Navegando em uma caixinha de sonhos,
Sobre as ondas, deixamos nossas marcas na espuma...
Longa distância percorrida,
Infinitas correntezas perdidas...

Buscando uma direção,
Direção dos barcos, das velas, do vento...
Do céu, do sol,
Do arco-íris extenso...

Um paraíso de luzes no céu cingrando,
Suaves brisas, sobre íntimos mistérios...
Lembranças entorpecidas pela distância,
Ou mesmo por vôos magistérios...

Uma gaivota que imaginava ser livre,
Vencendo os limites da terra...
Um cardume arrastado pelas redes, lançadas ao mar,
E lá estão, predadores de vida que alimentam vidas, apesar de esquecidas...

Pescadores de maravilhas na imensidão,
Alimento, caminho, destino...
Triunfos distantes,
Profundos "Sozinhos"...

O sol brilha intensamente até se recolher,
E sobre as águas, deixa o silêncio do entardecer...
Abrindo um novo céu solitário,
De estrelas que nunca se tocam,
De planetas que nunca se encontram...

A lua materializa fábulas de amor,
Enquanto perece sobre os pesadelos humanos...
A inocência perdida dos cometas,
Ou mesmo a claridade repentina e triste,
De mais uma estrela cadente...

Nossa viagem apenas começa,
E abraçamos o encanto, à cada nova saída...
À cada passagem extendida,
Em cada encontro, em cada despedida...

Juntando cada grão, cada pedaço,
E até o fim da noite,
Ancoramos,
No Arquipélago da Vida...

(Sandro Nadine)