De acordo com Jack Greene, na primeira fase, a literatura é baseada na representação do espaço físico que cada colônia ocupava e no uso correto do espaço. Falsos relatórios de viagem, como obras históricas, e folhetos de propaganda passavam aos leitores da metrópole à natureza da terra, a vegetação, as populações indígenas, os rios e riachos, as enseadas, a fauna, as chuvas e o clima. Especulavam sobre que produtos, então em demanda do lado oriental do atlântico, poderiam ser lá cultivados e pensavam como aquele espaço poderia ser usado pelos ingleses. Apesar dos perigos que tornavam a vida difícil para a população inglesa, enfatizavam a promessa de uma colonização atraente para os futuros investidores e imigrantes. Quanto mais uma colônia demorasse a se desenvolver, mais tempo durava essa primeira fase. Relativamente curta em Barbados, que durou mais tempo na Virgínia, Jamaica e Carolina do Sul estendeu-se por muito mais tempo.

Na segunda fase, o autor sugere que a literatura tomava a forma de corografias ou narrativas históricas, mudando do que poderia ser feito em um espaço físico próprio para o que os colonos tinham feito ou não para torna-los locais produtivos e com características inglesas. Os pontos principais dessa literatura seriam agora as mudanças sociais, econômicas, culturais e políticas feitas pelos colonos. Seus autores, crioulos e imigrantes adaptados, se orgulhavam dos feitos praticados pelos povoadores ingleses – inclusive padrões de ocupação de terra, planejamento de áreas urbanas, modos de produção e circulação econômica, estruturas familiares e domésticas, moradias, produção caseira e criação de animais, dieta, vestuário, organização política, e religiosa e, talvez o mais importante de tudo, estruturas legais – às condições físicas que encontravam nos seus novos locais de moradia. Essa literatura era sempre animadora, incentivando os povoadores a fazerem o melhor possível quanto ao potencial físico da colônia e eliminarem  traços que colocassem em dúvida a intensidade e o alcance da identidade inglesa.

Na terceira fase, o foco se deslocou para uma articulação da específica identidade emergente da colônia e suas populações (principalmente as livres). A reivindicação dos autores das corografias, crônicas e outras obras descritivas, produzidas pelos povoadores e seus auxiliares nessa terceira fase, era que cada um desses lugares ostensivamente britânicos, havia alcançado uma identidade própria, uma identidade distinta que surgia e interagia com seu espaço físico e especifico e com caráter da sociedade que ali havia se desenvolvido por meio de atividades coletivas, ao logo de gerações de pessoas que lá residiram e haviam construído juntas uma historia. Essas identidades próprias sugeriam eles, tanto identificava o lugar como distinguia de todas as outras entidades similares.  

REFERÊNCIA:

GREENE, Jack P.; HOPKINS, Johns. Reformulando a Identidade inglesa na América britânica colonial: adaptação cultural e experiência provincial na construção de identidades corporativas. Baltimore, EUA: 5° fórum, almanack brasiliense, 2006.

    

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