As Formas de Aprendizagem Utilizadas por Gestores no Desenvolvimento de Competência

O objetivo do estudo é o de identificar e analisar como ocorre o processo de intercâmbio entre as práticas informais e formais de aprendizagem no processo de desenvolvimento de competências numa dimensão individual e coletiva. pretende identificar e analisar as possíveis contribuições da articulação sistematizada de processos de aprendizagem formais e informais no desenvolvimento de competências gerenciais. Foi investigada e analisada como ocorre o desenvolvimento de competências gerenciais dos participantes de programas de especialização de mestrado profissional em administração no âmbito da Universidade Federal do Estado do Rio Grande do Sul, onde o principal eixo da pesquisa de campo foi a entrevista em profundidade, além relato de histórias de aprendizagem e pesquisa documental, foram métodos de coleta de dados adicionais empregados.

Segundo a autora, vários respondentes se referiram a atividades “fora de casa” que tinha lhes auxiliado a aprender e também a desenvolver competências pertinentes à sua profissão. A aprendizagem fora do contexto de trabalho foi um dos tipos de episódios de aprendizagem identificado por Eraut et al. (1998) na sua pesquisa sobre aprendizagem baseada no trabalho. Também, diferentes entrevistados falaram de suas dificuldades quando foram expostos a níveis subseqüentes de situações difíceis. Vários gestores acreditam que o fato de terem enfrentado problemas complexos ou multi-facetados nas suas carreiras tenha sido uma fonte excelente de aprendizagem. falaram da importância de ter uma auto-imagem apropriada. Foi analisado que os entrevistados realçaram a importância do autoconhecimento como processo de “aprender sobre si mesmo”. Isso incluiu reconhecimento das próprias forças e fraquezas da pessoa e de conseguir ser realista sobre suas metas e objetivos. Uma auto-imagem positiva foi considerada um aspecto importante, assim como ser realista.

Um exemplo freqüente também foi o de colocar-se no lugar do outro. De acordo com diversos entrevistados o processo de aprendizagem exige um período de assimilação, cada pessoa tem seu tempo para depois se dar conta que aprendeu algo - o que denominam “cair as fichas”. Para os entrevistados que tiveram oportunidade de experienciar, obtiveram benefícios formativos ao trabalhar em uma cultura diferente, especialmente de outras empresas, unidades, estados ou países. Isso lhes instigou a buscar adaptar as suas próprias abordagens e perspectiva para absorver a cultura diferente; permitiu-lhes importar boas práticas, e em alguns casos, os tornou mais independentes uma vez que tiveram que trabalhar com menos apoio que no seu ambiente de origem. Foi mencionado também que ensinar pode ser considerado como uma forma particular de articulação entre aprendizagem e o desenvolvimento dos indivíduos.

Os pesquisados enfatizaram que o funcionamento multidisciplinar  também os encoraja a olhar mais criticamente para a sua própria função e seu papel profissional, a desafiar práticas estabelecidas e importar abordagens de outras disciplinas. Os exemplos oferecidos neste estudo são representativos de uma ampla variedade de experiências e eventos de aprendizagem informados pelos entrevistados. Em igual tempo, os resultados apresentados atestam a diversidade de modos a partir dos quais os indivíduos podem adquirir as suas competências.

            Revela evidências de que as práticas do dia-a-dia de trabalho também contribuem para o desenvolvimento de competências além do curso de especialização e mestrado. Estabelece como fundamental o processo de compartilhar modelos mentais, valorizando a aprendizagem na ação/experimental no processo de conversão e criação de conhecimento e na formação de competências transversais tendo como pilares a indagação, reflexão e diálogo.

Pergunta para Análise: Numa dimensão individual e coletiva, comente sobre o intercâmbio entre as práticas informais e formais de aprendizagem no processo de desenvolvimento de competência.