Segundo Vigotisky a comunicação  entre homens que ocorre por intermédio da linguagem humana viabiliza a vida em sociedade. Consideremos a LE como um conjunto de símblos , signos, a serem decifrados pelos aprendizes da mesma e teremos então uma idéia mais clara de como esse processo se dá  partindo do princípio apoiado por muitos teóricos entre eles  Krashen, de que não se isola  a cultura para se aprender uma LE, pois, a mesma é parte integrante do processo  de learning/acquisition .

O processo de learning/acquisition  de uma LE ou L2 não deve ser isolado de conhecimentos culturais  pois os mesmos facilitam a absorção de conceitos abstratos culturalmente produzidos pelos aprendizes de LE /L2  conforme nos mostra Vigotisky.

Para que a comunicação possa atingir níveis satisfatórios de compreensão algumas interferências culturais , como  por exemplo costumes e gostos, são necessárias para que a mesma não se limite a ser apenas troca mecânica de informações ou enunciados .

Há ainda, é claro, outros fatores que interagem diretamente nesse mesmo processo e que serão discutidos a seguir pois, sabe-se que o processo de aquisição de uma L2  sofre várias interferências internas e  externas e que cada aprendiz se adapta, tem seu próprio processo como nos mostram os estudiosos dessa área de pesquisa , e, que cada indivíduo é único dentro desse sistema de aprendizado moldando suas características pessoais aos modelos de aprendizagem  que lhes são apresentados mesmo que inconscientemente. É o caso  das 5 hipóteses apresentadas por Krashen onde  o aprendiz é exposto a fatores internos e externos que podem auxiliar ou não no seu desenvolvimento como falante de uma outra língua. Na hipótese do insumo , como exemplo, esse tipo  de instrução pode , se não bem aplicada  pelo professor ou pela pessoa diretamente envolvida no processo, vir a prejudicar  a atividade de aprendizagem/aquisição, ou seja se o insumo não for compreensível o aprendiz continuará no mesmo estágio sem avançar, o que descaracterizaria  o ( i + 1). Ainda dentro das teorias de Krashen podemos resumir essas hipóteses como quatro elementos  fundamentais para o desenvolvimento da segunda língua: o insumo, a interação social, a motivação e os processos mentais do aprendiz.

A meu ver dois deles estão diretamente ligados e são essenciaias para qualquer processo de aprendizado de uma L2 que são o insumo e a interação social. O primeiro responsável pelo  que chamo de  um passo a mais ou seja  o  aluno sai do estágio em que se encontra e avança naturalmente com o auxílio do professor sem que normas lhes sejam apresentadas , desde é claro que o professor use um insumo compreensível como citado acima, e o segundo responsável pela integração, pela troca desse i +1 apresentado pelo professor em forma de comunicação com os de mais falantes. Através desses dois elementos o aprendiz estaria inconscientemente trabalhando sua motivação e parte de todo processo mental necessário para a aquisição de uma segunda língua.

Retornando ao elemento interação, esse tem se mostrado de fundamental importância segundo estudos feitos por  Vigotisky que datam de muito antes de toda  a discussão sobre Abordagem Comunicativa que hoje nos cerca. O princípio desses estudos baseados em modelos sócio-interacionistas defendidos por Vigotisky atenta para a importância de um ambiente propício criado pelo professor ou responsável , para que o aprendiz tenha condições de exercer, praticar aquilo que aprende com os demais do grupo, mostra também o que em outras palavras citamos  como  falar se aprende falando  ou fazer se

aprende fazendo . Segundo o autor , imteração , é fator primordial para que a aprendizagem aconteça ,e voltamos novamente nas teorias que se complementam pois a qualidade de insumo apresentada ao aluno em um ambiente comunicativo pode sim determinar a  a qualidade de seu aprendizado.Dentro desse processo que hoje nomeia-se como  Communicative Approach ou Abordagem Comunicativa procura-se também trabalhar o chamado   ZDP  ( zona de desenvolvimento proximal) que nada mais  é que  parte do processo de interação pois  o aprendiz será levado através de insumo a  sair do ponto de seu conhecimento real e aproximar –se de um estágio mais avançado de aprendizado com o auxílio do professor ou da pessoa responsável por esse processo.

Mas dentro de todo esse panorama de aprendizagem /aquisição de uma segunda língua qual seria o papel da língua mãe? Ela teria alguma influência no processo? Deveria ela ser considerada também como ponto chave?

Para responder a essas perguntas nos remetemos a estudos feitos primeiramente na área da pedagogia preocupando-se com esse fator. Há de se levar em conta elementos como a transferência e interferência positivas que a língua mãe tem sobre o processo de aprendizagem de uma outra língua, pois nossa língua é nossa história linguística, é nosso background,  o primeiro sistema de signos que nos foi apresentado mesmo que em ordem inversa pois primeiro nos foi mostrada a língua como meio de comunicação e só então seus símbolos, quando já estávamos aptos a nos comunicar em sociedade. Através  da nossa língua , nossa identidade se forma e, se desvincular disso para que outra língua venha a fazer parte do nosso  cenário lingüístico seria o mesmo que abrirmos mão da nossa bagagem lingüística.  O que se propõe é uma análise constrativa da língua mãe como auxiliar no desenvolvimento de uma L2  utilizando -se das transferências necessárias e coerentes no processo de desenvolvimento da segunda língua. Considera-se que há meios termos entre essas transferências e é aí que se forma a interlíngua ou seja aquela mediada entre a língua mãe e a que se propõe a aprender .Transferência não significa traduzir a segunda língua para a língua mãe ou vice –versa e sim utilizar-se  de aspectos semânticos e morfológicos da primeira para uma melhor  performance  da segunda. O que se percebe é uma dificuldade do aprendiz em se desprender dos aspectos de sua língua ao aprender uma segunda, o que o leva ao estágio de fossilização da língua, termo esse não aprovado por alguns estudiosos por o acharem muito definitivo,  mas que em outras palavras trata do processo onde o aprendiz se recusa a se abrir a outras perspectivas lingüísticas e tenta a todo custo transferir toda sua língua mãe para dentro do contexto da segunda língua, o que torna sua aprendizagem lenta e quase nula. A interlíngua para o aprendiz de uma L2 deve ser a união feliz de fatores como envolvimento cultural motivados pelo responsável pela sua aprendizagem juntamente com insumos compreensíveis trabalhados de forma interativa e daí então valendo –se da língua mãe para as adaptações necessárias a serem consideradas no novo idioma.

O sistema lingüístico e sua aprendizagem e aquisição é algo complexo e ao mesmo tempo intrigante, as formas com que ele nos é apresentado e a forma com a qual nos interamos do mesmo nos remete a  questionamentos infindáveis que despertam prncipalmente naqueles envolvidos no  processo de ensino uma gama de opções e vias de acesso para que possamos descobrir as nossas próprias técnicas e abordagens teóricas a serem utlizadas em sala de aula.