Quando iniciamos uma conversa sobre empresas familiares, muitos começarão a imaginar que a nossa conversa será sobre problemas de sucessão, brigas que desgastam a administração e a ineficiência. Desta vez não! Nossa conversa é sobre boas práticas.

 

Elas respondem por parte significativa da economia, mais de dois terços das empresas brasileiras são familiares e no mundo elas representam mais de 30% das empresas com faturamento acima de U$ 1 Bilhão, neste grupo participam empresas como o Walmart e a Samsung. 

“E onde elas se destacam?” você pode perguntar. Elas se destacam justamente nos aspectos que mais causam falências no mundo corporativo, as finanças e a cultura. O motivo aqui é simples, as administrações das empresas familiares, por seus aspectos socioeconômicos, estão voltadas para o longo prazo, o que as difere sobre as demais que possuem um grande foco no curto prazo. 

As empresas familiares trocam a visão do máximo desempenho pela preparação na sua continuidade. E como é isso? Nos momentos bons da economia, elas não estão somente preocupadas em ganham dinheiro, elas também estão se preparando para os momentos ruins da economia, sendo principalmente conservadoras nos investimentos imediatos e mantendo situação confortável de suas finanças, assim quando chega os momentos de dificuldade não é incomum que elas ultrapassem empresas tradicionais no desempenho. Funciona como a história da Cigarra e da Formiga, com grandes vantagens para as Formigas.

Então vamos lá, resumidamente as principais boas práticas das empresas familiares são;

> Prudência em tempos bons e ruins, conseguem manter a situação econômica estável ao longo do tempo garantindo a longevidade dos negócios;

> Ser criteriosa nos investimentos de capital, mantendo sempre ótimos retornos de forma sustentável;

> Pouco endividada, ou com “colchão” de liquidez, o que garante grande chance de “sobrevivência” mesmo em momentos muito ruins, e;

> Retenção de talentos melhor do que seus concorrentes, pouco falado aqui, mas devido a visão de longo prazo e a cultura de compromisso, elas conseguem reter mais talentos sem precisarem de grandes investimentos em incentivos aos funcionários.

Espero que este post do blog tenha ajudado a muitos que pensaram nas brigas por sucessão quando começamos a falar de Empresas Familiares a mudar essa visão e quem sabe ajudar com boas dicas observadas na gestão dessas empresas. 

Leandro Oliveira é economista formado pela PUCSP e especialista em Finanças.

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