ANÁLISE QUANTITATIVA E QUALITATIVA DO MATERIAL DIDÁTICO DE ANATOMIA HUMANA DE CINCO ESCOLAS ESTADUAIS DO MUNICÍPIO DE SOBRAL - CE

Mirlene Portela Coutinho
Ana Paula Feijão de Carvalho

Resumo

Realizou-se uma análise quantitativa e qualitativa sobre o material didático de anatomia humana em cinco escolas observadas no município de Sobral - CE, E. E. F. M. Professor Luís Felipe, E. E. F. M. Dom Walfrido, E. E. F. M. Dr. João Ribeiro Ramos, Prefeito José Euclides Ferreira Gomes (CERE) e Colégio Estadual Dom José Tupinambá da Frota com um total de 09 professores. Com o objetivo de investigar a quantidade, os tipos de materiais didáticos de anatomia humana e a sua qualidade relativa à aprendizagem dos alunos. Aplicou-se um questionário aos docentes das respectivas escolas para a sondagem a respeito do material didático na aprendizagem de anatomia, identificou-se a aceitação ou não dos alunos com relação à utilização dos modelos didáticos, comparou-se a metodologia adotada pelos professores das escolas e levantou-se informações a respeito da existência, quantidade e qualidade dos materiais didáticos. Após a aplicação, pôde-se concluir que os materiais disponíveis nas escolas não são suficientes, variáveis e nem de boa qualidade, assim não contribuindo para a boa aprendizagem dos alunos no que concerne a esta matéria.

Palavras-chave: Análise quantitativa e qualitativa. Material didático. Anatomia Humana.

Introdução

No processo educacional em relação à didática do ensino de Biologia faz-se necessário o uso de material em perfeitas condições, em quantidade suficiente, sendo o docente responsável pela transmissão do conteúdo, sabendo encontrar uma maneira atraente para que os alunos possam aprender de forma dinâmica, trabalhando a realidade utilizando os modelos, pois através da observação, visualização e toque, fica explícito o que foi dito na explicação. No caso dos modelos de anatomia, percebe-se a importância do estado em que o mesmo se encontra, sendo indispensável: dimensão adequada e boas condições com relação à qualidade para que todos possam ter acesso, sem que haja dificuldade.
Percebe-se que não é só a problemática relacionada ao material didático, mas também é notificada a preparação do professor para o uso dos modelos.
A formação do professor é uma das bases necessárias para que se possa haver uma interação durante a aula, pois se espera um professor capacitado, disposto a responder todas as dúvidas decorrentes da visualização.
A importância do trabalho prático é inquestionável nas disciplinas de Ciências e Biologia e deveria ocupar lugar central no seu ensino (HAYASHI et al. apud SMITH, 1975).
O presente trabalho foi elaborado com base na necessidade de investigar os tipos de materiais didáticos de anatomia humana e a sua qualidade, visando à melhoria do nível de aprendizagem dos discentes. Para que se obtivessem melhores informações, foi realizada uma entrevista com os docentes de cinco escolas estaduais no município de Sobral, Ceará.
Com esta pesquisa, podemos constatar a importância do uso de materiais didáticos, as contribuições para a aprendizagem como: aulas mais dinâmicas onde os alunos podem agir de forma crítica e participativa, assim obtendo melhores desempenhos, melhoria na metodologia de ensino e engajar o aluno no universo da pesquisa. Também está sendo explicitada a falta de estrutura dos laboratórios referente ao estado em que os materiais se encontram, a insuficiência destes nas escolas citadas e se há realmente um local onde o aluno possa construir, reformular e comprovar suas hipóteses.

Didática do ensino de Biologia para aprendizagem de anatomia

A aula prática sobre anatomia humana envolve memorização, atenção e incentivo, por isso o docente deve preparar minuciosamente suas aulas, questionários e sua forma de organizar os alunos.
O que se percebe são os desafios relacionados às aulas práticas em diversas formas como: metodologia de ensino do docente, tamanho do material, forma anatômica inadequada e quantidade insuficiente das peças. Como se percebe são vários os desafios que os componentes da educação têm que enfrentar.
Dentre estes desafios Braz apud Moore; Dalley (2009), pois os referidos autores discorrem sobre a dificuldade de compreensão por parte dos estudantes sobre a terminologia anatômica, pois a maioria dos termos são derivados do latim e grego e é importante que o professor elucide sobre o significado destes termos aos alunos, assim ficará mais fácil a assimilação do conteúdo.
Um fator bastante importante na educação é o planejamento, pois evidencia o valor do controle e organização que são primordiais para obter um bom desempenho na aprendizagem. "Num regime político de contenção, o planejamento passa a ser bandeira altamente eficaz para o controle e ordenamento de todo o sistema educativo" (KUENZER, 2003, p. 41).
É relevante citar a necessidade de um planejamento, pois muitos educadores discordam com esse procedimento.

Qualquer atividade, para ter sucesso, necessita ser planejada. O planejamento é uma espécie de garantia dos resultados. E sendo a educação, especialmente a educação escolar, uma atividade sistemática, uma organização da situação de aprendizagem, ela necessita evidentemente de planejamento muito sério. Não se pode improvisar a educação, seja ela qual for o seu nível (CASTRO et al. apud SCHMITZ, 2000, p.101).

Em uma aula didática de anatomia é fundamental conter no plano de aula; aplicação de seminários utilizando os modelos, perguntas direcionadas aos alunos referentes ao material didático, grupos de pesquisa sobre um determinado material didático, entre outros, desta maneira o educador pode explorar o material sem que haja monotonia.

Formação dos professores para a abordagem do conteúdo de anatomia humana

É de suma importância que o professor tenha um preparo adequado no que se refere à abordagem do conteúdo de anatomia, pois o que ainda se percebe é a desqualificação do professor em transmitir de forma clara o conteúdo devido não ter uma preparação nesse sentido.
Luz et al. (1989, p.7), enfatiza que

o que verdadeiramente se busca como ensino de ciências é um aluno sendo convenientemente iniciado no mundo das ciências de forma que este produza saber científico voltado para a busca da melhoria de vida neste planeta. Em outras palavras este ensino deve servir para a formação da consciência crítica do cidadão, revertendo (seus conhecimentos científicos) em ações voltadas à melhoria de vida da sua comunidade. Ter um aluno com consciência crítica atualmente, só é possível quando ele têm a oportunidade de pensar, questionar, criar, formular hipóteses e obter as respostas destas hipóteses. Para que isso ocorra é necessário que o educador saiba ministrar aulas práticas com seus alunos.

No momento da experimentação, o aluno está utilizando o seu conhecimento de forma construtiva, mas é necessário o apoio do professor para que não ocorra nenhum imprevisto, portanto é imprescindível um bom profissional que possa acompanhar todo esse processo. Quando se dá oportunidade para o aluno construir, refletir e criticar, esse aluno se torna um cidadão atuante na vida cotidiana, tanto no que se refere aos estudos, como nas melhorias da comunidade e de sua vida profissional.

Um consenso entre a comunidade científica e educacional é que o docente carrega a maior parte da responsabilidade em garantir a aprendizagem de ciências pelos alunos. Porém, a formação científica de nossos futuros professores tem deixado muito a desejar. Seja por falta de conteúdo teórico ou absoluta falta de preparo científico prático, o resultado é que esse professor carregará consigo em sua prática diária docente a concepção errônea de ciência como conjunto acabado e estático de verdades definitivas (VASCONCELOS et al., 2002, p. 1).

O professor deve ter consciência de que o seu papel como orientador, facilitador do conhecimento e atuante na área, não se restringe em apenas isso, mas na responsabilidade, compromisso e preparo técnico-científico para garantir o sucesso da turma.

O uso e importância de material didático na escola

O material didático é fundamental, pois o aluno não gosta de monotonia, apenas conteúdo sem ter um sentido com relação a sua vida cotidiana, eles querem saber qual a relação, a função e a aplicação desta aula no dia-a-dia, para isso, busca-se um profissional que tenha esse objetivo.

Dois dos conceitos mais difundidos entre os educadores de ciências de hoje são: a valorização do uso de uma abordagem prática para o ensino de conteúdos de ciências e biologia e a busca de uma prática de observação fora da sala de aula, considerada um ambiente e um universo absolutamente distanciado do mundo físico real do aluno (VASCONCELOS et al., 2002, p. 1).

Os modelos devem ser utilizados como recursos aproximativos, como instrumentos de explicação e previsão produzidos com a intenção de uma melhor compreensão dos problemas educativos enfrentados (Paz et al., 2006).
Uma aula diferenciada possibilita que os alunos se tornem mais atuantes, dedicados e preparados para tirar suas dúvidas, levantar hipóteses e observar os resultados, assim compreendendo o conteúdo de maneira atrativa.
Além de ampliar os tipos de metodologia de aula, ao utilizar a abordagem prática, o educando estará sendo parte fundamental no sucesso do aluno, pois este terá uma bagagem de conhecimento mais profunda sobre o que foi estudado. Por isso o laboratório é insubstituível e constitui um espaço de visualização e de objetos concretos sobre vários assuntos, no qual possibilita a ligação de informações obtidas à comprovação através dos materiais.
Uma escola sem laboratório torna-se desorganizada, ou seja, os materiais didáticos ficam desprotegidos, podendo serem danificados com mais facilidade, o que impossibilita o aluno explorar esses materiais.

A contribuição das aulas práticas para aprendizagem

Privilegiar a aplicação teórica-prática e estar no social passa a ter significação especial no desenvolvimento da sociedade contemporânea (PCN?s,1999).
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Vivemos neste país uma situação paradoxal quanto ao ensino de Ciências e Biologia. Enquanto nos discursos pedagógicos e políticos ninguém seja capaz de negar a importância social de abordar, em todos os níveis pedagógicos, o conhecimento científico, na prática cotidiana das escolas, este tem sido o maior ausente. É um fato público e notório que o conhecimento científico, em nossas escolas, ocupa um lugar secundário, por uma série de razões (VASCONCELOS et al, 2002, p. 1).

Muitos educadores acham uma perda de tempo inovar em suas aulas, preferindo utilizar o mesmo recurso e a mesma metodologia, seja por falta de tempo, poucos recursos disponibilizados pelo governo ou por não se interessarem pela melhoria da aprendizagem.

As aulas práticas podem ajudar no desenvolvimento de conceitos científicos, além de permitir que os estudantes aprendam como abordar objetivamente o seu mundo e como desenvolver soluções para problemas complexos (PRIGOL: GIANNOTTI apud LUNETTA, 1991, p.3).

O educador deve estar consciente de que sua mudança de atitude diante de uma abordagem mais interessante, crítica e inovadora, proporcionarão alunos desenvolvidos cientificamente, podendo até agir com mais atitude.

Sendo assim, a abordagem prática poderia ser considerada não só como ferramenta do ensino de ciências na problematização dos conteúdos como também ser utilizada como um fim em si só, enfatizando a necessidade de mudança de atitude para com a natureza e seus recursos, pois, além de sua relevância disciplinar, possui profunda significância no âmbito social (VASCONCELOS et al., 2002, p. 1).

É fundamental que haja uma mudança de atitude referente à natureza e seus recursos, tendo a abordagem prática não só como ferramenta de ensino de ciência, pois a mesma é de suma importância no âmbito social.

Dentre as modalidades didáticas existentes, tais como aulas expositivas, demonstrações, excursões, discussões, aulas práticas e projetos, como forma de vivenciar o método científico, as aulas práticas e projetos são mais adequados. Entre as principais funções das aulas práticas essa autora cita:despertar e manter o interesse dos alunos; envolver os estudantes em investigações científicas; desenvolver a capacidade de resolver problemas; compreender conceitos básicos; e desenvolver habilidades (PRIGOL: GIANNOTTI apud KRASILCHILK, 2008, p. 3).

O desenvolvimento de novas habilidades, a capacidade de resolver problemas, a buscar por iniciação científica são competências que nós educadores desejamos para nossos alunos, mas convenhamos que não seja tão fácil quanto imaginamos, devemos ter amor, dedicação otimismo para mostrar aos futuros profissionais o caminho a ser percorrido.

Desenvolvimento intelectual dos alunos

A procura de maior aquisição de conhecimento nas aulas de Ciências e Biologia tem sido um dos maiores desafios para os educadores, pois se sabe que para isso, é preciso a análise de diversos fatores que tem sido discutido desde o início deste artigo, depende principalmente também da disponibilidade, vontade, interesse e disposição do educando.

Neste contexto, buscou-se caracterizar um estilo de trabalho através dos quais os alunos de ciências possam se apropriar de conteúdos, procedimentos e atitudes científicas. Este processo é a ação científica em si, como possibilidade de aprendizagem e estimuladora de busca individual ao saber científico e tecnológico (VASCONCELOS et al., 2002, p.1).

É fundamental o uso de aulas práticas, pois as mesmas têm contribuído bastante com o desenvolvimento intelectual dos alunos que através do método da visualização e da concretização do conteúdo, assimilam a matéria com sucesso.
O professor ao preparar aulas práticas estará aperfeiçoando novas formas de ensino, procurando inserir o educando na aprendizagem, tornando o conteúdo mais acessível, compreensível e interessante.
Buscar novos métodos significa ter técnicas de ensino, e a partir do momento em que o professor constrói inúmeras formas de transmitir e interagir com o aluno, este obterá melhores desempenhos.

Metodologia

Para se alcançar os resultados desejados a pesquisa foi realizada com os docentes de cinco escolas estaduais no município de Sobral ? Ceará, sendo um total de nove professores de Biologia do Ensino Médio (Tabela 1), durante o período de março de 2010.

Escolas Quantidade de Professores
E.E.F.M. Professor Luís Felipe 3
E.E.F.M. Dom Walfrido 2
E.E.F.M. Dr. João Ribeiro Ramos 1
Prefeito José Euclides F. Gomes (CERE) 1
Colégio Estadual Dom José Tupinambá da Frota 2
Total 9


Com a finalidade de coletar informações utilizou-se de questionário caracterizado por conter questões fechadas em que foram analisados seguintes aspectos: a metodologia do professor, atuação na área de graduação, experiência de ensino, campo de formação, existência de laboratório e/ou material didático de anatomia humana, qualidade e quantidade e com relação à participação dos discentes.
Foi feito a interpretação dos dados coletados por meio de gráficos, utilizando-se do Software Excel e estes analisados de acordo com os objetivos da pesquisa.
Resultados e discussões

Os resultados derivados da pesquisa com nove professores de Biologia, em cinco escolas Estaduais do município de Sobral, com destaque apresentaram aspectos preocupantes no que diz respeito a existência de laboratório, qualidade e quantidade de material de anatomia humana, pois algumas delas não dispõem de espaço próprio para armazenamento, exposição e realização de aula prática, somado ao número e estrutura dos materiais didáticos.
Um dos primeiros itens questionados foi a formação do docente que é um dos fatores relevantes, diante dos valores apresentados em que 56% dos professores possuem graduação, enquanto 33% têm especialização, 11% mestrado e nenhum está somente com graduação. Os profissionais da educação, principalmente das ciências biológicas, precisam cada vez mais de se aperfeiçoar, por isso espera-se que os níveis superiores de formação na área façam com que o professor saiba agir diante das dificuldades que surgirem, contornando a situação e proporcionando novos métodos para que suas aulas não sejam prejudicadas (Gráfico 1).















GRÁFICO 1: Nível de formação dos docentes de Biologia das cinco escolas estaduais, Sobral - CE, em fevereiro de 2010.

No gráfico 2 consta uma análise sobre o tempo de ensino do profissional, pois quanto mais experiência tiver, mais domínio terá para planejar sua aula, fica evidente que já entende e conhece todo procedimento do ensino.
Como podemos observar os valores mostrados no gráfico abaixo, 67% dos professores tem acima de 7 anos de experiencia de ensino enquanto 11% tem de 2 a 3 anos.


GRÁFICO 2: Tempo de experiência de ensino dos professores das cinco escolas estaduais, Sobral - CE, Fevereiro de 2010.

É de suma importância a existência de laboratório de Biologia nas escolas estaduais. O corpo discente necessita de um espaço adequado e de boa qualidade para fazer suas pesquisas, assim como as escolas precisam de um local arejado e com diversas peças para os alunos explorarem, sem que sejam interrompidos (Gráfico 3). Foi constatado nos percentuais que 89% das escolas estaduais observadas dispõem de laboratório de Biologia e 11% ainda não têm disponível.



GRÁFICO 3: Existência de laboratório das cinco escolas estaduais, Sobral - CE, em fevereiro de 2010.

De acordo com os dados obtidos, a maioria das escolas tem material didático (89%), mas os professores encontram-se insatisfeitos com relação a pouca variedade, má qualidade destes (Gráfico 4).


GRÁFICO 4: Existência de material didático de anatomia humana nas cinco escolas estaduais, Sobral - CE, em fevereiro de 2010.

Referente ao material existente na escola, vale salientar que os mesmos devem ser variáveis, mas o que se percebeu de fato foi a insuficiência e pouca diversidade dos modelos, sendo de 58% a maior quantidade de material, especificamente os posteres, entretanto 42% é composto de modelo anatômico virtual e 0% para modelo anatômico real, sendo nesse último permitido por questões éticas, somente modelos como peixes, sapos, embora alguns grupos de biólogos e defensores de animais não concordem com a prática da dissecação destes animais (Gráfico 5). Portanto, é necessário dar ênfase novamente na pouca relevância que tem sido dedicada principalmente nos modelos anatômicos virtuais, posteres etc. Nas escolas estaduais do município de Sobral, nas quais se nota a dificuldade dos alunos em conseguir compreender a matéria sem ter visualização e contextualização, e em específico ligada à explicação do professor.



GRÁFICO 5: Quantidade de material de anatomia humana das cinco escolas estaduais, Sobral - CE, em fevereiro de 2010.

De acordo com a entrevista a respeito das dificuldades dos professores em transmitir o conteúdo através do material didático, se deve, em parte de 30%, pela pouca quantidade deste, mas há uma série de outros fatores analisados como: a visualização que foi de 15%, turma numerosa teve percentual de 20% e tamanho do modelo de 25%. Como demonstra no gráfico 6.


GRÁFICO 6: Dificuldades das aulas práticas de anatomia humana enfrentadas pelos professores das cinco escolas estaduais, Sobral - CE, em fevereiro de 2010.


Com relação a qualidade a maioria de 45% dos professores responderam que os materiais didáticos se encontram em boas condições, 33% afirmaram que há má qualidade e 22% consideram o material de qualidade regular (Gráfico 7).


GRÁFICO 7: Qualidade dos materiais de anatomia humana encontrados nas cinco escolas estaduais, Sobral - CE, em fevereiro de 2010.

Os gráficos indicam de modo geral, que, há um déficit de material de anatomia humana nas escolas estaduais do município de Sobral-CE e que poderiam ser mais diversificados.

Considerações finais

Com o resultado da avaliação quantitativa e qualitativa do material didático de anatomia humana foi constatado que é preciso maior investimento, mas o que fica óbvio é que não há uma preocupação em contornar essa situação, os modelos são poucos, além disso, precisam ser utilizados com mais frequência pelo professor. No entanto, é relevante ressaltar que alguns professores aproveitam os materiais disponíveis na escola, os mantém bem organizados, possibilitando que estes possam durar mais tempo, mas eles poderiam procurar outras formas alternativas, como utilizar de modelos anatômicos feitos de biscuit, obviamente esse tipo de material não substitui um modelo original, mas permite que os alunos possam construir as formas, tornando-os agentes protagonistas e estimulando os sentidos da visão e do tato, consequentemente influenciam na aprendizagem de modo interativo. Existem também os recursos computacionais, programas de softwares de atlas anatômico e sites que disponibilizam práticas virtuais.
Com base na pesquisa fundamentada na abordagem de diversos autores, pode-se ressaltar a importância de abordar o método de aulas práticas, tanto para o professor que torna sua aula mais dinâmica, quanto para o aluno que aprende, pois há uma aproximação do conhecimento teórico com o prático, disso, é imprescindível a variedade e boas condições dos materiais didáticos, para que se tenha uma boa visualização e vale salientar que é inadmissível uma escola de ensino médio não dispor de um laboratório, que é um ambiente de plenas possibilidades de didáticas e o propício para aulas de anatomia humana.



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