APRECIAÇÃO MUSICAL COMO INSTRUMENTO FACILITADORNO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

Nilza Carla Teixeira (Karlla Teixeira)

  Mestrado em Educação

UNINOVE

 

Resumo: Este artigo tem como objetivo a apreciação musical como mais uma ferramenta facilitadora no processo de alfabetização e letramento com alunos de 1ºe 2º ano do E. F. Tendo como fundamentação a teoria freiriana agregada à pedagogia musical, pretende-se mostrar resultados significativos, onde a música como agente mediador somado à interferência objetiva do professor promove ações importantes como ouvir atentamente, interpretar, ler e escrever. Um aprendizado significativo partindo das experiências musicais trazidas pelos alunos para a sala de aula.

Palavras-chave: Apreciação Musical na Alfabetização. Alfabetização com Música. Ler e Escrever com Música.

INTRODUÇÃO

            O professor pode em sua práxis docente utilizar a bagagem musical que o aluno traz como experiência já adquirida, e direcioná-lo por meio da apreciação musical para a alfabetização e letramento, através de atividades que exigirá do educando uma minuciosa atenção auditiva e do educador criatividade. Essa atividade propõe que a criança faça a interpretação do que ouviu (oralmente, desenho, escrita), cabendo ao professor explorar a ação, partindo do pressuposto de que o interessante é significante para a aprendizagem e apreensão de novos conteúdos, como, por exemplo, a ampliação do repertório de vocabulários para a escrita. Essa forma de atividade, com apreciação musical, é mais uma abordagem facilitadora para alfabetizar e proporcionar a escrita à criança.  

  Tendo como fundamentação o construtivismo e elaborada através de dados bibliográficos este artigo, pretende demonstrar a música como um agente catalisador, que poderá auxiliar no processo de alfabetização e letramento, que segundo Rego (1990), ocorre no período de três a seis anos.

          Mediante a pergunta: “Apreciação musical pode ajudar nos processos de alfabetização e letramento?”, pretende-se aproximar a uma resposta tendo como objetivo observar os processos de desenvolvimentos das atividades que a apreciação musical proporcionará para a evolução e conquistas de cada fase da leitura e da escrita.

            A música faz parte do convívio da criança e as crianças cantam, dançam, ouvem música no seu dia a dia, e é por esse fator que se faz interessante a inclusão da música como “ponte” para a construção do saber. Desenvolver a sensibilidade auditiva do educando, proporcionar um ouvir de forma inteligente trabalhando com o que ela já sabe de maneira criativa, para que a criança possa expressar livremente o seu mundo interior, também é o objetivo desse trabalho.

            O Artigo, em questão está dividido em quatro sessões. A 1ª sessão, “Apreciação musical”, tem o objetivo de fundamentar como essa ferramenta musical pode ser entendido para a aplicação do mesmo. A 2ª sessão, “A música: da família à escola”, aborda o trajeto da música na vida da criança, que têm início dentro da família mantendo continuidade na escola (socialmente), mostrando, assim a importância de trabalhar a música na sala de aula. A 3ª sessão, “A Psicogênese da Língua Escrita e a Apreciação Musical”, abordam a contribuição da música para a língua escrita. A 4ª sessão, “Apreciação Musical como Instrumento Facilitador no Processo de Alfabetização e Letramento”, é o resultado dessa pesquisa como uma diferente atividade para facilitar e auxiliar o aprendizado durante o processo de alfabetização e letramento.

            Proporcionar à criança uma diferente forma de leitura de mundo através da apreciação musical e compreender até que ponto esta forma de arte pode contribuir no processo de alfabetização e letramento, é o objetivo deste artigo.

 

 

 

1-   APRECIAÇÃO MUSICAL

 

            São inúmeros os conceitos dado ao termo “apreciação musical”, embora seja uma técnica musical abordada pelos educadores da área específica é ainda questionada como um treinamento musical e confundida como percepção musical. Busquemos, primeiramente, no Dicionário de Música da Harvard um embasamento teórico para alicerçar nosso entendimento:

 

Um tipo de treinamento musical planejado para desenvolver a habilidade para ouvir música inteligentemente. Esse tipo de educação musical é muito comum nos Estados Unidos e Inglaterra, mas praticamente desconhecido na Alemanha e França. Cursos em apreciação musical têm sido criticados como superficiais, mas como todos os cursos acadêmicos, eles podem ser bem ou mal ministrados. O ouvinte amador tem muitas vezes demonstrado uma faculdade crítica e analítica bastante semelhante a muitos executantes profissionais. A arte de ouvir com “atividade de pensamento”, que é o objetivo dos cursos de apreciação, pode ser tão exigente e satisfatória quanto a performance. O treinamento em apreciação deveria começar na escola elementar, podendo continuar através de toda a vida. (APEL, Willi. Harvard Dictionary of Music, 1982. p. 552).

 

            A proposta desse artigo é a de proporcionar ao educador uma nova forma de desenvolver atividades de escuta e com repertório que desperte interesse aos alunos, tornando a alfabetização significativa seguida de registros criados por elas (crianças), desenvolvidos e necessários aos seus interesses.

            De acordo com a definição do Dicionário fica claro a possibilidade “de desenvolver habilidade para ouvir música inteligentemente” e partindo desse princípio que a introdução da música na sala de aula como um agente catalizador se faz oportuno. A música se faz presente na vida da criança nos rádios, na televisão, nos celulares, jogos eletrônicos, bares, salas de concerto, computadores e por que não na sala de aula cujo objetivo seja o de ampliar seu vocabulário de forma significativa?

            “A arte de ouvir com atividade de pensamento” é o 1º passo para que a criança aprecie a música que orientada pelo seu professor, estará longe de uma mera audição descompromissada, sem fins construtivos e assim, atrair a atenção do aluno que atentamente no momento da escuta fará conexões com o que ele tem de experiências musicais adquiridas no decorrer da sua vida resultando em um novo conhecimento.

            Bastião (2003) acrescenta que a prática da apreciação pode ser mais abrangente e significativa para o aluno se o professor possibilitar que o mesmo responda à música de formas diferenciadas, com o que pensa, sente e vivência de acordo com a sua experiência, pois bem, essas diferentes possibilidades podem ser canalizadas como atividades para a alfabetização e letramento.

            Fica registrado aqui o termo “apreciação musical” não como parte técnica da música que exige do educador o conhecimento musical para aplicá-lo e sim como ação de um educador criativo, pesquisador e não um mero reprodutor de ideias já concebidas, tendo em mãos, mais uma ferramenta facilitadora no processo de alfabetização e letramento.

             Apreciação musical é um ato comum entre os que apreciam música e entre os que entendem que música é muito mais do que entretenimento. A apreciação musical envolve a audição num simples ato de escutar ao mais complexo ato de ouvir com atenção, atentando-se a detalhes exigidos por quem o propõe a fazê-lo.

A proposta da apreciação musical como uma atividade diferenciada, é uma forma de mostrar o quanto o professor está preocupado em dar o melhor de si para os alunos, pois é de um professor criativo, pesquisador, que fará de sua aula uma aula dinâmica inteligente e interessante, garantindo o melhor do que se espera: a apreensão do conteúdo.

 

 

2-   A MÚSICA: DA FAMÍLIA À ESCOLA

 

A música não é só uma técnica de compor sons, mas um meio de refletir e de abrir a cabeça do ouvinte para o mundo. [...] Com sua recusa a qualquer predeterminação em música, propõe o imprevisível como lema, um exercício de liberdade que ele gostaria de ver estendido à própria vida, pois ‘tudo o que fazemos (todos os sons, ruídos e não sons incluídos) ‘é música’(CAGE, 1985, apud BRITO, 2003, p.27).

 

            Iniciar esta sessão com a frase de J. Cage que responde a Murray Schafer, quando o questiona a respeito do que é som: segundo Cage (1985), “a escuta torna a música aquilo que, por princípio, não é música.” Através do som com variantes externos vários fatores influenciam a presença da música e tomando como principio a resposta de J. Cage, “tudo o que fazemos é música”, talvez isso explique aquela colocação popular: “este tipo de som soa como música aos meus ouvidos.”

            Analise: você já ficou algum dia, da hora em que acordou até a hora em que foi dormir, sem ouvir pelo menos uma música? A música é feita de sons ordenados e o som está presente em todos os lugares. Cada lugar com o seu som característico, por exemplo: na praia o som é diferente que o som da cidade, do campo, dentro de uma igreja, dentro de uma empresa, dentro da escola. Schafer chamou as diferenças de sons de “A Paisagem Sonora Musical”:

             Hoje todos os sons pertencem a um campo contínuo de possibilidades, situado dentro do domínio abrangente da música. [...] Eis a nova orquestra: o universo sônico! E os novos músicos: qualquer um e qualquer coisa que soe! [...] trata a paisagem sonora do mundo com uma enorme composição macro cósmica. (SCHAFER, 1992, p. 121-289).

  Segundo Schafer (1992), “o primeiro passo é aprender a ouvir essa paisagem sonora como uma peça de música – ouvi-la tão intensamente como se ouviria uma Sinfonia de Mozart”.

            Segundo Schafer (1992), “o primeiro passo é aprender a ouvir essa paisagem sonora como uma peça de música – ouvi-la tão intensamente como se ouviria uma Sinfonia de Mozart”.

            Na família, a música está presente nas mais variada formas: através de aparelho de som, da televisão, do computador, do videogame, ao comemorar o aniversário, cantando durante os afazeres, na opção religiosa da família, enfim, o “elemento” música é um fator comum na família. Essa seleção de repertório musical revela o perfil dos moradores: as músicas selecionadas por moradores mais jovens é diferente do perfil de famílias onde seus moradores são mais conservadores.

            A escolha do repertório familiar tem influência na educação dos filhos, pois é comum a criança gostar do estilo de música que seus pais apreciam (geralmente desde a concepção da criança), e não é estranho que esse estilo musical passa a fazer parte do seu repertório pessoal. Para a criança essa escolha musical e esse “gosto” desenvolvido pela família são como se fosse uma referência de suas origens. É claro que essa “influencia” musical não irá impedir, futuramente, que a criança amplie seu repertório musical e que também desenvolva outros “gostos” musicais.

            Segundo Lima (1980), para Piaget a criança tenta descobrir o sentido do mundo, interagindo ativamente com pessoas e objetos, conhecendo uma realidade externa a ela, e é com a presença desta realidade que a criança passará a apreciar diferentes melodias, diferentes ritmos e gêneros musicais para a formação de seu repertório pessoal.

            A música se estende durante desenvolvimento da criança: com as canções de ninar, com as músicas cantadas para brincar, com as músicas colocadas no carro para um passeio, com aquele brinquedinho sonoro, com o irmãozinho cantando, no balanço do “colinho” dos avôs, enfim a música passa a ser um elemento frequente para os ouvidos da criança que naturalmente, é proporcionado através do meio em que vive.

             Quando a criança atinge a idade de frequentar a escola ou por necessidades familiares, a frequentar uma creche, a música continuará a fazer parte do seu cotidiano, pois, é impossível educação escolar sem música.

           A música na escola não pode ser simplesmente ornamental para animar as festas, mas através da vivência das dimensões estéticas, sonoras, visuais, plásticas e gestuais, desenvolverem a consciência crítica dos valores humanos e encontrar meios de levar os alunos a atuarem como cidadãos. (VISCONTI; BIAGIONI, 2002, p.11).

        O “fazer musical” e “apreciação musical” é tarefa principal da escola, pois, a escuta (ação fundamental para o aprendizado), se ampliam à medida que promovemos estratégias que levam as experiências, também, de produção, percepção, reflexão e representação musicais.

            Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação (2000), a música é compreendida como linguagem e forma de conhecimento, e, a presença da música no contexto da educação é indispensável. A música é uma linguagem que comunica e que está presente em todas as culturas exercendo também, o papel de promover interação e comunicação social.                                 

[...] é o modo de agir do professor em sala de aula, mais do que suas características de personalidade que colabora para uma adequada aprendizagem dos alunos e fundamenta-se numa determinada concepção do papel do professor, que por sua vez reflete valores e padrões da sociedade. [...] o professor autoritário, o professor competente, sério, o professor incompetente, irresponsável, o professor amoroso da vida e das gentes, o professor mal-amado, sempre com raiva do mundo e das pessoas, frio, burocrático, racionalista, nenhum deles passa pelos alunos sem deixar sua marca.  (ABREU; MASETTO, 1990, p. 115).

Levar o universo musical para a sala de aula, pedir para que os alunos tragam a música que apreciam para deste retirar o conteúdo a ser trabalhado, é mais uma proposta de atividade com a apreciação musical com a finalidade de tornar significativa a aprendizagem despertando, assim, o interesse da criança pelo conteúdo aplicado. 

3-    APRECIAÇÃO MUSICAL COMO INSTRUMENTO FACILITADOR NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

             Apreciação Musical não se trata de um novo método para aprender a ler e a escrever, mas, de mais uma abordagem facilitadora no Processo de Alfabetização e Letramento. Considerando que a música por fazer parte  do cotidiano da criança, essa opção tem a música como agente catalisador no processo de ensino colocando-se entre a escuta, a fala e a escrita, uma vez que comprovado por especialistas a música melhora a atenção, concentração, raciocínio lógico e matemático, socialização, entre outros.  

            Com a preocupação de fases a serem respeitadas ou desenvolvidas a apreciação musical será mais um processo otimizador proporcionando a decodificação de experiências por elas (crianças), já vivenciadas transportando-as para o papel em forma de desenho. Esse é o grande momento do professor que irá orientá-lo para a criação de pequenos textos: assim como a música apreciada passa por diferentes fases (começo, meio e fim), servirá  para chamar a atenção do aluno quanto à noção do desenvolvimento de um pequeno texto também formado por começo meio e fim, estimulando-os assim para a interpretação, ação essa que ainda encontramos em diferentes níveis da educação como o grande vilão: a falta de interpretação.

            A decodificação da atividade que a apreciação musical proporciona para a escrita é mais uma forma de expressar o que a criança sente o que pensa e o que e foi decodificado.

Segue dois exemplos de atividades com apreciação musical. Os passos que seguem a progressão das atividades servirão de apoio às outras atividades desenvolvidas com outras músicas.

 A utilização de músicas mais conhecidas como Cai- cai balão, Marcha- Soldado e outros, tem como objetivo aproximar a criança e despertar o interesse pelo conteúdo a ser aplicado utilizando de suas experiências já adquiridas, não necessariamente dentro da escola. Essas músicas são textos que pertencem a uma longa tradição de uso da linguagem para cantar, recitar e brincar. A maioria deles é de domínio público, ou seja, não se sabe quem os inventou: foram simplesmente passados de boca a boca, das pessoas mais velhas para as pessoas mais novas. Exemplo:

Atividade nº 1:

Objetivo: Memorizar e identificar as palavras que terminam em “ai” e “ão”.

CAI, CAI BALÃO

Cai, cai balão,

Cai, cai balão,

Aqui na minha mão.

Não cai não, não cai não.

Não cai não,

Cai na rua do sabão.

Estratégia:

1. Bater palmas quando cantar as palavras que terminam com “ai”;

2. Pular quando cantar as palavras que terminam com “ão”;

3. Mesmo que a sala ainda não sabe ler, fazer uma leitura sucinta para ajudar na memorização e na identificação das palavras;

4. Pedir para que as crianças copiem cada frase com um desenho representativo;

5. Circule as palavras que terminam com “ai”;

6. Pinte as palavras que terminem com “ão”.

Avaliação: É fácil perceber que esse tipo de atividade a criança estará integralmente sendo avaliada: nas atividades que incluíram movimentos corporais, ao pintar e circular as palavras e finalmente ao desenhar representando as palavras.

Atividade nº 2:

Música sugerida: O Trem Caipira (Villa – Lobos)

Objetivo: - noções para pequenas redações;

     - estimular a atenção para a escrita e a leitura.

  1. Ouvir a música duas vezes sem qualquer intervenção observadora do professor;
  2. Ouvir pela terceira vez: professor interfere verbalmente na atenção aos diferentes sons que aparecem como a música começou “devagar” em que ponto fica mais agitada, e finalmente como termina. (começo, meio e fim);
  3. Individualmente as crianças irão desenhar e expor o que escutou;
  4. Primeira exposição dos desenhos sem nenhuma intervenção e interferências por parte do professor;
  5. Segunda exposição organizada pelo professor na ordem de semelhanças de desenhos para os desenhos menos e até diferentes. Pedir para que os alunos por ordem de exposição “contem” o que desenharam.
  6. Voltar ao primeiro aluno e que agora, crie (verbalmente) uma pequena história “lendo” o seu desenho.
  7. Nessa fase o professor registrará na lousa as palavras em comum que irão “aparecendo” no decorrer das histórias contadas pelos seus alunos. No final o professor pedirá que as crianças copiem as palavras que apareceram;
  8. Devolver os desenhos para os alunos e pedir para que escrevam “uma pequena” história lendo os desenhos;
  9. Ao final e ao som da música apreciada (fundo musical) cada criança irá ler o que escreveu.            

“Trabalhar com a música de forma interdisciplinar estará trabalhando com a linguagem sonora e a melhor afinidade é com disciplinas que estudamos a linguagem verbal sendo que um dos elementos também é o da sonoridade”. (FERREIRA, 2010, p.13)

            O professor ao elaborar atividades com apreciação musical deverá elaborá-las também com o objetivo de “levar” o universo musical para a sala de aula ou mesmo sugerir aos alunos num comum acordo (votação) para que tragam as músicas que apreciam. A partir dessas músicas poderão ser selecionadas novas palavras (ampliação de repertório), ou mesmo com a intenção de desenvolver uma nova técnica de como recapitular palavras que já foram estudadas, mas que a sala mantém certo nível de dificuldade em memorizá-las.

4-    CONSIDERAÇÕES FINAIS 

            Usufruir dos benefícios da música é uma sugestão de apoio ao professor para aplicação de atividades durante o processo de alfabetização e letramento. A apreciação musical não se trata de um novo método de como alfabetizar e sim de como proporcionar à criança uma diferente forma de leitura de mundo e compreender até que ponto esta forma de arte pode contribuir no processo de alfabetização.

            Essa pesquisa possibilitou unir conceitos e definições de diversos Educadores Pedagógicos quanto Educadores Musicais para concluir que os processos desenvolvidos durante a alfabetização e letramento com atividades de apreciação musical (ouvir atentamente, registrar utilizando suas experiências adquiridas, leitura para os colegas e exposição do trabalho), possibilita a decodificação auditiva em ações (símbolos). A música ouvida estimula o pensamento da criança (cérebro) e com uma boa condução por parte do professor para o desenvolvimento dessa atividade, a criança sentirá a necessidade de registrar o que ouviu o que pensou ou o que sentiu. Essa necessidade será explorada pelo professor aumentando o repertório de palavras para a leitura e escrita de forma interessante.

            O objetivo desse Artigo é “despertar” o interesse de aprendizado para que a criança compreenda o que a escrita e a leitura possa lhe proporcionar: “o poder de expressão e comunicação” e a Psicogênese da Língua Escrita ajuda a explicar o processo de escrita e leitura. Essa pesquisa terá continuidade para contribuir com mais uma forma de atividades com apreciação musical.

 O trabalho com Música proposto por este documento fundamenta-se nesses estudos, de modo a garantir à criança a possibilidade de vivenciar e refletir sobre questões musicais, num exercício sensível e expressivo que também oferece condições para o desenvolvimento de habilidades, de formulação de hipóteses e de elaboração de conceitos. (RCN, 1998, p. 48). 

5-    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABREU, Maria Cecília de; MASETTO, Marcos T. O professor universitário em aula práticas e princípios básicos teóricos 8ª edição.São Paulo: Editora Associados, 1990.

APPEL,Willi. Harvard Dictionary of Music. Cambridge: Harvard University Press, 1982.

BASTIÃO, Zuraida Abud. Apreciação Musical, Repensando Práticas Pedagógicas. XII Encontro Anual da ABEM. Florianópolis: ABEM, 2003, pp. 883-896.

BRITO, Teca Alencar. Música na Educação Infantil. São Paulo: Editora Peirópolis, 2003.

COMENIUS, Jan Amós. Didática Magna. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

FERREIRA, Martins. Como Usar Música na Sala de Aula. São Paulo: Editor Contexto, 2002.

FERREIRO, Emilia e TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da Língua Escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1987.

LIMA, Lauro de Oliveira. Piaget para Principiantes. São Paulo: Summus, 1980.

RCN, Referencial Curricular Nacional. Ministério da Educação. Brasília: MEC, 2000.

REGO, Lúcia Lins Browne. Literatura Infantil: Uma nova perspectiva da alfabetização na pré-escola. São Paulo, FTD, 1990.

SCHAFER, Murray. O ouvido pensante. São Paulo, Fundação Editora da UNESP, 1991.

SWANWICK, Keith; FRANÇA, Cecília Cavalieri. 2002. Composição, apreciação e performance na educação musical: teoria, pesquisa e pratica. Em Pauta. Belo Horizonte nº 21 dezembro, pp 13,14.

VISCONTI, Márcia; BIAGIONI, Maria Zei. Guia para educação e prática musical em escolas. São Paulo: Abemúsica, 2002.