Com base nas observações sobre a cobertura jornalística realizada pela revista Época e pela grande imprensa, verifica-se a ocorrência de assimilação das informações por parte do público apresentadas sem densidade,cumpre-se o roteiro das Agência de Notícias.A partir desta discussão, percebe-se que as abordagens menos viciadas, terão de efetivamente quebrar paradigmas.

As reproduções de conteúdo, inclusive as matérias ligadas ao 11 de Setembro tendem a contribuir para reforçar conceitos. Por exemplo, é fato que há registro de aumento da islamofobia pelo mundo.

A visão de Mohamed ou Maomé, como é chamado no Ocidente (classificação criticada pelos muçulmanos), está ligada a um guerreiro ávido por converter na espada pagãos e ímpios, oponente à figura pacífica de Cristo.Todavia, há ineficácia de elementos abordados, pouco se discute que a postura guerreira de Mohamed está relacionada ao contexto daquela época.

É preciso entender os fatores histórico-sociais vigentes numa região repleta de conflitos entre etnias e crenças diferenciadas.Como afirma Marco Lucchesi (2002) " O desafio intelectual deste século reside no fim de uma visão parcial e negativa de que são vítimas as culturas do Oriente, diante da nossa arrogância intelectual".

Ao tratar de fundamentalismo islâmico, a mídia pouco menciona o fundamentalismo nos EUA, liderado pela direita conservadora. Sobretudo, a própria postura da imprensa em focar exaustivamente os ataques terroristas enaltece a figura de Osama Bin Laden e, contribui para reforçar preconceitos sobre o Islã. Entra o senso comum de que movimento separatista é terrorista e os preceitos islâmicos são malefícios com base no fanatismo e terror.

Cresce a rejeição ao povo muçulmano, o etnocentrismo por exemplo ganha novos adeptos na Europa o que inclui jovens em crescente protesto contra minorias étnicas de origem islâmica, judaica, cigana, albanesa, armênia e outras. O " exótico" tornou-se ameaça àidentidade cultural do Velho Continente, teme-se o sincretismo e desaparecimento do estilo europeu, calcado principalmente na cultura greco-romana.

O próprio conceito de minoria étnica às vezes é permeado por concepções errôneas, a imprensa cita conflitos no Oriente Médio e omite genocídios na África.Predomina a visão equivocada de que não há diversidade étnica no continente africano, como se todos fossem iguais, sem idiomas e hábitos diferenciados.

De acordo com as observações realizadas, é visível a ausência de leitura concreta sobre as minorias étnicas. Inevitável, mencionar a influência norte-americana nas coberturas feitas pela imprensa mundial, prevalece o paradigma já discutido, não é interessante falar de etnicidade se, esta não estiver relacionada aos mesmos temas de sempre; os EUA e seus aliados.

 *Trecho do Trabalho de Conclusão de Curso da Faculdade de Jornalismo.