Segundo Betto (1981), as Comunidades Eclesiais de Base terá a gênese em 1960 influenciada pela igreja católica, seu propósito é combater o capitalismo desigual, romper com aquele paradigma que impõe o abuso de pessoas profissionalmente, bem como a exclusão social de classes populares, e, 1970 onde há o apogeu da ideia, também ao incentivo da Teologia da Libertação (Teologia de caráter marxista, voltada para a classe popular e suas necessidades (psíquicas, monetárias, a fim de conscientizar a população menos favorecida)), logo após o Concílio Vaticano II (1962-1965); as CEBs compunham membros insatisfeitos com as injustiças sociais, decidiram, como objetivo: ler a bíblia a partir da realidade, ou seja, ler realmente através de metáforas, como por exemplo: "O corpo e o sangue de Cristo", não seria especificamente no sentido concreto, mas sim no sentido abstrato, e mais, interpretado através da hermenêutica (ontologia, compreensão das palavras) jurídica (basicamente científica), então esta frase seria uma representação, em que Jesus, em sua trajetória de vida, compartilhou alimentos com seu próximo, deixando esse legado em "escrituras sagradas" (segundo seus crentes (quem crê)), a fim de conscientizar sobre a solidariedade, principalmente remetendo, de princípio, a uma necessidade básica (pelo menos para os engajados na "TDl" (Teologia da Libertação)), com inspiração no contexto da época (misérias no cotidiano, em que se deparam todo instante), influenciado, também, por outros países da América Latina, motivada então pelo "status-quo" decadente em que se estava a sociedade, naquele contexto histórico, ou seja, com extrema desigualdade, concorrência desenfreada em questão de empregos e, inclusive na Educação.

Posteriormente as Comunidades Eclesiais de Base caminham juntas com a Teologia da Libertação, visando ampliar seu caráter paternal e fraterno, mesmo sendo que para muitos, foi, desde os primórdios, uma quebra com o catolicismo tradicional (quando tratado algo pejorativo), um novo jeito de ler a fé, um novo cristianismo, uma nova interpretação, portanto, seria uma característica mais marcante: de abolirem o transcendente metafísico (senso comum, embasado totalmente na religião e dogmas afins), adotando explicação racional com novas mentalidades, ou seja, abandonado "a grosso modo" o caráter metafórico da bíblia, passando a interpretá-la de uma maneira mais racional, em uma perspectiva que inclui cidadãos, possuindo cunho científico e positivista. Um rompimento mítico, chegando ao ponto de negar certas teorias e dogmas católicos (como exemplo principal, tem-se a leitura da bíblia sendo interpretada de maneira literal, concreta), visualizando tudo literalmente (dentro do contexto científico) e cientificamente (Ricardo, 2011). Portanto, para alcançar o pensamento embasado no racional, deve-se compreender, segundo Oliveira (1997), o sentido da religião, incluso na Educação e o engajamento na vida da "classe popular", para atingir uma ideia, de cunho livre, sem preconceitos de entendimento, através de conscientização interpessoal das pessoas menos favorecidas, bem como, ativar a concepção crítica e ideológica dos indivíduos, como também o motivo da religião na Educação e na sociedade se tornar especial para eles e principalmente inclusivo, uma ideologia específica, vindo de uma vertente católica e voltada para a população brasileira popular contemporânea no século XX, onde há a proximidade do pluralismo religioso, tornando o meio mais pertinente, pelo fato da miscigenação (termo sociológico) de ideais, como também religiosa, manifestando a diversidade. Embora exista a diversidade, tem-se também muitos pontos de vista, em relação a cultura religiosa do país, intensificando-se com a visão subjetiva. Pois, segundo Richardson (1996), é necessário enfatizar, também, que religiões não conseguem manter uma convivência harmônica de tolerância, respeito e riqueza de conhecimento mútuo, principalmente no ambiente acadêmico escolar institucional, formal ou informal. No entanto, qual a relação entre religião e ciência, desde os primórdio dos tempos? Sendo assim, terá, segundo Domingues (2009):

"A religião e a ciência são construções humanas, que variam com o tempo. Dentro de qualquer religião há uma variedade de posicionamentos, ramificações, segundo as diversas interpretações que fazem das escrituras que consideram sagradas, "inspiradas" por um ou vários deuses, e geralmente tidas como revelações diretas deste(s) ao homem."

Ou seja, segundo a Filosofia da Religião, (BENSAUDE,1989) acredita-se que as pessoas são levadas a pensar (pode-se definir uma "pré - determinação, as pessoas não são livres, pois, quando já nascem, seus direitos já foram concretizados, sua cultura impõe um padrão para tudo (jeito de se vestir, jeito de andar, jeito de falar, jeito de dormir, e, até mesmo, a religião, encaixa-se também o preconceito)), até mesmo ter fé em alguma coisa (dogma), naturalmente, isto ocorre desde a idade antiga, buscando conhecer, no "berço da História", deuses, natureza e afins, especificamente quando tratado do Egito, com seus faraós, totalmente se ascendendo através do padrão dogmático (religioso), acreditando eles que o faraó seria representes dos deuses que eles acreditavam, cultuavam e veneravam, movimentando uma relação interpessoal solidária, muitas vezes, de dependência.

Partindo deste pressuposto, ou seja, das pessoas que pensavam a religião no primórdio dos tempos, e após, o pluralismo dogmático, tem-se, portanto, segundo Betto (1981), um fim de relevar a "vida privada das pessoas" (excluindo os "heróis" da história, vendo os seres humanos normais, também como criadores) e alcançar uma "harmonia social", a partir da expansão da capacidade de pensar dos cidadãos e do (s) pesquisador (es), com intenção de dever se tornar indivíduos mais conscientes em questão do papel da religião na Educação e no meio social, até mesmo em relação à inclusão. E se eles não podem se ver como pessoas que criam seu meio, como os outros poderão, será tolerável? Portanto, compreender a Teologia, porém "ante entendimento" é necessário verem-se como "remodeladores", participantes e integrantes centrais da História, bem como, identificar pontos alienadores que formulam o preconceito religioso-cultural, e as influências no campo acadêmico, através de diversas apologias de historiadores (enfocando diversas opiniões, serem também capazes de identificar amplas ideias, a fim de não se fragmentarem-se, apenas em uma, mas sim, possuir uma visão panorâmica, um dos quesitos principais, também, para alcançar os Direitos Humanos é a Educação, aliás, um pré-requisito primordial). Compreender o motivo, de princípio, das Comunidades Eclesiais de Base terem surgido e da Teologia da Libertação, levará os concidadãos à uma pluralidade, no entanto, jamais de caráter intolerante) chegando posteriormente (depois de compreender as causas, que eram incluir pessoas que estavam excluídas da sociedade (um dos objetivos dos representantes legais das CEBs e TDL) em uma consciência plena, onde todos serão capazes de formular opiniões próprias, no entanto, com concepções embasadas no científico e até mesmo formarem a cidadania plena, onde os direitos poderão ser trabalhados de uma maneira íntegra, a fim de contribuir no conhecimento do Ser Humano e sua inserção na sociedade com respeito na Educação influenciada pela religiosidade.

Embora há este caráter preconceituoso na sociedade, em intolerância religiosa, como também cultural, é importante pensar, a priori, no início em que as pessoas realmente começam a pensar sobre o tema, portanto, tem - se a partir, do século XIX, indivíduos buscando explorar e expandir suas capacidades e seus horizontes humanos, bem mesmo ante a natureza e no berço da história antiga, a posteriori, principalmente, os pensadores do empirismo e do racionalismo, perceberam os limites que se sujeitam, sejam eles de caráter científico ou até mesmo no sagrado (CAMARGO, 2004), ou seja, as pessoas já desenvolvem um pensamento filosófico, em criticar o meio em que se vive, buscando subsídios para evoluir, até mesmo para entender o que se passa na sociedade, e, realizar atos solidários, a fim de contemplar os indivíduos que estão em sua volta, aquelas que necessitam de ajuda, tem-se, portanto, uma cidadania desigual, onde o objetivo era voltado para a ajuda do seu próximo, por vezes influenciada, outrora por cunho persuasivo, ou até mesmo alienador (pessoas à margem da sociedade, quando tratada a questão de exclusão social).

Quando se trata de influências, especificamente de outros países da América Latina, dá-se ênfase na globalização (DUSSEL, 2002), que vai agir centralmente modificando a mente das pessoas, dando ênfase à subjetividade, e proporcionando um ponto de vista novo, quando tratado "cultura", "miscigenação" e "descendência", tendo a gênese (a globalização) nas grandes navegações, como também é a primeira fase do capitalismo, portanto tem uma estrutura (termo histórico que define algo que já vem sendo construído com o passar dos tempos) para propagação de novas ideias (uma nova teologia, uma nova interpretação da bíblia, de acordo com a necessidade histórica) no Brasil há tempos. Especificamente, os contrastes da sociedade em 1960 estavam em outra "faceta", a religião tradicional não conseguia explicar tantos acontecimentos pejorativos, principalmente no sentido educacional e social decadente, então, como resultado de um processo histórico, o plano visando a classe popular, já havia  sido imposta e "pensada" em outros países da América Latina, não apenas aqui, neste país. Tem-se para algumas pessoas, essa transformação sendo considerada como  uma “ruptura com uma longa tradição conservadora e retrógrada” (LOWY, 1991).

Já há diferenças sociais na cidadania, antecedendo este fato, está-se falando também de um resultado, provindo de 1950 onde há o mito da democracia racial, ou seja, o sociólogo Gilberto Freyre impõe, em palestras proferidas nos EUA, sobre a fictícia ideia da democracia de raças aqui no Brasil, tem-se este marco ilustre no livro da Costa (2010) remete a ideia, de que não somente a desigualdade estava entre classes sociais, como também na questão do "mito da democracia racial", imposta no Brasil, que seria, mascarar o preconceito, engajando o negro na sociedade visto com preconceito, acreditando também no branqueamento da sociedade brasileira, ou seja, acreditavam que com o passar dos tempos as pessoas iriam se branqueado, por conta da miscigenação de "raças" (esse termo, segundo a biologia foi quebrado (SOUZA, 2013), pois afirma que a cor é algo muito insignificante para ser considerado "raças" humanas, logo apenas existe uma, não diversas (exemplo: branca, negra, amarela, parda e afins) a autora, por conta deste suposto (democracia racial), tem mais um argumento para comprovar a injustiça, não só nas classes sociais, como também alcançava outros parâmetros, como exemplo então: expondo as "raças", com ideia utópica, tentando representar o Brasil como um paraíso racial (esta ideia entra em decadência 20 anos após 1950, com pesquisadores e revisionistas, quebrando esse mito, ou seja, impondo que o preconceito existe sim na sociedade, e isto era muito visível, por conta da ideia do branqueamento e da imposição da democracia racial). Já nos EUA, tem-se o mito do self-made man, ou seja, eles afirmavam que não há distinção nas classes sociais (fazendo com que a desigualdade aumentasse em grande extensão, um mito de democracia social, assim como no Brasil, porém não de raça), ou seja, o que há é competição entre elas, e todas concorrem igual, o que mandaria nesta ideia seria a meritocracia, ou seja, o que a pessoa conquista é mérito dela, se por ventura ela não alcançar seus objetivos, ela não possuiu mérito, aptidão, ignorando as diferenças regionais e sociais nos EUA (VIOTTI, 2010), deve-se ressaltar, que lá as únicas pessoas, ou grupos que se deram bem foram os petit-bourgeois, ou seja, os pequenos empreendedores ou grandes burgueses, levando em conta que em ambos os casos, tanto no Brasil com sua ideia de mito racial, como os EUA com sua ideia de meritocracia, foi combatido, de um jeito ou de outro, seja por movimentos religiosos (Teologia da Libertação e CEBs), como também de caráter pessoal, solidário a fim de auxiliar seu próximo.

Levando em consideração os opostos á ideia de teologia engajada na sociedade e outros meios como o educacional, tem-se segundo Marx (1867), dentro da linha positivista, de ordem e progresso, há oposição a Teologia da Libertação, não dando ênfase no papel acolhedor desta religião (pelo menos a linha marxista ortodoxa), afirmando o que faz a História é a "economia", logo, a religião para eles faz parte de uma superestrutura, não podendo influenciar a Educação, então, não faria parte da História, no entanto, um pensamento posteriori a Marx, revolucionou, percebendo a importância da Religião, no campo educacional, na estrutura e na cultura da sociedade, no entanto, deve levar em conta, o contexto em que Marx (1867) estava escrevendo sua obra, e que a sociedade no século XX, era de extrema desigualdade e irregularidade social. Portanto, mais adiante terá o desenvolvimento da Teologia da Libertação, chegando com uma perspectiva de dar resolução aos problemas sociais de extrema desigualdade entre as pessoas, especificamente entre classes e "raça", o movimento foi inclusivo quando tratado direitos: político e apartidário; ela está diretamente ligada ao movimento ecumênico, buscando, portanto, reconciliar as religiões cristãs, buscando alcançar a harmonia social. Partindo deste pressuposto, Feuerbach (1841), dizia que toda teologia seria uma antropologia, pois as afirmações religiosas para ele poderia ser reduzida para algo sem valor científico, dizendo que a teologia era algo como algo "alienada". No entanto, como defensores da ideia solidária das pessoas e sua participação no meio do "status-quo" (especificamente a Teologia da Libertação, em se voltar a favor das classes populares), tem-se Alves (1981), afirmando que um cientista não é uma pessoa que pensa melhor do que os outros, ele reforça que a tarefa de refletir e de compreender os porquês das coisas cabe a todos, e que a ideia de que não precisar pensar, porque existem "pessoas melhores" significa baixo estima e ignorância. Segundo Chauí (1980), a alienação acontece quando o homem não se vê como criador da história, recusando participar e até mesmo desenvolver obras, dentro da cultura ou do mundo acadêmico, o contrário ocorreu dentro dos pensadores de uma nova teologia, que visava uma mudança, vendo-se como os "remodeladores" da situação naquela década de 1960. Como exemplo da tentativa de abolição da religião do meio social, tem-se na Rússia, o stalinismo/leninismo tentando acabar com a religião, mas Gramsci e a escola de Frankfurt, defenderam que a cultura, é uma religião exteriorizada, ou seja, todos possuem uma visão "religiosa" do mundo, logo, a cultura seria a exteriorização desta religião, torna-se obvio que influencia diretamente o setor educacional, seja em seus discentes e/ou docentes, quando tratada em defesa, especificamente a escola de Frankfurt, que apoia licitamente a religião, vendo-a como algo essencial para o homem, algo nato. Tem-se, também como outros oposicionista à Teologia da Libertação, com a "Teoria Funcionalista", , bem como, Durkheim (1880), um dos representantes do pensamento conservador, dando ênfase ao que chamamos de defesa da ordem social dominante, chamada de "status quo", não se posiciona em questão da necessidade de mudanças, reformas e muito menos revoluções; ou seja, para Durkheim a sociedade é compreendida como "um corpo harmônico", com valores e à qual apenas nos resta a adaptação; para ele a escola não é alvo de críticas, logo estando funcionando segundo as necessidades atuais; todos os indivíduos e instituições possuem harmonia, então, seria possível uma sociedade sem mudanças, segundo o autor, ou seja, as pessoas não se rebelariam com a atualidade, no entanto, houve divergências, tendo uma vertente católica se voltando contra as injustiças sociais, desajustamentos interpessoais e desavenças. Uma ideia que Corrobora ilicitamente com Durkheim (1880), citado logo acima, também o que denomina-se "pensamento imobilista", ou seja, sendo uma atitude passiva. Uma questão pertinente de muitos públicos seria "A Generalização", ou seja, acreditar que as instituições são feitas através de "códigos", no sentido de prática, mas cabe-se ressaltar que não há uma práxis, um elo interligando teoria com prática, sendo assim, os Seres que compõe o corpo acadêmico de instituições educacionais, possuem parcialidade de pensamentos e métodos, influenciam com suas concepções e dogmas, sejam eles religiosos, científicos ou no cientificismo de educação, inflexibilidade na docência e até mesmo teorias da conspiração. Terá, então, algo importantíssimo, que já começa a impor uma característica da Teologia da Libertação, o marco das ciências sociais, como fundamento, seria: romper com o senso comum, imposto por mitos e "pseudos-dogmas" (falsos), a fim de dar resolução que o Ser Humano não conseguia/consegue compreender ou resolver de acordo com suas concepções "metafísicas" (ou seja, de acordo com a fé ilusória, muitas vezes passada via historicidade (cultura oral) de família para família), portanto, esta ciência surge como auxílio para uma nova realidade social, influenciando, portanto as CEBs e suas ações, que são totalmente voltadas para um jeito de compreender a bíblia a partir da realidade social, a partir das dificuldades, levando o caráter pragmático (verdade absoluta). Mas, como pode-se definir o que seria: "senso comum"? É uma resposta, ou solução simples para o cotidiano, geralmente pouco elaborada e sem um conhecimento mais profundo. O objetivo da teologia segundo Dussel (2002), é conscientizar as pessoas em questão da sociedade em que vivem, ou seja, alertar sobre as injustiças, para que elas possam combater este mal, não de maneira grotesca, mas sim de maneira pacífica, mas, consciente.

Para Foucault (1970), tratando conscientização dentro da Educação, é mais rentável possuir poderes que abarcam toda a sociedade (educação persuasiva, buscando influenciar por meios do ensino-aprendizagem os cidadãos (crianças e alguns adultos)), dos quais não se escapam, do que um "poder centralizador", ou seja, são as regras, os olhares, as punições, capazes de tornar as pessoas dóceis, treinadas para a obediência, tornando-se assim alguém "útil". Dentro deste parâmetro de educação persuasiva, segundo Foucault (1970), terá também, portanto, novas pessoas querendo pensar a escola, especificamente a pública (estatal), propuseram então diversas reformas, que remeterão, de princípio, a inflexibilidade no ramo de ensino-aprendizagem, como por exemplo o ensino limitado e não obrigatório, marcando então as décadas de 10 e 20, que vão especificamente influenciar em questão de desigualdades interpessoais, para posteriori surgirem as CEBs e a Teologia da Libertação, então tem no campo da Educação duas reformas: a primeira, criada por Rivadávia Corrêa, tendo formação positivista, em competição com a doutrina católica, busca então, influenciar a educação brasileira baseada na ordem e progresso, ele argumentava que era preciso dar aos "particulares" (ou seja, alguém específico) definitivamente, o direito de ensinar. Embora os positivistas sempre defendendo um Estado forte, mudaram o rumo, começavam a dar ênfase, quando se trata de ensino/educação, para os liberais. Esta reforma ficou conhecida como desfoque na educação íntegra brasileira, ou seja, não teria mais uma educação completa, apenas quem detinha condições para estudar, estaria engajada na instituição, principalmente nos "ensinos secundários", pois, como princípios da reforma, teremos: o ensino para ser de frequência não obrigatória, diplomas são abolidos, são criados exames de admissão às Faculdades (uma espécie de vestibular), que são realizados nas próprias instituições de ingresso dos candidatos; ilicitamente vê-se, a educação decaindo em meio a sociedade, logo pois, ocorreu a proliferação de "cursos sem qualidade", com as únicas intenções: formar bacharéis e doutores, sendo assim, obviamente os resultados catastróficos, foram extremamente pejorativos, e então, em 1915, terá "A Reforma Carlos Maximiliano" que procurava dar ênfase no ensino secundário integrando as principais disciplinas, ao contrário a de alguns que os preparavam apenas para o ensino superior, porém, era este o ensino que os estudantes e seus responsáveis queriam, isso porque como Filho (1998), diz, que um país de analfabeto, onde poucos conseguiam concluir o ensino primário, era extremamente normal que poucos conseguem chegar ao ensino secundário, pois, apenas faziam os que tinham interesse em ingressar em faculdade. Esta reforma também foi responsável pela criação da primeira Universidade Brasileira, a Universidade do Rio de Janeiro, resultante do agrupamento em uma única instituição da Escola Politécnica, da Faculdade de Medicina e de uma escola livre de Direito. Sendo assim, a Teologia da Libertação, surgiu no contexto decadente e especial para a valorização da ciência, para a construção de uma nova identidade humana, adaptando-os novas regras e também princípios.

Tem-se ideias dizendo sobre a escola (especificamente a pública), como excludente para a classe popular, segundo as "Teorias crítico-reprodutivistas", os sociólogos franceses: "Pierre Bourdieu (1980)" e "Jean-Claude Passeron (1930)" como representantes legais desta teoria, destaca-se o ponto central que a instituição naquele tempo, pelo menos a maioria, que englobava apenas a elite, favorece pessoas que já dominam este aparato cultural, ou seja, para esse grupo, a escola é a continuação da relação "família-mundo" da qual estão adaptados desde o nascimento, a primeira somente enfatiza o papel de nortear e reforçar os conhecimentos que já trazem de seus ambientes familiares; já para os filhos de proletariados é como se houvesse uma ruptura, ou seja, valores e saberes desses indivíduos são ignorados grotescamente, havendo necessidade de "a grosso modo" reiniciar sua inserção cultural; ou seja, para a elite é fácil engajar-se nos parâmetros acadêmicos ideais, porque já possuem uma cultura "pré-requisitada" e requisitada, já para os das classes "dominadas" ter de aprender um novo paradigma geral acaba se tornando, para a maioria dos casos uma utopia, não seria, portanto necessário a Teologia da Libertação, não somente como influência na Educação, como também na vida, atuando a fim de ajudar na inserção social, portanto, esta desigualdade, com a classe menos privilegiada, será chamada de: "violência simbólica", ou seja, o desprezo da cultura de classe popular na sociedade faz com que ocorra uma perda de valores, tornando-os fracos, inseguros e até mesmo sujeitos à dominação, logo, a escola seria uma instituição que contribuiu e também vem, para a desigualdade social especificamente em classes (nomenclatura imposta por Karl Marx).

Contrapondo a ideia de que a escola seria uma instituição alienadora (que influencia os indivíduos com ideias "pré-determindas"), especificamente a da Teologia da Libertação, tem-se afirmando Boff (1998), em uma entrevista sobre a Teologia da Libertação, como sensação interior da classe popular, sente-se um modo positivo em satisfação e solidariedade; aponta sobre Deus (divino), não sendo um objeto, portanto, suprema paixão, energia, pensa ele que isso é Deus e isto motiva radicais cristãos para mudanças educacionais; tem-se como foco interior, especificamente, a definição para o divino. Percebe-se uma relação concomitante positiva, entre o sagrado e sua denominação, essa por vez, estará relacionada à bondade humana, levando-o a crer que tudo o que é bom vem de encontro com Deus, essa motivação pode ser relacionada também à sentimento de posse como:

 "posse é o poder que tem a pessoa de dispor fisicamente de uma coisa, com a intenção de que esta seja sua ação concernente, competência territorial: Art. 95, CPC";

Ou seja, no status-quo em que se encontra a população latino americana, muitas pessoas segundo Freud, estão temendo à todo momento, seja por medo de perder o emprego, instabilidade social, civil, política, por ventura nunca proferem o que querem dizer no momento desejado, nunca possuem o que querem, nunca estão onde querem, por vezes, muitas não são contentes com sua vida (insatisfeitas), encontrando um refúgio, seja em consumismo, fé, crença, dogma, o que proporciona para ela "poder", seja ele qual for, bem como segurança são acatados de forma essenciais, afirma a psicóloga Duje (2006):

"A pessoa perde a própria identidade quando se deixa levar apenas pelo o que os outros esperam que ela goste, fale ou faça. Essa postura pode ser muito negativa, gerando sintomas de depressão e ansiedade para aquele que não respeita ou não entende os seus próprios desejos";

Logo, o que comanda, profunda e ilicitamente, será o interior (ID), proporcionando à pessoa algum poder de sua capacidade de posse; afirma a última citada:

 "A pessoa pode ficar acorrentada a quem ela era e ao que viveu naquela época, deixando de seguir em frente e enxergar quem ela é e o que precisa viver hoje. Ela fica apegada a uma idade que já não possui, aos medos que não fazem mais parte do seu dia a dia";

Deixando claro na própria questão de Educação, quando de cunho imposto, de maneira inflexível, assim como alienação cultural, algo que "pré-determina" a pessoa;

Segundo a psicóloga Melo (2007):

 "Voltemos o pensamento então para o desenvolvimento do ser humano. A criança já nasce carente e exigindo atenção em tempo integral dos pais. Como isso é impossível, crescem com uma certa carência, que fica como um débito emocional que será cobrado. Cobrança que aparece quando a pessoa sai em busca de alguém sem perceber que um fator motivador é à procura de zerar aquela dívida, a carência. Sem o saber está repetindo a mesma peça que viveu na infância";

Podendo perceber que a infância do indivíduo, influencia diretamente no desejo de buscar subsídios que as acolham, seja com conselhos, até mesmo o dogma, o conhecimento holístico e até mesmo a religião, especificamente a Teologia da Libertação, onde tem-se o enfoque, a priori, das classes populares e carentes sociais, visto aquela época como uma epidemia geral, falta de inclusão educacional e decadência na cidadania, e um novo paradigma cristão imposto;

Para Pretto (1998):

 "uma transformação profunda da Igreja não é viável sem uma nova compreensão da fé. Como o Evangelho é uma proposta de vida em plenitude, a fé assume uma dimensão essencialmente política. Ela é, acima de tudo, uma práxis de vida nova";

sendo assim é correto afirmar que para ele, a fé é o modo de ver a sociedade, e esta deve ser harmônica, corroborando com algumas ideias, cada status atual deve ser concomitante com a religião.

Para  Shedd (2005):

"Em Portugal falei para portugueses e brasileiros somente. No domingo passado, em Londres, falei para pessoas de diferentes origens: africanos, brasileiros, ingleses. É uma confusão de povos. Na Europa acontece a secularização e isso vai acabar excluindo Deus da vida das pessoas. Vai-se viver como se Deus não existisse. Não quer dizer que todo mundo está se tornado ateu. Há uma modernização. Há influências como o pensamento de Darwin entre outros. Isto se dá também, porque as pessoas têm o que desejam: emprego, família bem cuidada, plano médico, quer dizer, não precisam de nada. E essa atitude "secularizante" é muito forte na Europa. Ao mesmo tempo, está surgindo na Europa, um outro problema: os imigrantes - principalmente árabes, paquistaneses, brasileiros que vêm à procura de emprego e de vida mais fácil. Em Londres talvez haja 50 ou 60 igrejas brasileiras e não sei quantas têm de outros povos. Tudo isso dentro da sociedade inglesa. Quando estive pela primeira vez na Inglaterra, em 53, não tinha nada disso"

Portanto, para ele, o status e a fé, bem como a religião, podem até mesmo estar ligadas com a necessidade, seja ela física ou psíquica, afirmando mais a frente:

 "A situação no Brasil é de um povo, pelo menos nas camadas mais simples, como menor preparo intelectual e que tem uma maior abertura para o Evangelho. Muitos consideram o brasileiro um povo místico, aberto às coisas da religião e aos milagres. As igrejas que mais crescem são aquelas que oferecem milagres, oração, corrente de oração, luta contra o diabo - amanhã falarei sobre isso - "a batalha espiritual" - esse tipo de coisa realmente ferve no Brasil"

Abrangendo essa questão, pode-se visualizar a religião na sociedade atual como simbolismo de "ignorância", repercutiria pejorativamente na Educação repensada ou seria a miscigenação e aculturação, propiciando o sentimento do sagrado?

Amor ideal, perspectiva educacional em uma utopia possível através da fé? Afirma Borba (2013):

"Por que as pessoas se afastaram da Igreja Católica? Não foi por escândalos de corrupção, por padres insensíveis e distantes, nem porque a Teologia da Libertação foi perseguida ou até mesmo porque a moral católica é muito rígida. Tudo isso pode ter sua parte de culpa no processo, mas a razão mais importante é porque seus jovens deixaram de encontrar adultos apaixonados pela fé, homens e mulheres que realizaram uma “revolução copernicana” – não por moralismo ou imposição social, mas porque descobriram um amor tão grande que justificava este sair do centro da própria vida para que Outro entrasse"

A ideia do amor tão grande, e é este capaz de sacrificar a própria vida, inclusive, tem-se a ideia da motivação no mundo acadêmico onde, a pessoa estará sujeita à um posicionamento pejorativo se não aprendesse, uma ameaça, quebrada na Teologia da Libertação, seja no sentido literal ou metafórico, enfim, esta ideia vem de embate com a da psicologia, sobre a carência infante, o adulto, especificamente seus pais, em torno de uma cultura já imposta determinante, sempre possui caráter persuasivo, seja ele no parâmetro de influências sobre comportamentos e atitudes; Segundo Ponde (2013), afirma:

"Comecei a achar o ateísmo aborrecido, do ponto de vista filosófico. A hipótese de Deus bíblico, na qual estamos ligados a um enredo e um drama morais muito maiores do que o átomo, me atraiu. Sou basicamente pessimista, cético, descrente, quase na fronteira da melancolia. Mas tenho sorte sem merecê-la. Percebo uma certa beleza, uma certa misericórdia no mundo, que não consigo deduzir a partir dos seres humanos, tampouco de mim mesmo. Tenho a clara sensação de que às vezes acontecem milagres. Só encontro isso na tradição teológica"

Segundo Rovone (2012):

"Esta aspiração traduz a percepção autêntica, ainda que obscura, da dignidade do homem, criado « à imagem e semelhança de Deus » (Gên 1, 26-27), rebaixada e menosprezada por múltiplas opressões culturais, políticas, "raciais", sociais e económicas, que muitas vezes se acumulam"

Ou seja, acreditar e manter uma utopia, na sociedade em que se viveu (o que não foge muito do status-quo de 1960), com tantas carências em bases monetárias e culturais de inflexibilidade alheia, sem a estrutura estatal as pessoas podem decair psiquicamente, inclusive, se não estiverem ascendidas na sociedade, esta será então a missão da Teologia da Libertação, acolher a classe menos privilegiada, a popular! Fora deste contexto seria impossível absorver conhecimento e acompanhar a fulgência do ensino formal, perderem suas essências por questão de frustração (ROVONE, 2012), então manter um foco de fé e motivação de vida dogmática impulsiona o desejo de viver, necessidade de ser útil, se sentir solidária, com um sonho, transformado pela fé em foco, alcançando um parâmetro de vida superior em diversos aspectos, como monetários, educação, holisticamente seria questão de sobrevivência, seja ela de cunho consciente subjetivo. Uma forma de manter a resiliência nas questões incompreendidas, humilhações, carências, de motivação para conquistar novos horizontes e até mesmo se adaptar aos atuais.

Novamente, segundo Rovone (2012):

"A poderosa e quase irresistível aspiração dos povos à libertação constitui um dos principais sinais dos tempos que a Igreja deve perscrutar e interpretar à luz do Evangelho. Este fenômeno marcante de nossa época tem uma amplidão universal, manifesta-se porém em formas e em graus diferentes conforme os povos. É sobretudo entre os povos que experimentam o peso da miséria e entre as camadas deserdadas que esta aspiração se exprime com vigor."

Ou seja, quando as pessoas estão sofrendo o que se denomina "a miséria", como algo pejorativo, que causa falta de algo ao ser, seja no sentido monetário, ou até mesmo psíquico, no entanto, o conceito, dependendo do contexto e da sociedade é interpretado de forma subjetiva (diferente), dependendo do enfoque do leitor, portanto, pode-se preponderar a miséria como algo quase ou totalmente eliminado ou nunca atribuído para alguém, que se enraíza a questão da fé, segundo referências em polifonia pragmática, seria especificamente uma questão de temor, em relação à própria vida e suas circunstâncias que a rodeia. A miséria é algo que influencia diretamente na educação, na capacidade cognitiva do discente dentro de uma instituição acadêmica, seja ela pejorativa?

Buscar informações em relação ao homem, Educação e sociedade  interligado na fé, no dogma da Teologia da Libertação, especificamente as causas dessa motivação humana em dar ênfase na classe popular, ressalta o motivo de levar em consideração, também, o caráter materialista e marxista, levando em conta divergentes e diversas opiniões, em uma perspectiva teológica social e educacional, que se desencadeiam logo após a exata descrição dos problemas sociais e/ou questões pertinentes, que culminaram para a desenvoltura, relacionadas à Teologia da Libertação; denominações de conceitos, carências ou desajustamentos interpessoais que instigam, ou até mesmo que as "pré-determinam".

O início e o fundamento são relevantes pontos, ou seja, muito pertinentes, pois, surgiu em um contexto histórico decadente, os conflitos sociais e culturais estavam se dissolvendo cada vez mais rápidos, parte da igreja decidiu tomar um novo rumo para aquela situação e favorecendo a classe menos favorecida da sociedade, criaram como "políticas públicas" voltadas para tal classe, como também para Educação, devendo-se ressaltar que esta nova faceta da igreja, não foi apenas um caráter espiritual e eclesiástico, tiveram muito mais aspectos de dimensões políticas e sociais, tratando "hermenêutica jurídica" (compreensão totalmente voltada para a sociedade no âmbito científico). Tem-se, portanto, a influência anglo-saxônica (regionalização com o critério de línguas faladas, países colonizados por portugueses, ingleses e franceses), principalmente a norte americana, teve influência fortíssima, começando, de princípio, a ser pensado no novo paradigma religioso.

Levando em consideração as concepções a partir da "libertação", terá Kant (1781), a libertação (denominação de Teologia da Libertação) é uma “república moral”, onde o ser humano supera interiormente a motivação passional interessada a obedecer à lei, ou o que ele chama de “dever”, que por sua vez é externo ao homem em seu curso. Libertação é consequência ou “aquisição” da fé, que é obra de Deus e não do homem (KIERKEGAARD, 1980). Contrapondo Kierkegaard, tem-se Nietzsche (1980), considera a libertação como obra central da filosofia. Com destaque ao Concílio Vaticano II (1962-1965), que proporcionara aos teólogos católicos e também os protestantes, de refletirem teologicamente acerca da ação pastoral no continente. Ou seja, libertação está relacionada em todas as teorias, como algo que desengaja a pessoa da alienação, seja ela estatal ou até mesmo religiosa.

Segundo Boff (1964), em relação a Teologia da Libertação, apresenta o conceito como uma nova teologia, que era uma reflexão crítica sobre a práxis.

Em 1968, a partir de e segundo Medellín (Colômbia), essa teologia tem a opção preferencial pelos pobres ou da solidariedade para os pobres.

Novamente, segundo Boff (1998), essas dimensões:

“celebram a presença vitoriosa da libertação operada pelos homens na força de Deus, que tudo penetra, e proclama também a plena libertação que já nos foi galardoada na vida, morte e ressurreição de alguém também oprimido, Jesus Cristo, como sinal de que nossa luta e esperança por uma total libertação não permanece no mero âmbito da utopia”

Ou seja, falar do método na "educação popular" e na "Teologia da Libertação" não será recordar velhas respostas a perguntas passadas? A EP e a TdL, além de terem saído de moda para algumas pessoas, não terão também perdido vigência e importân­cia no contexto novo vivido pelo mundo e pela América Latina? Por que não falar simplesmente da questão do método na pedagogia e na teologia?

Portantom, para Preiswerk (1995), as comunidades eclesiais de base, orientavam-se pelo seguinte estimulo resposta, como na psicologia "behavoriana", que seria ver-julgar-agir. Não era educação formal, era institucional, no entanto jamais de caráter formal, funcionava-se em um barraco de vila, em casas modestas, ou até mesmo em salões paroquiais, os discentes e docentes fazam suas orações, cânticos, logo após iriam expondo seus problemas e suas dificuldades, como a maçonaria. Na maioria das vezes, traziam problemas de casa, domésticos, vizinhos em clandestinidade, questões profissionais e de metiê. Era como uma atendimento psicológico, o docente induz o discente à contar seus problemas e dificuldades.

Então passam a julgar o ocorrido, indagando tal questão, exemplo, como Jesus veria tal coisa? Como ele faria para dar resolução no problema pertinente subjetivo?

Segundo Preiswerk (1995), fazem uma ação solidária, quem está precisando de algo (obviamente todos estavam), iria a ajudar o outro, e assim vice-versa, fazendo um multirão para a ajuda interpessoal entre eles, até mesmo um abaixo assinado para fazê-los reinvincicações para saneamento básico em suas moradas, sendo assim um direito pessoal, social assegurado por Lei, ainda afirma abaixo:

"O método não funciona de modo linear, como se cada momento estivesse separado do outro ou em seqüências estanques que provocariam, na sucessão de reuniões, uma espécie de eterno retorno ao ver-julgar-agir. O método funciona, na prática, de modo dialético. O ver já traz no seu bojo elementos para o julgar e exigências para o agir. Cada momento se inter-relaciona com os demais. A avaliação de agir nas reuniões seguintes não é um recomeçar tudo de novo, mas a continuidade da ação, retomada sob a consciência crítica de suas falhas e erros e de suas implicações pastorais (teológicas, bíblicas e políticas no sentido amplo)"

Quem buscava a libertação do povo criou uma nova pedagogia (Preiswerk, 1995), um novo paradigma. A consciência de que essa libertação somente será possível à medida que as classes populares puderem assumi-Ia e realizá-la. Somente acontecerá como o movimento da grande massa da população do povo, ou seja, se isso não ocorrer, e permanecer apenas em um grupo, o que vai acontecer é uma "pseudo-libertação".

Novamente, segundo Preiswerk (1995), a pastoral criou um paradigma, que praticamente forçava o povo para fazer isso, ir além, e fazer valer a libertação. Mas esses "docentes" constataram, com o contato popular, que, eles era totalmente colonialistas, pelo menos no modo de agir com o povo carente, absolutamente. Ou seja, julgavam o pobre coitado, a pobre pessoa que não tinha capacidade de ter um bom trabalho e afins, mas eles estavam se gabando ilicitamente por seus diplomas e diplomas e diplomas. Queriam, portanto, ensinar o povo, sobre o que é bom para o povo, ou seja, na concepção deles eles iriam ensinar o povo, logo sendo uma massa de alienados, conseguiriam, portanto, mas isto seria prejudicial? Ainda ingaga mais à frente:

"Ora, a prática demonstrou que isso é um grande equívoco. Fomos desmascarados pelo próprio povo que, com seu silêncio, assistia ao papel ridículo que nós, agentes de classe média, representávamos. O povo está tão cansado de ser humilhado pelo "saber" e o "poder" da pequena burguesia que ele nem sequer critica. Finge que está aprendendo e até repete nosso vocabulário, uma espécie de dialeto pelo qualaferimos o nível de conscientização dos trabalhadores. Contudo, na hora da ação, ficamos sozinhos no nosso vanguardismo. O povo sabe que a coisa não é por ali, mas a gente não teve paciência em escutá-lo.";

Deram-se conta que precisavam se reeducar quando quizessem tratar da classe popular, porque era totalmente diferente, primeiramente dá-los a conscientização geral.

Por falta de pesquisas específicas neste período, há apenas pequenos fatos em fontes diversas expostos e fragmentado (não generalizando), portanto, é necessário dar enfoque ao contexto a priori da desenvoltura do novo modelo religioso, caracterizado por conflitos e problemáticas sociais diversas, especificamente a precariedade de vida holística, sendo assim, é muito pertinente, buscar informações e criar um elo mediador entre o conhecimento para os leitores, discentes e docentes de diversas atuações acadêmicas que discutem o tema.

Segundo Weber (1980), chegamos a conhecer um fenômeno social, apenas, quando o compreendemos como fato carregado de sentido que aponta para outros fatos significativos. Sendo assim, quando um sentido for exposto, manifesta-se a ação concreta do seu caráter central, quer seja ele político, econômico ou religioso.

As religiões são pouco estudadas, ainda mais na Educação, esquecendo os pesquisadores que estas foram essenciais para criar o status-quo também, ou até mesmo que permaneceu durante todo o tempo conosco, e, permanece mesmo que ilicitamente, no entanto, poucos se prezam para aprofundar-se nas pesquisas de caráter teológico, pelo fato de ignorar culturalmente, academicamente ou por puro "pré-conceito" de desengajamento, quanto mais a vertente da Teologia da Libertação, que, muito importante é, mas frisa-se pouco na academia e por meio de pesquisas acadêmicas, o poder intencional imposto pela nova perspectiva religiosa, sobre a constituição humana e a sua presença na construção social.

As pessoas, devem atualmente alcançar a consciência plena e íntegra, romper com pensamentos do senso comum de cunho preconceituoso. Propiciar novas teorias futuras de caráter inclusivo, não incorporando apenas uma cultura social, mas como diz Bakhtin(1999), que o conhecimento popular, deve ser mesclado com o erudito, ele deve ser priorizado, ainda mais na contemporaneidade onde muitas pessoas são levadas através da historicidade, vezes de caráter alienado, predeterminadas a seguirem alguma ideologia religiosa, sem algum contestamento ou senso crítico de subjetividade, que vem sendo aviltada, porque proporciona as pessoas conhecimento para a modificação dos indivíduos, até de si mesmo e se transforma com a expertise (ROSE, 1988); devendo ser e propiciar de maneira geral, o universo científico como centro, onde todos serão capazes de atingir autonomia educacional e religiosa, aquela que possui rumo a estratagema (estratégia) e  estudo.

Devem desenvolver questões de moral para o bem comum, histórico e atual, privilegiando e honrando princípios livres de "pré-conceito"; procurar subsídios com embasamentos teóricos, com o auxílio da Teologia como fonte e fato histórico e ênfase em História como ciência Holística.
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