Os "Axiomas de Zurique" constituem uma filosofia composta por doze axiomas distintos, que abordam os riscos envolvidos no ato de investir em qualquer mercado e como lidar com eles. Esses axiomas foram desenvolvidos pelos banqueiros suíços, especificamente da cidade de Zurique, com o objetivo de fornecer um plano básico de comportamentos para os investidores, fundamentado na ideia de que o futuro é incerto e tentar prevê-lo é inútil e sem sentido, devido ao grande número de variáveis envolvidas. É notável que grande parte da literatura existente sobre finanças apresenta conceitos antagônicos aos formulados nos doze axiomas de Zurique. Dentre os doze axiomas, serão analisados os três primeiros: o axioma do risco, o da ganância e o da esperança.

O primeiro grande axioma, "do risco", indica que "o risco nada mais é do que uma variação do preço de mercado" e que evitá-lo devido aos possíveis transtornos financeiros e emocionais é um erro. O comportamento assertivo, segundo este axioma, seria expor-se aos riscos para obter maiores ganhos. Ao contrário do pensamento dominante no meio acadêmico e na maior parte do mercado, o axioma desaprova a diversificação como forma de criar uma carteira de investimentos que diminua os riscos, pois, para ele, "ao diversificar, você vira um artista de circo que tenta manter no ar uma porção de bolas ao mesmo tempo".

O segundo axioma aborda a "ganância", mas neste contexto, a ganância refere-se à insistência em permanecer ganhando quando é hora de sair para não sofrer perdas. Ou seja, trata-se de identificar o momento adequado para sair de um investimento, e segundo o axioma, esse momento é quando se alcança o valor esperado. Novamente, esse conceito difere do pensamento acadêmico que busca sempre maximizar os ganhos em um investimento.

O terceiro axioma de Zurique é o da "esperança": "quando o barco começar a afundar, não reze, abandone-o". Essa frase ilustra bem o significado deste axioma, que indica que o investidor deve aprender a perder para não comprometer todo o investimento na esperança de uma recuperação. Essencialmente, este axioma se alinha com o ensinado nas universidades sobre a viabilidade dos investimentos, que preconiza abandonar um negócio inviável e redirecionar o capital para outra oportunidade. A literatura acadêmica usa critérios estatísticos e matemáticos para chegar a uma conclusão sobre a viabilidade do investimento com base em um cenário futuro.

Conclui-se que, apesar de não terem sido fundamentados em um arcabouço teórico, mas sim na prática pura e simples, esses axiomas apresentam contradições em relação ao que existe na literatura acadêmica e é utilizado pelos especialistas do mercado. No entanto, são de grande utilidade para os investidores que desejam atuar em mercados de alto risco.