Artigo: As armas nucleares da Coréia do Norte e a ameaça aos EUA, Coreia do Sul e Japão

 

Roberto Ramalho é Jornalista e estudioso de assuntos políticos

 

Faz praticamente três anos que a Coréia do Norte fazia com extremo sucesso testes com mísseis balísticos em seu território.

 

Na ocasião o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou logo depois de saber do teste nuclear realizado pelo país comunista, que a ação norte-coreana era uma ameaça à paz internacional para logo após declarar em pronunciamento lido na Casa Branca, que a atitude do regime de Pyongyang foi "irresponsável" e uma "violação ao direito internacional".

Naquela época lembro-me muito bem que um ex-aliado, a Rússia também condenava o teste. De acordo com a BBC Brasil, o ministro do Exterior russo, Sergei Lavrov, afirmou naquele momento que o país estava "preocupado" e que os testes eram "um golpe nos esforços de não proliferação".

A China, um aliado incondicional de Pyongyang, por meio de seu ministério do Exterior afirmava em um comunicado que "o governo chinês era contra, de forma resoluta, o teste nuclear da República Democrática Popular da Coréia do Norte".

 

O então e também ex-primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, também condenou de forma veemente a ação norte-coreana e disse que ela "iria minar a possibilidade de paz na península coreana e não ajudaria a segurança da Coréia do Norte".

 

E sentenciou: "A comunidade internacional vai tratar a Coréia do Norte como um parceiro se ela se comportar de maneira responsável. Se não fizer isto, pode esperar apenas contínuo isolamento".

 

O porta-voz do Ministério do Exterior do Japão, Kazuo Kodama, também demonstrou a época preocupação com o teste nuclear da Coréia do Norte e disse que seu país iria responder "de maneira responsável" nas Nações Unidas, mas não deu maiores detalhes.

 

"Estou profundamente preocupado com os relatórios sobre o teste nuclear. Acompanho de perto a situação na região, da mesma forma que seguirei uma reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU em Nova York", disse o recém empossado presidente das Nações Unidas, Ban Ki-moon à rede de televisão dinamarquesa "TV2".

 

A Coréia do Norte, que não aderiu ao Tratado para a Proibição Total de Testes Nucleares (CTBT), havia se retirado no mês anterior ao teste, em protesto contra a condenação internacional do lançamento de um foguete no dia 5 de abril (2009), da conversação multilateral envolvendo Estados Unidos, China, Japão, Rússia e as duas Coréias sobre seu programa nuclear, e para espanto da comunidade internacional, havia anunciado a realização de seu segundo teste nuclear, depois também de ter realizado em outubro de 2006, que lhe acarretou sanções internacionais.

 

Este teste nuclear norte-coreano que gerou também condenações internacionais fez com que o Japão, país vizinho a Pyongyang solicitasse uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

 “O Japão condena o teste nuclear norte-coreano, que representa uma violação das resoluções da ONU e uma ameaça para a paz e a segurança, não só para o Sudeste Asiático, mas para o mundo inteiro", afirmou o porta-voz da delegação japonesa em Hanói, Kazuo Kodama.

 

O Conselho de Segurança das Nações Unidas após se reunir terminou condenando pela violação de suas resoluções com o teste nuclear realizado pela Coréia do Norte, conforme havia anunciado o embaixador da Rússia na ONU, Vitaly Tchourkine,

 

O que nunca entendi e compreendi, fazendo um comentário sobre o assunto é porque Os Estados Unidos enviavam milhões de toneladas de alimentos ao povo coreano do Norte, principalmente trigo, milho, arroz e cevada, por razões humanitárias, quando se sabe que os alimentos são desviados para alimentar o gigantesco exército Norte-Coreano, zombando dos americanos e do seu presidente, Barack Obama.

 

Embora a Coréia do Norte tenha a Rússia e a China como potências aliadas, os EUA e a OTAN, junto com a Coréia do Sul e o Japão, já deveriam ter feito alguma coisa contra esse país que não respeita a comunidade internacional. Leiam-se, também, a ONU - e a Agência Internacional de Energia Atômica, tendo expulsado seus inspetores em duas ocasiões.

 

Todos nós sabemos que Os Estados Unidos são um país prepotente e arrogante. Em vez de estarem se preocupando somente com a questão nuclear do Irã, deviam, isso sim, estarem mais preocupados ainda com a Coréia de Norte que foi acusada pela Coréia do Sul de ter afundado dois anos atrás a corveta Cheonan, matando 46 marinheiros em um incidente militar mais mortífero desde a Guerra entre as Coréias de 1950 a 1953.

 

Além disso, deveriam persuadir Israel a aceitar a criação de um “Estado Palestino”, resolvendo quase praticamente os conflitos que se sucedem naquela região.

 

E agora os dois países estão em pé de guerra, por causa do lançamento de um satélite Norte-coreano ao espaço que para os EUA, Coreia do Sul, Japão e aliados trata-se, na realidade, de um lançamento de um míssel em mais um teste de Pyongyang.

 

Nos últimos anos a Coréia do Norte já testou mísseis de longo alcance e que podem até atingir inclusive Os Estados Unidos e já devam também ter a bomba atômica como já afirmaram as grandes potências ocidentais que tem armas nucleares.

 

E com as manobras militares entre EUA e Coreia do Sul em curso com a utilização pela primeira vez de aviões B-1 e os Falcon Raptor-22, considerados os caças invisíveis, isso trouxe uma preocupação ainda maior para o ditador Kim Jong-Un que considera um ato hostil e de provocação.

 

Em entrevista ao jornal “Correio Braziliense”, por e-mail, Roberto Colin, embaixador do Brasil em Pyongyang, contou que a capital norte-coreana está “aparentemente calma”. “Alguns conhecidos estiveram no interior do país e disseram nada terem visto de incomum”. “Porém, o embaixador afirmou que Os EUA trouxeram submarinos nucleares e bombardeiros B-52 e B-2, transformando a região em vitrina dos mais modernos armamentos e criando uma situação extremamente tensa”, relatou.

 

Também em entrevista ao “Correio Braziliense”, por e-mail, o Professor de relações internacionais da University of Southern California, em Los Angeles, David Kang admite que a China experimenta uma frustração crescente com a Coreia do Norte. “Ainda que não esteja disposta a aplicar uma pressão real sobre Pyongyang, ela mostra uma irritação visível com o regime de Kim Jong-un”. “Mas não creio numa mudança fundamental na política chinesa em relação à Coreia do Norte.” O autor de China rising: Peace, power and order in East Asia (“A ascensão da China: Paz, poder e ordem no leste da Ásia”, pela tradução literal) aposta que Pequim prioriza a estabilidade à desnuclearização na Península Coreana. “É improvável que os chineses implementem sanções econômicas, por exemplo”, opinou Kang. De acordo com ele, a crise na Península Coreana tem desviado a atenção da China de áreas da política externa cruciais para o país.

 

E o presidente chinês, Xi Jinping, fez nesse domingo (07.04.2013) uma crítica velada à Coreia do Norte. Disse ele: "Não deveria ser permitido a ninguém jogar uma região ou mesmo o mundo inteiro no caos por um ganho egoísta", concluiu.


A China é considerada a maior aliada do regime comunista da Coreia do Norte, que anunciou estado de guerra contra a Coreia do Sul e vem ameaçando usar armas nucleares contra a Coreia do sul, Japão e até contra os EUA.

E assistindo ao programa “Painel” apresentado pelo jornalista William Waack e veiculado pela “Globo News”, um dos entrevistados, o jornalista especialista em armas, Roberto Godoi, disse que uma guerra entre a Coreia do Norte e os EUA e seus aliados levariam a quase destruição do país comunista. Segundo ele, as Forças Armadas norte-coreanas embora numerosa não possuem equipamentos modernos para enfrentar seus oponentes. Mas ressaltou que eles poderiam causar um estrago muito grande na capital da Coreia do Sul, Seul, somente com a utilização de bombas de alto poder destrutivo, mencionando, também, a possibilidade do uso de um artefato nuclear.

Fonte de Informações e Veículos de Comunicação citados:

1. BBC Brasil;
2. Ministério do Exterior da China;
3. Ministério do Exterior do Japão;
4. Conselho de Segurança da ONU;

5. Jornal Correio Braziliense;

6. Programa “Painel” veiculado pela Globo News”.