YAMARA MAMED

RESUMO

As modalidades orais e escritas não são só um instrumento utilizado para a comunicação ou veiculação de informações, mas principalmente como uma forma de mostrar socialmente aquilo que gostaríamos que os outros enxergassem uns aos outros, e ao mesmo tempo como vemos o outro de acordo com a nossa perspectiva de mundo, aquela que introjetamos ao longo da vida, onde a relação pensamento e linguagem são muitas próximas, ou seja, estão entrelaçadas ambas caminham juntas apesar de apresentarem diferenças na produção e representação, a fala e a escrita são antes de tudo, sistemas comunicativos que expressam a língua nas praticas sociais.

Palavras-chaves: Modalidades. Oral. Escrita. Linguagem.

RESUMEN

Las modalidades y las escrituras verbales no está solo un instrumento usado para la comunicación o la propagación de la información, sino principalmente como uno forma para demostrar social lo que quisiéramos que los otros enxergassem unos a los otros, y al mismo tiempo que nosotros vean el otro de acuerdo con nuestra perspectiva del mundo, que uno que nosotros los introjetamos a través de la vida, donde está muchos el pensamiento y la lengua de la relación siguientes, es decir, están entrelazados ambos caminan junto aunque para presentar diferencias en la producción y la representación, digan que él y la escritura está antes de todo, sistemas de los comunicativos que expresan la lengua en usted practican social.

Palabra-llaves: Modalidades. Verbal. Escritura. Lengua.


INTRODUÇÃO

Atualmente já se houve falar com freqüência que a linguagem escrita e a linguagem oral são duas modalidades de expressão verbal. Refletir sobre as relações e especificidades da fala e da escrita nos permite entender um pouco também sobre a gramática.
A fala procede à escrita, no entanto, numa sociedade letrada, as duas modalidades convivem e se entrelaçam, há também sociedades que não utilizam registro escrito, mas a fala é comum a todos os povos.
A fala é a modalidade mais utilizada em situações cotidianas e informais e a escrita é o registro permanente das idéias sociais.
A fala e a escrita se apóiam em sons e letras articulados em sistemas de representação simbólica, isto é o homem construiu ferramenta para estabelecer relações sociais, principalmente as comunicativas e as transformou em práticas sociais.
Essas práticas fazem parte da cultura, do modo de pensar, sentir, agir, julgar, ver e lógico falar e escrever.
De acordo com alguns autores renomados como Fávero, Akinnaso, Chafe, Rojo e Halliday, as modalidades escritas e orais, vão de um nível mais informal aos mais formais, passando por graus intermediários demonstradas com a produção de textos, onde tais condições estão em estreita relação com o contexto, com as condições de interação, com os interlocutores e com o tipo de processamento da informação.
Akinnaso (1982) afirma que fala e escrita apresentam formas superficiais diferentes e igual estrutura semântica subjacentes: utilizam o mesmo sistema léxico-semântico e variam, em particular, na escolha e distribuição de padrões sintáticos e de vocabulário, de acordo com a produção do texto, admitindo que os textos possam apresentar-se de varias formas, ou seja, ora se aproxima da fala como, por exemplo: os bilhetes domésticos, os bilhetes dos casais, cartas familiares e textos de humor, ora se aproximando do pólo da escrita, por exemplo: os discursos de posse de cargo, as conferências, as entrevistas especializadas e propostas de produtos de alta tecnologia por vendedores especialmente treinados.
Conforme observa-se a oralidade e a escrita constituem duas possibilidades de uso da língua que utilizam o mesmo sistema lingüístico e que apesar de possuírem características próprias, não devem ser vistas de forma dicotômica, ou seja, escrita tem sido vista como de estrutura complexa, formal e abstrata, enquanto a fala, de estrutura simples ou desestruturada, informal, concreta e dependente do contexto.
Esta visão dicotômica entre oralidade e escrita, em que a primeira ocupava um lugar de supremacia sobre a segunda, permaneceu por muito tempo no meio lingüístico, sendo mudada a partir dos anos 80, quando os estudiosos começaram a vê-las como práticas sociais diferentes. A este respeito, Marcuschi (2000:17) ressalta que:
Hoje predomina a posição de que se pode conceber oralidade e letramento como atividades interativas e complementares no contexto das práticas sociais e culturais. Uma vez adotada a posição de que lidamos com práticas de letramento e oralidade, será fundamental considerar que as línguas se fundam em usos e não o contrário.
Chafe melhor estabeleceu as diferenças entre a linguagem oral e a linguagem escrita, apresentando uma proposta de analise, sendo capaz de estabelecer uma comparação.
Ainda afirma Chafe que as pessoas não escrevem do mesmo modo que falam, corroborando a teoria de Goody e Watt (1968) acerca da diferença entre a oralidade e a escrita, contradizendo Bloomfield, em cuja concepção a linguagem escrita não passa de uma reprodução da linguagem oral, procurando identificar as diferenças para explicar as causas fundamentais de tais diferenças.
Alguns fatores são responsáveis pelas diferenças entre linguagem oral e linguagem escrita: o contexto, a intenção do falante ou do escritor e o tópico do que se diz ou escreve.
Focalizando o modo de os falantes e escritores selecionarem as palavras ou estruturas para expressarem suas idéias, observou que a escolha dos falantes é rápida, enquanto a dos escritores é lenta, por terem mais tempo para reproduzi-la e revisá-la. Com isso, a linguagem escrita tende a ter um vocabulário mais variado e de conveniência do usuário.
A escolha lexical também proporciona ao usuário a exibição de um estilo próprio e o controle do grau de formalismo e coloquialismo de suas produções discursivas. Do vocabulário, um conferencista seleciona palavras e expressões que possam conferir ao seu texto um caráter mais ou menos formal, como o faz um escritor de uma carta, para dar ao seu texto um caráter mais ou menos coloquial. A esse respeito, a distinção entre fala e escrita não se faz com precisão, uma vez que as restrições operativas não se associam propriamente ao fator velocidade do processo. O grau de coloquialismo ou formalismo envolve decisões estilísticas e de domínio do léxico que podem transferir-se de um modo de produção para o outro com muita facilidade e propriedade.
Falar e escrever são formas diferentes de dizer e expressar significados construídos na linguagem e pela linguagem, dentro de uma situação interativa social. Nesse sentido, Halliday (1989) propõe que falar e escrever, enquanto formas diferentes de dizer e modos diferentes de se expressar em significados lingüísticos, apresentam uma interface: a analogia entre fala e escrita sustentada por três princípios. Um deles é que a escrita não incorpora todos os potenciais de significação da fala, pois deixa de lado as participações paralingüísticas e prosódicas e, a fala não apresenta os limites da sentença e do parágrafo; estas diferenças, porém, são de sinais e não de conteúdo. O outro é que não há necessidade de duas linguagens para a mesma função, pois uma seria a duplicação da outra. Logo, cada modalidade serviria para uma finalidade mais específica, sem perder sua característica fundamental de ser "linguagem". Por último, fala e escrita planteiam diferentes aportes para a experiência: a escrita cria o mundo da coisas/objetos e a fala, o dos acontecimentos. Para esse autor, tais aportes seriam formas possíveis de se olhar para o mesmo objeto de conhecimento, ou seja, a experiência humana.
O ser humano aprende ouvindo e falando, lendo e escrevendo, ou seja constrói significados mediante um sistema e uma estrutura samantica. Na medida em que as crianças pertencentes a culturas letradas vão-se desenvolvendo, suas interações passam a ser transpassadas pelo discurso escrito e as significações têm uma nova possibilidade de análise de construção além da oferecida pelo discurso oral, a saber, a do âmbito do discurso escrito. Dentro do espaço discursivo da interação, o discurso escrito sofre interpenetrações sociais e culturais, pois, em sua essência, está permeado pelos sentidos e valores da ideologia do grupo social. Essas interpenetrações se refletem nas formas de interação da criança com a escrita - objeto de conhecimento - dentro de um contexto sócio-histórico mais amplo, que "revela os ideais e as concepções de um grupo social numa determinada época" (Savioli e Fiorin, 1996:17).
Segundo Rojo vêm focalizando sua atenção para questões da aquisição da escrita:
Até recentemente a linguagem escrita não foi vista como processo de desenvolvimento ou construção. Assim, durante décadas, o desenvolvimento da escrita foi encarado como um treinamento de habilidades viso-motor e de transcrição de código sonoro em formas gráficas. Isto acarretou uma grande centração dos estudos no momento da alfabetização e na questão da correspondência grafema-fonema e dos aparatos orgânicos envolvidos na transcrição desta correspondência.
É na escrita que a criança vai se explicitando segundo suas falas e lugares sociais, ampliando assim o processo de desenvolvimento, o leitor/escritor vai incorporando, gradualmente, a modalidade discursiva da escrita e as características dos papéis do leitor/escritor.

CONSIDERAÇOES FINAIS
Considerando as diferenças (formais, funcionais e da natureza de estímulo) entre a linguagem oral e a linguagem escrita, concluem-se serem distintas tais modalidades. Porém, embora não seja a linguagem escrita à transcrição da linguagem oral, não se pode negar a semelhança de seus produtos, que podem expressar as mesmas intenções, já que a seleção de elementos lingüísticos de ambos se dá a partir de um mesmo sistema gramatical.
O que não se pode negar é que a linguagem escrita e a linguagem oral não constituem modalidades estanques; apresentam diferenças devido à condição de produção, mas o processo se dá a partir da língua, que "é um conjunto de possibilidades lingüísticas, cujos usos se fazem de acordo com normas específicas a cada uma das modalidades".
A linguagem oral se caracteriza essencialmente por ser falada − natureza do estímulo, mas o fato de a linguagem oral ser produzida pela boca e recebida pelos ouvidos não é e nem pode ser o elemento fundamental para se determiná-la distinta da linguagem escrita no âmbito cientifico.
REFERENCIAIS

MAC-KAY, A.P.M.G. Atividade verbal: processo de diferença e integração entre fala e escrita. São Paulo, Plexus, 2000, p.13-19.

BECHARA, Evanildo. A correção idiomática e o conceito de exemplaridade. In: Azeredo, Jose c, Língua em debate: conhecimento e ensino. Petrópolis: Vozes, 2000, p.11-8.
FÁVERO, Leonor Lopes et alli. Oralidade e escrita: perspectiva para o ensino da língua materna. 2ª Ed. São Paulo: Cortez, 2000.
CASTILHO, Ataliba. T.de. A língua falada no Ensino de Português. São Paulo: Contexto, 2001.158p.