As influências do renascimento na filosofia

Robson Stigar

Introdução 

Durante os séculos XV e XVI intensificou-se, na Europa, a produção artística e científica. Esse período ficou conhecido como Renascimento ou Renascença.O Renascimento foi uma nova visão de mundo estimulada pela burguesia em ascensão. Suas principais características eram o racionalismo (em oposição à fé), o antropocentrismo (em oposição ao teocentrismo) e o ndividualismo (em oposição ao coletivismo cristão).

O que foi o Renascimento?

O Humanismo foi um movimento intelectual que pregava a pesquisa, a crítica e a observação, em oposição ao princípio da autoridade. O Renascimento e o Humanismo nasceram na Itália, em função da riqueza das cidades italianas, da presença de sábios bizantinos, da herança clássica da Antiga Roma e da difusão do mecenato. A invenção da Imprensa contribuiu muito para a divulgação de novas idéias.

Segundo SEVENKO o Renascimento (ou Renascença), foi um movimento de grande renovação cultural que dominou a Europa, sobretudo nos séculos XV e XVI, sendo a colocação do Humanismo no plano concreto. Teve como berço os prósperos centros comerciais de Veneza e Florença, sendo um reflexo das transformações econômicas, sociais e políticas desse período (crescimento das cidades, surgimento da burguesia, fortalecimento do poder real, entre outras).

Uma das principais causas para o desenvolvimento cultural dessa época foi a divulgação dos conhecimentos da Antigüidade Clássica. Diversos intelectuais e artistas bizantinos emigraram para a Itália, levando valiosos manuscritos de poetas e filósofos gregos. O surgimento dos mecenas também foi de grande importância, estes eram burgueses, príncipes, reis e papas, que protegiam os artistas e os intelectuais, sendo assim chamados porque, no reinado de Augusto, na Roma antiga, o cavaleiro Caio Mecenas protegia os artistas.

Atualmente o termo Renascimento é bastante contestado, pois leva as pessoas a acreditarem que na Europa medieval não houve produção cultural. O Renascimento foi dividido em três fases: "Trecento" (século XIV), "Quatrocento" (século XV) e "Cinquecento" (século XVI).

Renascimento Literário

Divido em três grandes fases: na primeira se destacou o poeta Francisco Petrarca, considerado o "Pai do Humanismo". Compôs inúmeras poesias líricas em homenagem a sua amada (estas eram escritas em italiano, que não era considerada uma língua culta), escreveu várias obras em latim, como "África", poema sobre a Segunda Guerra Púnica, enaltecendo Cipião, o Africano.

Deste período também pode destacar-se Giovanni Boccaccio e sua obra "Decameron", na qual narra a fuga de sete rapazes e três moças, da cidade de Florença para o campo, durante a peste negra.

No segundoperíodo merece menção o "Apogeu Renascentista". Florença, patrocinada pela família Médicis, tornou-se o principal centro renascentista. Nesta fase destacaram-se: Manetti Poggio e Becadelli.

E por fim a terceira , desta fase pode-se destacar Nicolau Maquiavel. Historiador e estadista tornou-se famoso pela obra "O Príncipe", na qual lançou as bases para a implantação da monarquia absoluta ao defender o Estado unificado, forte, centralizado e livre da influência da Igreja. Para ele, "o homem que queria em tudo agir como bom acabará arruinando-se em meio a tantos que são bons".

Em Roterdã surgiu Desidério Erasmo com a obra "O Elogio da Loucura". Criticou violentamente a sociedade européia, satirizando os costumes decadentes e pregando a necessidade de reformar a Igreja Católica.

Na Espanha, o principal vulto do Renascimento Literário foi Miguel de Cervantes, autor de "Dom Quixote de La Mancha", em que satiriza a cavalaria medieval.

Em Portugal, Luís de Camões consagrou-se com "Os Lusíadas", obra que narrou a história de Portugal desde suas origens até os grandes feitos da expansão marítima portuguesa.

William Shakespeare, autor de peças teatrais como "Hamlet" e "Otelo", foi outro vulto inquestionável do Renascimento.

Renascimento Artístico

Inspirando-se nas obras da Antigüidade Clássica, os artistas renascentistas deram aos seus trabalhos equilíbrio e elegância, procurando, juntamente com os temas religiosos, explorar a mitologia e as cenas do cotidiano.

O grande vulto da Escola de Roma foi Leonardo da Vinci, autor de quadros como "Mona Lisa" e "Santa Ceia", a ele atribui-se estudos que anteciparam importantes inventos e conhecimentos técnico-científicos — como o avião, o helicóptero e o submarino. Outro notável artista foi Michelangelo que projetou a cúpula da Basílica de São Pedro (em Roma) e pintou inúmeros afrescos na Capela Sistina, como "O Juízo Final".

Conclusão

As principais características no entender do autor são: a valorização da cultura greco-romana. Para os artistas da época renascentista, os gregos e romanos possuíam uma visão completa e humana da natureza, ao contrário dos homens medievais.

As qualidades mais valorizadas no ser humano passaram a ser a inteligência, o conhecimento e o dom artístico; Enquanto na Idade Média a vida do homem devia estar centrada em Deus ( teocentrismo ), nos séculos XV e XVI o homem passa a ser o principal personagem (antropocentrismo).

A razão e a natureza passam a ser valorizadas com grande intensidade. O homem renascentista, principalmente os cientistas, passam a utilizar métodos experimentais e de observação da natureza e universo.

Durante os séculos XIV e XV, as cidades italianas como, por exemplo, Gênova, Veneza e Florença, passaram a acumular grandes riquezas provenientes do comércio. Estes ricos comerciantes começaram a investir nas artes, aumentando assim o desenvolvimento artístico e cultural. Por isso, a Itália é conhecida como o berço do Renascentismo.  Porém, este movimento cultural não se limitou à Península Itálica. Espalhou-se para outros países europeus como, por exemplo, Inglaterra, Espanha, Portugal, França e Países Baixos.