A escalada rumo a Casa Blanca, maior símbolo franco-militar-financeiro do mundo teve início não neste século. O recorte racial dada a atual disputa vem desde a colonização, passando pela independência daquele país, culminando no grande destaque dado à ascensão de Obama. O que certa forma evidencia uma tendência de abnegação das origens sócio-racial e centralização da chamada democracia racial.

O processo de colonização dos EUA se deu de forma a abrigar refugiados dos conflitos europeus por ocasião das corridas mercantilista, ficando então a colônia caracterizada como de povoamento. Diferente da Terra Brasílis que seus desbravadores tiveram a única e exclusiva intenção de explorar, como ainda o tem. A descolonização, também percorreu vias distintas. Para os brothers, coube a via prussiana, impulsionada pela burguesia, uma independência política, econômica e cultural. Já a Terra de Vera Cruz se fez de forma parcelada e inacabada, primeiro política, seguida da econômica, esperamos ainda a cultural.

Para os democratas, uma vitória de John McCain na próxima eleição simbolizaria mais uma pleito para George W. Bush. Inúmeros comentaristas garantem que McCain pode ajudar o Partido Republicano a "se reinventar", após a era bush. A eventual chegada de Obama à Casa Branca transformaria por completo a paisagem política americana. Será pelo fato de ser ele o primeiro presidente negro dos EUA, o que ajudaria a virar uma página da história que começou a ser escrita em meados do século 19 com Abraham Lincoln e a abolição da escravidão?

Obama, senador afrodescendente, com um discurso propondo mudanças na forma de conduzir a política domestica afogada em grande déficit e acumulando constante crise externas com queda em sua moeda no cenário internacional, recebeu apoio daqueles que optam por uma maior atenção as estas questões. Diversos segmentos societários em particular dos jovens e empresários aderiram sua campanha. O voto não é obrigatório, o que não quer dizer que seja este o exemplo de democracia política, quiçá econômica. Fato evidenciado no manuseio de questões relativas à devastação causada pelo Katrina em Nova Orleans. Miséria é miséria em qualquer canto!

Do outro lado, o experiente John McCain, signatário de uma política conservadora, traz consigo as particularidades do republicanismo norte americano. Tutores da chamada coalizão New Deal, a política do bem-estar, promovida em meio à crise de 1929. Pode reafirmar esta política no partido, algo que Bush em sua insanidade imperialista deixou de fazer e que o democrata Bill Clinton o fez, sem, contudo emplacar o retorno de sua coalizão que o elegeu esta que por sinal, elegeu Bush, republicano. O tiro saiu pela culatra.

Tal emaranhado mostra que independente de quem quer que seja o 44º presidente norte americano pouco ou nada mudará. Terá este, a difícil tarefa de se reerguer no cenário internacional, realinhar-se na política econômica nacional. Pois, sem credibilidade externa e com uma dívida astronômica com crescimento exponencial, resta aos patriotas que confiaram o voto a prepotência imperialista de sempre mantendo a abnegação de suas origens. Diga lá Obama! Ainda que as evidencias não o deixem.