RESUMO
O principal objetivo da indústria de bens de consumo é produzir os produtos que farão parte do cotidiano das pessoas. Contudo, entre a inexistência e a produção destes produtos, decorrem muitos e distintos processos, que variam de organização para organização. Algumas indústrias terceirizam o processo de desenvolvimento de produtos, ou parte dele, outras têm departamentos próprios com esta finalidade. É comum nessas indústrias e escritórios de engenharia a prática do Gerenciamento de Projetos como instrumento de controle e tomada de decisão, em decorrência dos altos custos e riscos inerentes a este processo, sendo que as referências do PMI com a sua publicação do Guia PMBOK estão entre as mais utilizadas. Por outro lado, muitos estúdios de design fazem uso das técnicas de Design Thinking na busca das melhores soluções para os problemas das indústrias. Estas práticas são distintas e por muitas vezes, conflitantes. Decorre que, nas indústrias que possuem todo o processo de desenvolvimento de produto, da concepção à implantação, ou apenas parte dele, somente a prática do Gerenciamento de Projetos é utilizada, trazendo muitas vezes implicações desfavoráveis ao negócio, principalmente na forma de perda de oportunidades, algo que a técnica do Design Thinking explora com bastante eficácia, mas também são percebidas perdas na qualidade da gestão, prazos e comunicação. Neste sentido, este trabalho se propõe a identificar os conflitos existentes entre as metodologias de Gerenciamento de Projeto para o desenvolvimento de novos produtos baseadas no Guia PMBOK e a aplicação das técnicas de Design Thinking, sugerindo uma flexibilização em ambas as metodologias ou uma diferente abordagem destas, para viabilizar sua aplicação simultânea, explorando os benefícios de ambas sem que ocorram ônus relevantes a nenhuma delas.