Há bastante tempo li um script afirmando que as crianças provenientes das camadas médias e altas da sociedade se comportam com toda comodidade na  escola, já que esta é a continuação de seu lar.Todos falam da mesma maneira,os valores e hábitos são os mesmos de sua casa e o professor é também,alguém do seu meio. Enquanto que uma criança da classe popular que vive numa situação precária de pobreza, sente-se,pelo contrário em casa alheia e nesta casa alheia exigem dela outros comportamentos e até outra linguagem.  Essa afirmação é para adotarmos ou repudiarmos. A criança,  principalmente, no primeiro ano escolar sofre com a adaptação àquele meio tão distinto e classificador,para nós,sem distinção de classe,pois é um novo meio onde ela terá naturalmente que se adaptar! Necessita deixar  quase tudo para trás, a fim de  incluir-se naquele meio falso, pois se assim não agir será excluída. Analisando a sociedade atual observamos uma  diferença  em  uma parte da linguagem oral e  escrita,onde a linguagem escrita  está um tanto  desvinculada da expressão pessoal porque assim que as criança iniciam  a leitura e a escrita, sejam elas ricas ou pobres,começam  a viver a escrita  sob outro ângulo, como um instrumento para expressar-se a si mesma  e  passam a considerar-se rejeitadas em sua linguagem,em seus costumes, em sua expressão, pois  começam  a observar que as crianças são aceitas e têm êxito na escola na medida em que vão assimilando a cultura predominante. Esta  é uma situação desalentadora !  Parece que o papel da escola é o de alienar as crianças para  não serem  autênticas.  Cabe ao professor reverter essa diferença. É óbvio que em uma redação solicitada pelo professor para os alunos escreverem sobre “A Casa”,naturalmente através desta redação, o professor selecionará as crianças pelo status social.Saberá quem tem uma casa confortável e os que não têm. Porém, o professor deve levar em conta que o aluno da classe menos  favorecida também se expressa,mas começa a ,então, a  apresentar  uma ação desvinculada  entre o que escreve e diz na escola e o que vive  em casa.  Começa a bloquear  suas idéias, pois à medida em que passa a utilizar-se de um vocabulário que não é exatamente o seu, que não fala de seus problemas e  passa a expressar-se de maneira falsa,alienante, quase esquecendo-se  da imagem que  todos propriamente tem e que é fundamental para a formação da imagem que se tem da gente mesmo. Este aluno sente a necessidade de excluir o vocabulário  trazido da sua experiência de vida até então, e ir acrescentando na sua linguagem novas palavras apreendidas através desta nova vivência, desta nova fase em que começa a vivenciar e que faz parte desta nova sociedade na qual esta criança começa a fazer parte.É uma experiência dolorosa.Ela está  entrando no Mundo  da Leitura e da  Escrita e com este contato, passa até a desvalorizar o conhecimento   adquirido na família.Muitas delas, às vezes, comparam o conhecimento da mãe e da professora ,ressaltando aquilo que está aprendendo na escola. (A professora disse que é assim...) Por isso, muitos alunos quando crescem acabam por evadir-se do seu meio. A escola  torna- os gente de um outro Mundo,totalmente diferente de sua origem, do seu bairro até do seu lar, com o início de uma nova cosmovisão e confiança! Todavia,  quando se fala em comportamento a postura  do rico e do pobre não apresenta  grande  diferença, principalmente  nos dias atuais. É na escola que podemos mensurar essas atitudes. Hodiernamente, tanto o jovem pobre  como o rico estão em igualdade ou até podemos dizer que o rico está bem mais alienado do que o pobre,mais mal caráter, mais cheio de si, mais alienado e sem educação. Enquanto que o pobre na corrida para galgar um status social melhor  agarra-se  como pode  para agrandar seus conhecimentos seja através dos livros ou na internet, grande aliada dos alunos atualmente.Não é verdade, também, que os alunos da classe média alta  se comportam maravilhosamente na escola.O meio em que vivem é bastante diferenciado daquele encontrado na escola.Basta refletirmos um pouco para enxergarmos as diferenças.Quando afirmamos que as crianças  da classe média, nem precisa falarmos dos ricos, já se enchem de razão e com a boca cheia de chiclete desafiam o professor se tudo não correr como elas pensam que é correto. A escola nunca será a continuação do lar. A educação, sim, deveria ser. Pois se fosse a escola  não estaria todo dia perdendo mais e mais seu prestígio.Será que  é fato consumado que as crianças  e os  jovens  estão dominando a sociedade  e que esta está de mãos atadas sem condições de alterar esta postura porque a Lei faculta a eles este poder? Por que um adolescente de dezessete anos que comete muitos  delitos,assim que é preso,seu nome é omitido para não ferir seus direitos? E aquele que foi agredido, morto,  deixando uma família desalentada,não tem direitos? Pois é, os alunos da classe média alta e aquela que vem se arrastando para sobreviver estão num barco chamado escola que não está mais conseguindo dar conta do recado porque está  recebendo pessoas, produto de uma sociedade sem rumo, desgovernada, onde os pais  estão impotentes e até omissos quanto ao respeito e educação que cada um deles seja rico, remediado ou pobre deve levar do lar à escola e aí, então, é possível a escola, formadora de opiniões, fazer um bom trabalho,pois o dever dela é informar e o da família educar,não é?