Esta vitória parece ter sido obtida sem fraude diante dos fatos reais quanto á proporção dos eleitores que deixaram de votar (55% dos inscritos), baixa em comparação a 2007, mas permanece notavelmente forte, especialmente se for comparada com a proporção de não-inscritos  (40%). Pois esta fraca participação às urnas mostra o desafio para o poder real. O qual  havia chamado para uma participação massiva da população em apoio às mudanças e a nova constituição em 01 de julho e em referência a falta de um mecanismo  de conceração.

Esta abstinência dos votos poderia ter sido ainda mais forte se o Movimento de 20 de fevereiro e as forças da esquerda radical que lutam corajosamente a favor das reformas fundamentais em matéria de democracia e de justiça social desde o início da concertação de Marrocos, não fossem reprimidas fortemente e marginalizadas por preconizar  defender o boicote.

O Partido de Autenticidade e Modernidade, criado especificamente para apoiar o rei, ocupou apenas a quarta posição, subindo  uma derrota especialmente amarga.

Estas eleições não resolvem nenhum dos problemas em Marrocos. O PJD não pode, nem quer assumir só as reformas substanciais que o povo reclama porque  não se pode confonder  a instauração de uma ordem moral fanático com as exigências socio-econômicas e políticas. A política das alianças sem princípios vai continuar face á contestação popular, especialmente a juventude.

Neste momento crítico, o Partido de Esquerda continuará manifestando a sua vigilância e solidariedade perante o Movimento de 20 de Fevereiro e as oposições que esperam travar uma batalha contra as ameaças do obscurantismo e da regressão em prol da emancipação do povo marroquino.

 

Lahcen EL MOUTAQI

Professor=consultor