Edson Vando de Souza Morais

Estudante de Pedagogia Licenciatura Plena (9º Período)

Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Faculdade de Educação da Baixada Fluminense

Resumo: Este artigo tem por objetivo analisar as atuações do pedagogo no projeto Bairro-Escola, realizado na Escola Municipal Meninos de Deus no município de Nova Iguaçu na educação especial. Ao traçarmos o perfil deste profissional encontramos algumas áreas de atuações: colaborador da proposta e discussão pedagógica, orientador dos profissionais e o mesmo como docente nas atividades educacionais dirigidas. Ao fim desta análise destacamos o vasto campo de atuações do pedagogo na escola, atrelando-as com o projeto municipal de educação.

Palavras-chave: Atuações do pedagogo, Bairro-Escola e Educação Especial.

Introdução

As observações das práticas pedagógicas e os diálogos com profissionais da educação, os pedagogos,nos garantiram ao longo desse tempo, a convicção de ter experimentado situações fascinantes e sem dúvida muito enriquecedoras, como futuros pedagogos e especialistas da educação.

Ficamos satisfeitos, ao saber da notícia que poderíamos continuar a análise proposta pela faculdade pela disciplina de Gestão Educacional I, na mesma escola municipal Meninos de Deus localizada no município de Nova Iguaçu, onde realizamos estágios, pois, assim pudemos dar continuidade ao processo de reflexão entre a articulação teórica com a prática, já iniciado, mas desta vez focando o papel do pedagogo na escola.

Essa escola traz um diferêncial que é o projeto municipal de educação Bairro-Escola, no mesmo a atuação do pedagogo é indispensável, por isso o presente artigo focou a atuação do mesmo nesse projeto que tem por objetivo central tornar a cidade educadora, gerando assim uma educação para além dos muros escolares.

O grifo de CABEZUDO, GADOTTI E PADILHA[1] nos diz que:

Uma cidade pode ser considerada como uma cidade educadora, quando, além de suas funções tradicionais, econômicas, sociais, políticas e de prestações de serviços ela exercer uma nova função cujo objetivo é a formação para e pela cidadania . ( 2007, p. 01)

Foi possível constatar que essa escola prioriza e pratica aspectos educacionaisnão encontrados em outras instituições públicas de ensino municipais. O programa educacional "Bairro-Escola" inclue da educação infantil ao ensino fundamental, no qual está inserido a Educação Especial, dessa rede, como constituinte da Educação Básica a mesma não pode e nem deve ser discutida a parte do projeto municipal de educação .

No Bairro-Escola é desenvolvida a integralidade, que segue os mesmos princípios da Escola Parque de Anísio Teixeira e os CIEPs de Brizola, é importante salientar que esse projeto municipal foi pensado por vários profissionais de diversas áreas, entre eles os pedagogos.

LINDBERG FARIAS[2] contextualiza que:

O Bairro-Escola é uma tentativa de superar os vários problemas sociais da cidade a partirda educação – uma educação transformadora, integral, que "faça sentido" na realidade local. Isso traz uma série de mudanças para o seu dia-a-dia.Tudo começa com o surgimento de novos espaços de aprendizagem. A educação ultrapassa os limites da escola e

se estende a todos os cantos do bairro. Um clube que não é usado durante o dia, por exemplo, pode abrigar aulas de vôlei, natação ou recreação. Em segundo lugar, a escola passa a funcionar em horário integral, oferecendo oficinas culturais, esportivas, de aprendizagem e inclusão digital para promover o desenvolvimento integral dos alunos. E, por último, toda a comunidade é convidada a se juntar ao professor na tarefa de educar: agentes de trânsito, pessoal da limpeza, motoristas, comerciantes, moradores e principalmente os jovens. Cada um tem algo a ensinar nesse processo de construção da cidadania. Enquanto isso, a prefeitura promove uma requalificação urbana que garante a circulação, a segurança e a beleza nas ruas por onde as crianças vão passar. Ações como desobstrução das calçadas, iluminação, organização dos pontos de ônibus e melhoria da limpeza. ( 2006, p. 03)

Devido ao grande número de artigos que tratam sobre o papel do pedagogo na escola, esse trabalho surge com uma proposta diferênciada, discutir a atuação do pedagogo no Bairro-Escola, trazendo a problemática dessas práticas pedagógicas voltada para a educação especial. Por ser uma área muito complexa são poucos os projetos e profissionais envolvidos em repensar as suas práticas pedagógicas.

1- EDUCAÇÃO ESPECIAL/INCLUSIVA E O BAIRRO-ESCOLA NA ESCOLA MUNICIPAL MENINOS DE DEUS

Na LDB que entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. (capítulo V, artigo 58.)

Seguindo esse pensamento, a filosofia da escola é baseada numa concepção sócio-interacionista, onde a escola deve ser ativa e cooperativa, com práticas pedagógicas que trazem embutidas uma preocupação com a formação de um ser social, que atua no presente[3]. Desde modo, o educando constrói o seu conhecimento, a partir do meio social em que vive. Ao educando são oferecidas condições, de acordo com sua realidade e necessidade social, para que ele aprenda, de forma que o pedagogo é um facilitador e orientador do processo ensino-aprendizagem.

Nessa perspectiva em relação a educação especial é voltada para a inclusão, a LDB ainda no mesmo capítulo e artigo, no entanto, em seus variados incisos segue-se as seguintes atribuições:

§ 1º. Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial.

§ 2º. O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.

§ 3º. A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.

Como essa prefeitura trabalha com os ciclos de ensinos, já existe um currículo pré-estabelecido pela SEMED em educação especial/inclusiva, tendo assim uma preocupação muito grande de estimular a construção social desses educandos, aparata pela LDB.

Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais:

I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específica, para atender às suas necessidades;

II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados;

III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para

Atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns;

IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora;

V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.

Neste sentido constamos uma fundamentação teórica baseada em DORÉ et al. (1997)[4], visando facilitar o processo de ensino/aprendizagem do educando com necessidades especiais epercebemos também influências das propostas padagógicas de Freinet, dentre as quais pode-se citar: as aulas passeio, oferecidas pelo programa integralidade, oficinas de trabalhos manuais e intelectuais e é importante salientar que são as mesmas estratégias pedagógicas para o educando especial, mas com as adaptações necessárias as necessidades.

Outro conceito que você vai ouvir ( e praticar!) muito no Bairro-Escola é o de Educação Integral. Numa definição mais teórica, é uma educação que promove o desenvolvimento integral das crianças e adolecentes, incluindo o corpo, a mente, avida social.Numa definição mais prática, é a que incentiva o desenvolvimento de uma nova geração de jovens que aprendem com mais autonimia, sabem tomar decisões, buscam uma melhor qualidade de vida, constroem relações afetivas saudáveis e se reconhecemcomo sujeitos ativos e participantes, Educação Integral, na essência, é educação transformadora. (SEMED. Nova Iguaçu, 2006, p.6)

é importante lembrar, que essas aulas passeio garantem a ampliação da permanência e extensão do horário escolar, prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), art. 34. Diz que a jornada escolar no ensino fundamental incluirá pelo menos quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliado o período de permanência na escola.

Na integralidade os educandos realizam as atividades educacionais em sala de aula, e em outro horário voltam a escola ou permanecem para realizarem oficinas oferecidas pela unidade escolar que são divididas em: Oficinas de Esportes, Cultura e Aprendizagem.

Não esquecendo das mesas positivos, um pequeno laboratório de informática para todas as criançascom a intenção de alfabetizar. Conheça a baixo a proposta de cada uma delas.

1.Oficinas de Esportes:

Promovem a saúde, o conhecimento do corpo, o desenvolvimento de habilidades físicas individuais e a cidadania. Além das várias modalidades esportivas, como vôlei, basquete, futebol e natação, oferecem atividades de recreação e jogos cooperativos (nos quais são trabalhados valores importantes a uma sociedade mais justa e cooperativa).

2.Oficinas de Cultura:

Desenvolvem a criatividade, a sensibilidade estética e o uso das várias linguagens artísticas como forma de expressão, que incluem: teatro, dança, artes, plásticas, cinema, música etc.

3.Oficinas de Aprendizagem:

Amplia a autonomia no processo de aprendizagem, aprofundando o que foi visto nas aulas e reservando um espaço para o dever de casa. Além disso, buscam fazer pontes com a vida familiar, escolar e comunitária, valorizando as experiências vividas pelas crianças e estimulando a sua expressão e olhar crítico. A pesquisa, estudos dirigidos e utilização de recursos pedagógicos diversificados são muito utilizados para o desenvolvimento desta oficina.

Para participar do horário integral, o aluno especial ou não deve estar regulamente matriculado e seus pais ou responsáveis devem assinar um termo de Adesão. Esse é o compromisso dos pais exigido pela secretaria de educação de Nova Iguaçu.

Em relação, ao currículo exigido ou imposto pela rede municipal para a educação especial/inclusiva, deixamos a seguinte citação em Dickel (2002) para maior reflexão sobre o assunto.

O currículo exige do professor conhecimentos, sensibilidades, capacidade de reflexão e dedicação profissional, já que tem em vista o processo ensino/aprendizagem adequado ao ritmo e às peculiaridades de cada aluno. No seu entender, trata-se de um meio através do qual o professor aprende semelhante, a arte de ensinar mediante o exercício de seu próprio "que fazer". Nessa aprendizagem, é preferível a comprovação crítica, como garantia da autonomia, à aceitação passiva. (p.46)

É importante ressaltar que o pedagogo participou ativamente de toda discussão macro sobre o projeto, norteando com pontos significativos, com o propósito de que não ficasse um utópico pedagógico, muito diferente do real que seria encontrado em toda a rede.

2- O PEDAGOGO E AS ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS

Toda a equipe pedagógica, incluso os pedagogos, se mantém em permanente contato com a comunidade escolar que o Bairro-Escola atende, ou seja, os professores, os educandos e seus responsáveis e todos os profissionais que a escola possui, os orientando com as multiplas formas pedagógicas.

Frequentimente são realizadasreuniões com toda a comunidade escolar, da mesma participam a professora ou professor da turma, a Orientador Pedagógico e o Educacional e os responsáveis dos educandos especiais são bem frequentes. Quando é preciso falar alguma coisa sobre alguma criança individualmente é marcada uma reunião em particular com os seus. As crianças possuem um caderno de recados que serve como um dos vínculos entre a instituição e a "família" (que é a comunidade), onde são anotadas as informações de casa e da escola. Visando ser mais um veículo de comunicação entre as duas partes interessadas.

Uma vez ao ano é realizado com a comunidade passeios para sítios passando o dia todo, em função do lazer. Foi criado um concelho escolar, onde todas as pessoas ligadas à escola podem se fazer representar e decidir sobre aspectos administrativos, financeiros e pedagógicos. Além de um canal de participação, o concelho escolar é também um instrumento degestão da própria escola. Todas essas atitudes surgiram a partir de uma discussão de cunho pedagógico com um vínculo direto com a Secretaria Municipal de Educação, a Escola Municipal Meninos de Deus e a comunidade.

O pedagogo nessas orientações pedagógicas não é um transmissor de conhecimento, mas sim um facilitador do processo ensino-aprendizagem, onde o professor e o aluno exercem o papel de sujeitos ativos. O educando especial ou não é colocado diante de situações diferentes, para que busque soluções próprias e, assim, construa seu conhecimento em conjunto com os demais ao seu redor.

A educação é um processo cujos fins remetem a valores e princípios pedagógicos que determinam o modo pelo qual os pedagogos e professores colocam os alunos em relação com conteúdos educacionais e avaliando de diversas formas e continuamente os resultados desse processo.

Até agora, todos os problemas, até os mais sérios como, por exemplo, os de desrespeitos entre as partes citadas (professor e aluno especial), foram solucionadas com as interveções pedagógicas dos pedagogos, já que a preparação para lidar com o outro, com conflitos e reações individuais e grupais, seja em sala de aula, seja com colegas e outros educadores da escola (sem falar nos pais dos alunos, nem sequer mencionados em muitos cursos de formação)(PLACO, 2002), tais práticas pedagógicas são discutidas constantemente no curso de pedagogia, problemática essa que se estende a todos os envolvidos diretamente ou não com a escola.

3- ATUAÇÕES DO PEDAGOGO NAS ATIVIDADES REALIZADAS NAS CLASSES INCLUSIVAS

Na 1ª etapa A (antiga classe de alfabetização), cuja professora regente é uma pedagoga, observamos que as atividades apresentadas e desenvolvidas por ela em sala enriqueceram as experiências infantis. As atividades favoreceram o processo de alfabetização em nível do reconhecimento, as representações dos objetos das suas vivências em nível de expressão de seus pensamentos e afetos. É importante salientar que essa é uma turma inclusiva, pois há um educando com Síndrome de Down.

Neste sentido, ressalto a posição defendida por CARVALHO (1997)[5]:

Que as atividades e situações pedagógicas propostas ao educando especial ou não têm portanto, o objetivo último de favorecer a exploração, a descoberta e a construção de noções, ou seja, o desenvolvimento com um maior conhecimento do mundo físico e social. ( p. 21)

Quanto a formação da Professora ela é formada no curso de Pedagogia com habilitação em Supervisão e Administração, tem 12 anos de experiência no magistério, sendo 3 deles de Meninos de Deus. Em conversas informais, nos contou que devido a esse educando especial teve que se aprimorar pedagogicamente em relação a educação especial e inclusiva para a rede de Nova Iguaçu.

Nesse período que pudemos observar a turma, a professora e os oficineiros trabalharam em todo momento a questão: Eu, Você e o Outro.

Segundo GLAT (1998) [6]:

Em uma classe inclusiva se constitui no lugar onde o educando tem oportunidade de desnvolver certas operações mentais, expandir a sensibilidade e a criatividade, desnvolver habilidades psicomotoras específicas, ampliar o vocabulário, ampliar o conhecimento social e conviver com valores morais diferentes dos da família. A aquisição desses conhecimentos acontece no desenvolveimento das mais diversas atividades. (p. 16.)

Essa era a temática da semana para o desenvolvimento das atividades nessa classe, para falar das diversidades culturais dos nossos povos a professora e os oficineiros trabalharam em sala de aula e fora dela o respeito às diferentes raças, etnias e as necessidades especiais. Embora, sendo ainda bem pequeninos a questão da pluraridade cultural dos povos com seus diferentes tipos de raças e as necessidades especiais ficou evidente que somos diferentese devemos aceitar os colegas, os vizinhos e as outras pessoas como elas são, sem preconceito.

No entanto, esse educando ainda bate de frente com muitas práticas preconceituosas dos coleguinhas e da própria instiuição escolar no geral, ainda que inconscientimente gerando assim um vilolência simbólica constante. No entanto, tais concepções desconstruídas e desmitificadas desde cedo os pequenos serão adultos mais críticos e sensíveis diante da questão inclusão social em seu aspecto macro e micro.

Na 2ª Etapa B (primeira série), vejo em Maria Inês, uma educadora condutora do processo ensino-aprendizagem, como, está licenciando em Pegagogia, o curso tem influênciado muito em sua atução como docente II. Em Contreras (2002, p. 84.) a análise e a reflexão sobre a prática profissional que se realiza constitui um valor e um elemento básico para a profissionalidade dos professores[7].

A professora Inês tem um ótimo domínio de turma e a conduz com muita sabedoria, gosta do que faz.

A matéria ensinada no dia era a matemática com o conteúdo "soma" ainda que não com esse nome. Ao término da aula, nos foi solicitada a nossa opinião sobre sua turma, respondemos que eles estavam bem, no entanto, a atenção é algo fundamental para o desenvolvimento das atividades em aula, em que, alguns faltavam.

Não se espera que o aluno adquira condição tamanha de autonomia, que possa por exemplo, construir os axiomas matemáticos, refazer a filologia da linguagem, recriar sozinho as leis físicas e a composição dos produtos químicos. Sobretudo, na escola básica, a meta é reconstruir o conhecimento, em sentido participativo/construtivo. (DEMO, 2004, p. 98)

Logo após veio a temática escolhida para compreender que o meio ambiente é o elemento essencial à vida e ao bem-estar. Esse era o objetivo geral da temática escolhida para trabalhar durante a semana "Trabalhando Com Carinho a Natureza", desenvolvido por essa turma. As atividades possibilitam às crianças vivenciar diferentes culturais locais, estimulando a consciência ambiental e a prevenção dos seres vivos em extinção ou não. Tudo é ensinado de acordo com a interdisciplinaridade, inclusive "a soma" estava contextualizada dentro dessa temática e que se desdobraria aos demais áreas do saber no decorrer da semana.

Nessa turma há um educando com dislexia, e como consequência do não diagnóstico, outrora, a reprovação fazia parte do seu histórico social escolar, hoje, já diagnosticado, a professora e toda a instituição com suas práticas pedagógicas se adequaram a suanecessidade com as mais distintas exposições orais (MAZZOTTA, 1996, p. 35) em cada atividade padagógica desenvolvida fora e dentro de sala.

Como, por exemplo:através da exibição de vídeos, contação de histórias, construção de maquetes e murais, todos educandos tiveram contato com temas como desmatamento, queimadas, poluição das águas, mudanças climáticas, entre outros. " A nossa proposta é conscientizar a comunidade escolar através da educação sobre os problemas ambientais e incentivar nossos educandos a preservar o meio ambiente saudável". Justifica a diretora da escola.

Nas oficinas a turma enfocava a preocupação com as espécies em extinção e as que não estão. Durante as atividades de conscientização sobre a importância da preservação da fauna, os educandos trabalharam com a argila, massa de modelar, colagem e pintura para representar alguns animais. E em todo o momento as atividades dirigidas se adquava ao educando com dislexia, ou vice e versa.

No entanto, em vários momentos o bulling era efetuado pelos coleguinhas, os que nortiavam as atividades dirigidas (professora e os oficineiros) tinham que intervir em cada hora com uma tentativa de findá-lo, mas logo retornava o tal ato preconceituosos. Este projeto atingiu em cheio as expectativas, mas falta questão "do diferente" a ser problematizado e contextualizado. Trabalhamos com a formação de futuros cidadãos. Cada criança é um agente multiplicador e esse projetos possibilitam a disseminação do conhecimento no meio social.

A relação que fizemos sobre as práticas pedagógicas das duas professoras é de como a formação influência a sua metodologia, a professora da etapa A consegue expor o conteúdo mais facilmente e administra melhor a sua metodologia. Já a professora da etapa B apesar de ser professora há mais de 20, somente agora esta estudando, como citado anteriomente, mesmo tendo dominio de classe, não consegue estabelecer uma relação abragente com todos os educandos como faz a professora da etapa A.

Fez-se necessário esta investigação mais proximaporque era preciso verificar como é a atuação do pedagogo na sala de aula.

CONCLUSÃO

A Escola Municipal Meninos de Deus existe nesta comunidade há muito tempo, atendendo a comunidade do bairro da Prata , até o presente momento está oferecendo desde à 1ª Etapa A à 4 série. A maioria das crianças estão na escola desde à 1ª Etapa A, por isso, os responsáveis adquiriram confiança no trabalho desenvolvido pela instituição e seus profissionais.

A unidade de ensino possui muitos aspectos positivos. Um deles é a utilização do Bairro-Escola, também na e para educação especial/inclusiva, apresentado no relatório, o que possibilita que os educandos especiais ou não circularem por diversos lugares durante o dia, entretanto, em contato com várias situações educacionais diferentes.

Desde à 1ª Etapa Aera evidente a importância atribuídas às atividades lúdicas. Havia uma preocupação em se ter uma organização das oficinas em função dos espaços físicos.

A relação adulto-criança era baseada em muito carinho e dedicação; professores e auxiliares estavam sempre atentos e cuidadosos.

Outro aspecto importante a destacar, é que todas as atividades tinham seu tempo determinado, e algumas vezes, este tempo era muito escasso, principalmente se considerarmos a necessidade de cada turma e principalmente aos educandos especiais.

Viver esta experiência foi enriquecedora e fascinante, descrevê-la foi compartilhar uma caminhada. Assimilamos novos conhecimentos teóricos, práticos, ganhamos experiência de vida e ampliamos a nossa concepção sobre a educação especial/inclusiva e atuação dos pedagogos vizualisando a realidade escolar.

É importante salientar e perceber três atuações do pedagogo, a primeira na elaboração e participação da discussão do projeto Bairro-Escola, a segunda atuação é diretamente na escola na execução do projeto, trabalhando na orientação, planejando e organizando os professores para implementação do mesmo, a ultima atuação que percebemos na escola foi a de professor onde de fato há a implementação de todo o planejamento e objetivos do projeto. Esta análise nos possibilitou perceber como é importante a participação e atuação do pedagogo no âmbito escolar, desmistificando que o pedagogo é somente um professor, mas que ele é um planejador e executor de todo o processo escolar analisado.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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CARVALHO, R. E. Aspectos da Dinâmica Interativa no Contexto da Educação de Crianças e Jovens com Síndrome de Down. IN: GÓES, M. C. R. & SMOLKA, A. L. B. (Orgs). A Significação nos Espaços Educacionais: Interação Social e Subjetivação. São Paulo: Papirus, 1997.

CONTRERAS, J. Autonomia de Professores. Tradução de S. T. Venezuela e Revisão técnica, apresentação e notas à edição brasileira de Selma Garrido Pimenta. São Paulo: Cortez, 2002.

DEMO, P. Desafios Modernos da Educação. 13ª edição Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2004.

DICKEL, A. Que Sentido Há em se Falar em Professor-Pesquisador no Contexto Atual? Contribuição Para o Debate. In: GERALDI, C. M. G. et al (Orgs.). Cartografia do Trabalho Docente Professor (a)-Pesquisador (a). Campinas, SP: Mercados das Letras: Associação de Leitura no Brasil, 1998. p. 33-71.

DORÉ, R.; WAGNER, S,; BRUNET, J. A Integração Escolar: Os Principais Conceitos, Os Desafios e Os fatores de Sucesso no Secundário. IN: MANTOAN, M. T. E. e colaboradores. A Integração de Pessoas Com Deficiência. São Paulo: Mennon, 1997.

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PLACCO, V. M. N. S.Formação de Professores: O Espaço de Atuação do Coordenador Pedagógico-Educacional. In: AGUIAR, M. Â. S. & FERREIRA, N. S. C. Para Onde Vão a Orientação e a Supervisão Educacional? Campinas, SP: Papirus, 2002. p. 95-106.

REVISTA DE EDUCAÇÃO AEC. Neoliberalismo – V. 25, nº 100, Jul/Set. 1996, - Brasília.

REVISTA NOVA ESCOLA, fevereiro de 2006, págs: 22, 23 e 24 "O sistema de Ciclos é o Mais Adequado na Escola para Todos". Reportagem com: Elba Siqueira de Sá Barretto, Pedagoga.



[1] Ver NOVA IGUAÇU. Secretaria Municipal de Educação de Nova Iguaçu. Educação em Movimento. Ano I: Nº 1- Ago/Set de 2007. Indicações completas, como as demais que serão citadas em notas, encontram-se na bibliografia, ao final.

[2]Prefeito releito do município de Nova Iguaçu ver esse grifo em: NOVA IGUAÇU. Secretaria Municipal de Educação de Nova Iguaçu. Bairro-Escola Fazendo de Nova Iguaçu uma Cidade Educadora. Caderno do Educador. Nova Iguaçu, RJ: Secretaria Municipal de Educação, 2006.

[3]Ver ESCOLA MUNICIPAL MENINOS DE DEUS. Projeto Político Pedagógico. Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, 2007. p. 07.

[4] Ver em DORÉ, R.; WAGNER, S.; BRUNET, J. A Integração Escolar: Os Principais Conceitos, Os Desafios e Os fatores de Sucesso no Secundário. IN: MANTOAN, M. T. E. e colaboradores. A Integração de Pessoas Com Deficiência. São Paulo: Mennon, 1997.

[5] Ver CARVALHO, R. E. Aspectos da Dinâmica Interativa no Contexto da Educação de Crianças e Jovens com Síndrome de Down. IN: GÓES, M. C. R. & SMOLKA, A. L. B. (Orgs). A Significação nos Espaços Educacionais: Interação Social e Subjetivação. São Paulo: Papirus, 1997.

[6] Ver GLAT, R. A Integração Social dos Portadores dos Portadores de Deficiência: Uma Reflexão. In: Questões Atuais em Educação Especial. V. 1. Rio de Janeiro: Sete Letras, 1998.

[7] Ver CONTRERAS, J. Autonomia de Professores. José Contreras: tradução de Sandra Trabucco Venezuela: revisão técnica, apresentação e notas à edição brasileira: Selma Garrido Pimenta. São Paulo: Cortez, 2002.