Quero aqui inicialmente falar da grande festa em homenagem á Dionísio, onde todos saem em procissão acompanhando os festejos. Temos à frente (belas) donzelas trajando vestias branca, cantando e dançando alegremente, a plebe também acompanha os festejos, sempre seguindo em direção ao Palácio Real, onde sua majestade espera ansiosamente para também se juntar a trupe de foliões (gatunos), do alto de seu trono, sentado na comodidade do reinado.

Os festejos seguem em direção ao Palácio Real, por que o Rei mascarado participará dos festejos, beberá bastante vinho e provará de uma mesa farta. É sem dúvida um bom ano, a colheita foi farta, erro o baile real, onde todos usavam suas máscaras.

Todos cantavam auto e tinha alguns mais exaltados que diziam: “aleluia meu Rei!”, mas, de certo mesmo a festa era um verdadeiro bacanal, a festa era um verdadeiro acolhimento, do ladrão ao mais Santo dos homens, todos participavam, era o dia de pecar e louvar ao Senhor Rei.

Lá pelo cantar do galo, o Rei já não estava mais sóbrio, de tanto ser bajulado e de tanto se embebedar levou um tombo, pronto foi um espanto, primeiro o Rei estava despido de seu pudor e sua máscara caiu no chão, O Rei estava despido, sua nudez era evidente. Tudo que era de feio vinha de sua nudez, ele também perdeu a vergonha, a sua máscara tinha caído e todos poderiam olhar em seu rosto, e no fundo de seus olhos, viram que entre o Rei e o povo, existia um abismo.

E aquilo é vergonhoso, toda plebe está órfã, estão chorando com tamanha vergonha....

Bajuladores costumam realizar grandes males ao ego dos governantes, pois, não acrescentam em nada, esses bajuladores deleitam apenas os bagos do Príncipe, é por isso, que em minha humilde ignorância ofereço somente estes rabiscos, no que vou engrandecer o legado dos PTralhas.

Sou prova viva da ascensão política, no qual nenhum homem jamais imprimiu tamanha dedicação em herdar a governança, não foi algo ocasional, vejo que foi uma engenhosa obra arquitetada pela mais alta e meticulosa ânsia de poder, esta aventura homérica iniciou-se com a construção do mito da verdade e da dialética bem – mal, no qual mataram o defunto para endeusá-lo.

Esta ascensão ao poder foi fruto de uma longa aprendizagem, no qual muitos ficaram pelo meio do caminho, muito morreram e se transformaram em mártires. Foi à passagem do estado de racionalidade para o mitológico, onde o sangue cobre o brasão e a bandeira tremula. Estes acontecimentos se configuram como o primeiro estágio da transformação do Estado democrático para o totalitário, onde vemos uma linha mais irracional, quanto ao discernimento e difusão de notícias e conhecimento, é por isso que os PTralhas são virtuosos, conseguem transformar sangue em suor.

Existe a ideia difusa no principado de que a sabedoria sempre deve prevalecer diante da desonestidade daqueles que ousam levantar a bandeira do contrário, é por isso, que Vossa Magnificência não deseja aqueles que pensam diferente de Vossa pessoa, ele prefere os bajuladores. O virtuoso pretende criar um mundo uniforme, que esteja em conformidade com os desejos e caprichos de seus interesses e, eu diante de minha idiotice, jamais ousaria pensar o contrário do que O Rei pensa lhe tenho grande estima Vossa Senhoria.

Se meus escritos são dignos ou indignos não sei, só tenho a certeza de mesmo com o fim de um ciclo, seu legado permanecerá no imaginário dos súditos, sempre seremos órfãos de nossas próprias mazelas, formos nós que criamos a figura do Rei, porque não sabíamos o que tinha por baixo de sua máscara. Diante de sua nudez, vejo que nada adianta, por que os súditos estão famintos, se alimentando das maldades ou bondades do Virtuoso Príncipe.

Espero que vossa graça julgue necessária e prioritária meus pobres escritos, pois, só assim, os seus súditos sentirão orgulho de vossa graça e quem sabe um dia, poderão provar de vossa bondade, caso isso não seja possível pelo menos reflita sobre a situação no qual se encontram seus súditos, envergonhados dos feitos (defeitos) daqueles no qual Vossa Excelência deu abrigo em seu Palácio, por que ainda vejo um pouco de humanidade em vossa pessoa.

Por mais que possa representar um perigo, não me considero perigoso, apenas estou fazendo e falando aquilo que centenas de súditos têm vontade de dizer, mas, lhes faltam coragem e virtude, por que estes escritos não são nem dinamite, muito menos metralhadora, apenas são palavras e nelas podem os leitores acreditar ou não.

Não use de sua força ou discurso para pronunciar palavras desagradáveis, apenas reflita e Veja que Vossa Majestade estar isolado pela perplexidade de seus súditos diante do excesso de autoritarismo e cercado por oportunistas bajuladores, raposas felpudas que tripudiaram diante de vossa ânsia demasiada por poder, no qual acreditara fielmente que se usar de todos os meios possíveis, logo alcançaria os fins desejados para vossa satisfação pessoal.

Vossa excelência do alto de seu trono olha algumas vezes com desdenho para nós súditos, e não deveria, por que nós súditos somos que legitimamos vossa autoridade, assim, sabemos também como deveria ser vosso comportamento diante de certas oportunidades. Um príncipe para ser verdadeiramente virtuoso deverá se fazer ser amado pelos seus súditos, por que na hora em que se encontrar isolado em seu Palácio, somente o povo é quem dará legitimidade aos seus mandos e desmandos, lhe mantendo no poder até quando for necessário.

Vou inicialmente dedicar meus humildes escritos sobre política ao mais dos virtuosos dos Príncipes, ao grande príncipe Lourenço de PTralha. Ele é um homem de identidade nobre, virtuoso por si só, merece todo meu respeito e admiração, tanto que vou prescrever sua trajetória política, da sua formação cultural e autoritária, como filho da Ditadura até pai dos bajuladores.

Quero falar da arte de governar. Da arte política que jamais experimentamos antes, pois, vejo que através de sua virtude e nosso suor sagrado, os PTralhas se perpetuarão no poder. Falar do principado, cuja democracia é um gosto amargo que causa arrepio aos que nunca experimentaram, e um sonho distante à quem conhece! O nosso Estado que não é nação, mas é soberano, cujo príncipe herdou todo o poder patriarcal, construindo seu próprio feudo. Virtuoso Príncipe de linhagem nobre, forjada em pleno bojo da “Ditadura Militar”, de antemão seu reino, de muito se parece com o reinado dos Médicis.

O principado mantido nas mãos de poucos (o ideal é que seja sempre hereditário) existirá sempre pouca dificuldade em governar, é por isso, que os PTralhas nunca abrem mão de indicar marionetes para concorrerem nas eleições, eles querem sempre está controlando.

Existem vários tipos de governo, dentre eles destaco a Monarquia e o Republicano, no qual posso apenas afirmar que apesar de ser o mais adequado para o povo, o modelo Republicano não é posto em prática, sempre seremos súditos de algum Príncipe oportunista que vai ascender ao poder, seja pela imposição da força de seu capital, pela herança patriarcal ou pela alienação ideológica. Seja qual for o tipo de poder herdado, terá adquirido de seus antepassados a virtude (capital político) e disso tem virtude suficiente para tirar proveito.

Uma coisa é certa, os PTralhas só legitimaram seu principado (poder) por que nós os súditos, já estávamos acostumados aos demandes e reinados de outros oportunistas que lhes antecederam.

A análise política de Maquiavel versa sobre o poder, ou melhor, sobre como um príncipe virtuoso deve proceder para alcançar, legitimar ou reconquistar o poder. É claro que tudo dentro do ambiente monárquico, no qual sempre existirá a figura central do príncipe, como peça fundamental na composição política, seja na conquista ou na governabilidade. De fato, um príncipe virtuoso deve sempre manter-se aparentemente aliado ao povo, porque somente o povo é quem estará ao seu lado em caso de insucesso em seu pleito monárquico. O soberano não deverá ter motivos para ofender ou menosprezar o valor dos seus súditos e por estes deve ser querido e venerado.

Por mais que o povo lhe queira bem, o verdadeiro príncipe deve manter a astúcia, pois, deve se fazer amado e venerado. Assim, vemos o discurso do Rei, quando imprime versos populistas, com apelações sentimentais, visões futuristas e, desqualificando a idoneidade de seus opositores, se é que ainda existam opositores em um reinado miserável, que sustenta seus súditos a pão e circo, o povo é movido (mantido em estado de alienação) por sentimentos paternalistas, no qual sua carência (material) é preenchida pela alegria de afagos solidários do príncipe e palavras gentis.

Tal sabedoria do príncipe o leva a acreditar que o povo não possua educação suficiente (de excelência) e por isso, será de fácil alienação, se satisfaz com afagos, palavras gentis, pão ou circo, e que deve também usar de artifícios para persuadir os mais temerosos, aliciando os religiosos, pois, somente estes homens têm as bençoes do Céu e daí em diante a resistência será derrubada pela força da profissão de fé, então que os Padres, Bispos, monges ou Pastores digam aleluia e abençoe Vossa Excelência, e as ovelhas sempre serão rebanhos.

As alianças são necessárias? Para garantir a governabilidade e caminhar em águas tranquilas, ao assumir seu trono? O príncipe vai encontrar muitas dificuldades, é por isso, que deve fazer alianças com antigos inimigos, para manter-se distante de pendengas, principalmente se seus antigos inimigos são mestres em usurpar o erário dos súditos. Com os antigos inimigos calados e com sua ambição saciada, o príncipe teria problemas a menos para se preocupar. Estas pessoas, que antes usurpavam erários dos súditos podem levantar calunias e difamar a reputação do príncipe, além de serem aliados de oportunidades, porque recebem o seu preço justo, mas, o Soberano deve tomar cuidado, porque sempre serão inimigos da Monarquia, apenas pensam em oportunidades, e possíveis alianças devem ser medidas com calma, senão poderá trazer precedentes irreparáveis para a reputação do príncipe.

Só existem Príncipes Medíocres e Ditadores Fascistas por que o povo sempre espera por mudanças, busca coisas novas e, por isso, no início de qualquer empreitada governamental aceita passivamente os ditames do impiedoso príncipe, mas, com o passar do tempo, passa a se identificar com a figura de quem governa (acreditando na ideia de paternidade e predestinação divina para governar). Equivocadamente as pessoas esperam receber algum tipo de benefício ou compensação pela aceitação da imposição da força por parte do governante.

Em um governo totalitário, são poucos que se ariscam a se rebelar contra o Príncipe, mas, se isso ocorrer, por serem fracos e minoria, os rebeldes tendem a legitimar e fortalecer ainda mais o domínio do monarca. Em uma posição de combate entre o monarca e os insurgentes, o monarca tende a fortalecer sua posição, porque fortalece sua posição justamente em cima dos pontos fracos dos rebeldes. O primeiro passo para desconstruir qualquer alicerce de rebeldia será o de desqualificar os opositores, se um rebelde por ventura afirmar que vossa majestade é corrupta, para provar sua inocência, basta apenas provar que corrupta e desonesta é quem o acusa, e assim sua verdade prevalecerá diante de qualquer insurgência (a melhor defesa é o ataque á honra do opositor), para se tornar uma pessoa inocente não precisa ser honesta, basta apenas provar que quer o poder também é desonesta.

Se um príncipe pretende exercer seu domínio sobre determinado povo, comunidade ou Estado deverá romper a barreira da comunicação, falar a linguagem do povo, parecer popular, por mais que odeie o povo, deve parecer amável e carinhoso com quem lhe admira.

Para construir uma dinastia, com moldes imperialistas, o príncipe deve rescrever à história, banir todo o legado de seus antecessores. Os antigos governantes devem ter sua linguagem extinta e a força de sua verdade deve ser desacreditada, sua imagem deve ser subvertida.

O povo deverá se esquecer do seu passado, para se construir um império com base em sua história, deve distorcer os fatos, e fazer com que pareça revolucionário seu legado, fazendo obras faraônicas, para causar espanto, choque e inovação, falar do futuro com entusiasmo. Deixando transparecer uma pose de futurista, com base no resgaste do passado, e se usar a figura lendária ou mitológica de algum pobre coitado, para transformá-lo em mártir fica mais fácil, o povo se comove e tem necessidade de cultuar heróis “defuntos”.

O soberano deve sempre estar presente em seu território, como forma de manter seu domínio, fazendo que dure diante das inúmeras adversidades apresentadas. E também não demonstrará fraqueza para seus súditos.

Estando presente, o príncipe tem a possibilidade de estar sempre bem informado de possíveis rebeliões e falar diretamente com seus comandados, dessa maneira, pode se antecipar de possíveis rebeliões, porque tem bons informantes.

É típico do maquiavelismo, centralizar suas atenções a lugares estratégicos, para manter suas bases e um maior controle político, aqui na terra de Galvez, o lugar central e estratégico é a Capital, maior cidade, ponto de cegada e saída do Principado, dessa forma, é inadmissível que exista uma revolta popular ou que a rebelião influencie a população. Deverá o príncipe virtuoso se antecipar das discórdias, por isso, estando presente, sempre anteceder-se-á as ocorrências.

Os PTralhas não fazem uso da força, através de policias bem aparelhadas por que podem causar má impressão perante a opinião pública, além disso, eles têm o controle da massa por meio de elementos ideológicos, tanto do Estado quanto da imprensa, sabendo disso, investe-se proporcionalmente mais em mídias do que em educação ou saúde.

É típico da mesquinhes política de quem segue a religião maquiavélica, quando alcançar o poder, apoiar os fracos, mas, limitando sua ascensão ao poder (sem aumentar-lhes suas forças) e abater os de maiores poderes. Vejo claramente que estes nefastos homens que se dizem políticos subverteram os ideais republicanos, pregado por Maquiavel, desta forma, criaram uma ética invertida, onde os valores são apenas os dos desejos por poder.

É louvável ao príncipe corromper a Igreja, pois, lá e somente naquela instituição encontrará fortes aliados no qual não podem demonstrar sua fraqueza por poder, apenas tendem a tirar proveito da situação de dependência do príncipe. Um lobo pregador jamais vai ascender ao poder, mas, ele irá quantas vezes puder tirar proveito da dependência do príncipe.

Um soberano deve está sempre presente para demonstrar sua autoridade, impedindo que alguns de seus subordinados cometam algum tipo de desmande com o povo. O príncipe, por aparentar ser uma pessoa dócil e amável com o povo, pode demonstrar todo seu autoritarismo.

“Quem cria o poder de outrem se arruína, pois esse poder se origina ou na astúcia ou na força, e ambas são suspeitas a quem se torna poderoso.” (Maquiavel O príncipe).

Anular toda e qualquer eventual força política que possa significar uma possível resistência, principalmente se esta força política ainda tiver prestígio diante do povo, somente dessa maneira, um Virtuoso príncipe teria tranquilidade para manter-se no poder, tal como fazem os irmãos PTralhas no Reino encantado da Florestania.

Mas, os PTralhas cometem um erro grave, que é o de permitir que forças auxiliares (corrompidas) cometam corrupção e atrocidades contra o Estado e o povo, deixando o governo vulnerável, pois, sempre tem alguém descontente e por isso, estão inclinados à inovações políticas.

“Quem se torna o senhor de uma cidade livre, e não a aniquila, pode esperar ser destruído por ela, pois sempre haverá motivo para rebelião em nome da liberdade” (Maquiavel, O príncipe).

“A natureza dos povos é lábil: é fácil persuadi-los de uma coisa, mas é difícil que mantenham sua opinião. Por isso, convêm ordenar tudo de modo que, quando não mais acreditam, se lhes possa fazer crer pela força” (Maquiavel, O príncipe).

Os PTralhas enganaram direitinho o povo, proliferando a ideologia do resgate do civismo, mexendo com o orgulho do povo, mas, agora seu poder se legítima pelo uso da força do capital, pelo controle de informações e cooptação do parlamento legislativo.

O virtuoso príncipe ao chegar ao poder, além de ter sido corrompido por ele, corrompeu antigos inimigos e pessoas honestas. O reino encantado da Florestania obriga aliados para todos os gostos, esses bajuladores não são aliados do povo, do Estado, muito menos do soberano, são aliados de sua própria ganância e desonestidade e por isso, são fáceis de serem corrompidos.

“Quem se tornar um príncipe pelo favor do povo deve manter sua estima – o que não lhe será difícil, pois a única coisa que o povo pede é não ser oprimido” (Maquiavel, O príncipe).

Vejo que os PTralhas seguiram direitinho os ensinamentos de Maquiavel, principalmente quando são capazes de tudo para alcançar e manter-se no poder, se necessário se aliar a mais nefasta corja de malfeitores do erário público ou até mesmo serem cruéis com os adversários, tratando-os como inimigos.

Demasiadamente, vemos que alguns políticos para permanecerem no poder, desrespeitaram todas as considerações morais, sendo que recorreram sempre à força de seu capital e poder de cooptação política de outras forças políticas.

As crueldades devem ser feitas todas de uma só vez, para que o povo logo as esqueça, os benefícios devem ser distribuídos gradualmente e na frente de todos, por isso, este governo da florestania se sustenta por meio de propaganda e pouca ação necessária, se gasta muito com publicidade e se faz obras ou ações com pouca relevância.