Iza Aparecida Saliés

A amiga Dora Couto e Lilian Nascimento foram as que fuçaram tanto a internet até encontrar grande parte das meninas do Colégio Coração de Jesus/Cuiabá e ao conectar com algumas, marcou um encontro para revermos, matar saudade, lembrar da nossa adolescência e das nossas proezas.

O encontro só aconteceu em função da possibilidade de navegar por caminhos distantes que a internet possibilita aporte que fez o papel de mensageiro da agregação, fez conexões impares e impossíveis, proporcionando emoções além de achar pessoas que gostamos e temos saudade.      

Então no dia 20 deste mês estávamos ansiosas para rever as meninas do colégio Coração de Jesus da Tuma c/72 de Cuiabá. A turma é dos anos 70, vale descrever a data precisamos soar para o mundo que apesar dos anos que passaram estávamos lindas e maravilhosas, encantadas, alegres, dispostas, acolhedoras e sensíveis e sentindo jovem. 

Aos leitores quero dizer que no momento nós estávamos preocupadas com a saudade, o reconhecimento, porém desprovidas de preocupações de convenções sociais e formais, considerando a ocasião, o tempo que desencontramos e a saudade que preenchia nossas expectativas pelo encontro.

A alegria foi à vedete da festa, ficamos comovidas, emocionadas e a atônitas, parecia que o tempo estava parado ali, não tinha passado, parecia tudo jovem, não tivemos tempo para pensar no tempo passado, vivido fora daquele momento.

Quer saber? Nem lembramos que não éramos mais as meninas do colégio, apesar de sermos senhoras, mães, avós, empresárias, professoras, donas de casa, tia avó. Ocupamos as mais diversas funções que o tempo vai impondo e aos pouco vamos acostumamos, gostamos e curtirmos muito.  Fazemos parte de tudo, somos ativas engajadas em atividades prazerosas e solidárias.

Essa proeza aconteceu num lugar escolhido com muito carinho pelas organizadoras do evento, a menina Dora Couto e Lilian Nascimento, na Peixaria Beira Rio, lá foi o lócus dos abraços, das risadas gostosas e da farra que fizemos das conversas altas, dos brindes, foi só alegria, chuva de emoções.

Meu coração quase teve um peripaque, emoções pra lá, emoções pra cá, tudo fazia lembrar o tempo do colégio, fazia lembrar também as amigas de turma, as bagunças que fizemos tudo, tudo mesmo que possa buscar no baú da saudade de um tempo maravilhoso que jamais sairá do nosso arquivo permanente de nossas vidas.

A cada chegada uma colega a pergunta obrigatória era quem é essa que está chegando? Pergunta constante que fazíamos uma para outra, a resposta era sempre, ah! Lembrei, é fulano, não, não é, chegou à sicrana, era só risada.........., já estamos quase v... Foi emocionante, rever as meninas do colégio.

Enquanto isso as que já estavam lá iam chuleando momento de um passado de 38 anos, tempo que não vimos passar, não conseguimos entender como se foi. Passou tão rápido que não houve tempo para reparos da imagem, do que éramos e do que somos. Estávamos num mesmo patamar de desgaste da vida, mas, ainda parecíamos às meninas do colégio.

Cada uma de nós tinha no seu interior a mesma essência o mesmo brilho nos olhos, éramos as mesmas meninas, com efusiva alegria, entusiasmo, carinho, aconchego e muita saudade transbordando.

A conexão que a internet fez foi genial possibilitou retomar momentos do passado das meninas do colégio, transformou a tempo muito significativo, rastreou na memória de cada uma das meninas, coisas da adolescência, da juventude, o que vivemos e o que passamos.

Não importava no momento questionar o que deixamos de passar, o que importava era aproveitar o momento com assuntos agradáveis, alegre e desfrutar daquele tempo e espaço que representava um passado pouco distante e que pouco tinha mudado, percebia isso diante das falas, dos comportamentos e das expressões em função de determinados atos e atitudes que estavam registrados no passado e que reviveram e ainda faziam parte do tempo das meninas do colégio.      

É prazeroso fazer o exercício de buscar no passado momentos maravilhosos de nossas vidas, como também de deixar florescer agora o que já aconteceu. Recompor uma peça do passado com as próprias autoras, com texto mesclado de assuntos atuais composto por um repertório que faz parte do nosso relicário, as meninas do colégio.    

Os momentos em que estávamos no colégio propiciaram muitas brincadeiras, danadezas, proezas, paqueras, amores platônicos com o professor e com os meninos da porta do colégio (que desciam do São Gonçalo) tudo era gostoso, puro e ingênuo, eram momentos de felicidade que compunham a nossa adolescência.  

Nessa imensidão de saudade houve um momento de tristeza, foi quando disseram que três meninas nos deixaram Marília Costa Marques, Glória Sueli e Mariel, ficamos entristecidas, mas sabíamos que poderíamos deparar com as circunstâncias da vida, a separação definitiva, essa é uma delas.

Os traços do tempo são obrigatórios, mesmo quando foram bons ou ruins, ainda assim, precisamos aceitar as dádivas que tivemos e agradecer por estarmos em condições favoráveis nesta vida.

Sabe como é!!!!! São coisas da vida. Ou passamos obrigatoriamente por tudo isso ou morremos antes.