Especialistas em gestão no mundo todo dizem que nas empresas não faltam planos, mas determinação para colocá-los em prática e torná-los uma  realidade.

A questão que merece ser debatida é: O que são planos, se compromissos não foram assumidos?

Podemos considerá-los exercícios de futurologia ou  mesmo uma simples loteria.

Desenham-se,  sim, com freqüência,  três cenários: Situação esperada ou normal, uma melhor e outra pior, mas o que  isso representa em termos práticos?

Essas projeções estão mais ligadas às respostas de mercado do que às ações que se possa desenvolver  na empresas.

O melhor cenário não é desenhando em função de um trabalho de prospecção mais arrojado, mas de um momento econômico favorável.

Poucas empresas, nesse exercício de planejamento, delineiam para quem esperam vender, em que meses e quais volumes. As projeções são feitas na ordem macro.

Dessa forma,  o sucesso ou fracasso estão mais ligados às respostas de mercado do que a ações coordenadas.

A economia num país ou mundial  experimenta ondas de bons e maus momentos e as empresas precisam aprender a trabalhar com esse fator, tendo sempre o plano B para reação.

Os horizontes para uma empresa podem ser aqueles observados ou aqueles que são criados.

Empreendedorismo é a capacidade não só de aproveitar oportunidades, mas de criá-las. Esta segunda definição era a predileta de Akio Morita, um dos criadores da Sony.

Foi a visão do plano B que levou um grupo de jovens a desenvolver produtos que transformaram a Microsoft no que ela  é hoje.

Eu gosto de ler biografias por encontrar histórias de muita luta, dedicação, dificuldades, mas vitórias.

Não consigo me lembrar de nenhuma onde o fracasso ou a derrota fossem atores principais. A derrota não faz história, no máximo é um ingrediente para tornar alguém um herói.

Muitas empresas abrem mão de um futuro promissor justamente por falta de compromisso de seus gestores com a sua criação.

Um amigo nos diz sempre, com muita razão, que nas organizações há ralos, por onde escoam  idéias, energia, recursos, patrimônio e muita saúde.

Considere por exemplo que os lucros do primeiro trimestre do ano na sua empresa foram cinqüenta por cento menores do que haviam sido planejados.  Que medidas corretivas ou  ações serão efetivamente  implementadas para recuperar essa perda?

É muito comum  os gestores ficarem aguardando uma melhoria no mercado  ou   os resultado do próximo trimestre para tomarem algumas medidas.

Poucas são as possibilidades de recuperação  dos lucros, quando um semestre todo não atendeu as expectativas.

Nesse panorama,  os gestores trabalham sob enorme pressão para evitar maiores perdas e não para construir o futuro.

Há situações mais críticas, quando para superar o desconforto dos maus resultados assume-se como meta o plano com o  pior cenário.

Muitos planos formalizados são  repetições  dos resultados do ano anterior. No melhor cenário aumentam-se dez por cento e no pior  reduzem-se, também, dez por cento as receitas, com alguns ajustes nas despesas.

Isso  pode significar  não apenas a   perda de dez por cento das  receitas, mas a entrada na zona do prejuízo.

Esta é uma situação inaceitável, formalizar e publicar um  plano B ou C, com estas características,  é reconhecer a incapacidade de reação da equipe.

Resta, nesse caso,  apenas uma saída: Torcer para que não aconteça, pois já não há muito que falar de futuro, o horizonte está perdido.

 

Ivan Postigo

Economista,  Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP

Autor do livro: Por que não? Técnicas para  estruturação de carreira na área de vendas

Postigo Consultoria de Gestão Empresarial

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