permanência dos níveis mais elevados do ensino.
A discussão sobre a integração escolar de alunos com deficiência vem se intensificando desde as últimas décadas no Brasil e no mundo. O pensamento e ação é incluir todos os indivíduos em uma sociedade na qual a diversidade está se tornando mais normal do que exceção. Nos países Escandinavos,surgiu a idéia de que toda pessoa portadora de deficiência teria o direito inalienável de experimentar um estilo ,ou padrão de vida,que seria comum ou normal em sua cultura.Significaria que todos os membros de uma sociedade deveriam ser fornecidas oportunidades iguais de participar em atividades comuns aquelas partilhadas por grupos de idades equivalentes.Assegurar educação para todos,com qualidade de ensino,requer verificar se o sistema mantém coerência entre o discurso inclusivo e a pratica,provendo adequadas condições de atendimento dos deficientes.O planejamento e excursão de políticas para enfrentar as desigualdades sociais,democratiza o acesso a bens e serviços públicos requerendo a construção de espaços comuns e articulados entre varias instancias da administração publica.Levantar a necessidade de investigação do conhecimento prévio do estudante para o planejamento do trabalho com um todo.
O professor tem como objetivo permitir compreender como o aluno elabora e constrói o conhecimento, através dos seus próprios desafios educacionais. A inclusão social aplica-se à inclusão educacional. Tornando a decisão política de se transformar promovendo os ajustes para atender as necessidades educacionais especiais em todo aluno. O processo avaliativo do aluno com deficiência tem como objetivo de detectar problemas, servindo como diagnostico da realidade que se deseja atingir. Esses diagnosticam não são definitivos nem rotulados, visa a estagnar e superar as deficiências.

CONCLUSÃO

Portanto, viabilizar o processo de inclusão é um caminho continuo que precisa da integração de todos especialistas e não apenas da educação, quanto à coletividade espontânea, a favor daqueles que precisam de encorajamento para dá continuidade ao seu espaço como seres humanos com necessidades especiais. Aceitar os princípios da diversidade humana e aprendizagem, através da cooperação. A inclusão constitui paradigmas fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e as diferenças com valores indissociáveis, que avança em relação da contextualização da produção da exclusão dentro ou fora da escola. Superar as práticas discriminatórias e criar alternativas acerca de uma sociedade contemporânea para a construção de sistemas educacionais mais amplos. Implicar mudança estrutural e cultural para atendê-los suas especificidades e perspectivas numa faculdade de mentes preconceituosas. As necessidades educacionais especiais nos sistemas de ensino devem ser gradativas por se necessário que tanto a educação especial quanto o ensino regular possam ir se adequando a nova realidade educacional construindo políticas, prática educacionais e pedagógicas que garantam o incremento da qualidade do ensino que envolve os alunos com ou sem necessidades educacionais especiais.
Uma escola inclusiva é uma escola líder em relação às escolas demais. Ela se apresenta como a vanguarda do processo educacional. O seu objetivo maior é fazer com que a escola atue através de todas as grandes escolas para possibilitar a integração das crianças que dela fazem parte. Elevar os padrões em relação às escolas inclusivas e expectativas de desempenho por parte de todas as crianças envolvidas. O objetivo é fazer com que as crianças atinjam o seu potencial máximo. O processo deverá ser dosado as necessidades de cada criança e o acesso físico a escola deverá ser facilitado aos indivíduos portadores de deficiência. Os professores atenderam as necessidades de ir alem dos limites que as crianças se colocam, no sentido de levá-las a alcançar o máximo da sua potencialidade. Propiciando aos professores novas alternativas no sentido de implementar formas mais adequadas de trabalho.
O desafio é entender a inclusão a um numero maior de escolas e comunidades e, como o principal propósito de facilitar e ajudar a aprendizagem e a inserção de todos os alunos, fornecendo aos professores de classe comum informações apropriadas a respeito das dificuldades da criança, dos seus processos de aprendizagem, do seu desenvolvimento social e individual. Monitorar diariamente os projetos dando suporte técnico aos participantes, pessoal da escola e público em geral. Assistir as escolas para obtenção dos recursos necessários à implantação do projeto. Criar novas formas de estruturar o processo de ensino-aprendizagem mais direcionado as necessidades dos alunos. Oferecer oportunidades de desenvolvimento aos membros participantes do projeto através de grupos de estudos. Os profissionais terão que desenvolverem continuidade da escola inclusiva seus estudos, aprofundando-os. Investi na integração teórica do aluno evidencia a inclusão, impondo essencial atenção à modificação do contexto escolar (projeto pedagógico, objetivos educacionais, conteúdo, método de ensino, processo de avaliação acessibilidade, métodos de comunicação).
A diversidade do cotidiano escolar permite que os deficientes desenvolvam com as diferenças, aprendendo a aprender, a ser, a fazer, a conviver e a empreender, o que supõe interação professor-aluno. O acolhimento, pelas escolas de todas as crianças, independente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, lingüísticas ou outras (necessidades educativas especiais); pedagogia centralizada na criança, respeitando tanto a dignidade como as diferenças de todos os alunos, as escolas comuns, com a orientação integradora, representa o meio eficaz de combater atitudes discriminatórias, de criar comunidades acolhedoras, construir uma sociedade integradora e dar educação efetiva a maioria das crianças e melhoraria a eficiência e, certamente, a relação custo beneficio de todo o sistema educativo.

REFERÊNCIAS

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