Semana passada vi a chamada para uma matéria que dizia que as pessoas estão fazendo menos planos para o Ano Novo. Não cheguei a ler por completo, mas fiquei pensando se seria por estarmos mais descrentes ou desesperançosos. Como costumamos ter planos demais e atitudes de menos, achei que a desilusão talvez acabe sendo a conseqüência mais previsível do excesso de metas.
Por outro lado, tenho prestado atenção a um comercial do jornal o globo onde vários pontos turísticos e símbolos do Rio aparecem ao lado do que, poderíamos dizer, seriam os seus votos para o Ano Novo. A praia, a igreja da Penha, as ruas, praças e calçadas do Rio. Tenho que dizer que adorei o comercial pela singeleza, delicadeza e, uma vez mais, pela criatividade. Um dos elementos mostrados, porém diferenciou dos demais. O Jardim Botânico desejava, simplesmente, continuar sendo amado. Achei interessante notar que, enquanto todos desejamos alterações, coisas novas, mudanças, outros podem se dar ao luxo de, serenamente, desejar que as coisas continuem.
Esse foi o clique. Estamos fazendo menos planos porque desistimos deles ou porque estamos nos sentindo mais completos? Que, no Ano Novo, sejamos capazes de planejar menos e agradecer mais. Que passemos menos tempo desejando as coisas e mais tempo contemplando o que já se tem. Que possamos ter tão poucas necessidades a ponto de almejarmos somente a continuidade.