AS MARAVILHOSAS BÊNÇÃOS DO ESPIRRO

 

Seja indolor ou dolorido; seja único ou amiúde; piano ou ruidoso; cômico ou não, o espirro confere ao ser humano bênçãos realmente maravilhosas.

Pessoas há que detestam espirrar, ou que alguém espirre perto delas. Mas há quem goste tanto de espirrar que até provoca o espirro, fazendo, assim, uso do sobejamente conhecido rapé.

É assaz salutar o nosso comportamento quando uma pessoa espirra. Com efeito, no Brasil é costume uma pessoa dizer “Saúde!” e “Deus te ajude!”, quando alguém espirra, e obter como respostas “Obrigado!” e “Amém!”, respectivamente.

Gostei do estudo elaborado pela WIKIPÉDIA, A ENCICLOPÉDIA LIVRE, sobre os votos e respostas utilizados no momento do espirro, em muitos países, do qual vou citar apenas uma parte, mas recomendo a sua leitura, na íntegra: Na Espanha se fala “Salud” e “Jesús”, e a pessoa que espirrou responde “Gracias”. Na Bulgária: “À sua saúde!”, e a resposta: “Obrigado!”. Na Turquia: “Viva bem” e “Você terá uma longa vida”, e as respostas: “Iremos juntos” e “Você também será capaz de me ver vivendo tanto”. Na Grécia, Romênia e Letônia: “Saúde!”, e a resposta: “Obrigado!”. Na Dinamarca e na Noruega: “Deseje se faça algo bom”, e a resposta: “Obrigado!”. Em Portugal: “Santinho!” e “Viva!”; na Itália: “Salute”; na Alemanha: “Boa saúde a você”; na Polônia: “Cem anos” e “Para sua boa saúde”; na Finlândia: “Para sua boa saúde”; na França: “Que seus desejos se realizem!”; nos Países Baixos: “Boa saúde!” e “Ânimo!”; na Rússia e na Ucrânia: “Seja saudável!”; em Israel: “À sua saúde!”; na China: “Alguém está pensando em você”; na Índia: “Viva bem!”; em Gana: “Boa sorte!”; em Porto Rico: “Dinero” e “Amor” (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Espirro).

Como podemos ver, uns aos outros se entrelaçam no intuito de anelar bênçãos ao ensejo do espirro, na inequívoca compreensão de que o mesmo é um sinal de que a pessoa, ao espirrar, ainda que não esteja gozando de boa saúde, goza do privilégio de estar viva, na indelével esperança do gozo da boa saúde.

E as Escrituras Sagradas, ensinam-nos algo sobre o espirro?

Sim! Poucos são os registros a respeito do espirro, no Livro Sagrado, mas o que se encontra em 2Rs.4:8-37 basta-nos para a nossa edificação.

Está dito que, certo dia, o Profeta Eliseu foi a Suném, onde havia uma mulher rica, que o reteve para comer; e todas as vezes que ele passava por ali, lá se dirigia para comer. Ora, tendo a mulher observado que Eliseu era um santo homem de Deus, combinou então com seu marido para fazer-lhe um pequeno quarto sobre o muro, para, assim que Eliseu fosse a eles, se recolhesse ali. Uma cama, uma mesa, uma cadeira e um candeeiro compunham todo o mobiliário daquele quarto...

Permitam-me uma oportuna digressão: Na década passada, a Igreja da qual eu era membro convidou um renomado cantor para abrilhantar ainda mais seus festejos de aniversário. O então pastor titular, célebre burguês, pândego e pomposo, objetivando “fazer bonito”, tratou logo de acomodar o cantor num dos nababescos hotéis da Capital Federal, durante os três dias de festividade, com diárias a preços nada módicos. Isto se deu porque certamente o pastor, pensando lá com as casas dos seus botões, concluiu que “faria feio” se alojasse o insigne cantor numa pousada simples, com custos condizentes com a realidade financeira da Grei. Por sua vez, o ilustre cantor aceitou, sem qualquer pejo, a luxuosa acomodação no hotel de classificação estelar, certamente por haver pensado que “ficaria feio” aceitar hospedagem numa simples pousada, o que poderia conspurcar sua reputação de “cantor gospel de primeira grandeza”. E então ficou “tudo beleza”; ficaram, digamos, “elas por elas”...

Já o nosso Profeta aceitou, com agrado e humildade, ser hospedado num quarto sem nenhum luxo. Releva-se notar que o mesmo fora construído sobre o muro... Afinal, não foi debalde que a mulher sunamita observou muito bem tratar-se de um SANTO HOMEM DE DEUS (v.9). Essa abençoada personalidade de Eliseu faz-me lembrar do sempre oportuno ensino do Senhor Jesus Cristo: “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.” (Mt.5:3)

Recolhido confortavelmente àquele pequeno quarto, o Profeta Eliseu, querendo retribuir o desvelo com que a sunamita vinha tratando a ele e ao seu moço Geazi, procurou então abençoá-la. Porém, como ela demonstrou ser abençoada em tudo, Eliseu a abençoou com a concepção de um filho, uma vez que ela ainda não era mãe, e o seu marido era já velho: “E Eliseu disse: Por este tempo, no ano próximo, abraçarás um filho...” (v.16)

E, consoante a palavra do homem de Deus, “a mulher concebeu, e deu à luz um filho, no tempo determinado, no ano seguinte, como Eliseu lhe dissera.” (v.17)

Passado um tempo, tendo o menino crescido, saiu um dia a ter com seu pai, que estava com os segadores, e sentiu forte dor na cabeça, que o levou à morte: “Quando Eliseu chegou à casa, eis que o menino jazia morto sobre a sua cama.” (v.32). E o v.33 dá-nos uma informação preciosíssima: “Então ele entrou, fechou a porta sobre eles ambos, e orou ao Senhor.” Isto mesmo! No quarto, com a porta fechada, somente o Profeta e o menino. Ficaram de fora Geazi e a mãe do menino. Novamente, veio-me à lembrança outro oportuno ensino do Senhor Jesus Cristo: “E, quando orardes, não sejais como os hipócritas; pois gostam de orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, PARA SEREM VISTOS PELOS HOMENS. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa. Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.” (Mt.6:5,6)

Tanta gente religiosa por aí que, com suas orações estridentes e notórias, gostam de tapear o povo ignaro com seus mirabolantes programas de “cura e libertação” e “corrente da prosperidade”...

O homem de Deus, bem ao contrário desses religiosos, entrou no quarto, fechou a porta, orou ao Senhor, fez contato físico com o menino e “Depois desceu, andou pela casa duma parte para outra, tornou a subir, e se encurvou sobre ele; ENTÃO O MENINO ESPIRROU SETE VEZES, e abriu os olhos.” (v.35). Aqui, vemos o Profeta Eliseu; em Mt.9:23-25, o Senhor Jesus Cristo; e em At.9:39,40, o Apóstolo Pedro, se isolando das pessoas para fazerem a perfeita Vontade de Deus.

O prodígio divinal da ressurreição do menino, neste episódio singular, foi marcado pelo espirro. O espirro, neste caso, evidencia a vida. Ora, depois que espirrou (e por sete vezes!), o menino abriu os olhos e, indubitavelmente, sua mãe, Eliseu e Geazi testemunharam a imutável grandeza do Poder de Deus, que opera segundo a soberania da sua Vontade; conforme a multidão das suas Misericórdias; e consoante as inesgotáveis riquezas da sua Graça!

Sete foram os espirros do menino ressurgido, quiçá para significar a perfeição do milagre em questão, tornando-o um milagre cabal. E o mesmo Profeta Eliseu, noutra ocasião curou da lepra a Naamã, chefe do exército do rei da Síria, ao dar-lhe a seguinte ordem: “... vai, lava-te SETE VEZES no Jordão, e a tua carne tornará a ti, e ficarás purificado.” (2Rs.5:10). Igualmente pleno foi este prodígio do Senhor Deus, por instrumentalidade do seu servo Eliseu.

Com base no Texto supracitado (sobre os espirros do menino), concluo dizendo que, todas as vezes que fizermos soar um abençoado “atchim!”, devemos nos lembrar de agradecer ao nosso Bendito Deus e Excelso Criador, pelo inefável milagre da vida, cuja dádiva maior é a nossa imprescindível saúde. Amém!

Lázaro Justo Jacinto